Segunda e terceira aula era Educação Física. Lucas tinha se esquecido de ter ido com a calça do uniforme e foi com uma calça jeans. Como era proibido fazer aula com calças jeans, Lucas não pode fazer a aula. Teve que ir para a biblioteca para fazer um trabalho sobre saúde.
“Isso só acontece comigo.” – Pensava com raiva – “Só por que eu iria aproveitar pra falar com a Erica. Ei! Eu posso ler o diário. Que sorte que eu trouxe! O “bagulho” é, eu terminar o trabalho rápido e começar a ler ele.”
Lucas subiu as escadas pegou o caderno e o diário e foi até a biblioteca. A biblioteca era um lugar grande. Havia muitas estantes. Poderia se dizer que, seria a maior parte do colégio se não fosse o pátio. Lucas olhou para a bibliotecária. Ela era jovem, linda, tinha uma pele suave. Sentou em uma das carteirinhas que tinha ali. Ficou observando ela. Ele não sabe o porquê, mas aquela moça o chamou atenção. Nem tanto por que ela era linda, mas parecia que ela tinha algo, algum mistério.
“Droga! Do jeito que as coisas estão indo eu estou começando a desconfiar de todos.” – Pensou procurando alguma revista sobre saúde.
Após achar uma que fosse interessante, se sentou. Pegou um papel, uma caneta e começou a ler o texto. O diário ficou do lado. Quanto mais ele escrevia mais ele pensava em saber o que iria acontecer com a história.
“Por que será que minha mãe nunca falou sobre esse diário? Pra falar a verdade minha mãe nunca falou nada sobre o meu pai. Ela disse que eles acharam meu pai perdido nessa Área Florestal. Aqui, nesse diário, pode estar o que eu quero.” – Lucas lia o texto com uma velocidade que até ele achava impressionante e escrevia cada vez mais – “Vamos lá! O sinal da segunda aula já vai quase bater.”
BLAMM!
- Não faça barulho, moçinha! – A bibliotecária encarou Erica por ter batido a porta com força – Silêncio!
- Me desculpa! É que eu quero falar com o Lucas. – Olhava para todas as estantes a sua volta.
- Ele está perto das carteiras. – Apontou o caminho com o dedo.
- Obrigada. – Erica andou o mais rápido que pode.
Erica começou a olhar tudo. Aquilo era grande mesmo. As estantes eram enormes. Havia quadros por todos os lados.
“Ali está ele!” – Apressou o passo até a carteira onde ele se encontrava.
- Erica? O que você está fazendo? – Se levantou, estranhando.
Erica deu um abraço bem apertado. Lucas ficou surpreso com aquela situação e também forçou o abraço, carinhosamente. Eles ficaram assim por algum tempo.
- Eu estou tão feliz que você esteja bem! – Olhava para ele enquanto sorria.
- Obrigado pela preocupação, mas por que você está preocupada? Você esta com uma voz aflita. – Perguntou, observando o rosto assustado dela.
- Temos que sair daqui rápido! Você corre perigo! – Puxou a mão de Lucas.
- “Perigo”? Que perigo? – Perguntava apressando o passo como se Erica estivesse o pedindo.
- Não da pra explicar agora. Você tem que sair do colégio. – Puxava-o mais forte.
Lucas puxou seu braço de modo que se desfizesse das mãos dadas. Ele coçou a cabeça e olhou para Erica.
- O que você sabe, Erica? Você sabe de mais coisas? Você sabe das mensagens, né? – Lucas olhou com mais raiva – E por que aquele garoto é importante demais pra morrer?
- Lucas! Você confia em mim? – Tocou em sua mão outra vez.
- Eu... confio... Confio, sim! – Tirou a mão novamente – Mas eu confio desconfiando.
- Olha bem: tem gente que quer te matar. E eles estão loucos pra te achar! – Erica olhava para o protegido, agoniada – Vamos! Por favor?
- “Matar”? Mas por quê?
- Lucas!!! Por favor! – Aumentou a voz.
- Ok, ok! Só me deixa pegar o diário! - Saiu correndo.
Lucas pegou o diário e eles correm até a porta. Erica abriu a porta e Lucas a seguia, até que alguém o segurou.
- Você não vai a lugar nenhum! Você é minha responsabilidade! A professora de educação física me confiou que iria cuidar para que você cumprisse com seus deveres. – A bibliotecária apertou o braço de Lucas. Com certeza, mesmo sendo linda, era uma mulher mandona.
- Ahhh, me desculpa, mas esse garoto não vai ficar, não! – Erica levantou as duas mãos em direção a bibliotecária. A bibliotecária caiu no chão.
- O que?! O que você fez? Foi você que fez isso? – Olhou impressionado.
- Foi! Agora vamos! – Os dois começaram a correr.
- Você matou ela? – Perguntou.
- Não! Ela está desmaiada! Daqui a pouco ela acorda! – Respondeu – Vamos! Rápido!
Os dois passam pela porta da biblioteca e quando iriam descer as escadas são barrados. Era o valentão e seus amigos.
- Eu não disse pra você ficar longe dela? – Empurrou Lucas – É agora que você vai apanhar!
O valentão foi para dar um soco em Lucas e Erica segurou o braço dele. O valentão ao perceber que foi parado por Erica deu um tapa nela e ela caiu no chão. Lucas ao ver isso ficou com uma raiva, uma que ele nunca tinha sentindo em sua vida e tentou pegar a maior força que ele podia e deu um soco no valentão. O valentão caiu desmaiado. Os outros dois ficaram assustados e desceram as escadas.
- Eu... eu dei um soco nele... e ele caiu? – Perguntou assustado com o que ele mesmo fez.
- Obrigada por me defender. – Gostava cada vez mais do seu protegido – Agora vamos! Temos que ir!
- Espera! Ta ouvindo esse barulho? – Segurou Erica – Parece que é um terremoto!
- “Terremoto”? Você ta louco? São eles! Os que querem te matar! Temos que sair daqui! – Puxou ele outra vez.
Eles desceram toda a escadaria e atravessaram o corredor para chegar ao portão para sair do colégio. Ao chegarem ao portão, o porteiro tentou impedi-los, só que Erica colocou sua mão na direção deste o fazendo desmaiar.
Eles atravessam a porta da frente da escola, assim, saindo da área colegial.
- Para onde vamos? – Perguntou.
- Para minha casa! Você tem que se encontrar com o Fabio! Ele é peça-chave e pode te ajudar! – Explicou.
- Ok, então! – Pensava desconfiado de Fabio – O barulho! O tremor está ficando cada vez mais alto!
- Eles vão nos alcançar! – Erica disse desesperada.
- “Eles” quem? – Perguntava aflito.
- Já tentou olhar para trás? – Perguntou debochando de sua pergunta.
- O que?! O que é isso? – Perguntou mais uma vez.
- São guardas de Salquetren! Os tais ogros! Eles já devem ter aparecido em alguma mensagem sua! – Respondeu.
- Os ogros da luta de Salquetren e Nian? - Perguntou já sabendo a resposta.
Erica só fez que sim com a cabeça.
“Eles estão atrás de mim? Por que será?” – Pensava – “Tenho certeza que a Erica sabe demais sobre isso! Se eu fugir dessa, juro que nunca mais reclamo de ir pro colégio!”
- Não vamos conseguir escapar deles! Teremos que enfrentar essas coisas! – Parou, botando a mão na frente do Lucas, também o parando.
- O que?! Você ta louca? – Perguntou, tremendas as pernas.
- “Louca”? Você sabe com quem ta falando? Eu sou Erica! A sua proteção! – Erica mira suas mãos em direção aos ogros – Requelim!
- Re... O que?! – Olhou atentamente para os ogros. Eram muito parecidos com o ogro da mensagem. Voltou a olhar para Erica.
Os ogros foram paralisados. Erica estava suando muito, estava difícil para ela aguentar três ogros ao mesmo tempo.
- Lucas! Fala Raio-Laser! – Gritou.
- Por quê?
- Só fala! – Ordenou.
- Er... Raio-laser! – Gritou fazendo com que um raio saísse de seus olhos.
O raio pegou na testa do ogro. Esse caiu no chão. Lucas conseguiu desfazer o raio. Ele se assustou e tocou seus olhos. Estavam normais. Não acreditou que tinha esse poder, ainda mais, aqueles dos super-heróis.
- O quê que eu fiz? Eu soltei um raio? Mas como? – Perguntou a Erica.
- Eu não estou conseguindo aguentar mais! Ajuda aí, Lucas! – Gritava sentindo dor nos braços – Lança o raio, agora!
- Ok! Raio-laser!
Esse raio foi lançado em direção do braço do ogro e esse soltou seu machado que ele carregava. Erica não conseguia aguentar o outro e caiu no chão sem forças. O ogro corre na direção de Lucas.
Lucas estava tentando mirar para com que o raio pegasse na cabeça, mas o outro ogro que havia o braço direito machucado, pega o machado com o outro esquerdo e faz alguns cortes nas costas de Lucas.
Lucas começou a cuspir sangue.