O Filho Amaldiçoado: 1. A Busca escrita por luana08jackson


Capítulo 23
O caixão




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Cap. 23 – O caixão

Quando acordou, novamente Luke não estava a seu lado. Tirou lentamente o lençol de algodão de cima de si. O sol batia na janela do enorme quarto e refletia em dourado por todo lado sendo refletido pelos móveis de mesma cor. Os olhos cinza de Annabeth ardiam com tanta luz .

O sol aquecia seu corpo e tocava seu rosto e por um instante quando ela esfregou o rosto levemente no travesseiro quente pensou se tinha mesmo que levantar. A cama parecia chamá-la, não deixando que ela saísse.

Annabeth por fim desistiu de acordar e puxou novamente o lençol pelo corpo, subindo até o pescoço e acolhendo-se em concha e fechando os olhos. Segundos depois, já voltara a dormir.

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Em seu sonho tudo era escuro, era como se estivesse no espaço mas sem as estrelas. Annabeth não conseguia ver nem mesmo suas próprias mãos. O lugar, seja lá onde fosse parecia infinito e não tinha como saber até onde ia.

Um clarão fez seus olhos arderem; um ponto de luz vinha em sua direção – ou seria ela que ia até ele? Annabeth batia os braços desesperadamente tentando se afastar, mas parecia que a cada braçada não a ajudava a sair do lugar, a luz continuava a vir atrás dela, rapidamente. Até chegar próximo suficiente para poder ser reconhecido.

O caixão podia ter uns três metros de largura, grande demais para qualquer corpo humano que já existiu. Esculpido em ouro a sua volta cenas de tortura tão realísticas que chegava a doer, mostravam mortais sofrendo nos campos de punição do mundo inferior em um dourado da mesma cor do quarto de Annabeth, da mesma cor dos olhos de Cronos.

O caixão se abriu vagarosamente, uma névoa saiu de dentro, não qualquer névoa, a Névoa. E ao invés do corpo de Luke estar lá como da última vez, um garoto ocupava seu lugar. Ao se acostumar com a luz Annabeth conseguiu analisar em pouco mais o garoto.

Devia ter uns 6 anos, mas um pouco alto para a idade. Os cabelos negros estavam um pouco descuidados e caiam sobre os olhos, estes fechados, adormecidos. O rosto pálido e calmo com traços perfeitos, pareciam desenhados por um artista em busca da perfeição.

Em comparação ao tamanho do caixão o garoto era minúsculo, insignificante, mas ao mesmo tempo parecia que ele fora feito para o menino. Por um instante Annabeth teve dó do pequeno, parecia tão indefeso perto da imensidão do caixão e da escuridão que os cercava.

A filha de Atena conseguiu “nadar” no meio do nada para perto do retângulo dourado e se apoiou na parede di mesmo se jogando por cima do garotinho para tirá-lo de lá.

Foi quando ele abriu os olhos.

Onde deveria estar a parte branca do olho um negro tão escuro quanto o lugar onde estavam dominava. Annabeth gritou, e tentou, desesperada, se afastar mas seu corpo não respondia. O corpo do garotinho se retesou e ele sentou na “cama”, o rosto jovem não tinha nada de infantil, mas sim uma expressão sinistra e séria de mais para um garoto de 6 anos.

Pouco a pouco o negro dos olhos foi se dissipando e o brabco surgindo por baixo, revelando o olho-multicolorido, a íris em si era uma mistura perfeita de azul e cinza, como se fossem completos juntos, mas quando ele olhou para o lado, analisando o caixão os olhos mudaram de cor, igual hologramas, e se tornaram dourados.

O menino encarou uma Annabeth paralisada de medo e tentou entender o motivo dela estar assim. Inclinou a cabeça como uma criança perguntando “falta muito?” durante uma viagem e com uma interrogação no rosto perguntou:

‒ Por que está com medo? ‒ inocente

Aanabeth tentou responder mas sua voz ainda não saía. O garoto pareceu chateado por ser ignorado:

‒ Por que está com medo?! ‒ elevou a voz.

Annabeth continuou sem responder.

‒ Responda! Por que está com medo?! ‒ ele gritou, exaltado. Seus olhos foram perdendo a cor e retornando ao preto, a pele se tornou mais pálida do que já estava; em segundos aparentava ter perdido quilos. A boca começou a tremer e se abriu revelando os dentes pontiagudos.

‒ Por que. Você. Está. Com. Medo?!! ‒ o garoto de seis anos que mais parecia um monstro explodiu. Tirando as mãos do lado do corpo e levando suas garras ao rosto deformado de pavor de Annabeth.

Finalmente ela conseguiu gritar.

O sol ainda atravessava a janela e esquantava o cômodo, a cama e o travesseiro da garota. A porta estava fechada, ainda trancada. Não havia escuridão, não havia caixão, não havia garoto mas o dourado do quarto lembrava o dos olhos do menino.

Annabeth se encolheu novamente debaixo das cobertas tentando esquecer-se dos olhos penetrantes do garoto. Sem sucesso.


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Notas finais do capítulo

Sem desculpas, estava com muita preguiça de digitar.