Heaven And Hell escrita por letstrabach, callmenikki


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

vou postar, mas acho que ninguém vai ler, então, quem quiser, tá aí :)



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E agora, eu estava aqui, na autoestrada que dava até Boston, rezando para que alguma alma passasse e me desse carona.

Mas o que eu não podia parar de fazer era chorar. Saber que o meu irmão tinha sido morto pelas minhas mãos, era tão horrível. Meus olhos se encheram de água e mais uma onda da choro veio.

Eu chorei até não conseguir mais chorar. Chorei até não ter mais lágrimas e meu corpo dizer que eu não tinha mais lágrimas para derramar.

Eu me sentei no parapeito que tinha perto da estrada e suspirei cansada contra a escuridão.

Depois de alguns minutos descansando, eu decidi que era hora de partir. Partir par um lugar que nem eu mesma sabia existia.

Foi então que eu ouvi o rugir de um carro. De longe, eu podia ver que ele vinha em alta velocidade e se conseguisse me ver, pararia. Isso, com sorte.

O carro vinha se aproximando quando eu fui para o meu da rua. O motorista tentou desviar, mas não conseguiu. Por mínimos seis centímetros o carro, que já tinha a velocidade bem reduzida agora, me pegou e eu fui parar do outro lado da pista.

De longe, eu pude alguém gritar um nome, e fazer o carro parar. E, bem, foi aí que eu perdi a consciência.

- Dean! Você podia ter matado a garota! – um homem, com a voz pouco rouca, gritou para alguém.

- Ah, qual é, Sam! Ninguém a mandou ficar no meio do caminho! É por isso que as estradas são feitas para carros, não seres humanos estúpidos que querem tomar o lugar deles. – outro homem, com a voz bem alterada, falou.

- Dean, só cale a boca e me ajude aqui, sim? – o de voz rouca respondeu.

- Ah claro, senhor sabe-tudo. Mas me conte, quem me despediu e te deu a faixa de chefe? – o outro perguntou com ironia e continuou. – Eu ainda sou o chefe, e pelo o que eu saiba, eu não sento no banco do carona.

Eu senti alguém segurar os meus ombros, mas soltar na mesma hora.

- E o que tem a ver eu me sentar no banco do carona e ser o chefe? – o cara da voz rouca perguntou. Bem, então foi ele que me soltou.

- Sam, se liga cara! Quem senta no banco de passageiros não é chefe, é subordinado.

Alguém atrás de mim rosnou de raiva e pegou meus ombros novamente. Aos pouco, eu vi que uma outra pessoa tinha pegado as minhas pernas e me levantado.

Com cuidado, eu fui levada até um banco bem fofinho, e descansei lá.

Meu corpo todo doía e eu não sabia se a dor era só na perna, onde eu fora acertada, ou se também era em toda a minha extensão corporal. Mas eu descobri no minuto seguindo que era por todo o corpo, quando alguém me cutucou e bateu no meu braço.

- Ai! – eu gritei de dor.

- Tudo bem? – a voz rouca perguntou.

Em silêncio, eu me levantei e sentei no banco. Assim que me sentei, eu senti uma onda de vertigem vir e eu cambaleei para o lado, mas uma mão firme me segurou.

No mesmo momento, eu olhei em direção àquela mão, passei pelo braço, pescoço e finalmente o rosto.

Ah, o rosto. Bem, ele definitivamente não era feio. Não, ele era lindo.

A pele bem bronzeada, olhos castanhos, feições másculas marcantes, ombros largos e um cabelo liso também castanho jogado um pouco para trás.

- Não. – eu disse por fim.

- Não? – ele perguntou confuso. – Acha que quebrou alguma coisa?

Olhei para os meus braços e vi sujeira. Muita sujeira. Aquele cara com toda a certeza me devia um banho. Um belo banho. Olhei mais abaixo, eu vi as minhas pernas e vi que não tinha nenhuma gota de sangue, nem fratura exposta. Nada.

Eu franzi o cenho e repassei o acidente na minha mente. Ou tentei.

Pelo o que eu consegui lembrar, o carro tinha me pagado e me jogado um pouco longe demais, mas eu não tinha nenhum arranhão nem nada.

Aquilo martelou na minha cabeça por um bom tempo, até eu voltar a mim e ver que o cara que me observava ainda esperava uma reposta.

Abri a boca devagar e pronunciei as primeiras palavras depois da morte do meu irmão. Minha voz saiu tão rouca que eu quase pude jurar ter perdido a voz e ainda estava me recuperando da rouquidão.

- N-não. Quero dizer... acho que não. – eu respondi.

- Acha que consegue levantar? – outra voz perguntou.

Eu olhei mais além e vi alguém que até agora eu não havia reparado.

O outro cara estava parado do lado de fora e nem me olhava, mas eu pude ver que ele também tinha um leve bronzeado, olhos verdes, apesar da escuridão e ombros não tão largos.

- Me de-desculpem. Eu não quero atrapalhar. Vo-vou andando. – eu respondi.

Retirei a mão que me segurava pelo ombro e saí do carro. Ainda cambaleando, eu me pus a andar mesmo com a dor.

- Merda, Dean! Cale a droga dessa boca uma vez na vida, droga! – alguém gritou atrás de mim.

- O que eu fiz?! Droga, eu só perguntei se a garota conseguia andar! – achei que foi Dean que respondeu.

O outro não respondeu e tudo voltou ao mesmo silêncio de antes. A estrada era fria, escura, e não havia nada a não ser o frio e o barulho do vento bagunçando as folhas das árvores.

O silêncio tomou conta e eu continuei a vagar. Meus pés iam em direção alguma, e eu também não sabia em que direção seguir.

O vento veio e com ele uma onde de ar gelado, e com ele, eu me encolhi e desejei ter pegado ao menos uma blusa de frio. Eu abracei meu braços e pela primeira vez na vida, eu me senti realmente vazia, sem objetivo algum.

Meu irmão estava morto por mim e eu não tinha mais ninguém. Eu não lembrava mais da minha mãe nem do meu pai, e eu não conhecia ninguém a não ser meus tios, mas eles estavam irados demais para receber um pedido de desculpas meu.

Foi então que eu ouvi passos vindo até mim. Com um pensamento de medo, eu esperei que quem estivesse vindo pudesse trazer uma faca consigo e cravá-la em meu coração para acabar com essa dor que me consumia por dentre. Mas não foi isso o que eu achei.


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Notas finais do capítulo

e então? continuo?



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