Opostos não se Atraem escrita por Meg_Muller


Capítulo 4
Sem Alternativa


Notas iniciais do capítulo

Oeee =)

Podem falar, demorei mais do que devia mesmo.Mas foi o emprego e todas as outras coisas acontecendo no momento.

No cookies for me. =/



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Larissa prendeu os curtos cabelos ruivos com uma piranha enquanto empilhava todos os arquivos que Arthur tinha pedido, ainda tinha que marcar duas consultas pra ele e cancelar as reuniões durante a tarde, e é claro evitar que ele comesse qualquer coisa nas próximas horas pro exame de sangue.

Mas nada disso a preocupava no momento, Aline tinha acabado de entrar no escritório do primogênito Wainer e estava demorando mais do que usualmente pra sair. Ninguém sabia reduzir uma conversa ao essencial como a Lenox, disso a jovem assistente pessoal de Arthur sabia bem.

Ligou pra clínica médica que sempre atendia o chefe seu marcou a tarefa das consultas durante a tarde como feita na pequena agenda, olhou novamente pra porta do escritório dele, nada. Agora sim estava ficando curiosa demais sobre o que estava acontecendo lá dentro.

Terminou de cancelar as reuniões e quando estava preparada pra se levantar e averiguar por si mesma, o que se passava dentro do escritório, a porta do mesmo se abriu dando passagem a jovem Aline Lenox. E pra surpresa da assistente ela não parecia tão irritada como sempre ficava ao perder reuniões trimestrais.

-Quase morri de curiosidade querendo saber o que acontecia lá dentro. – Larissa comentou enquanto Aline tentava ignorar os comentários e passar pela mesa da mais nova o mais rápido possível. – E sinceramente achei que fosse sair querendo bater em alguém, até fiquei com medo por ser a primeira pessoa que veria, mas aí você sai tranqüila e quase feliz, porque eu também não saberia dizer como ou quando você está feliz...

-Mantenha o foco sobre si mesma e o seu trabalho garota, que necessariamente não me inclui. – Aline perguntou com o tom usual sem nem se dar ao trabalho de olhar pra trás.

-Trabalhamos no mesmo andar Aline, só quero como colega de trabalho informar que eu me importo com o que acontece com você e... – Larissa deu os ombros parando de falar ao ver que Lenox já tinha saído do seu campo de visão.

Recolheu as planilhas que tinha colocado em cima da mesa se preparando pra levar pra sala do Arthur. Se a Aline não queria contar o que aconteceu lá dentro, pelo menos o Wainer ela obrigaria a dizer.

Pegou tudo o que precisava entregar ao Wainer, e entrou o mais rápido que conseguiu pela porta que Aline havia acabado de sair. Encontrando um Arthur sorridente dentro da sala, arqueou a sobrancelha intrigada, aquilo já estava ficando estranho demais.

-A Aline perde uma reunião trimestral e não tenta matar ninguém... – Ela começou caminhando até a mesa fazendo com que Arthur notasse sua presença. – E você está rindo sozinho enquanto espera a visita do Rafael, por motivos não tão agradáveis como sabemos.

Arthur acenou positivamente com a cabeça enquanto ela alcançava a mesa colocando todas as planilhas, ele continuou calado esperando que ela falasse o que tinha vindo fazer no escritório, e ela calada esperando que ele dissesse algo em resposta às observações dela.

-Que planilhas são essas? – Ele perguntou tentando cortar o silêncio enquanto ela sentava em uma das cadeiras em frente à mesa de mogno dele. – Algo que eu precise assinar?

-Quem se importa com as planilhas? – Ela rebateu curiosa. – Que foi que aconteceu aqui afinal? Aline com uma estranha aura serena e você sorrindo pra parede, e nem adianta me falar que não foi nada ou desviar o assunto por que...

-Fiz um acordo que me beneficia tanto eu quanto a Lenox. – Arthur respondeu com um tom calmo completamente diferente da ruiva a sua frente. – E estou satisfeito com isso.

-Que tipo de acordo faria a Aline não tentar te matar por ter a feitoela perder uma das reuniões mais importantes do ano?

-Dei a oportunidade pra ela conseguir o que sempre quis, enquanto eu também consigo algo que venho querendo há muito tempo.

-A única coisa que a Aline quer na vida é... – Larissa arqueou a sobrancelha como se tentasse juntar todas as informações e ver como aquilo se encaixava, mas antes que conseguisse ouviu o ranger da porta do escritório sendo aberta.

-Exatamente quem estávamos esperando. – Arthur cumprimentou enquanto Rafael fechava a porta e entrava no escritório.

-Mais uma noite dormindo na cadeia, e você não perde esse sorriso. – Larissa brincou enquanto ele alargava o sorriso se aproximando do casal.

-Nunca, Lari. – Rafael respondeu dando uma leve piscadela pra ruiva. – Pra mim é normal, estranho mesmo é o do Arthur, não acha?

Larissa desviou o olhar de Rafael pra fitar o chefe que estava realmente sorrindo novamente, aquilo ia além da rotina de toda aquela empresa. Era simplesmente estranho. Principalmente contando com a nova informação, Arthur tinha oferecido a Aline o que ela mais queria? Larissa não sabia bem como, mas o que ela tinha certeza, como qualquer outro membro da W&L.

Arthur alargou o sorriso ao ouvir o comentário enquanto via Rafael chegar até a mesa e cumprimentar Larissa com um beijo no rosto, e sentar na cadeira ao lado dela. Pronto. Estavam ambos em frente a ele com a expressão curiosa que só ele podia tirar.

-Todo mundo quer saber o motivo dessa felicidade súbita. Ainda mais com uma visita do Rafael, nada pessoal Rafa. – Ela pausou pra olhar pra Rafael com um sorriso. – Mas é o Arthur que odeia mesmo as suas visitas, principalmente por causa do motivo delas.

-Eu sei, eu sei. – O mais novo respondeu dando os ombros. – Também não gosto de vim fazer visitas e esperava mesmo um humor horrível e lições de moral inúteis.

-Inúteis. – Arthur começou chamando a atenção pra ele novamente. – Minhas ações sempre foram assim pra você e seu comportamento destrutivo, por isso resolvi mudar de tática.

-Tática? – Rafael rebateu debochado. – Não preciso de nada disso, eu só quero o cheque pra levar que o meu filhote volte a rodar nas pistas perfeitamente.

-Infelizmente isso não vai ser possível.

-Como é? – A mesma expressão confusa de Rafael podia se ver desenhada na face de Larissa, que observava a cena ansiosa e estranhamente calada.

-É bem simples, sem mais cheques.

-O que quer dizer sem mais cheques? Quer que eu passe tudo no cartão de crédito?! Que eu estoure o meu limite e não tenha como sobreviver o resto do mês?! Que diabos ta passando pela sua cabeça?! – O tom do caçula era extremamente agressivo e bem mais alto do que minutos antes.

-Sobre os cartões, cancelei suas contas financiadas pela empresa hoje de manhã.

Larissa arregalou os olhos enquanto Arthur mantinha uma calma bizarra e Rafael levantava da cadeira com uma expressão assassina, a ruiva permaneceu imóvel contando os segundos pro mais novo subir na cadeira e tentar matar o seu chefe. E ela tentava calcular o que faria quando isso acontecesse.

-Você não pode cancelar porra nenhuma! É meu dinheiro! São minhas ações e é minha empresa também, caralho! – Rafael esbravejou e Arthur continuava impassível, e Larissa procurava objetos pesados pra impedir a briga caso aquilo tudo ficasse mais físico, digamos assim.

-As suas ações continuam aqui, eu só mudei de administrador. – Arthur explicou enquanto via a coloração do irmão ficar cada vez mais vermelhar, como se perdesse oxigênio. – Se quiser algo, faça como todo o resto da humanidade e trabalhe.

O soco que Rafael deu na mesa fez Larissa soltar um gritinho e Arthur esboçar um meio sorriso, aquilo estava sendo melhor do que a encomenda e isso porque ele nem tinha chegado à melhor parte.

-Você quer que eu trabalhe aqui?! Com você?! – Rafael perguntou com gritos passando a mão nervosamente pelo cabelo. – Pensei que já tinha desistido dessa idéia anos atrás.

-Não mesmo. – O mais velho respondeu e a tensão se tornou palpável entre o trio. – Não é comigo que você vai ter a oportunidade de trabalhar.

O silêncio durou segundos infinitos, Larissa começava a juntar as peças e sentiu o coração na mão quando pensou na possibilidade da resposta pra tudo aquilo. Arthur não teria coragem pra tanto, ou pelo menos ela achava que não.

-Acho que já conheceu a sócia mais competente dessa empresa, não? – Rafael e Larissa sentiram a tensão das próximas palavras, ele só podia estar de brincadeira. – Aline Lenox.

-Eu sabia que você não ia pensar em fazer uma merda dessas, não sozinho... – Rafael murmurou refletindo. – Aquela vadia...

Pra surpresa de Arthur Rafael não gritou e não tentou nem ameaçá-lo, simplesmente virou de costas e começou a caminhar para fora da sala, aquilo tinha sido fácil demais.

-O que ainda tá fazendo sentado, Arthur? – Larissa perguntou já de pé. – Ele vai atrás da Lenox, e isso não é uma coisa que vai querer perder.

~-~-~

Aline respirou fundo quando viu Bianca entrar na sua sala com um enorme copo de Café Expresso na mão. Certamente ela tinha demorado mais tempo que o esperado, mas já estava acostumada com a competência da secretária, ou a falta dela.

-Eu tentei voltar o mais rápido que consegui. – Bianca justificou se aproximando da mesa da chefe e colocando a embalagem que trazia na frente da mesma.

A jovem Lenox nem teve paciência de dizer nada pra Bianca, simplesmente abriu a embalagem degustando do belo e quente liquido preto, nada melhor que uma dose de café expresso pra poupar tudo que ela teve que aturar nas últimas horas.

-Como hoje é dia de reunião trimestral durante a tarde não tem nada agendado. – Bianca começou lembrando quem tinha ligado durante a manhã. – Mas alguns representantes de empresas de cosméticos queriam marcar uma reunião pra discutir propostas.

-Tem o nome dos representantes e empresas?

-Na minha mesa.

-Quer que eu literalmente peça pra trazer, ou consegue perceber sua função por si mesma?

Bianca abriu a boca pra responder, mas simplesmente acenou positivamente caminhando pra fora da sala. Devia ter trazido tudo consigo, tinha sempre que estar preparada caminhando com passos tão largos quanto os da jovem chefe, mas ás vezes era tão complicado.

Assim que saiu da sala viu a figura de Rafael caminhando em sua direção, nada satisfeito, ele parecia incrivelmente irritado, o que era bem estranho pra quem sempre prezava em manter uma expressão simpática e charmosa como a dele.

-Ela tá aí? – Ele perguntou olhando pra ela com um olhar nada divertido.

-Está, mas eu não acho que ela vá querer te receber assim tão... – Bianca nem completou a frase vendo o rapaz passar por ela e entrar pela porta que ela tinha acabado de sair. Que diabos tinha acontecido com ele?

Antes de poder raciocinar direito a figura de Larissa e Arthur vindo até ela a assustou mais ainda, a Aline não era a pessoa mais visitada naquela empresa, primeiro porque ela odiava visitas que não tinham um motivo profissional para serem feitas, e segundo porque nem todos adoravam um diálogo com ela.

-O que está acontecendo aqui? – Bianca perguntou olhando pro casal que se aproximava, que nem se preocupou em responder entrando na mesma porta que Rafael.

Bianca ia continuar pensando se a ruiva não a tivesse puxado pra dentro da sala também, apesar de que a jovem secretária nem sabia se queria estar na mesma sala que tantas personalidades fortes e estressadas estavam.

-Você não tinha esse direito! – Rafael gritou invadindo a sala enquanto Aline desviava o olhar da tela do seu computador pra fitar o intruso. – Tá louca se acha que eu vou mesmo trabalhar pra uma arrogante, ignorante e prepotente como você! Não sei qual é o seu problema, mas eu não vou ceder a essa coisa ridícula que você pretende!

-Não foi idéia da Lenox, Rafael. – Arthur interrompeu enquanto Aline continuava calada preocupada com o café. – Foi minha, ela apenas concordou.

-Não adianta defender Arthur! Nunca que você ia pensar em uma merda dessas! Foi essa doente, eu sei que foi.

Aline terminou o café olhado com a mesma expressão impassível o olhar furioso do Rafael, todos na sala podiam sentir a expressão palpável, Arthur não sabia mais o que dizer e Larissa e Bianca só mantinham o silêncio por não terem certeza do que cabia naquela situação.

-Não tenho tempo pras questões familiares de vocês dois. Larissa você não tem permissão pra entrar nessa sala. E... – Aline fez uma pausa procurando o olhar de Bianca. – Você na tinha algumas informações pra me trazer?

-Para de ser cínica e fingir que não teve nada a ver com isso! Não há nada nesse mundo que me obrigue a trabalhar com alguém como você! – Rafael rebateu irritado pela forma que ela respondia a tudo enquanto Bianca deixava o escritório pra cumprir o que deveria ter feito antes.

-Isso não está nem sendo cogitado. – Ela respondeu confundindo todos. – Você nunca vai trabalhar comigo, a opção é trabalhar pra mim.

-Você é muito pretensiosa pra uma pessoa só! Mas não importa o que passa nessa sua cabecinha que se acha mais esperta que todos, eu não vou ceder aos seus caprichos doentes e muito menos te dar o controle das minhas ações pra te tornar a presidente disso aqui!

-Não confunda as coisas Wainer, não sou eu que preciso de você.

-Está dizendo que sou eu que preciso de você? – Rafael rebateu debochado enquanto Arthur e Larissa não sabiam se deviam, muito menos como deveriam se intrometer.

-Você é o desempregado, com cartões contas congeladas e sem formas viáveis de manter financeiramente seu padrão de vida. – Ela respondeu sem nem ao menos fitá-lo, mais preocupada com Bianca que tinha acabado de voltar a sala.

-Não preciso trabalhar pra você! São minhas ações e meu dinheiro! Vou contratar um advogado e resolver toda essa questão sem ter que me obrigar a conviver com você.

-Boa sorte em contratando algum que trabalhe de graça. – Ela finalizou enquanto Bianca se aproximava da mesa dela.

-Você é muito vadia e cínica mesmo... – Rafael murmurou antes de fuzilar o irmão com o olhar por tê-lo feito passar por aquilo, e caminhar até a porta ignorando os olhares de Larissa sobre ele.

Aline pegou as informações dos representantes da empresa de cosméticos enquanto ouvia a porta da sua sala sendo batida com uma força absurda. Respirou fundo concentrada nos papéis percebendo os olhares de todos que antes viam Rafael sair sobre ela.

-Não se preocupem. – Ela começou levantando o olhar pra fitar Arthur. – Ele volta em menos de três dias. O primeiro pra perceber que não terá um advogado e que muito menos poderá vender as ações, o segundo pra perceber que nenhum outro emprego pagará o mesmo que a W&L e o terceiro pra trabalhar emocionalmente como ele vai pisar nessa sala novamente.

-Eu ainda nem acredito que tiveram coragem de fazer isso mesmo com o coitadinho. – Larissa finalmente falou alguma coisa com o olhar de reprovação pra ambos. – Nunca trabalhou na vida e agora vai ser obrigado a ficar logo com a Lenox?

-Ela está na sala Larissa. – Arthur respondeu pensando se ainda precisava dizer algo, ou se Aline realmente tinha razão.

-Eu sei que ela está! Ela sabe que não é uma chefe nem no mínimo descente ou recomendável pra quem vai ter o primeiro emprego! Olha a Bianca tadinha! – Larissa suspirou insatisfeita ainda com o tom chateado. – Eu vou atrás dele oferecer uma torta de chocolate e tentar conversar, e se eu fosse você não teria jogado tão baixo assim! Ainda é seu irmão, poxa!

Arthur ia rebater, mas a ruiva já caminhava pra fora da sala depressa. Bianca não comentou nada mesmo tendo sido citada, e Aline pouco se importava com as frases de Larissa, se ela não fosse à protegida de Arthur já a teria tirado daquela empresa há muito tempo.

-Eu espero que você tenha razão... – Arthur murmurou pra jovem Lenox antes de deixar a sala atrás de Larissa.

-Está tudo bem? – Bianca ainda perguntou quando se viu sozinha na sala com Aline.

-Não tenho motivo pra não estar bem. Mas e você? – Aline perguntou levantando o olhar pra secretária. Que arqueou a sobrancelha se tentando entender se a chefe estava mesmo demonstrando algum interesse o estado emocional dela. – Não devia estar ligando e marcando as reuniões com os representantes agora?

-Ah... – Bianca murmurou balançando a cabeça negativamente e voltando a normalidade da relação entre as duas. – Vou ligar agora mesmo.

~-~-~

Larissa ignorou os passos de Arthur atrás de si enquanto caminhava pro elevador da empresa, tentando pensar a respeito de onde Rafael teria ido com tudo o que devia estar passando pela cabeça dele.

-Injusto é o que ele faz comigo o tempo inteiro, certo? – Arthur começou ao alcançar o passo da ruiva. – Eu sou obrigado a lidar com as irresponsabilidades e ainda arcar com todas as despesas absurdas.

-Não estou defendendo as atitudes do Rafa, Arthur! – Larissa rebateu parando de caminhar em frente ao elevador e pressionando o botão pra descer. – Só acho que devia ter ido aos poucos, foi uma atitude muito radical tão de repente.

-Me pareceu extremamente conveniente.

-Se livrar dos seus problemas com seu irmão o jogando nas mãos da insana da Lenox? Isso pra mim não passa de covardia, deixando a sádica ambiciosa lidar com seus problemas por você.

-Não vou discutir isso com você.

O elevador chegou e Larissa travou a porta enquanto dava os ombros olhando uma ultima vez pra Arthur.

-Nem eu quero que discuta. – Comentou antes de entrar no elevador quase vazio ainda sendo observada pelo Wainer. – Vou atrás dele e você só não coma nada até eu voltar, apesar de tudo tento não demorar.

Ela observou Arthur que não respondeu nada enquanto a porta se fechava, pressionou o botão pro último andar e suspirou Rafael não tinha dinheiro, cartão e estava completamente irritado. Só tinha um lugar naquela empresa que ele podia estar.

O elevador parou em vários andares pros outros trabalhadores que estavam no elevador, aumentando mais ainda a ansiedade absurda que percorria por ela, nem conseguia imaginar o que devia estar passando pela cabeça do caçula Wainer agora. Ele estava acostumado a um estilo de vida há anos e de repente era obrigado aquilo.

Chegou ao último andar subindo pela escada até o terraço, não precisou de muito tempo ao ar livre no topo da empresa pra ver a figura masculina de Rafael fitando o topo da cidade em um dos cantos do enorme espaço que tinham ali em cima.

-Eu sinto muito... – A ruiva murmurou se aproximando dele. – Não tinha nem idéia que ele planejava algo assim.

-Eu não vou ceder há algo tão idiota assim... – Ele respondeu com um tom cansado enquanto ela pegava um dos braços dele encostando a cabeça no ombro masculino enquanto ambos observavam a vista do topo do prédio.

-E pretende fazer o quê, então? – Ela perguntou com um tom preocupado.

-Não sei ainda.

-Ela disse que você vai voltar em três dias.

-Não sei como ela pode ter tanta certeza, nem me conhece pra falar algo assim. Nunca conheci alguém tão irritante.

-Ela tem os próprios problemas e traumas. – Larissa defendeu se afastando um pouco dele pra poder observá-lo ao invés da vista da cidade do topo. – Mas não duvido tanto do que ela tenha dito, se o Arthur fez mesmo o fez, não sei se terá alternativa pra ter acesso as suas ações.

-Um advogado vai resolver isso. – Ele respondeu fitando os olhos verdes realçados pelo cabelo vermelho.

-Além de não ter dinheiro pra um no momento. – Larissa comentou medindo as palavras o máximo que conseguiu. – Não pode assumir suas ações aqui sem aprovação da maioria do conselho, e querendo ou não os dois são os mais influentes aqui.

-Então eu consigo outra forma de conseguir dinheiro.

-Não vai ter emprego que te pague o suficiente e todos sabem disso, só estão esperando você mesmo se dar conta.

-Tá dizendo que eu não tenho nenhuma outra opção a não ser ceder a essa chantagem barata e ridícula?

Larissa suspirou olhando nos olhos do amigo, o conhecia há anos o suficiente pra saber o quanto aquilo devia ser difícil pra ele, mas também não tinha como deixá-lo levar aquilo da pior forma possível.

-A única forma de lidar com a Lenox é estando à frente dela. Ela tem certeza que você volta em três dias, e ela sempre está certa. Ou sempre acredita estar certa.

-Está sugerindo que eu volte em quatro pra ela enlouquecer por ter cometido um erro? – Rafael brincou apesar dela não ter acompanhado o sorriso.

-É melhor que volte em um e tire vantagem da situação o máximo que conseguir.

Rafael desviou o olhar do dela pra fitar a cidade novamente, suspirou olhando pra baixo enquanto pensava em como ia lidar com tudo aquilo. Não era justo.

-Não precisa viver pra sempre com ela, é só até mostrar seu potencial e conhecer a empresa o suficiente pra convencer o Conselho que pode ter autonomia sobre suas próprias ações.

Rafael sorriu olhando a ruiva que parecia decidida mesmo a ajudá-lo a lidar com aquilo.

-Quanta gentileza da sua parte, ruiva. – Ele murmurou puxando a garota pra perto de si com um abraço. – Me apaixonaria pelas suas sardinhas e cabelo vermelho se não tivesse um gosto tão estranho.

-Meu gosto é perfeitamente normal, Rafa. – Ela rebateu sorrindo enquanto se soltava dos braços dele.

-Qualquer uma que sinta atração pelo mais velho dos irmãos Wainer é estranha. – Rafael brincou enquanto o rosto dela ficava levemente vermelho. – Afinal, o charme ficou todo pro caçula.

Larissa gargalhou dando um soco leve no braço do rapaz.

-Posso estar irada com ele no momento, mas o charme do meu fofinho é indiscutível, e como sempre sua modéstia me encanta.

-Isso não é só ser estranha, é ser quase doente.

-Cala a boca.

Os dois riram do comentário um do outro até que um silêncio fez ambos perceberem que teriam que voltar. Larissa tinha que terminar tudo com Arthur e Rafael tinha que decidir o próximo passo a tomar.


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Notas finais do capítulo

Aeeee,

O que acharam?

Depois de tanto tempo sem postar, né? Mas vou melhorar daqui pra frente ;D

Valeu a todas as reviews e principalmente a recomendação da Donatella, valeu mesmo =)

E bom, o que acharam desse capítulo? O próximo vai sair muito mais rápido que esse, e é nele que a história finalmente começa e os outros personagens chaves são apresentados ;D

=************** e desculpa a demora gente.

Por favor me falem o que acharam desse ok?

Reviews? Recomendações? Dois minutinhos pra fazer um autor mais feliz!!!

Ah e bom, no próximo prometo fazer todos entenderem um pouco mlhor a Aline, ou adiá-la ainda mais pois apresentaremos a boa outra parte da família Lenox.



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