Todos estavam reunidos a grande mesa do castelo, era muito bom ver todos juntos, e sem problemas, todos conversavam e riam era um clima bastante agradável. Embora Lantis estivesse sentando um pouco longe de mim, sua presença aquecia meu coração às vezes me perdia olhando para ele uns segundos e já começavam as perturbações:

- Se você olhar um pouco mais ele vai acabar vindo aqui! Sussurrou Caldina ao meu ouvido me fazendo corar, e engasgar com a comida.

- Desse jeito você vai acabar matando ela! Brincou Umi da ponta esquerda da mesa.

- Fuu, me ajude! Supliquei

- Prefiro ficar de fora para não sobrar pra mim! Ela respondeu sorrindo.

- Como se não estivessem todas chorando há um dia atrás por que você não acordava. Defendeu Lantis sem sequer tirar os olhos do prato.

- Eis que surge o Cavaleiro negro para defender a donzela! Continuou Caldina enquanto se ouvia gritos e assobios por toda mesa, todos riam inclusive ele.

- “ Ah, Lafaga querido faça alguma coisa”! Ferio imitava Caldina no jantar anterior com perfeição de gestos e expressões.

- Me tire disto! Protestou Lafaga enquanto Caldina fazia bico por toda chacota virar pro seu lado.

- Fique na sua cabeça de alface! Protestou ela enquanto todos riam, só então eu percebi o olhar gentil com que Lantis observava minhas risadas.

Depois do jantar todos pareciam ter dado um jeito para sermos os últimos a sair da sala de jantar enquanto um silencio constrangedor se instalou na sala.

- você já terminou? se quiser podemos dar uma volta, se não estiver cansada.

- não, não estou! Acho que os dias que dormi foram suficientes!

Caminhamos pelos corredores vazios, tudo parecia tão nostálgico, mas as luzes da cidade recém construída, e o barulho distante das pessoas traziam a calmaria dos novos tempos tranqüilos,  chegamos  à fonte onde Lantis me deu o medalhão era tudo igual embora esta noite as flores parecessem mais bonitas, que naquele dia.

- Por que não se senta?! Ele disse igual à outra vez, embora dessa vez eu não pretendesse sentar-me do outro lado da fonte como fiz anteriormente.

- este lugar me traz recordações. Puxei um assunto qualquer enquanto ele sentava.

- estive muitas vezes aqui depois que você partiu.

- é um dos lugares que eu mais gosto daqui. “isso quer dizer que você estava pensando em mim”?- será que você estava sentindo falta disto? Puxei o medalhão que estava dentro da blusa.

- Você guardou mesmo. Ele disse segurado o medalhão e minha mão com a ponta dos dedos.

-Como eu não poderia guardar algo tão importante pra você! “o que ele pensou? que eu tinha perdido ou jogado fora?”

- Você achou que o beijo que eu te dei ontem foi um pouco precipitado?!  Lantis parecia meio constrangido com a pergunta que acabara de fazer, talvez por que soubesse que eu ficaria vermelha como meus cabelos.

- T-talvez um pouco repentino, m-mas não precipitado.. já que.. eu meio que.. bem .. esperava por isso! Ela respirou fundo nunca tivera tanta dificuldade em falar como nesse momento.

- Desculpe! Ele se voltou para ela e segurou suas mãos. – É que , quando eu fiquei sabendo que o tempo tinha passado de forma diferente para nós eu realmente, senti medo que você tivesse me esquecido, até porque o mais próximo que eu cheguei de beijar você, foi quando Nova me beijou.

Ela sentiu um pouco de ciúmes invadir seu coração, embora Nova fosse parte do seu coração, logo seria como se ele a tivesse beijado, quando a cena repassou em sua mente não era bem assim que ela via a situação.

- Esse mundo é realmente complicado! Nada que ela dissesse mudaria aquele fato.

Hikaru viu uma luz, algo tão forte como... quando ... elas foram trazidas para Zephir pela primeira vez! Não era possível estava voltado pra casa?! Porque?! Ela apenas ouvia Lantis chamando seu nome de longe e sentia como se estivesse passando do ambiente quente do castelo para a gélida Tókio de inverno, então começou a chorar.

- Eu não quero ir pra casa!Não agora me deixe ficar mais um pouco! Ela viu Lantis ajoelhado perto dela e tocou seu rosto. – Que bom, você ainda está aqui! Ela desmaiou.

- Hikaru?!Hikaru?! Lantis a pegou no colo precisava fala com Clef.

Lantis deixou Hikaru na sua cama, afinal seu quarto era mais próximo da sala de Clef, deixou Mokona e Primera tomando conta dela enquanto ele falava com Clef.

Chegando a porta da sala encontrou Ferio que tinha o rosto pálido, e estava ofegante como se tivesse corrido uma longa distancia.

A porta se abriu os dois entraram com o mesmo ar preocupado enquanto Guru Clef continuava sentado com as mãos na cabeça e seu báculo sobre as pernas.

- Então aconteceu com elas também?! Ele disse levantando o rosto para encarar os rapazes.

- O que está acontecendo Clef?! Por que Fuu estava sumindo diante dos meus olhos?! O rapaz de cabelos verdes estava totalmente transtornado.

- Você sabe a resposta não sabe? O moreno também estava inquieto.

- acho melhor vocês sentarem pois a conversa vai ser longa!

Os dois sentaram esperando explicações, mas o feiticeiro parecia ter dificuldades em expressar a situação , quanto mais o tempo passava mais os dois ficavam ansiosos e temerosos pelo que haveriam de ouvir. Mas antes que ouvisse algum protesto ele começou:

- Nós temos um problema! Um grande problema. O mago passava a mão na fronte como se quisesse extrair dela a solução.

- Diga algo que eu não saiba! Protestou Ferio, enquanto Lantis observava com atenção.

- Eu desconfiei que isso aconteceria já que não temos um pilar, mas não que seria algo que aconteceria tão depressa, isso é tudo culpa nossa! As palavras dele não ajudavam em nada.

- Faça um esforço e explique melhor. Lantis não demonstrava mais estava extremamente nervoso.

- Ele respirou fundo e recomeçou! A verdade é que decidimos amar o que não nos era permitido, essas garotas não pertencem a Zephir, amá-las criou um laço entre nós e elas um tipo de laço que embora nascido de um sentimento forte não é suficiente para mantê-las aqui, tivemos  a sorte ou azar de sermos correspondidos o que torna o laço forte para criar um elo entre nós, mas mesmo isso não poderá mantê-las ao nosso lado então tudo que temos feito e causar dor a elas e a nós mesmo nos apegando a esses sentimentos... ele parou nitidamente sentindo dor, um tipo de dor que só quem ama pode sentir.

- Resumindo, o amor é a porta que abrimos entre os dois mundos já que cada um tem energia do pilar, e a saudade foi à chave que abriu a porta, apartir do momento que saciamos o desejo de estar perto a tranca é fechada e elas retornam pra casa não é isso? Lantis resumiu tudo em poucas palavras.

- Mas não existe um meio de fazer a passagem permanecer aberta? Ferio estava desesperado.

- Existe. Ele soou frio como se esperasse que eles não fizessem essa pergunta.

- então diga qual é?! Lantis sentia um mau presságio.

- Existe um item mágico, que cria um laço suficiente para que permaneçam em Zephir..

- Que item é? Diga-me e eu trarei seja lá de onde for! Ferio estava descontrolado

- Ferio fique calmo, você acha que se fosse assim tão simples Clef estaria com essa cara?

- Você não precisa ir a lugar nenhum o item está aqui mesmo. Ele tirou do bolso um par de anéis idênticos só mudava os tamanhos. Com estes anéis você cria a passagem de forma que ela não será fechada, mas tem um problema...

- E qual seria fora que só temos dois anéis e três garotas? Disse Ferio irritado.

- Os anéis formam um par, e desse jeito só temos passagem de ida e volta para uma delas, e como escolher o casal felizardo sem magoar os outros dois e fazer com que a feliz dama que pode ir e vir não se sentir culpada pela infelicidade das demais. Clef sentou-se nitidamente tão desapontado quanto os outros dois.

- Maldição! Ferio se levantou chutando a cadeira onde estava sentado. Quando eu finalmente... finalmente, posso ter bons momentos com ela, eles são tomados de mim! Ferio apertou os punhos com força. Lantis se levantou tentando encorajar o amigo pôs a mão em seu ombro.

- Eu entendo o que você está sentindo, mas não podemos transparecer isso para elas, só causaria mais dor.

- existe outro meio. Clef interrompeu.

- E qual seria? Disse Ferio com uma ponta de esperança.

- Um filho.

- O que? Você deve estar brincando! Lantis não podia acreditar no que estava ouvindo.

- Como assim um filho?! Ferio pareceu interessado.

- Um filho cria o laço forte suficiente entre vocês para mantê-la aqui, mesmo que ela queira volta para casa, ela acabaria voltando afinal elas não são do tipo que abandonaria um filho por ai, com a passagem sempre aberta elas poderiam ir ou vir sempre que quisesse sem precisar escolher entre um mundo e outro!

- tá ai achei minha solução! Exclamou Ferio se levantando.

- Você enlouqueceu?! Gritou Lantis. – Você quer chegar para uma garota que você beijou duas ou três vezes e pedir para ter um filho com você, é tão precipitado que chega a ser insensato! Lantis estava quase surtando.

Ferio virou se para ele bem serio mais serio do que jamais ele viu.

- Que tipo de relacionamento você acha que eu pretendo ter com aquela garota? Nem que ele estivesse me dizendo que eu tivesse que fazer dez filhos eu faria agora mesmo para não perde-la, ou se ele dissesse que eu tinha que matar dez homens eu o faria, então não pense que eu estou brincando porque não estou.

- Eu não estou dizendo que ninguém aqui está brincando por que eu tenho certeza que não estamos, o que eu vejo é que é um assunto muito delicado para tratarmos apenas entre nós, você nem sabe se ela está tão disposta quanto você, considere que um pedido como esse pode ter um não como resposta. E esse na verdade era o maior medo que Lantis tinha.

- Então eu acho que vou ter que pagar pra ver! Ferio disse isso dando as costas e saiu.