Erick e Henry haviam adormecido quando Valerie deu um gemido de desconforto. Henry deu um pulo de preocupação.

-Valerie?! Valerie tudo bem?—perguntou Henry.

-Henry? O que você está fazendo aqui?—perguntou Valerie, e olhou para o Erick que havia acabado de acordar. —Erick?

-Valerie você quebrou algo enquanto andava até aqui?—perguntou imediatamente Erick.

-Não, só fiquei cansada e deitei, mas o que vocês estão fazendo aqui?—perguntou Valerie.

Erick pegou Valerie no colo e disse:

-Depois responderemos as suas perguntas. Mas agora você vai me ouvir Valerie, que imprudência é essa a sua? Por que você fez isso?

-Por nada, só queria ter um tempo para pensar. —disse Valerie.

-Sua mãe disse que você tinha passado ontem o dia inteirinho sem comer nada, nem beber. —Erick exagerou. —Por que Valerie?

-Porque estava sem vontade. —disse Valerie, as respostas dela estava sendo curtas e incompletas, mas Erick sabia que era por causa de Henry então não pressionou Valerie.

-Valerie você esta prejudicando o bebê. —disse Erick.

Valerie ficou com a cabeça baixa.

Eles chegaram à cabana da vó de Valerie, colocaram Valerie na cama da vó dela.

-Eu vou avisar para mãe dela que a encontramos, e vou ficar por lá já, fique aqui com ela, e converse com ela. —disse Erick para Henry quando eles estavam  na sala.

Erick saiu e Henry foi até o quarto, onde Valerie estava chorando. Quando Valerie viu que Henry estava ali limpou logo as lágrimas.

-Você não pode ficar prejudicando o bebê e você ao mesmo tempo Valerie. —disse Henry.

-E desde quando você se importa?—perguntou Valerie.

-Você está enganada Valerie, eu me importo sim.

-Ah, e o que aconteceu com tudo aquilo que você me disse, eu sei que é verdade tudo que você me disse, mas dói ouvir você dizendo isso pra mim, logo você que eu gosto tanto. —disse Valerie.

-Não tinha nada de verdade naquilo Valerie era só mentiras e crueldade. —disse Henry.

-Não, você estava certo eu sou uma egoísta, eu só sei viver com o seu sofrimento.

Henry deu um abraço forte em Valerie e disse:

-Valerie, me desculpe, eu só falei aquelas coisas porque a raiva não deixou eu pensar. Eu sinto muito. Você não deve se preocupar se esta me ferindo ou não, eu que escolhi sofrer pelo seu amor, agora eu tenho que agüentar.

-Não Henry, eu que tenho que pedir desculpas, eu que sou culpada de tudo. —disse Valerie

-Shiiiiu! Vamos fazer o seguinte então, vamos nós dois nos perdoar, ok? E vamos prometer nunca mais deixar que a raiva atrapalhe a nossa amizade, está bom assim?—perguntou Henry.

Henry tinha tirado os braços de Valerie. Mas Valerie começou a chorar de novo.

-Eu não mereço a sua amizade Henry. Eu sou cruel, eu sou egoísta, e você...

-Eu sou mais cruel ainda, eu não tenho noção das coisas. Eu que não mereço a sua amizade. —Henry disse isso e logo abraçou Valerie tentando tranqüilizá-la.—Vamos fazer assim: esquecer tudo o que aconteceu entre nós e vamos seguir em frente, ok?

Valerie acentiu contra o peito de Henry e chorou mais.

-Ei! Eu não disse para esquecer tudo?—Henry perguntou Valerie somente acentiu. —então por que você ainda está chorando?

-Esse lugar me traz lembrança de quando minha vó ainda estava viva e de quando meu pai ainda era meu pai, e ele vivia me carregando nas suas costas, correndo de um lado para o outro, minha avó brigando com ele porque ele iria quebrar algo como sempre. E Luce só dando risadas e cantarolando alguma cantiga na poltrona. Era a época mais feliz da minha vida e eu não sabia.

-Valerie essas lembranças vão está para sempre com você, mas você tem que se lembrar que apesar de você ter perdido pessoas que você amava você tem outras, e vai ganhar mais uma. —disse Henry colocando a mão dele na barriga de Valerie, que no mesmo instante gemeu de fome. Henry riu com aquilo, e Valerie ficou vermelha de constrangimento. —Vou fazer algo para comer, sua avó sempre guardava mantimentos que eu sei.

-Não precisa Henry.

-Você não esta com nenhum direito de decidir o que eu devo ou não fazer, então fique quietinha e me diga o que você quer comer. —disse Henry.

-É pra eu fala ou ficar quietinha?—Valerie riu.

-Pra falar e depois sossegar no seu canto e descansar.

-Eu quero qualquer coisa comível.

-Não existe qualquer coisa. —disse Henry.

-Nossa você é chato, hein? Eu quero uma sopa, só isso.—disse Valerie mais contente com a reconciliação dos dois.

Henry foi para a cozinha, Valerie foi atrás.

-O que você está fazendo aqui Valerie? Vai deitar, vai.

-Eu quero ficar aqui te vendo cozinhar algum problema?

-Não. —Henry se deu por vencido.

-Na verdade eu quero saber como vocês me acharam?—perguntou Valerie.

-Nós ficamos procurando você pela floresta inteira já que você conhece cada canto da floresta. Agora por que você foi para lá? —perguntou Henry.

-Porque eu queria ficar longe de você para que você não sofresse.

-Valerie eu já disse a você que eu vou sofrer mais ainda se você for embora. E eu não quero ficar sem você.

Valerie olhou para o chão e disse:

-Eu sempre preocupo você, não é mesmo?

-Muito, mas isso não é a sua culpa, é mais um instinto seu. —brincou Henry.

Valerie deu um riso fraco, mas que mostrava que ela gostara da idéia.

Henry virou para o fogão para fazer a sopa. Ele ficara pensando: “o que será que aconteceria se tudo fosse diferente, se Valerie não gostasse de mim nem como amigo? Eu nunca havia pensado nisso. Eu devo ficar feliz que ela goste de mim, ainda que seja como amigo já está de bom tamanho para mim, não posso ficar irritado por ela se apaixonar por um imprestável que é  Peter, mas fazer o que? Não podemos mudar o destino das coisas.”

A sopa ficou pronta.

-Pronto Valerie, coma bastante e beba bastante água já que você ficou o dia inteiro sem comer.

Valerie comeu, e viu que Henry era um bom cozinheiro.

-Já pode casar Henry. —Valerie brincou, os dois riram como bons e velhos amigos.