Rony encontrou Carlinhos, como sempre fazia, nas colinas.

-Bom dia – disse Carlinhos – Pensei que você não acordava mais.

-Eu já estava acordado – respondeu Rony emburrado – Só demorei pra tomar café.

-Ah sim – disse Carlinhos vendo os olhos vermelhos de Rony. Mas achou melhor não perguntar. – Hoje você terá uma tarefa difícil.

-Qual?

-Terá que me trazer um corno de um dragão.

-Ok – disse Rony desanimado – Qual deles?

Carlinhos deu um sorriso malicioso.

-O Rabo Córneo-Hungaro.

-O QUE? – gritou Rony. – Esta brincando né?

-Não estou não. Todos os iniciantes passam por essa tarefa.

-Você vai mesmo fazer seu irmão subir naquela colina e tirar um corno do dragão sem consentimento dele?

-Vou – respondeu Carlinhos – Aqui nos somos companheiros Ronald.

Rony apanhou a mochila com os instrumentos necessários e se dirigiu a colina emburrado.

-Você me paga Carlinhos.

Rony subia a colina com a mochila nas costas sem olhar pra baixo. Ouvia o rugido do dragão de longe, mas a raiva que ele sentia do irmão era tanta que ele queria mesmo era subir lá e provar que ele era capaz.

-Carlinhos me paga – dizia Rony sozinho – Ele vai ver. Se eu me queimar, mamãe o mata.

Rony subia furioso, mas o dragão parecia ainda mais furioso do que ele.

-Para de rugir – gritou Rony – Parece que quer chamar atenção.

Já no topo da colina, Rony olhou ao redor e não viu nada. Parecia que o dragão tinha ouvido ele.

-É isso ai – disse ele cheio de si – Obedeça ao Herdeiro.

Nessa hora, um rabo enorme cheio de cornos de bronze bateu ao lado de Rony, fazendo o rapaz ficar pendurado no topo da colina.

Rony falava pra si mesmo:

“Não olhe pra baixo, não olhe pra baixo...”.

Mas foi inevitável. Quando Rony se virou, deparou com a altura em que ele estava. Não via nada lá embaixo. Um medo horrendo começou a possuir seu corpo. Rony sentia as pernas bambas como se fosse soltar de seu corpo e cair.

O dragão veio em sua direção. Soltou uma rajada de fogo na direção de Rony. O rapaz abaixou a cabeça.

Uma imagem breve de Harry no Torneio Tribruxo passou pela sua mente.

-É isso! – disse ele.

Rony tirou a varinha do bolso.

-Accio Firebolt!

Enquanto tentava subir de novo, ouviu o barulho da vassoura vindo em sua direção.

O Rabo Córneo-Hungaro vinha furioso ate Rony. Dava passos tão fortes, que algumas pedras caiam na imensidão embaixo dos pés de Rony.

-Vem logo – disse Rony baixinho.

O dragão estava ainda mais perto.

-Sai pra lá – gritou Rony – Eu não tenho medo de você!

O dragão o olhou furioso e soltou mais uma rajada de fogo na direção do garoto.

Quando parou, Rony havia sumido.

O dragão se dirigiu ate a caverna para voltar ao sono que Rony havia atrapalhado.

Antes que se se deitar, Rony surgiu em meio às arvores, sentado em sua vassoura e voando sobre a cabeça do dragão o deixando tonto.

-Seu dragão idiota. – disse Rony agora parado - Locomoto Mortis.

O dragão caiu pesado no chão fazendo a colina tremer e algumas pedras rolarem penhasco a baixo.

-Beleza – disse Rony – Agora se me der licença...

Rony desceu da vassoura e apontou a varinha para o rabo do dragão. Os olhos amarelos do Rabo-Corneo seguiam Rony, temendo o que o jovem ia fazer.

Lentamente, um corno do rabo do dragão ia saindo. Rony fazia tudo com muita concentração.

Quando terminou, pegou o corno na mão e depois o guardou no bolso.

-Relaxa – disse ele ao dragão. – Daqui a alguns minutos você volta. Valeu. – disse Rony subindo na vassoura e descendo a colina em uma velocidade incrível.

-Finalmente – gritou Carlinhos ao ver Rony – pensei que tinha morrido. – ele e alguns amigos sorriram.

Rony desceu furioso da vassoura e se dirigiu ao irmão.

-Você – disse ele entregando o corno ao irmão e o empurrando contra a parede. – é um completo idiota. Quase morri lá em cima por causa dessa porcaria. Espero que você engula isso e que sofra muito quando sair.

Rony largou o irmão e foi para a sala do Mestre de poções de dragão.