Final Destination - You Never Know escrita por VinnieCamargo


Capítulo 3
Capítulo 3 - O que poderia ser evitado


Notas iniciais do capítulo

A partir daqui as coisas começam a esquentar.
Talvez já tenham até descoberto a próxima morte, mas tudo bem, vou deixar as coisas simplesmente acontecerem, ok?



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20 de maio de 2008

James estava na loja, arrumando uns pacotes e prestes a ir embora, quando ouviu uma voz conhecida.

–James?

James se virou, era Sarah, uma das meninas que ele havia salvado do acidente. Sarah era idêntica a Samarah, sua irmã gêmea falecida. Tirando o fato de que Samarah usava roupas escuras e tinha um humor muito mais refinado. Sarah era uma menina doce com os olhos escuros. Ela constantemente usava roupas curtas, contudo ainda era uma menina decente.

–Er... Oi Sarah? - James não conversava com ela, mas tentou ser amigável.  -Tudo bem? - James já sabia mais ou menos a resposta.

–Mais ou menos. Minha irmã, gêmea, morreu.  

James percebeu que ela se segurou pra não chorar.

–Olha, eu sinto muito mesmo. . .

–Você não sente nada James.  - Sarah disse aumentando o tom de voz.

–Como você fez aquilo? - Ela perguntou - James sabia que essa pergunta viria logo.

–Eu não sei...  - James iria tentar explicar pra ela da melhor maneira que poderia, pra tentar ser convincente e não se passar por louco, mas ela não deixou.

–Você teve uma visão, você explodiu aquela merda de ponte? Quer aparecer ? Mas você salvou aqueles seus amigos idiotas!

James percebeu que agora ela estava se passando de idiota.

–Calma aí garota...

–Não quero saber seu macumbeiro!

 James logo concluiu, ela era uma grande idiota. Agradeceu mentalmente por não ter aceitado ficar com ela há anos atrás. Ela gritava com ele. Ela parecia ser a namorada dele dando chilique no meio do shopping numa terça-feira ao anoitecer.

–Sinto muito...

–Cala a boca garoto! – Sara cuspiu e smplesmente saiu correndo.

Ela era uma louca e idiota. James sabia que ela estava mal, mas ela não precisava ter dito aquilo.

–Hey! - James a chamou, mas ela saíra correndo pela porta afora. James reparou como ela parecia àquelas vadias cogitadas a morrer logo em filmes de terror.  Olhou ao redor. Pelo menos na loja todos olhavam pra ele, inclusive seu chefe.

–O que foi isso? Não posso perder meus clientes, vá atrás dela, rápido!

James realmente, não tinha a mínima vontade de ir atrás dela, mas saiu correndo, e mesmo quando a encontrasse, ele não tinha idéia do que dizer. Um "retardada" talvez?  Desceu correndo as escadas em espiral e pode vê-la correndo no meio do térreo.

Quando ela estava praticamente embaixo das escadas e no meio, ele a chamou, mas um barulho mais alto abafou o grito dele. Ele parou e viu que ela também havia parado, ambos olharam pra cima.  Ambos gritaram.
O ventilador enorme, que um dia antes James percebeu que tinha defeito, agora caía, numa velocidade assustadora.  Todos viram aterrorizados, o ventilador acertar Sarah em cheio, a matando.
James ficou paralisado.  Aqueles breves segundos de silêncio foram embora da cabeça dele.  Ele ouviu o barulho do ventilador se estatelando em cima dela, se quebrando em vários pedaços que se espalharam com sangue no chão brilhante do shopping que haviam acabado de limpar.

O grito de muitas pessoas foi audível. James continuou paralisado. Alarmes do shopping disparavam por todos os cantos. James olhava de relance para os pedaços de Sarah mutilados e misturados com os pedaços do ventilador. Por um momento James achou que iria acordar de uma visão, mas não aconteceu.

James se sentou automaticamente no degrau em que havia parado. Pessoas desciam as escadas correndo e gritando. James não acreditava. Sentiu uma mão tocar seu ombro. Era seu chefe.

–Era sua garota, não era? - Marcus perguntou, com um tom amigável que James não conhecia. James não respondeu.

–Vai embora, eu fecho a loja.  - Marcus disse.

James percebeu que Marcus voltou a subir as escadas. Avistou pessoas chegando, flashes de alguns curiosos. Era hora de ir embora, concluiu mentalmente.

Levantou com as pernas ainda trêmulas, se segurou no corrimão da escada até onde ele ia e saiu andando. Suas coisas ainda estavam lá em cima na loja, mas ele sabia que Marcus iria guardar.

Passou como pode no aglomerado de pessoas, e viu mais uma vez de relance, o corpo da garota destroçado.

Caminhou lentamente até chegar a casa, pensando sobre o estranho acidente. E se Julie estivesse certa, o que realmente havia acontecido naquela maldita ponte?

Chegou a casa e contou a sua mãe do ocorrido. Ela ficou chocada. James contou sobre a discussão que havia tido com Sarah.  Sua mãe o ouviu atentamente e o abraçou. Jantaram sem muitas palavras e foram ver um pouco de TV. O telefone tocou e ele atendeu. Uma voz conhecida soou do outro lado.

–Alô?

–Julie? - James perguntou.  - Porque não ligou no meu celular?

–Eu liguei, mas um tal de Marcus atendeu, alias, é seu chefe não é?

–Putz. Esqueci meu celular! - Ele se lembrou do celular, a carteira e a blusa que havia deixado na loja.

–Hn, aonde você deixou?

–Ah é, na loja.  - James achou que era à hora de contar o fato a Julie.

–Julie, sabe a Sarah, da nossa sala?

–Han? - Julie respondeu, sem muita atenção.

–Hoje eu tava na loja e ela me encontrou. Ela começou a falar muita merda como se eu tivesse causado o acidente.

–Que louca! - Julie respondeu com um tom de riso na voz.

–Mas aí - James continuou - Ela saiu correndo e meu chefe me mandou ir atrás dela, e quando ela estava no saguão do shopping...

–Fala logo! - Julie exclamou.

James estava tentando ser leve, Julie estava tonta desde o acidente, mas James decidiu acabar com aquilo de vez.

–Ela morreu.

–O quê?

–Um ventilador do shopping caiu em cima dela. Eu vi tudo.  - James ouviu Julie suspirar do outro lado, um breve silêncio e ela voltou a falar.

–Sério James?

–Você acha que eu mentiria sobre isso? Foi horrível.

–Nossa. Você tá bem James?

–Não sei mais Julie, muito estranho. E você tá bem?

–Eu estava, mas a notícia me chocou agora.  Peraí.  - Julie ficou em silêncio.  - Acabou de passar na TV. Morte instantânea.  Que horror. Ela até era uma boa garota. Faltava inteligência pra ela, mas era sim.

–Tenho dó dos pais dessa garota. Samarah e depois a Sarah, foi meio que coisa do destino... - James falou, e depois se arrependeu de ter falado aquela bobeira.

–É mesmo - Julie concordou.

–Bom, durma bem Julie.

–Durma bem Jay.

James desligou o telefone e voltou a olhar pra TV, pensativo.

–Falou na TV agora mesmo, não ouviu? - Christine perguntou.

–Nem vi - James respondeu.  - Julie me falou que viu. Triste. Ninguém merecia morrer daquele jeito. E olha que eu havia alertado um segurança sobre isso, mas pelo menos essa família deve processar o shopping.

–Com certeza - Ela respondeu.

–É.

Ficaram mais algum tempo em silêncio vendo TV quando sua mãe disse:

–Bom, acho melhor eu ir dormir.

–Eu já vou também, boa noite mãe  - James disse e se levantou pra desligar a TV e sua mãe veio e o abraçou.

–Boa noite filho, não fique pensando muito nisso, ok? Te amo.

–Eu também mãe.  - James disse, ele entendera o que sua mãe quis dizer.

Subiu ao seu quarto e deitou-se, mais uma vez pensando em tudo o que ocorrera naquela semana, desde a visão até o corpo de Sarah destruído no chão do shopping. Os medos de Julie, a sensação ruim, faziam mais sentido agora. Por um momento começou a pensar que se corresse um pouco mais, poderia ter evitado a morte de Sarah, ou apenas se ele tivesse tentado acalmá-la com mais entusiasmo na loja. Surpreendeu-se por não estar tão abalado como imaginava que ficaria numa ocasião dessas, e estranhamente, uma sensação forte e inexplicável de déja vu não saia da cabeça dele. Uma morte chocante e bizarra. Dormiu com uma pesada sensação de remorso.

21 de maio de 2008

Como todos os dias anteriores, James se lembrou de tudo o que havia acontecido na última semana.  A morte de Sarah veio na hora em seus pensamentos. Levantou-se, tomou um café e ficou um tempo pensando se deveria mesmo ir ao trabalho.

Saindo de casa, encontrou-se com Peter.

–Cara, você viu o que aconteceu com a Sarah? - Peter perguntou.

–Vi sim cara, eu tava lá, trabalhando.

–Muito tenso não?

–Tenso é pouco, foi horrível cara.

–Como foi?

James sabia que Peter iria perguntar isso a qualquer hora.

–Tipo, eu tava me preparando pra ir embora, e ela veio e começou a falar merda, que eu tinha causado o acidente, que era macumba e tals, ela nem me deixou falar direito. .

–Aquela menina é louca cara - Peter disse sério.  Não era novidade pra ninguém que Sarah era louca, James concluiu.

–É mesmo, depois disso, ela saiu correndo, e meu chefe me fez ir atrás dela, eu desci as escadas e vi um ventilador grande do shopping cair nela, sangue pra todo lado. .

–Morte instantânea.  – Peter disse.

–É.

–Ninguém ligou na sua casa, falando pra pegar uns negócios na escola até segunda? - Peter perguntou.

–Que eu saiba não - James disse.

–Ligaram lá na minha casa, é pra assinar um negocio lá na escola, sobre o acidente, não fui eu quem atendeu, foi minha mãe e ela me avisou só hoje.

–Ué, devem ter ligado na minha casa, minha mãe deve ter atendido e não falou nada - James falou, tentando se lembrar se sua mãe havia lhe falado algo.

–Deve ser - Peter disse.  - Ok, te vejo mais tarde James. Vai trabalhar hoje?

–Tenho que ir cara, meu chefe já segurou muita barra pra mim.

–Ah, falou então, te vejo no shopping mais tarde, talvez eu vá.

James almoçou e seguiu ao shopping. Chegando lá, ainda haviam policiais, perícia, mas haviam poucas pessoas. Quase ninguém. O corpo de Sarah já havia sido retirado, claro. James subiu ao Box. Marcus o estranhou lá:

–Como assim? Não precisava vir hoje, talvez nem iremos abrir hoje.  - Marcus ainda achava que a garota chilique morta era namorada de James.

–Ahn Marcus, ela era uma colega só. Ela era meio louca, por isso tava brigando comigo.

Marcus franziu a testa.

–Ah bom, mesmo assim, sinto muito.

James ficou praticamente a tarde inteira sem fazer nada, apenas pensando no estranho acidente e observando a perícia subir de cima pra baixo no shopping. Despediu-se dos colegas e foi embora.

Ao anoitecer, Susan ligou:

–James?

–Sim?

–Oi cara, tentei te ligar ontem, você não atende mais?

–Ah, oi Susan, é que eu esqueci meu celular no shopping.

–Você tá bem James?

–Nem tanto quanto eu gostaria, mas vou levando, e você Susan?

–Mais ou menos.  É. . . . Você viu a Sarah morrer, Julie me contou, estranho, não é?

–Bem estranho mesmo. Mas fazer o quê? - James se arrependeu da última frase que disse. Como assim "Fazer o quê"?

Houve alguns segundos de silêncio até que Susan voltou a falar

–E... Olha James, você já foi assinar o termo lá na escola?

–Ah, Peter me falou de algo pra assinar mesmo. Não fui ainda, por quê?

–Liguei pra combinarmos de ir juntos, já liguei pra Ju e pro Peter, e eles disseram que bastava escolher o dia.

–Ah sim. Amanhã cedo tá bom pra você?

–Tá sim, mas como vamos, porque sem ponte fica difícil o negócio...

–Ah, qualquer coisa a gente racha o táxi.

–Ok então.  - Susan fez uma pausa.  - Você já pensou no que dizer pra eles?

Susan o pegou de surpresa. Ele realmente teria que explicar como haviam saído do ônibus.

–É mesmo Susan. . . . Olha, amanha a gente vê.

–Ok então, beijo!

–Beijo, você avisa o Peter e eu aviso a Julie.

–Ok então, no mesmo lugar de sempre?

–No mesmo, beijo.

James desligou, ele deveria pensar no que dizer ao diretor, ou alguém. Talvez dissesse que passou mal e sua legião de fãs o seguiu? - Essa última parte ficaria boa, se tirasse a legião de fãs. Ligou e acertou tudo com Julie.












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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Cadastrem-se e me deixem reviews!
Até a próxima.



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