Minha cabeça rodava, até que eu finalmente resolvi sair. Pulei da janela do meu quarto e fui correndo numa velocidade inumana por alguns minutos, até que finalmente encontrei um lugar para pensar. Era uma montanha alta. Fui até lá e subi em até o topo de uma árvore.

  Eu não podia passar por isso. Por que eu?. Nunca fui boa para ninguém quando humana. Por que seria agora?

 Fiquei por algumas horas ali, e finalmente desci da árvore. Fiquei andando pela floresta e depois resolvi voltar, ainda sem uma resposta para todas as perguntas rodando em minha mente. Não podia faltar à “reunião entre amigos”!

  Quando entrei em casa, todos me trataram normalmente. Só olhavam e sorriam, como se estivessem sentindo que eu precisava sair um pouco, mas um certo alguém mostrou a língua para mim (Johnny), me fazendo sorrir também.

Algumas horas depois..

- Vocês estão demorando muito!- Os meninos quase arrombavam as portas dos banheiros.

- Calma gente!- Eu disse surgindo no corredor, e eles me olharam de cima a baixo.- O que foi? Exagerei?

- Não, Bella!

- Então o que é?- Perguntei.

- Está na medida exata!- Johnny disse e Oliver concordou. Fui até eles abraçá-los.- O Edward vai adorar!- Ele disse segurando o riso.

- Ah é! Com certeza!- Oliver concordou maliciosamente.

- Idiotas!- Eu disse dando um tapa na cabeça deles.

- Estou pronta!- Lupi saiu sorridente do banheiro.

- Demorou tanto pra nada. A Bella está mais bonita.- Johnny disse brincalhão, recebendo um olhar assassino em sua direção.- É..é..brincadeira amor!- Ele a abraçou e disse um “mentira!” para mim, sem emitir som.

- Acabei!- Sarah sorriu saindo de seu banheiro.

- Está linda!- Oliver lhe deu um selinho.

- O que tem no banheiro de vocês?Algum tipo de passagem secreta? Vocês demoram MUITO!-Johnny disse

- Vamos crianças!- Charlie apareceu sorrindo.

- Vocês estão maravilhosos!- Renée nos avaliou sorrindo também.

 Fomos em direção aos nossos carros e partimos apostando corrida. Até que eu recebi uma mensagem:

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 De: Sarah.

Para: Bella

Você sabe onde é a casa dos Cullens?

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Droga!

Respondi a mensagem rapidamente.

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 De: Bella.

Para: Sarah,Lupi,Johnny,Oliver.

Vamos dar passagem para Charlie.

Ele deve saber onde é!

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Deixamos Charlie nos guiar até uma casa grande e linda no meio de uma floresta. Era parecida com a nossa. Saímos do carro e tocamos a campanhia, sendo atendidos por Alice, que muito animada nos cumprimentou com abraços.

- Entrem!- Ela disse quase dando pulinhos.

 Fomos até o meio da sala. Notei alguns detalhes parecidos com os da nossa casa e vi os outros membros da família Cullen se aproximando.

- Que bom que vocês vieram!- Esme veio sorrindo nos abraçar, e os outros fizeram o mesmo.

 Depois dos abraços, observei curiosamente algumas pinturas.

- Parece um museu, cheio de coisas antigas.- Edward ficou ao meu lado também observando. Pelo seu olhar, ele gostava de coisas antigas.

- Eu gosto de coisas antigas!- Eu disse animada.- Falando nisso..quantos anos você tem?- Perguntei curiosa.

- 17.- Ele sorriu para mim. O encarei com a sobrancelha arqueada.- 109.- Ele olhou novamente para a pintura.

- Você não é mais uma criança!- Eu sorri para ele.

- E você? Tem quantos anos?- Perguntou curioso.

- 75.- Eu ri.- Não sou mais uma garotinha!- Fiz beicinho. Ele riu comigo.

- Não estou tão ruim assim!- Ele disse sorrindo.- Sou só 34 anos mais velho que você.

- Se não se importa..- Eu olhei para a pintura.- Por que você precisou se tornar um vampiro?- Perguntei.

 Ele me contou sua história. Cada detalhe que se recordava. Fiquei impressionada por ele ter sido um tipo de vampiro herói, só matando os maus.

- Eu sinto muito por seus pais.- Eu disse triste.- Se pudesse escolher entre..morrer e se transformar, o que você escolheria?- Perguntei pegando-o desprevinido.

- A..

- Bella, Edward, venham aqui.- Jasper nos chamou. Sempre tem que alguém que interrompe!

- O que está acontecendo?- Perguntei me sentando.

- Vamos contar as nossas histórias.- Carlisle disse

 Nos sentamos, e os Cullens começaram a contar suas histórias de uma maneira resumida, menos Alice, que não se lembrava de nada e Edward que já havia me contado,e eu sei que todos puderam ouvir. Quando eles acabaram, ficamos surpresos por cada um ter passado por tanta coisa.

 Havia chegado a nossa vez de contar Charlie iria começar. Eu já havia contado a minha.

- Foi à séculos atrás, em Wisconsin. Estavam acontecendo muitos assassinatos, e me pediram para ajudar um grupo de policiais à descobrir a origem dessa matança.

  Fui com eles até uma floresta, onde havia a vítima mais recente. O sangue estava fresco, então tentei convencê-los a irem embora. Mas eles não me ouviram. Quando eles menos esperavam veio um ser sobrenatural e matou a quase todos, menos à mim. Fiquei com medo, mas não saí dali. Fiquei olhando aquelas pessoas mortas na minha frente.     

 Aquele monstro não queria testemunhas e me transfomou, sabendo que a transformação iria ser muito mais dolorosa que a morte!- Ele fez uma pausa longa, tentando encontrar os detalhes certos para contar.- Depois da transformação, tive nojo de mim mesmo por um bom tempo. Afinal, naquele momento eu era praticamente o mesmo monstro, que havia matado tantas pessoas, bebendo seu sangue..

 Depois, como eu estava numa floresta me alimentei das primeiras coisas que surgiram, cervos, ursos, qualquer coisa. E quando meu corpo já não cabia mais sangue, eu procurei por mais vampiros como eu, e conheci vários clãs. Claro que eu respeitei a escolha de cada um, mesmo se alimentando de sangue humano, eu não iria julgar ninguém. Quem era eu para realizar tal ato? Ninguém e ainda não sou e nem serei.

- Conheceu o Clã Denali?- Carlisle perguntou.

- Sim, eu passei pelo Alasca e os conheci. Foi normal..- Eu troquei olhares com meus irmãos e com Edward, que sabiam o que realmente tinha acontecido.- E é isso.- Charlie disse por fim.

- Posso?- Johnny perguntou.- Foi no Texas, eu tinha 19 anos, quando decidi escalar, e estava chovendo muito, era uma tempestade, e meus pais haviam pedido para eu não sair. Eu sei, foi uma idéia idiota. Mas eu acreditava que no topo da montanha tinha um arco-íris, e no final do arco-íris tinha um pote de ouro me esperando...brincadeira!- Ele riu um pouco.- Bom, resumindo..eu fui subindo e subindo, só que teve uma hora que minha mão escorregou, e começou a chover mais forte ainda, aí eu caí. Estava quase no topo! Para a minha sorte, Charlie estava passando por ali e me viu me contorcendo de dor..eu disse que não queria mais sentir dor e ele me transformou! Se eu soubesse que ia doer ainda mais, eu teria escolhido morrer!- Ele nos olhou e começou a gargalhar.- Mentira. Eu amo vocês!- Ele disse dramáticamente fingindo chorar.

- Minha vez.- Lupi disse.-Foi à caminho de Washington, quando eu tinha 19 anos.- Os Cullens a olharam confusa.- Eu estava no México, morando com a minha mãe. Ela sempre acreditou em vampiros e lobisomens. Meu pai teve que vir até os Estados Unidos resolver coisas no trabalho, então assim que surgiu a oportunidade, minha mãe e eu viemos para cá, ou melhor tentamos vir para cá! No meio do caminho, ouve um acidente. Uma pedra caiu do penhasco e pegou no carro em que nós estávamos.- Os Cullens olharam assustados.- Calma gente! Aí minha mãe, quando viu Charlie, notou que ele era um vampiro, e pediu para ele me salvar. Aí ele me transformou.-Ela sorriu para nossa famíla.- Ela se sacrificou por mim.. E aqui estou!

- Eu.- Renée disse.- Foi à muitas e muitas décadas atrás no Tennessee. Foi no dia do meu casamento forçado. Eu não o amava, então, na hora “H” eu fugi! Só que meu noivo foi atrás de mim, me seguindo com uma arma na mão, fazendo com que eu entrasse numa pequena floresta.

 Ele conseguiu me alcançar, então eu fui andando de costas com medo dele atirar em mim. Ele apontou a arma, e eu ia mais e mais para trás. Quando eu olhei para trás, percebi que era um morro enorme! Se eu caísse dali já era. Meu noivo sorriu andando cada vez mais em minha direção. Teve uma hora que eu pisei e não senti mais a terra, caí do morro, e o desgraçado ainda me deu um tiro e ligou para o hospital dizendo que eu havia delirado e me atirado do morro. Eu escutava ele falando sem força alguma, até que senti a escuridão me dominando cada vez mais. Depois eu senti o fogo da transformação..

- Agora eu!- Sarah disse sorrindo.- Foi em Ohio quando eu tinha 18 anos. Meus pais haviam viajado. Estava com uma doença muito perigosa e contagiosa, então, me colocaram numa sala de isolamento. Ninguém nem tentou avisá-los.  Todos pensavam que eu iria morrer de qualquer maneira, então ninguém tentou cuidar de mim. Eu piorava a cada segundo. O único que tentou me salvar foi Charlie, que percebeu que eu não tinha mais jeito,e que eu havia sido literalmente abandonada numa sala horrível de hospital. Ele me transformou.- Ela contou.

- Só falta eu?- Oliver perguntou retóricamente.- É muito simples. Tinha 18 anos, nasci em Louisiana. Estava no exército,e começaram a localizar uns inimigos. Eles não eram muitos, então me mandaram junto com um pequeno grupo de soldados. Eu fui o único que sobrevivi, mas estava na beira da morte. Charlie era um dos médicos e me transformou.

- São realmente histórias incríveis!- Carlisle disse.- Todas.- Olhou para todos na sala.

- Eu já contei que quando eu e o Johnny nos conhecemos, nos odiamos?- Perguntei sorrindo.- Ele era mais idiota que hoje, ficava me provocando, fazia pegadinhas, argh! Era muito chato!.- Eu ri.

- Eu? E quanto a você?- Johnny me olhou rindo.- Não gostava de nada.- O olhei chocada.- Eu não podia respirar, que ela já estava dando chilique! Tudo que eu falava, ela discordava só para me provocar. Tudo que eu fazia, ela desfazia, tudo que eu pretendia fazer, ela atrapalhava!- Eu ri com ele.

- Eu e o Edward também éramos assim!.- Rosalie disse rindo.- Ele me achava fútil e dizia que eu só pensava em mim, que só me importava comigo mesma.

- Eu achava?- Ele a olhou divertido.- Ainda acho você fútil, só que com menos intensidade. Você me achava estúpido,grosso, e outros elogios.- Ele sorriu.

- Achava?-Ela rebateu. Eles estreitaram os olhos, mas depois sorriram divertidos.

- Nós temos que ir.- Charlie disse se levantando.

- Tudo bem.- Carlisle disse vindo se despedir com o resto dos Cullens.

- Então, a gente se vê amanhã.- Edward disse vindo se despedir de mim.

- Amanhã eu vou estar fora da cidade. Tenho que caçar.- Eu disse desanimada, o que não é normal quando vou caçar. Ele ficou desapontado.- Devo ficar uns seis dias fora. Então, eu te vejo na festa!- Eu tentei reanimá-lo. Ele sorriu torto, me deixando tonta.

- Na festa.- Ele me abraçou.

  Seu cheiro era simplesmente maravilhoso. Seus braços tão aconchegantes, que eu poderia ficar naquele abraço por um bom tempo. Sempre me sentia bem com ele por perto. “Chega Bella!” Gritei nos meus pensamentos e com muito esforço o soltei. Tive a  ligeira impressão de que ele não queria interromper o contato tanto quanto eu, mas eu devia estar vendo o que eu queria. “ Então, você quer que ele goste de você assim?” Perguntei para mim mesma e espantei o pensamento.

Terminamos de nos despedir e fomos para casa.

  Fui para o meu quarto, e de repente me senti triste pois não veria os Cullens amanhã. Não veria Edward. “ Você está apaixonada.”  Minha consciência me disse convicta, e eu não tive razões para discordar dela..