- Tá. – Mary disse e se ajeitou para voltar a dormir. – Agora para de putaria e dorme ai, menino.

Draco riu. Gostava do jeito como sua irmã era e estava imaginando o jeito como ela estava vermelha pelo o que ele tinha acabado de dizer. Ele abraçou Mary e os dois então estavam de conchinha.

- Eu também estava com saudades. – Mary disse em um tom mais baixo que o normal. – Mas sei lá, sabe Draco? Eu estou com o Fred agora e...

- Não, tudo bem, eu sei. – Draco disse e deixou de abraçar a irmã. – Me desculpe. Vou tentar parar com isso.

O silêncio se instalou no local e os dois resolveram tentar dormir. A verdade é que Draco precisava da atenção da irmã. Passara as férias toda sentindo falta da loirinha e precisava de seu colo e de seu carinho. Ficava triste ao saber e relembrar que agora ela estava com aquele maldito Weasley.

Os raios de sol batiam no rosto de Mary. Ela franziu o cenho e não deixou de perceber que a preguiça a dominava naquele exato momento. Queria dormir mais, mas Hogwarts a esperava em seu sexto ano.

Abriu os olhos e tentou se acostumar com a luz. Sentou-se e percebeu que seu irmão não estava mais ao seu lado. Ouviu o barulho da porta de seu banheiro se abrindo e de lá surgiu um Draco secando seus cabelos com uma toalha, sem camisa. O resto de seu uniforme da Sonserina estava dobrado em cima da cômoda de Mary.

- Bom dia. – Draco sorriu. – Você está um pouco atrasada, pirralha.

- Eu sei, viado. – Mary disse enquanto se levantava.

Coçou os olhos e pôs-se a pegar seu uniforme da Grifinória. Entrou em seu banheiro com toalhas e o uniforme. Depois de um banho para despertar, se arrumou e fez um extremo barulho com seu secador de cabelo. Fez uma maquiagem leve e voltou para o quarto, para arrumar rapidamente seu material para Hogwarts.

Draco foi para seu quarto e fez o mesmo. Depois os dois irmãos desceram para tomar seu café da manhã. Lucius e Narcisa já estavam à mesa, esperando os filhos. Mary se sentou animada perto do pai e começou a tomar o café da manhã, junto do irmão.

Mary subiu as pressas para seu quarto e escovou os dentes. Depois Lucius levou os dois pequenos Malfoys para a estação de trem.

Draco preferiu atravessar logo aquele muro e ir para a plataforma do expresso Hogwarts do que esperar seus amigos. Depois iria se encontrar com eles no trem mesmo. Despediu-se do pai e da irmã e foi.

Lucius foi embora também, já que teria que trabalhar. Deu um beijo na testa de sua pequena loirinha e foi embora. Mary estava disposta a atravessar o portal para o mundo bruxo quando avistou Anne e parte da família Weasley.

- Hey Anne! – Mary exclamou e abraçou a amiga fortemente. – Que saudades, menina!

- Awn, verdade! – Anne disse enquanto apertava as bochechas da loira levemente.

Cumprimentou a família Weasley e o clima ficou tenso quando foi cumprimentar Fred. Ela realmente não sabia o porquê, mas sentia que algo ali estava errado. Decidiu não abraça-lo, beijá-lo ou algo parecido. Só disse um “oi” bastante animado e não recebeu nem um aceno como resposta.

- Bem... Vamos? – A loira perguntou a Anne e Gina.

Então as três atravessaram o portal e chegaram à plataforma três e meia. Entraram logo no expresso Hogwarts e procuraram por uma cabine vazia, que por sorte encontraram logo.

- Então, Mary... – Gina disse. – Você tem algo a dizer sobre você, Fred e Draco? Você tem o direito de permanecer calada, tudo o que você disser pode ser usado contra você no tribunal. Você tem direito a um advogado, se não tiver como pagar um, o governo te cederá um.

Mary e Anne não poderão deixar de rir com as palavras da ruiva.

- Nada, ué. Draco tem certa preferência por incesto, mas eu disse que eu estou com Fred e tudo mais. E só. Aí ele disse que iria se controlar. Mas por quê?

- Porque Fred chegou ontem em casa acabado. – Gina respondeu. – Ele me disse que quando ele estava indo embora, passou pela janela de seu quarto e viu você no colo de seu irmão. Aí ele ficou triste e foi embora com Jorge.

Mary ficou sem resposta por alguns segundos. Não sabia realmente o que responder. Não sabia por que aquilo estava acontecendo com ela. “Oh, meu Deus. Mas ele é somente o meu irmão! Incesto é crime, poxa! Oh sim, e isso tem que ser avisado a ele.”

- Mas ele é só-

- O meu irmão e blá blá blá. Mas realmente parecia que vocês subiram e se trancaram no quarto para se pegarem. É sério, Mary.

- Mas não foi isso, Gina! – Mary exclamou indignada e de certa forma ofendida. Como pensara uma coisa dessas sobre ela? Nunca trairia Fred, mesmo que nunca tivera realmente algo um tanto quanto fixo com ele. – Eu estava com saudades do meu irmão, tá? E ele com saudades de mim. É realmente difícil acreditar nisso? Que grande porcaria! Eu nunca trairia o Fred, eu o... Eu o... Ah, esquece! – Mary se levantou e saiu da cabine.

Ela realmente teve que se conter para não dizer que amava Fred. Não poderia dizer isso, seria impulsivo demais.

Procurou por Draco por todas as cabines e então o achou. Tirou-o de lá pela camiseta e fechou a porta do cubículo. Ficou o encarando e observando sua face e ponto de interrogação.

Não hesitou e lhe deu um soco no olho. Precisava descontar a raiva que tinha em alguém, e esse alguém era exatamente seu irmão. Mary sentia como se a culpa de tudo fosse dela e de Draco. Nada mais justo do que Draco levar um olho roxo.

Draco franziu as sobrancelhas e eles se encararam por mais alguns segundos. Mary pulou no irmão e o abraçou forte, enterrou seu rosto em seu pescoço e começou a chorar compulsivamente. O loiro, mesmo sem entender nada, abraçou a irmã de volta.

Depois de certo tempo, Mary voltou para sua cabine e se encolheu em um canto. Estava com dor de cabeça então resolveu tirar um cochilo. Antes de chegar a Hogwarts, Gina acordou-a e pediu desculpas, disse que não era sua intenção magoá-la assim. Mary aceitou as desculpas e então voltaram a Hogwarts.

A barriga de todos ali no salão roncavam e todos estavam esperando impacientemente a seleção de casas acabarem para o jantar começar.

Um novo ano em Hogwarts começou.