Amu ficou chocada ao vê-lo sair daquela forma, ia cabisbaixo chateado, seu coração doeu profundamente, ela pensou em ir atrás dele, mas um toque no seu ombro a fez parar.

- Amu-chan, precisamos conversar querida.

- Hotori Mizue-chan.. A Sra. Hotori deu um sorriso e apontou para a cadeira mais próxima.

As duas caminharam sem falar para as cadeiras, a visão de Amu ainda estava encoberta pela visão de Ikuto saindo pela porta do hospital quando elas sentaram, ela segurou a lata de chá branco, estava gelada.

- Amu chan parece que você partiu o coração dos meus dois filhos, não é? Ela olhou amarga vendo Ikuto sair do hospital.

- Sra. Hotori eu...

- oh querida não estou lhe culpando, entenda, uma mãe nunca quer ver os filhos sentindo dor não importa que tipo de dor seja. Ela sorriu ternamente para Amu,

- Eu sei, eu não queria que eles estivessem brigando.

- Deixe eu lhe contar uma coisa querida... Mizue sorriu para si mesma e Amu apenas a observou.

- As pessoas sempre se enganaram em relação a eles dois, Ikuto sempre foi o forte e rebelde, e Tadase sempre foi o gentil e frágil, mas todos que pensaram assim se enganaram... Mizue sorriu ainda mais para Amu que a olhava abismada.

- pela sua expressão vejo que também pensou que fosse assim, eu entendo afinal você se apaixonou pelo gentil e caloroso Tadase, mas reflita comigo querida, quando Tadase duvidou de você em algum momento ele foi gentil ou caloroso? Quando ele lhe viu com o irmão que expressão ele tinha quando bateu no Ikuto? Amu cobriu a boca com espanto as imagens se formavam em sua mente a cada palavra de Mizue. Entende o Tadase agora? Nada do que ele fez foi por você querida, mas por ele mesmo, ele sempre foi egoísta, primeiro ele olha pra si e depois para os outros, ele não é má pessoa querida apenas ainda não achou um bom caminho a seguir como criança perdida e como mãe é meu dever corrigi-lo e ensiná-lo por isso estou dizendo a você não se culpe. Já o Ikuto tudo que ele fez por você, foi por você! Cada expressão fria que ele lhe deu foi para não demonstrar o sentimento que tinha pela namorada do irmão, mas o amor sempre é maior então quando ele viu você ser destratada pelo egoísmo do Tadase, ele não pôde se segurar e interviu, quando você estava chorando por ser traído por Tadase ele deixou tudo e dedicou-se a você por que seu coração não permitiu vê-la sofrendo, defendem-la, protegê-la e amá-la é algo que ele vai fazer mesmo sem ganhar méritos! é por isso..  por que ele te ama e é assim que o Ikuto é. Mizue continuava falando e as lágrimas escorriam pelo rosto de Amu.

- eu entendo que você pode ainda amar o Tadase, e que não possa corresponder os sentimentos do Ikuto, mas para uma garota gentil como você, só tenho um filho nesse momento que poderá amá-la como você merece, e ele acabou de passar por aquela porta, ela apontou a porta de saída do hospital, - ele arriscou tudo naquele abraço, ele desejou do fundo do coração dele já estar em seu coração para poder ser correspondido, mas se não estivesse ele estava preparado para ser rejeitado. Amu a olhou espantada não tinha percebido que Mizue tinha visto a cena do abraço.

- Eu não tinha percebido nada disso. Amu sorriu dolorosamente limpando as lágrimas.

- eu sei por isso vim aqui, contar a você, mas quando cheguei vi o esforço do meu primogênito em demonstrar seu amor por você então percebi que você ainda estava inocente em relação à personalidade deles.

- Mas o Ikuto já tem namorada, e Utau é alguém com quem não posso concorrer.

- Utau-chan? Namorada do Ikuto? Quem lhe disse isso? Amu abriu a bolsa e tirou o envelope entregando a Mizue.

- humm, interessante. Ah Tadase meu filho você é egoísta como um rei! Suspirou fechando o envelope e devolveu a Amu.

- o que Ikuto disse sobre isso?

- Eu.. eu não perguntei a ele.

- ontem à noite vi Utau e Tadase saindo do quarto de Ikuto, com certeza foi assim que conseguiram as fotos, Ikuto tem um sono pesado, ela só precisava agarrá-lo. E ouvi Tadase dizer que esse namoro ia acabar antes de começar.

- Me desculpe insistir senhora Hotori, mas ele também a estava agarrando!

- Meu bem, garotos têm sonhos... como direi... Impróprios às vezes com certeza foi só um movimento involuntário do corpo pervertido de um garoto. Amu corou intensamente e Mizue sorriu.

- Amu chan você gosta do Ikuto não gosta? Mizue tirou Amu dos seus pensamentos profundos.

- Eu não tenho certeza. Eu estou tão confusa e preocupada, eu não quero magoar ninguém eu só...

- Tudo bem, mas deixe-me dizer uma coisa... se você está confusa é por que não tem certeza se gosta do Ikuto ou do Tadase, mas pela aflição que Tadase saiu de casa hoje de manhã, se você pensou em terminar com ele você já tem sua resposta só está com medo de ser mal interpretada ou de não ser correspondida, mas deixe claro pra ambos os seus sentimentos antes que eles acabem se matando. Mizue segurou a mão de Amu.

- Eu entendo. Amu sorriu.

Tadase se aproximou e ficou pálido ao perceber que a mãe estava conversando com a Amu, ele olhou de relance e percebeu o envelope amarelo que tinha dado a Amu de manha com as fotos da Utau com o Ikuto.

- Maldita hora que deixei o celular com a Amu! Disse amaldiçoando sua burrice em seus próprios pensamentos. Elas perceberam que ele se aproximava e ele deu seu sorriso mais brilhante e caloroso.

- Mãe que bom que você chegou!  A mãe observou dos pés a cabeça.

- Tadase sua cara está péssima!

- Bem é que...

- Sim, sim eu já sei a Amu chan me contou tudo!

- Contou?

- Sim eu contei não devia? Amu não estava entendendo nada o clima estava tão bom antes de Tadase chegar e agora parecia tão tenso.

- Querido já que está tudo bem e você não me parece ter quebrado nada eu vou esperar vocês no carro, parece que precisam conversar. Mizue deu um leve aperto na mão de Amu e um beijo na testa de Tadase e caminhou em direção a saída.

- Tadase-kun, eu gostaria de falar com você.

- sim claro! Ele se sentou no local onde sua mãe estava sentada e esperou que Amu começasse.

- Ikuto-kun, está chateado comigo? Utau sentou-se e Ikuto deitou no seu colo.

- Não Utau, eu só estou um pouco cansado.

- Ikuto, você sabe que eu farei qualquer coisa pra que você se sinta feliz então, por favor, não hesite em me pedir.

- Utau, queria muito ter me apaixonado por você, queria muito corresponder seus sentimentos a altura, mas eu...

- Eu já sei, você gosta da Hinamori Amu-chan.

- É! e isso também foi um erro, meu irmão nunca vai me perdoar por ter tentado tomá-la dele, sou um homem patético não acha?

- hum hum (ela balançou a cabeça negativamente),se apaixonar é mesmo doloroso as vezes, mas eu não acho que você não possa ter a Amu.

- Como é?!

- eu não acho que a Amu esteja ciente mas..  se ela não gostasse de você Tadase não estaria tão apavorado a ponto de tirar aquelas fotos, eu acho que ela está bem mais perto do que você imagina. Uma lagrima caiu sobre o rosto de Ikuto.

- Utau, Gomenasai!

- Você é cruel Ikuto, mas eu não posso deixar de te ajudar, quando agente ama é capaz de deixar o outro livre se isso for faze–lo feliz.

- Parece que você cresceu Hoshina Utau! ele se sentou e a abraçou num abraço calaroso.

- Me solte ou não poderei mais apoia-lo! Vá, corra atrás dela e faça ela cair de amores por você! Mas se desistir pode me procurar. Utau deu um selinho na boca de Ikuto que o fez ficar surpreso.

- Eu vou indo. Ele se levantou e deu as costas mas no primeiro passo ela o segurou.

- hum? Ele se voltou para ela.

- Boa sorte! Ela o soltou Ikuto foi embora e ela desatou a chorar.

- Utau baka! Como pode dar seu alguém especial assim de mão beijada?

Ikuto subiu na sua moto e andou devagar pelas ruas de Tókio, o vento em seu rosto era gélido e forte mais não lhe causava incomodo, mas aquela dor em seu peito o desgosto de ver a expressão fria de Amu no hospital isso sim lhe causava incomodo e dor. Resolveu ir pra casa, uma boa noite de sono em uma cama quente não curava coração partido, mas ajudava a descansar um corpo cansado. Estava todo quebrado por passar o dia inteiro naquela moto procurando por alguém que não queria ser encontrada, pelo menos não por ele. Ikuto parou na frente de casa esperou que o controle em seu bolso abrisse o portão principal e entrou em casa. Passou pela porta e estava tudo escuro.

- Ninguém chegou ainda? Ele puxou o celular do bolso e viu a foto de Amu como seu papel de parede, passou uns segundos olhando, e fechou o flip, ninguém havia ligado pra ele.

Ikuto subiu as escadas lentamente como se sentisse o corpo mais pesado que o normal. Por que aquele sentimento o deixava tão cansado? Entrou no banheiro, tirou a roupa e ligou a água quente, já que não ia ficar lá até sua dor passar poderia ficar na banheira até os dedos engelhassem.

No banco do hospital o clima era tenso já fazia alguns minutos que um casal fofo estava parado lá sem dizer uma palavra sequer, sentimentos confusos e mente desorganizada era o que refletia no rosto de cada um deles, Tadase resolveu quebrar o silencio deles.

- Sobre o que você quer falar Amu-chan? Suas mãos começaram a suar com essa pergunta.

- Tadase – kun preciso que me escute sem me dar nenhum a interrupção.

- humm, farei isso!

- Desde que começamos a namorar tenho me sentido uma pessoa realmente abençoada por ter conseguido um namorado tão bonito e gentil, nesses oito meses de namoro tivemos muitas experiências felizes e fui me acostumando a estar do seu lado, me desculpe se nesse meio tempo deixei de ser a garota por quem se apaixonou. Eu realmente não fazia idéia de que você pudesse me trocar por outra garota e nunca pensei em terminar com você por outro rapaz, até a festa de aniversário da sua avó. Tadase apertou o punho para manter a calma e continuar a escutá-la calmamente.

- Foi assim que tudo começou sonhos, tive todo tipo de sonhos românticos com Ikuto, meu corpo dava sinais que estar com ele seria algo maravilhoso, mas eu ignorei os sinais por amor a você. Tadase por as duas mãos na cabeça e penteou com os dedos os cabelos loiros. - Mas de alguma forma você percebeu que estava me perdendo. Suas crises de ciúmes ficaram cada vez mais enérgicas e freqüentes, fui ficando assustada como o tipo de pessoa totalmente indiferente que se apresentava a mim, fui cada dia mais me perdendo e o laço que nos prendia a cada dia ficava mais frágil, não estou dizendo que foi sua culpa mais eu sofri muito com suas palavras duras e sua maneira de encarar como perigo a cada rapaz que se aproximava de mim, até que eu me senti cada vez mais próxima do Ikuto, agora nem importa se ele ficará ou não comigo, tudo que eu quero é que você seja feliz, e sei que não sou a garota que fará isso com você. Gostaria que mesmo que terminemos você pudesse ser meu amigo, mas se não for possível entenderei, mas eu realmente gostaria de por um fim ao nosso relacionamento.

- minha querida Amu... Sempre tão gentil!

- Tadase me desculpe!

- Ei, o que posso fazer depois de você se explicar tão sinceramente? No fim eu já tinha perdido você de qualquer forma, ele segurou a mão de Amu delicadamente. – Embora eu deva demorar a aceitar tudo que você está me dizendo, vou ser um bom homem e respeitar sua decisão.

- Obrigada.

- Vamos minha mãe te leva pra casa!

Ikuto saiu do banheiro de cueca Box secando os cabelos azuis, seu celular tocava desesperadamente.

-Oi mãe!

- Que demora eu tenho algo muito importante pra te dizer! Mizue esperou a reação do Ikuto.

- E o que seria? Ikuto disse totalmente desanimado.

- Estou aqui no hospital com o Tadase e a Amu, e tivemos uma conversa bem seria...

- Eu não tenho nada haver com isso senhora Hotori!

- Sério? Pensei que interessava a você o fato de Amu não ter certeza dos sentimentos dela por Tadase por causa do que ela sente por você. Ikuto se sentou na cama.

- QUÊ?!

- Isso mesmo gatinho, você ainda tem uma chance, então corra atrás dela vou deixá-la em casa em 30 minutos então você deveria ser impressionante dessa vez. Mizue sorriu.

- Não acho que deveria vê-la mais uma vez hoje.

- Você é que sabe, mas uma noite pode fazê-la mudar de idéia pro seu bem ou mal.

- Vou me trocar agora mesmo!

- Boa sorte. Mizue desligou bem a tempo, fechou o flip do celular e sorriu para Amu e Tadase.

- Vamos mãe.

Ela apenas consentiu com a cabeça.