Final Destination - You Never Know escrita por VinnieCamargo


Capítulo 9
Capítulo 9 - Wiccan


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam... Não tenho o que escrever aqui.



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25 de maio de 2008

A mesma maldita dor de cabeça incomodava James na manhã seguinte. Era um domingo frio como os outros dias.

Levantou-se e sentou na beira da cama enquanto a morte de Josh voltava, passo a passo em sua mente. Agora ele estava num buraco sem fim. Estava na beira do precipício. A morte estava atrás dele, ele pode concluir na noite anterior, mas e como escapar?

Suas chances vão a menos de 10 %, quando você descobre que dentre várias pessoas em três casos diferentes, apenas três delas podem estar vivas.  E ainda mais quando você descobre que a morte não se engana.

–Telefone James! – Christine gritou lá de baixo.

–Já vou mãe.  – Ele respondeu.

Enquanto descia as escadas, ele mesmo reparou que mesmo sem querer estava tomando um cuidado muito maior do que tomava antes.  “Pelo menos meu cérebro já se adequou a idéia” ele pensou.

–Alô?

–James, o Josh morreu mesmo?

Era Julie, provavelmente já tinha ouvido falar.

–Infelizmente sim Julie.  – James disse se sentindo mal.

–Merda, que droga, então aquilo tudo é verdade? –Julie perguntou estressada.

–Acho que sim Julie.  

–E agora James?

–E agora vamos ter que correr Julie.  – James se sentou no sofá e certificou de que sua mãe não estava olhando.  –Vou atrás de todos os outros que tirei da ponte, ou seja, Oliver, Michael, Emma e vocês. A morte já pegou três deles, descobrimos isso muito tarde.

–Meu deus.  Não acredito que isso tá acontecendo comigo, por que James? – Julie perguntou e pareceu que ela começou a chorar do outro lado da linha.

–Eu não sei mesmo Julie, não sei.  – James sentiu sua barriga revirar. - A morte tem seus esquemas Julie, vamos tentar usar isso contra ela.  – Após falar isso, James notou que de alguma maneira, estranha ou não, aquilo estava certo.

–Como assim?

–Sabe Julie, pelo que eu entendi agora ela vai tentar pegar o Oliver, então, vamos fazer de tudo para conseguir evitar isso. Vai dar trabalho, ele é outro idiota, mas com a morte de Josh ele vai ter que acreditar.

–Ele deve estar muito mal mesmo. Seus melhores amigos morreram.  – Julie comentou.

–Deve estar mesmo. Quem te contou da morte de Josh? -James perguntou, Julie não tinha lhe falado.

–Meus vizinhos estavam comentando.  – Julie disse.  – Estamos num filme de terror praticamente, James?

–Pelo. . . - James achou que agora era hora de parar de falar “pelo jeito” e começar a encarar a realidade de frente.  – Estamos Julie.

–Então, vamos evitar fazer o que os mocinhos e aspirantes a serem mortos fazem nos filmes.  – Julie começou.

–Han? – James perguntou.

–Tipo. . . Se a morte está lá fora, não vamos sair lá fora.  Entendeu?

–Ah sim entendi.  – Julie estava certa, James não quis dizer que aquilo era óbvio, Julie queria ajudar, e iria ajudar com certeza. Julie sabia evoluir do zero ao cem numa velocidade assustadora. E como.

–Foi horrível – James disse.

–Han?

–A morte de Josh.  – Ué?

–Como assim? – Julie perguntou.

–Ah é, não te contei ainda, não fala pra ninguém ok?

–Ok.

–Ontem, depois que vocês foram embora do café, Peter e eu conversamos mais um pouco e viemos embora e no caminho encontramos Josh brigando com um mendigo.

–Um mendigo? – Julie perguntou.

–É ele estava bêbado.

–Ah sim então, continue.

–Eu e Peter acabamos com a briga, e ficamos com Josh ali, ele começou a apontar pro outro lado da rua. . .  – James lembrou que Josh havia dito que Stephanie estava do outro lado da rua. . -. . ele se levantou e no meio da rua, um carro quase o atropelou, ele escapou tropeçou em algo e voltou, batendo a cabeça na vitrine, a quebrando.

–Vocês estavam lá? – ela perguntou.

–Estávamos sim, eu e Peter tentamos o puxar de lá, ele estava bêbado e não aguentava nem parar de pé direito, até que o letreiro se soltou em caiu na costa dele, afundando o pescoço dele no vidro. Eu vi a cabeça dele rolar lá dentro.

–Que horrível James, não sabia disso. Será que vou morrer assim? – Ela perguntou e pareceu que iria voltar a chorar de novo.

–Não vou te deixar morrer Julie. Prometo, vamos sair dessa. Nós quatro.  – James no fundo mal tinha certeza de que ele iria escapar daquilo tudo e ainda estava garantindo mais três vidas...

–A policia não encheu vocês? Credo, que estranho.

–Eu e Peter fugimos, não queríamos dar satisfações à polícia.

–Fizeram bem então.

–E a polícia pareceu ter chegado logo, o alarme da loja disparou e ouvimos a sirene da polícia enquanto estávamos correndo.

–E Peter?

–Ele estava traumatizado Julie, com razão né. Foi horrível ver aquilo.

–Com certeza James, eu também ficaria.

–Qualquer um ficaria.  Liga pra ele Julie? Por mim, acho que é melhor ele ouvir uma voz que não seja a minha.  – James estava sendo sincero, não é porque não queria conversar com Peter, é porque Peter já tinha se assustado demais com James nos últimos dias, e agora James ligar pra perguntar se ele estava ok depois da última noite não iria cair bem.

–Ligo sim James.

–Obrigado mesmo Julie, vou desligar agora ok?

–Espera, tem certeza que a morte ainda não está atrás de mim? – Julie perguntou e James sabia que ela iria perguntar aquilo logo.

–Não Julie, não está não. Vou esperar a poeira abaixar um pouco e vou atrás de Oliver, como você mesma disse, acho que ele está bem mal com tudo isso e não é possível que a morte vá pegar ele num domingo né, ela precisa descansar também...  – James tentou brincar com aquilo, não funcionou com Julie.

–Ahn.  – Julie soltou. James sentiu a desaprovação dela diante de sua piada infame.

–Beijo Julie, fica bem ok? Nada vai acontecer com você, falou?

–Falou Jay, toma cuidado você também, não se esqueça de que você tem algumas vidas a zelar.

–Olha a pressão hein. . . Não funciono assim. Beijo.

–Beijo.

James desligou e realmente, a vida de várias pessoas estava dependendo da sobrevivência dele agora, e ele da sobrevivência deles.

“Não posso falhar de novo” James disse baixinho. ”Julie não vai se decepcionar, não mesmo."

Contou a Christine da morte de Josh, mas não falou que ele estava junto com Peter. Ela ficou desesperada de novo.

–Isso é muito estranho mesmo.  – Ela disse com a voz meio trêmula.

–Como assim? – James perguntou como se imaginasse o que passava pela cabeça de sua mãe.

–Nada não filho.  – Ela chacoalhou a cabeça e saiu em direção à cozinha. James seguiu atrás.

–Agora a senhora me deixou curioso mãe, me conta.

Christine encarou o olhar pidão do filho, chacoalhou a cabeça e disse:

–Ok então filho, mas não vai se assustar.

–Me assustar mãe? A senhora está falando com um cara que vive. . . err, que coleciona filmes de terror. Conta logo vai?

–Ok, a sua tia, minha irmã, Christa, a mãe de Erin, me contou de uma história estranha depois da morte dela.

–Me conta então mãe? – Sua mãe já conhecia a história, James iria a apertar pra descobrir até onde ela sabia.

–Uma garota louca evitou que Erin morresse num acidente num parque de diversões. Tirou Erin e outros adolescentes de um carrinho de montanha-russa porque ela teve uma visão de um acidente.

–Han? – James continuou e coçou o queixo.

–O acidente realmente aconteceu.  – Christine continuou.  –Mas algo começou a matar todos os outros sobreviventes, inclusive Erin.

–Uma pessoa? – James fingiu.

–Não, era como uma força sobrenatural, que perseguiu e matou todos eles, ou quase todos, não conversei mais com Christa.

–Credo mãe.

–Pois é, dizem que quando se chega a hora não há como escapar.

–Sem dúvidas.

–É. Christa acha que isso aconteceu por causa da própria Erin. Mas eu continuo achando que é algo sobrenatural.

–Como assim mãe?

–Ela e um amigo dela eram Wiccas, e há uma lenda em que você chama os demônios da morte e tal. .

–Como assim?

–Erin era gótica James, não sabia disso?

–Não.

–Então, ela era gótica e sua mãe andava desconfiando de que ela andava usando drogas com Ian, o amigo dela, porque o quarto de Erin exalava uma fumaça estranha. Christa até chamou um amigo policial dela escondido de Erin pra dar uma olhada nas coisas dela, e na noite em que ela morreu, o policial encontrou livros de bruxaria com fins medicinais, e algumas plantas que, segundo os livros, limpavam o ambiente tirando a energia negativa.

–Como uma magia branca não é? – James perguntou.

–É, nada a ver com os demônios da morte que Christa tanto sonha, Erin e Ian não tinham motivos pra isso, mas Christa botou na cabeça de que Erin chamou a morte dela e dos amigos.

–Nossa, que história estranha, mãe.

–É, e já ouvi falar de outros casos assim.

–Nossa mãe, que estranho isso.

–Mas, Peraí, nem sei por que eu tô falando tudo isso pra você, nada a ver com seu caso. Ninguém teve uma visão. Que horror a morte desses Josh e dessa Stephanie hein?

James engoliu em seco.

–É mãe.  – Mas, me conta mais da Erin?

–Não sei muito sobre ela James, só sei que seria bem estranho uma gótica aqui em casa.

–Com certeza.  – James forçou uma risada. Não colou.

–Eu conversei com ela pelo telefone, uma noite antes dela morrer.

–Como assim mãe? – James percebeu que estava falando muito “como assim”, iria parar com aquilo logo.

–Lembra daquela festa que teve na sua escola, na época da morte de Erin?

James forçou a mente um pouco e lembrou:

–Foi um dia antes da morte dela não foi mãe?

–Foi sim Jay, e lembra-se daquela triste história da chacina da rua de baixo, que a gente teve que entrar por outro caminho pra conseguir chegar a casa?

–Lembro.  – James se lembrou de vários assassinatos que houve na rua de baixo da sua casa no dia da festa de sua escola, que fez com que sua mãe mudasse o trajeto aquele dia da escola pra casa. Os ladrões atiraram em vários carros que estavam na rua de baixo, com ou sem passageiros, parados ou andando, e fugiram. A polícia e a perícia haviam trancado a rua e James até se lembrava de ver a polícia interditando o local na hora em que sua mãe iria passar, e o policial dizendo que não fazia dez minutos que os ladrões haviam fugido.

–Então, quando eu estava saindo de casa pra te buscar, o telefone tocou, eu atendi e era Erin, ela queria confirmar o dia em que estivesse tudo pronto pra ela vir, e queria o endereço mais uma vez.

James começou a formular o resto da história em sua cabeça.

–Então, eu fiquei uns dez minutos conversando com ela, me atrasando pra te pegar.

–Então quer dizer, que se ela não tivesse ligado talvez nós estivéssemos no meio do fogo cruzado aquele dia? – James perguntou, mal acreditando.

–Talvez James. Ninguém sabe.

–Muito bizarro isso mãe. Vou subir.

–Ok.

Enquanto subia, os fatos se ligavam em sua mente. Parecia que Erin havia evitado a morte dele. Era estranho pensar isso, mas James se tocou que provavelmente, ele iria morrer naquela chacina, mas sua mãe se atrasou conversando com Erin e chegou mais tarde no local da chacina, escapando.

Então era isso, ele descobriu porque a morte o pegou e provavelmente, os outros também tinham algum tipo de ligação com os outros sobreviventes. Michael logo veio a sua cabeça, era primo de Tod. De algum jeito, Tod evitou a morte de Michael, há alguns anos atrás.

E provavelmente se Erin tivesse morrido na montanha-russa, não haveria uma ligação pra atrasar a mãe dele e ele morreria na chacina. Provavelmente sua mãe não morreria.

Lentamente foi como se uma luz se acendesse em sua cabeça e logo se apagou. Como ele poderia usar aquilo contra a morte? Grande bosta que ele havia descoberto, ele só sabia o motivo da morte estar atrás dele, não como se safar dela.

Fechou a cara mais uma vez, e logo se animou de novo.

“Já é um avanço”.



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Notas finais do capítulo

Sobre essa história de Erin e Ian serem Wiccas, ela é mais explicada no livro
Obrigado a todos!



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