Tempos assim escrita por kamis-Campos


Capítulo 1
Capítulo 1 - A carta


Notas iniciais do capítulo

Nesse primeir capitulo fiz algumas mudanças nesse ramo de contratação? A solicitação é feita por carta, pode ser antigo, mas é super-muita haver com a fic!
Então, na carta diz que ela já é contratada, mas pra maiores informações, vão acontecer várias coisas para a Leah ser admitida no emprego, ok? Faz parte do roteiro e do suspense e romance da trama. Então, espero que gostem.



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Ainda estava paralisada quando o Seth chegou em casa e me encarou com uma cara do tipo: Já tomou o seu remédio hoje? Estava com a carta do jornal Delacour de Nova Iorque em mãos, sem coragem para abri-la.

Há dois meses olhei em um site que o maior e mais It jornal de Nova Iorque, dos Estados Unidos havia disponibilizado três vagas para assistentes de editores e que os mesmos seriam escolhidos pelos próprios donos do jornal. É claro, que não pensei duas vezes e mandei meu currículo pra lá.

Apesar, de ter feito faculdade de jornalismo e letras nesses anos que se passaram e agradeço muito o Carlisle por ter me ajudado a conseguir uma bolsa em Harvard, apesar de ser capacitada pra isso, eu não sei se sou a melhor, se fui qualificada pra esse emprego. O salário é razoável, dá pra mim estabelecer por lá, e isso é bom.

Só que... Bem, eu ainda não contei a ninguém. Eles podem reagir mal isso, mas não voltarei atrás. Sempre foi meu sonho me vê saindo de La Push, vencendo na vida, mas algo me pregou aqui. A minha transformação.

Agora, mais que nunca eu tenho a chance de recomeçar uma nova vida, e se tudo dê certo, eu vou me mudar pra Nova Iorque e lá vou seguir adiante. Eu vou tentar esquecer meu passado, só deixando a minha mãe e meu irmão de lembrança, porque os outros... Eu acho que eles não ligam pra mim. Acham que eu sou uma aporrinhação.

A hora é agora. Se algo dê errado e eu não for escolhida, vou dá um jeito de seguir minha vida, mas não aqui, em La Push. Sim, em outro lugar.

- Leah, você está bem? – Seth perguntou se aproximando de mim.

Eu mandei ele se calar e respirei fundo, o coração acelerado, a mente inquieta, os nervos a flor da pele, eu estava uma bomba relógio, quase para explodir.

Com as mãos tremendo de nervoso abri o envelope e li o pequeno texto.

Srtª Leah Clearwater,

Parabéns! Seja bem vinda a nossa empresa. A Srtª foi admitida, esperamos que traga desenvolvimento a esse jornal e que se sinta em casa.

Compareça no dia 09 desse mês, ás 08 horas da manhã em nosso prédio. Seja pontual e boa sorte.

Atenciosamente,

                            A diretoria Delacour

Eu não tinha reação. Então, o que eu pude fazer? Comecei a pular e a gritar de alegria. Dei um beijo estalado na bochecha do Seth que estava sem entender. Ele pegou a carta da minha mão e começou a ler.

- O que? – ele jogou a carta furiosamente de lado. – Você não nos contou nada.

Parei em sua frente e coloquei minhas mãos na cintura.

- Eu sabia que vocês não iriam deixar. – dei de ombros.

- E não vamos mesmo.

- Seth, essa é minha chance. – disse decidida. Ele revirou os olhos. – Eu não quero ficar nessa vida de loba miserável, eu não quero viver minha vida toda como uma mal-amada, que todos não gostam e que querem distância. – ele ficou com uma expressão triste. E em tom mais baixo eu disse. – Ninguém consegue viver assim, é demais.

- Mas, Leah...

- Mas, nada Seth. – murmurei indo para o meu quarto. – Eu vou e pronto.

Iria para Nova Iorque na semana que vem, então ainda tinha tempo pra preparar tudo. Vesti uma calça e minha jaqueta, eu não iria ao banco de short de algodão. Iria para tirar um dinheiro pra me virar por lá, até ganhar meu primeiro salário.

Eu me fiz uma promessa, que se eu tivesse a chance de sair dessa vida de tanta amargura, se eu tivesse um pequeno fio de esperança de saída, o pegaria com unhas e dentes. Não suportaria mais nenhum ano na cabeça do Sam, já que ele decidiu se aposentar de alfa e se juntar a Jacob, tentei convencê-lo a recusar aquele que tanto eu fugi só que ele não me deu ouvidos e, o pior, me chamou de fresca e egoísta. Ótimo, se é assim, eu tenho a oportunidade perfeita de me mandar dessa tortura.

Ouvir e sentir os pensamentos de Sam todos os dias, é algo insuportável de agüentar. Vê em sua mente todo o seu amor por Emily e vê que ele não está nada contente por ter que conviver comigo de novo, vê em sua mente que ele me prefere morta, é de dá ódio. Choro todas às vezes quando o imagino junto dela, quando o vejo pensando coisas desse tipo de mim. Ugh!

Desci a escada as pressas e o Seth ainda continuava ali, emburrado com os braços cruzados sobre o peito. Ele estava no sofá com os pés na mesinha de centro.

- Ei, qual é! – ele me encarou cabisbaixo. E ali vi uma verdade, ele estava sendo sincero e isso é algo de se espantar. Alguém querendo que eu fique? É algo que não esperava. – Você quer mesmo que eu fique? – disse erguendo uma sobrancelha. Seria uma piada?

- Sim. – ele me abraçou, e de um modo estranho, eu me senti feliz e bem amada, só com minha família eu me sinto assim, às vezes. - Leah, eu não quero que vá.

- Mas, eu preciso ir. La Push já ficou pequena demais pra mim. – me afastei para analisar seu rosto, tinha um misto de tristeza com decepção. – Não que eu não ame você e a mamãe, é só que... – me afastei e fitei a janela. Lá fora uma garoa caia fina e quase imperceptível. Seus pingos pareciam se camuflarem no ar. – Que já deu pra mim. Eu preciso tocar minha vida, tentar construir algo produtivo, tentar refazer minha vida.

- É por causa dele, não é? – murmurou com os dentes cerrados. Virei-me para encará-lo. Tinha fúria e inquietação em seu rosto, misturando-se a uma dor que nunca vi. – Por causa do Sam que você vai embora.

- Mais ou menos.

- Mais ou menos?

- Em parte é por causa dele, mas a outra é o que te falei... – dei um sorriso torto. – La Push não é mais meu lugar.

Ele levantou a cabeça com as sobrancelhas unidas.

Eu tinha razão. La Push não é mais meu lugar, já foi... Um dia. Esse dia ficou pra trás há muitos anos e eu só estava esperando uma oportunidade dessas pra colocar minhas coisas na mala e me mandar. Essa pequena aldeia se tornou muito sufocante pra Leah Clearwater.

Ela precisa procurar outros lugares, achar novas aventuras e que nessa nova garota que ela está criando... Bom, não seja tão imatura, irresponsável e ingênua como foi um dia, espero que ela seja mais esperta, mais esperta do que o mundo. Desejo que ela aprenda com pequenos erros e se a reergue facilmente quando cai, desejo que ela abra os olhos e veja e aprenda com o perdão, que ela vive com o amor e a felicidade ao seu lado. Eu só desejo isso.

- Não fale isso, Leah. – ele brincou com o meu cabelo. – La Push foi sempre...

Eu sabia que ele iria começar aquele discurso motivador e persuasivo que ele fazia, mas eu não iria voltar atrás. Já tomei minha decisão e vou fazê-la valer à pena. Quem sabe, um dia eu volte a essa pequena aldeia, é quem sabe...

- Seth, isso foi um dia. – o interrompi me pondo de pé. – Agora, estou querendo só ser feliz novamente. – Sorri antes de ir. Fui até First Beach pegar um táxi.

Estava confusa. Não sabia bem o que encontrar em uma cidade grande, onde tudo é tão diferente, onde as coisas giram de modo, absolutamente, estranho. Seria um desafio que irei encontrar pela frente, eu teria que me acostumar, me adequar a esse novo estilo de vida, teria que aprender a viver em meio de tanta coisa.

Ainda mais que seria uma assistente de um (a) editor (a), minha rotina mudaria radicalmente. Em vez de ronda, ficar em casa de bobeira, noite da fogueira, praia, penhasco e, reuniões do conselho e do bando, eu terei que... Acordar cedo, ir pro trabalho, almoçar, voltar ao trabalho, ir para casa, jantar e dormir. Finais de semana?

Se não tiver muito trabalho pra fazer, arranjaria um tempo pra sair, jantar fora, ou talvez, encontrar um novo namorado. Pra alguém comum, seria a coisa mais chata que já se viu... Bom, seria entediante, mas pra mim eu estaria realizando um sonho, pra mim eu estaria sendo, pela primeira vez, normal.

Sem sanguessugas, sem transformações bizarras, sem híbridos esquisitos, sem vampiros italianos, sem nenhum tipo de loucura sobrenatural, só eu... Apenas, o mundo de humanos normais.

- Ei, Leah! – me virei pra vê quem me chamava. Quil e Claire, que devia ter já seu quatorze anos e, Embry e sua imprinting, que por sorte é da sua idade, a Jamie. É uma garota bonita e simpática, o Embry teve sorte, viam em minha direção de mãos dadas. Sorri e parei para esperá-los, só que por dentro estava desesperada por entrar naquele táxi. – Hoje a noite vai ter reunião do conselho. – disse Quil já na minha frente.

- Reunião do conselho? – sobressaltei. Eu não tinha noção de que hoje haveria uma reunião.

Eu sei muito bem que o Seth abriria aquela sua boca de sapo só pra me impedir de ir embora, ele sabia que só um Não do Jacob acabaria com os meus planos. Estou ferrada.

- Não te contaram? – perguntou Embry se aproximando. – Há novatos, eles se transformaram ontem de ontem. – ele deu um sorriso torto. – Sabe como é. Alguns amigos dos Cullen vieram dá uma visita e acabou que acontecendo.

Fiquei mais aliviada. Pelo menos haveria alguém pra me substituir, ou cobrir minha falta quando eu for embora... Se é que eu consiga ir embora.

- Ah, que bom. – murmurei sem um pingo de interesse. Queria mesmo é agendar tudo e quando for à hora de partir, tudo sair aos conformes. – Eu preciso ir.

Fui me afastando deles com um nervosismo e com certa preocupação. Eu precisava comprar minha passagem, tirar um passaporte e fazer algumas compras. Eu tinha que me apressar, amanhã será sábado e a semana da viagem já está bem ai, na minha cara.

- Pra onde você vai? – perguntou Quil me fitando com desconfiança.

- É que eu preciso... – pigarreei nervosa. – tirar um dinheiro no banco. E tchau!

Entrei no carro e fui dizendo as pressas o meu destino para o motorista de bigode, ele sorriu e deu partida. Durou menos de meia hora e eu já estava em Port Angeles, fui direto ao banco sem hesitar.

Eu me sentia nervosa por saber que eles poderiam me impedir. Ninguém, a não serem suas próprias imprinting, conhece tão bem meus irmãos-lobos do que eu. Eu sei que pra eles, abandonar o bando, deixá-los é algo que equivale à traição. Eles nunca me perdoariam por desistir de tudo, só que não é qualquer coisa que está em jogo, é a minha felicidade, minha vida.

Se eu ficar em La Push, talvez pensem que eu serei mais feliz lá porque minha família está lá, minha casa, minha história. Mas, a verdade seja dita, eu não era feliz naquele lugar, eu sei que se eu seguir o que meu coração manda, intensamente, pelo menos eu ache meu lugar, talvez eu possa ser feliz. Eu daria tudo pra ser aquela Leah que um dia eu fui.


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Notas finais do capítulo

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