Talking to the Moon

Edward PDV

“Querida Bella,

Faz quanto tempo mesmo? Nem me lembro mais.

Será que você ainda se lembra de mim? Já faz tantos anos...

Sabe, às vezes nos dias de hoje, me pego pensando em você... Em nós dois, e tento entender o que deu errado.

Vivo procurando essa simples resposta, e acho que no fundo sei qual é, mas apenas não quero me lembrar.

Você deve estar se perguntando o porquê de eu estar escrevendo esta carta à você. Sei que você falou para que eu nunca mais te procurasse, ou escrevesse, mas isso já não é mais possível.

Peço que me desculpe por estar escrevendo, mas eu simplesmente não podia mais ficar aqui, sofrendo calado, sem poder falar o que realmente sinto.

Bella, já não suporto mais ficar sem você! Nunca suportei.

Todas as noites, quando chego em casa, me sinto tão sozinho.

Quando você estava aqui comigo, era uma alegria chegar em casa, encontrar você, te beijar, te abraçar... E agora tudo o que restou foi o vazio.

Quando você se foi, levou junto com você toda a minha alegria, todo o meu amor. Amor que pertenceu apenas a você.

Já cheguei a te procurar por diversas vezes. Te achei, mas nunca tomei coragem suficiente para te encarar novamente e dizer tudo o que te digo aqui.

Sua falta me faz tão mal. Me afastei de minha família, de meus amigos, de tudo.

Perdi a fome, perdi a vontade de me divertir, perdi a vontade de viver.

A única coisa que me conforta é poder chegar em casa, ir até a janela do meu quarto e olhar a lua. Pedir-lhe que traga você de volta pra mim. Imaginar que, enquanto falo com ela, você está do outro lado, não muito longe de mim, me escutando, falando comigo também e assim me confortando. Eu sei, é loucura, mas é assim que me sinto mais vivo, imaginando que você de alguma forma me escuta quando falo.

Sei que eu fiz você sofrer no passado, e peço que me perdoe por isso.

Eu te amo demais para te perder novamente!

Sei que sou um tolo por escrever esta carta sabendo que você talvez nem a leia, mas eu não podia mais guardar isso comigo.

Espero que um dia me perdoe por tudo o que lhe fiz.

Do que te ama muito,

Edward Cullen

Terminei de escrever a carta, enderecei-a e enviei. Eu sabia que havia uma grande chance dela nem abrir a minha carta, mas eu precisava dizer a ela, ela precisava saber que eu a amava.

Passaram-se semanas desde que eu havia mandado a carta. Eu não havia recebido resposta alguma ainda, mas mesmo assim, me sentia bem, tranquilo.

Fiquei no plantão médico durante aquela noite. Fui para casa durante a tarde. Estava exausto.

Cheguei no prédio, o porteiro como de costume me entregou as minhas correspondências, e então fui para o apartamento.

Sentei no sofá para almoçar, enquanto via as correspondências.

Luz, água, contas, contas e mais contas e... Uma carta diferente.

Olhei o envelope com o meu endereço, virei-o, e no verso, a letra que eu tanto ansiava ver, com aquela caligrafia perfeita delicada que dizia: “Para Edward Cullen”.

Não perdi tempo, abri o envelope. Então quer dizer que ela havia lido a carta!

Retirei o delicado papel em lilás do envelope, desdobrei-o e finalmente comecei a ler.

“Querido Edward,

Realmente, fazem muitos anos, mas o tempo, realmente não me importa.

O que realmente importa é que, eu, Edward, nunca te esqueci.

Por mais que eu me obrigasse, por mais que eu tentava, meu coração se rejeitava.

Não importa o que aconteceu entre nós antes. O que importa é o que vem agora.

Todas as noites, sozinha em meu quarto, olho o céu estrelado, a bela lua que se forma no céu e sei que você está do outro lado dela, e você pode ter certeza de que estou aqui, sempre esperando por você.

Não há o que perdoar, há apenas o que viver.

Esqueça o passado, assim como eu faço agora. E sempre que precisar olhe para a lua, eu estarei lá para você.

Espero que nos reencontremos em breve.

Te amo de todas as formas e maneiras possíveis e para a minha vida toda.

Da sempre sua,

Isabella Marie Swan.”

PDV Narrador

Naquela noite, após ler a carta, Edward se sentiu vivo, sentiu que voltou a amar. Na verdade nunca havia deixado de amar, apenas adormecera este sentimento.

Foi dormir sabendo que em breve veria novamente seu grande amor. E antes, deu uma ultima olhada para a lua, e agradeceu a ela silenciosamente por ter finalmente conseguido reencontrar o amor de sua vida.

Fim