-Como uma deusa... Você... – Cantava o Gustav sentado na mesa do refeitório.

-CALA A BOCA! – Gritei irritada.

-Você esta irritadinha é? – Ele cutucou-me.

-Claro! Você fica cantando essa música irritante! – Belisquei-o.

-Parem de brigar feito crianças. Vocês já são adolescentes sabiam? – Disse Sam.

-Mas foi ela quem começou. – Gustav apontou para mim.

-Mentiroso! – Dei um tapa nele.

-É! Parece que eu estava errada, vocês ainda são crianças. – Sussurrou Sam. – Mas mudando de assunto... Com quem vocês vão ao Baile deste ano? – Sam sorriu para Georg.

-Eu vou com a Jéssica. – Disse Gustav com uma cara de bobo, aliás, ele já é bobo.

-Quem é Jéssica? – Georg ficou curioso.

-Uma garota da minha sala. Ela é simplesmente linda! – Ele voltou a fazer aquela cara de bobo.

-Gustav! – Gritei. – Sua mãe já deve ter mencionado que ameaçar uma garota a ir ao Baile com você é feio! – Eu disse com uma voz indignada.

-Eu não ameacei ninguém a ir ao Baile comigo. Eu somente a convidei e ela aceitou. – Ele fez uma cara tipo: Você é retardada ou o que?

-Aham... Sei! – Fiz uma cara tipo: vou fingir que eu acredito.

-Oi pessoal! – Bill falou com todos ali presentes na mesa.

-Oi! – Todos nós respondemos.

-Liz, eu posso falar com você? – Ele colocou a mãe na nuca.

-Sim. – Levantei-me. – Eu já volto. – Falei com Sam e os pestinhas.

Bill e eu andamos um pouco, para que eles não ouvissem o que ele tinha a dizer.

-Então o que você quer falar comigo? – Perguntei curiosa.

-Bom eu quero...

-Desculpe-me atrapalhar a conversa de vocês, mas eu preciso falar com você Liz. – Um Nerd apareceu do nada, interrompendo o Bill. – Liz você quer ir ao Baile deste ano comigo. – O Nerd me olhou ansioso por uma resposta.

Naquele momento eu fiquei assustada. Tipo um Nerd feio pra caramba, te convida para ir ao Baile da sua escola e você não sabe o que dizer.

Pensei um pouco e conclui que eu deveria aceitar.

Tipo... Se eu não aceitar esse convite, eu não terei ninguém com quem ir ao Baile.

Pense comigo. O Georg vai com a Sam, se depender de mim. O Gustav vai com aquela garota chamada... Jéssica. E o Bill... Bom ele deve convidar a garota que ele ama.

Não me resta opções. Eu vou aceitar!

-Então você quer ir ao Baile comigo. – Ele voltou a me perguntar.

-Erm... Sim eu vou ao Baile com você! – Sorri forçadamente.

-Isso não é uma pegadinha, né? – O Nerd desconfiou.

-Não. Eu vou ao Baile com você! – Sorri sem ânimo.

-Não acredito! Eu vou ao Baile com uma garota. – Não imagina, eu sou um traveco. – Eu tenho que contar isso para os meus amigos! – Ele comemorou e saiu correndo.

Mas contar para que amigos? Ah... Os outros lesados.

Olhei para o Bill e... Ele parecia triste? Mas por que?

-Então o que você queria falar comigo? – Olhei para ele.

-Nada... – Ele desviou-se do meu olhar.

-Bill... Fala logo! – Comecei a fazer cócegas nele.

-Tudo bem eu falo! – Ele ria. – É que eu queria saber... Se você quer que eu te ensine a jogar vídeo game.

-Obrigada, mas eu não quero mais ser humilhada por você. – Sorri.

-Não... Eu não quero te humilhar. – Ele falou sério. – Eu quero te ensinar, para que você não seja mais humilhada. – Ele sorriu.

-Ok! Depois nós combinamos um dia para você me ensinar. Mas agora eu tenho que voltar para a mesa, aliás, eu ainda não comi nada.

-Tudo bem. – Ele sorriu.

Então o Bill voltou para a mesa onde estavam o Tom e a Nicky e eu voltei para a mesa onde estavam os pestinhas e a Sam.

-O que ele queria? – Perguntou-me Gustav.

-Me ajudar com o vídeo game. – Sentei-me.

-Ajudar com o vídeo game? Sei... – Gustav fez uma cara tipo: me engana que eu gosto.

-Mas te ajudar com vídeo game, por que? – Perguntou Georg.

-Porque eu sou péssima no vídeo game. Então ele vai me ensinar algumas táticas para eu melhorar.

-Péssima? É pouco para você! – Disse Sam. – Você é horrível! – Ela gargalhou.

-Isso é verdade? – Georg olhou para Sam que quase não conseguia respirar, de tanto rir.

-Até o meu gato é melhor que ela! – Disse Sam e todos gargalharam.

-Só tem um problema Sam... Você não tem gato! – Gritei.

-Por isso mesmo. – Ela falou séria. – Mesmo ele não existindo, ele continua sendo melhor que você. – Ela continuou a gargalhar.

-Hahaha... Estou morrendo de rir. – Fiz uma cara de deboche e comi o pedaço de bolo que eu tinha comprado.

O sinal do fim do intervalo bateu, e fomos então para a sala.

As aulas até que não foram chatas. Os professores passaram uma atividade qualquer para fazermos, enquanto eles corrigiam provas de outras salas.

Mas algo me chamou a atenção nas aulas. O Bill parecia triste... Será que era por que a garota que ele gosta, recusou o convite dele para ir ao Baile? Hum... Deve ser isso!

Após as aulas eu e os pestinhas fomos para a casa da bruxa.

Só de pensar que eu teria que passar uma noite na mesma casa que aquela bruxa do 71 mora, eu sinto arrepios.

No caminho ficamos calados. Mas quando chego em frente à casa da bruxa eu tropecei em... UM GATO MORTO?

-Ah...! – Gritei pulando em cima do Georg que caiu no chão.

-O que houve? – Perguntou o Gustav assustado.

-Eu tropecei em um gato morto! – Apontei para o gato.

-Isso não é um gato de verdade. – Sorriu Gustav. – É só o gatinho de pelúcia da filha da amiga da nossa mãe. É que o cachorro de outra amiga da nossa mãe rasgou o gatinho dela.

-É! – Resmungou o Georg. – Agora sai de cima de mim! – Ele me empurrou.

Entramos na casa e estava tudo em um silêncio absoluto.

-Ué! Cadê a mãe de vocês? – Perguntei.

-Foi visitar a nossa avó que esta doente, junto com o papai. – Disse Georg.

-É... – Concordou Gustav.

-Então quer dizer que nós estamos sozinhos! – Sorri maleficamente.

-Sim! – Disse Georg com um olhar também maléfico.

-O que vocês vão fazer? – Preocupou-se Gustav.

-Ah... Sei lá! Comer besteiras, assistir filme... – Sentei-me no sofá. – Vamos aproveitar que a Bruxa da mãe de vocês esta fora.

-Não chame a nossa mãe de Bruxa! – Resmungou o Gustav.

-Tudo bem! Eu não chamo a sua mãe de Bruxa! – Eu disse.

-Então... Eu gostei da ideia! Vamos assistir um filme. – Animou-se o Georg.

-Mas qual? – Questionou Gustav.

-O Massacre da Serra Elétrica! – Georg segurou o Filme.

-Não! – Gritei.

-Por que não? – Questionou Georg.

-Porque... Porque... Porque nem é de terror! Eu já assisti e é idiota! – Sorri. – O Cara que classificou isso como terror, deveria ser processado! – Tentei disfarçar o meu medo.

-Se você diz... – Gustav pegou o filme das mãos de Georg e guardou.

-Então o que nós vamos fazer! – Emburrou-se o Georg.

-Vamos jogar Banco Imobiliário! – Não acredito que eu sugeri isso.

-Beleza! – Disseram os dois.

Subimos para o quarto deles e começamos a jogar.

O problema é que eu sou péssima em jogos, então quando os dois se distraiam, eu roubava dinheiro no banco. Ah... O que foi? Quem nunca roubou dinheiro no Banco Imobiliário?

Depois de horas jogando Banco Imobiliário, Gustav estava cansado, então ele escovou os dentes e foi dormir.

Georg aproveitou que o Gustav estava dormindo, e então me puxou para fora do quarto.

-Liz... Eu preciso que você me ajude! – Ele empurrou-me contra a parede.

-Te ajudar com o que?

-Bom... – Ele soltou-me. – Eu gosto da Sam e queria convida-la para ir ao Baile da escola, comigo. Porém, eu tenho medo que ela recuse o meu pedido. E então você precisa me ajudar! – Tipo: o que?

-Nossa... E eu pensando que iria ser difícil ajudar a Sam.

-O que você disse? – Ele perguntou.

-Georg... A Sam gosta de você!

-Ela gosta de mim? – Ele andou em círculos.

-Sim! – Fiz uma cara tipo: será que não era óbvio?

-Então quer dizer que... – Ele colocou a mãe no queixo.

-Quer dizer que vocês dois se amam. Então você pode convida-la sem medo. – Ele sorriu. – Mas agora eu vou dormir! Boa noite.

Deixei-o comemorando e fui dormir.