Heaven And Hell escrita por letstrabach, callmenikki


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

bem, acho que esse capítulo tá bom. não tem quase nada de tão importante nele, mas alguns pontos serão importantes no futuro. e respondendo as perguntas que foram feitas: não responderei nada até segunda ordem UAHUASH mas ok, vamos ao capítulo?



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Eu me assustei e acabei pulando no banco de passageiro e a corda me deu outro corte, reprovando a minha ação. Eu respirava pesadamente e ainda procurava respostas. De onde aquele ser tinha saído?

Eu virei para trás e vi esse tal de Cass. Bem, feio ele não era. Ele tinha cabelos castanhos pouco espetados, um rosto delicado, mas forte ao mesmo tempo. Ele usava um terno preto, com a gravata frouxa, e um sobretudo marrom.

- Cass! Ainda bem que apareceu. – Sam disse.

- O que houve? – o homem, ou Cass, perguntou.

Sam suspirou e deu apenas um aceno de cabeça e o cara me olhou. Ele olhou para mim, me analisou e se virou para Sam. Seus olhos escondiam alguma coisa, eu sentia. Ele queria dizer alguma coisa para Sam e eu não podia saber. Mas, de onde aquele cara tinha saído?

- Sam, essa... – ele começou.

- Não sei. Ela deu um ataque hoje e machucou Dean. – Sam comentou.

Eu senti meu rosto ruborizar de raiva. Eu não tinha feito nada. Não propositalmente. Sam não queria me ouvir nem queria saber o que estava acontecendo comigo, e o pior disso tudo é que ele tinha razão; não tinha por que ele me ouvir.

- Sam, você tem que se livrar dela. Agora. – Cass rosnou.

- Cass, eu não sei se posso. Alguma coisa me diz para ficarmos com ela e ver o que ela pode fazer. – Sam disse e virou à direita. – Você tinha que ter visto o poder que ela tem.

- Sam, eu não pretendo conhecer este poder. É forte demais. Eu quase não consigo ficar perto dela.

Sam não respondeu. Ele dirigiu e eu vi que ele tinha chegado a um posto de gasolina. Ele saiu do carro, e veio até o meu lado. Abriu a porta e disse:

- Eu vou te soltar, por que preciso falar com você. Não tente nenhuma gracinha, ouviu? – ele sussurrou.

Assenti e ele me desamarrou. Já desamarrada, eu pude ver o estrago que a corda fizera. Apesar do corte não ser profundo, ser apenas superficial, ainda assim doía. E muito.

Perguntei a Sam se podia lavar aquilo, mas ele não deixou. Ao invés, ele me levou até o porta-malas do carro, abriu e de lá tirou uma caixinha azul.

Mas o que mais me impressionou, foi o arsenal de armas que havia lá. No capô, havia facas eu pareciam muito afiadas, na parte de baixo, haviam armas que pareciam estar carregadas e aquilo me assustou. Quem eram aqueles homens?

Sam pegou o meu braço e pegou um algodão. Ele passou um liquido incolor no algodão, e passou no meu braço. Eu não senti dor. Parecia que ele estava molhando com água e não com água oxigenada, mas uma parte de mim, atrás da minha coxa, estava formigando e aquilo começou a incomodar.

Sam me olhou, uniu as sobrancelhas em dúvida e jogou aquele algodão fora. Depois, pegou um curativo e tampou o meu machucado, ainda desconfiado.

Ele terminou com o machucado e me mandou entrar na loja de conveniências, que ele já estava indo.

Sam ficou para trás junto com Cass, enquanto eu entrava na loja. Eu entrei, encontrei um lugar qualquer e me sentei.

Enquanto eu os esperava, eu observei a loja. Ela não era muito comum. Normalmente, a loja de conveniência não teria uma lanchonete, mas nessa havia.

A lanchonete estava silenciosa, a não ser pela garçonete que estava atrás do balcão e o cozinheiro. A garçonete era alta, um belo corpo, pelo o que dava para ver. Tinha cabelos pretos e belos olhos castanhos. O cozinheiro tinha os cabelos loiros e era baixinho.

Eu me sentia presa. Presa a alguma coisa que eu nem mesmo sabia o que era, mas eu sentia que uma parte de mim ainda faltava.

Kairos.

Essa palavra que rodeava a minha cabeça. Ele fazia tanta falta.

A lembrança do meu irmão tinha voltado e com ela, uma onda de tristeza veio junto. Até agora eu não tinha parado pra pensar em como causei um mau tão grande. Eu havia acabado com os planos dele, com todas as suas expectativas.

E aquilo estava acabando comigo. Eu esperava que tudo aquilo acabasse com o tempo, mas parecia que aquilo permanecia em mim, como o ar permanecia no mundo. Aquela era a minha sina? Viver sofrendo pela morte que eu causei?

Nós tínhamos crescido juntos, descoberto coisas juntos, e agora tudo estava acabado. Eu tinha acabado com isso. Eu que havia posto um fim em tudo aquilo que nós sonhávamos viver juntos.

Olhei pelo vidro da lanchonete e vi que Sam e Cass estavam discutindo. O que eu não consegui saber foi qual era o motivo da discussão, mas eu sabia que um dos motivos, era eu.

Cass não parecia gostar muito de mim. Ele me olhava com nojo, como se eu fosse uma aberração ou como se eu tivesse com uma doença contagiosa. Como se eu fosse uma aberração. E, bem, no momento, eu me sentia uma.

Sam olhou para a lanchonete e Dean saiu do carro.

Ele se levantou com dificuldade, ainda com a mão na cabeça, olhou diretamente pra mim. Falou alguma com Sam, Sam assentiu, Dean xingou e então, os três vieram em direção à lanchonete.

Eu esperava que eu pudessem me desculpar, eles aceitariam e eu seguiria com o meu inferno de vida.

Mas por que eu tinha a leve impressão que isso não era nem de longe o que iria acontecer?

O barulho da porta sendo aberta me tirou dos meus devaneios e eu fiquei alerta.

Sam, Cass e Dean entraram com caras não muito amigáveis. Então eu presumi que aquilo se dava devido a tudo o que estava acontecendo.

A garçonete sorriu para Sam e Dean levantou uma sobrancelha e Cass apenas balançou a cabeça.

Eles vieram até a mesa e sentaram. Sam sentou-se na minha frente, Dean à direita e Cass à esquerda.

- Já pediu? – Sam grunhiu para mim.

- Não. – respondi no mesmo tom.

E ele não falou mais nada. Nós continuamos nos encarando até que a garçonete veio fazer os pedidos. Dean pediu um x-burguer, Sam pediu uma salada e Cass pediu apenas café.

- Eu não quero nada. – respondi quando a mulher me perguntou.

Ela saiu e disse que já trazia a comida. Sam voltou a me encarar e aquilo já estava me irritando. Ele abriu a boca várias vezes para falar, mas fechava na mesma hora e voltava a me encarar.

Depois de alguns minutos nesse mesmo silencio, eu resolvi falar.

- E então? Como vai ser? Vão me manter prisioneira? – eu perguntei.

Dean se remexeu desconfortável na cadeira e Cass olhou para Sam significativamente.

- Não sei ainda. Estou pensando. – Sam respondeu.

- Então pense rápido. Não sou propriedade sua. – rebati.

Sam não respondeu. Ele apenas me olhou e suspirou.

Cass parecia desconfortável e Dean parecia com dor.

Por um momento, eu me peguei sorrindo da cara de confortável de Cass. Ele estava com uma cara tão estranha, que ao mesmo tempo era muito engraçado. Foi então que ele resolveu falar.

- Sam, vamos contar logo. Eu já estou aguentando mais do que posso aqui. – Cass sugeriu.

- Tudo bem. – Sam suspirou novamente e continuou. – Cass é um anjo.

Sorri. - Ah tá, e eu sou um demônio. – eu disse e todos prenderam a respiração por um momento.

Eu os olhei assustada e eles voltaram a respirar e Sam voltou a falar.

- Bem, uma parte de você parece ser. – ele disse, sério.

- Você perdeu o juízo? Sei lá, bateu a cabeça em algum lugar? – eu perguntei, incrédula.

Ele não podia estar falando sério; era absurdo demais. Eu sabia que aquilo não era possível e que Sam estava possivelmente delirando. Eu resolvi sorrir para quebrar o clima pesado que se instalara ali, mas eu vi que aquela não era a melhor opção.

Sam parecia bem convicto do que dizia e eu não queria acreditar. Eu passava os meus olhos por eles e procurava respostas, mas nenhum parecia querer me dar.

- Kera, isso é sério. – Sam me repreendeu.

- Sério?! – eu gritei. – Vocês acham que isso é sério?! Eu estou achando que está um pouquinho além do “sério”.

- Olhe, nós achamos que uma parte de você é um demônio. Não que você seja um demônio no total. – Sam disse.

- Olha aqui você; quem você acha que é pra falar que eu sou um demônio? – eu continuei a gritar. – Não foi por que eu matei o meu irmão por alguma coisa invisível que...

Eu parei de falar e vi a merda que tinha feito. Eles me olharam com o cenho franzido e eu me amaldiçoei por dentro.

Droga de boca! Droga de boca!

E o que eu faria a seguir? Bem, a única coisa que eu pude fazer foi ficar quieta e escutar. E muito.


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Notas finais do capítulo

e então, o que acharam?



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