Mary arrumou seu material para o próximo dia e então foi para a sala de Snape, como o próprio havia pedido. Quando iria bater na porta, ouviu a voz grossa e firme de Severo dizendo “entre”.

A loirinha fez o que pedido e adentrou a sala. Snape apontou a varinha para uma cadeira e colocou-a em frente a sua mesa, onde estava sentado.

- Sente-se. – Mary o fez. – A senhorita terá que decidir se ficará em minha casa ou na mansão dos Malfoys. Agora, por obséquio.

- Eu... Eu quero ficar na mansão da minha família. – Mary respondeu. Realmente não teria sentido ficar na casa do homem que a adotou, sendo que já conhecia sua família a tempo.

- A senhorita sabe que sou seu padrinho também, não sabe?

Mary franziu as sobrancelhas. Como assim “padrinho”? Ninguém havia contado isso a ela. Só disse que Snape era padrinho de Draco.

- Ah é? Mas ninguém havia me dito isso.

- Sim. Queria que a senhorita ficasse em minha casa para eu poder desfrutar de sua companhia.

“Como assim desfrutar da minha companhia? Eu verdadeiramente achava que estava incomodando Severo.”

- Ironia devia ser crime. – Mary sussurrou a si mesma. – Por quê?

- Porque fui eu que te adotei. E porque eu sou o seu padrinho. Gosto de sua companhia, Mary Jo.

Mary ficou parada olhando para Severo. Não compreendia, afinal achava que sempre incomodava, perturbava ou irritava.

- Eu... – Ela abaixou a cabeça. – Queria realmente ficar com os Malfoys. – Mas posso passar certo tempo, nas férias, na sua casa, se você quiser. – Levantou a cabeça novamente e sorriu.

- Tudo bem. – Snape disse e Mary podia ver, certamente, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. – Veremos isso antes das férias.

- Ok. – Marry disse e se levantou. – Até mais. – Sorriu e voltou ao seu dormitório.

“O que? Aquilo foi um sorriso? Não, não pode ser. Certamente estou surtando. Não podia ter sido mesmo um sorriso. Severo Snape sorrindo? Não. Estou surtando. Tá, aquilo foi um meio sorriso mesmo e ponto final.”

Pegou alguns livros e começou a estudar. Não era época de provas, mas queria se sair muito bem nas matérias desde já. Logo depois começou a fazer tarefas que os professores de Hogwarts solicitaram.

Logo depois foi dormir. Teve uma ótima – e completa – noite de sono.

Fred recebeu a carta no dia seguinte. Leu, mas não se deu muito por convencido. Ele ficou alguns instantes deitado em sua cama, antes de ir para as Gemialidades Weasley, e ficou pensando em alguns fatos. Alguns dos fatos eram que realmente Mary não faria isso com ele e que Gina sempre diz a verdade. Decidiu mandar uma carta a Mary depois que voltasse das Gemialidades.

Enquanto isso, Mary ficava prestando atenção às aulas. Aula de Herbologia, aula de feitiços e finalmente o almoço. A próxima aula seria aula de voo. Mary adorava aula de voo, mas depois do almoço? Estava achando, certamente, que alguém iria vomitar ou ao menos passar mal.

E então aula com a Sonserina. “Ótimo. Aula de voo. Os amigos do Draco. E eu estou usando saia. Porcaria!”.

O exercício seria dar algumas voltas em volta do campo de quadribol, já que muitos alunos tinham problemas na hora de controlar a vassoura para a mesma fazer a curva. Primeiro iriam os alunos da Grifinória.

- Olha, sinceramente eu não estou gostando dessa ideia. – Anne disse, se posicionando ao lado da vassoura. – Sabe, estamos usando saias.

- Sim, mas não é você que vai ser zoada pelo resto da sua vida pelos amigos do Draco. – Mary disse também se posicionando para a aula. – Mas de qualquer jeito, é uma ideia ruim voar de vassoura usando saia.

- Concordo com você. – Gina disse sorrindo de lado.

O sinal foi dado e os alunos da Grifinória já estavam ao ar. O vento batia fortemente no rosto de Anne, Gina e Mary que estavam lado a lado, fazendo as curvas com facilidade. Uma coisa que as três tinham em comum era voar com extrema facilidade e jogar quadribol como ninguém.

As duas passaram a liderar o grupo de alunos montados em vassouras voando pelos céus acima do campo. A saia de Mary esvoaçava, mas ela estava crendo que não estava dando para ver “alguma coisa”, já que a saia não era tão curta e estava usando meia-calça. Depois de certo tempo as três pararam de se preocupar com isso, já que se não dessem atenção ao voo, podiam acabar batendo de cara com alguma torre de Hogwarts.

Depois de voltas e voltas, todos os alunos voltaram ao gramado e foram parabenizados pela professora – principalmente Mary, Anne e Gina.

- Você não deveria ter voado. – Draco disse disfarçadamente quando passou pela irmã. – Está usando uma saia. Você sabe que Crabby e Goy-

- Foda-se. – Mary respondeu ao irmão e um sorriso sarcástico se abriu em seus lábios.

Os alunos sonserianos já permaneciam no ar. Alguns eram desengonçados, outros mais rápidos e Draco o mais confiante. Liderava o grupo.

E então se passou mais uma aula e finalmente a tarde estava livre. Mary subiu para seu dormitório, exausta. Tomou uma ducha rápida e foi se espreguiçar em sua cama, quando se deparou com uma carta de Fred. Seu coração palpitou e, nervosa, pegou a carta na mão, abriu-a e começou a ler atentamente:

“Olá, Mary.

Sabe, Gina me mandou uma carta contando o que estava acontecendo. Eu sou mesmo um babuíno boboca balbuciando bobeiras. Desculpe-me. Desculpe-me mesmo, de verdade. É que gosto muito de você e vi você abraçada naquele albino... Aí eu me desapontei bastante. Desculpe-me mesmo, Mary.

                                                                                              Beijos.

                                                                                                              Fred babuíno boboca Weasley.”

Mary não pode deixar de sorrir ao terminar de ler a carta. Foi imediatamente escrever outra, dizendo que estava tudo bem e que daria um jeito de dar uma passadinha na toca depois que voltasse de Hogwarts.

E então foi estudar, fazer trabalhos, tarefas de casa e tudo mais. E é lógico que tudo isso em companhia de Anne e Gina.

Passaram-se os dias, as semanas e os meses. Todos estavam estudando e se dedicando muito a tudo. Seu sexto ano estava sendo ocorrendo exatamente ótimo, só que o que ela – nem ninguém – não sabia, era que havia uma profecia a ser comprida. E essa profecia envolvia Harry Potter, o Lord das trevas, comensais da morte e Mary Jo Malfoy.