Music Of The Heart escrita por Giovanna
“PI... PI...”
Thalia acordou escutando um barulho e em uma sala toda branca. Achou que estava no céu, mas se estivesse, não estaria sentindo dor. Colocou as mãos em sua cabeça e percebeu que estava com a mesma enfaixada.
— Ai...
— Não levanta, menina. Vou chamar o médico.
A enfermeira vulgar saiu da sala. Thalia ficou imaginando com quantos aquela ali havia dormido com aquela roupa. Mas pensar doía mundo.
— Vejo que acordou, Thalia.
— Pois sim, doutor... — Thalia leu o crachá do médico: Dr. Apolo. — Apolo. Espera, Apolo?
— Sim, irmãzinha. Papai está muito preocupado com você e Jason também.
— Engraçado. Papai me manda para fora de casa e depois vem me procurar.
— Thalia!
— O que, Apolo? É verdade.
— Eu sei que é verdade. Mas ele é seu pai, você não pode falar assim.
— Quer saber? Fala logo, o que aconteceu, porque eu não me lembro de nada.
— Você foi atropelada. Nico me disse que você tinha brigado com papai, saiu de casa e não viu o carro. Ele ficou aqui o tempo todo com você.
— Nico? Ué.
— Thalia, eu acho que ele gosta de você.
— Eu também gos...
— EU SABIA! — Apolo começou a fazer uma dança.
— Ué, virou dançarino?
— Me deixa, Thalia! Bem, você tem visitas, querida irmãzinha.
— Esse apelido não é meu!
— Agora é.
— Some, Apolo. E manda as pessoas entrarem.
— Sim senhora, mamãe.
— VAI EMBORA. Ai...
— É melhor você não gritar, vai doer mais.
Apolo saiu daquela sala. Ele tinha uma irmã gêmea chamada Artemis, que estava pelo mundo viajando. Apolo e Artemis não eram filhos da mesma mãe que Thalia e Jason. Thalia e ele sempre tiveram uma relação muito boa, como de melhores amigos, não de irmãos. Já Artemis, era sempre na dela, não era muito de falar.
— Thalia? Sua maluca. Queria matar todo mundo?
— Na verdade eu queria matar a mim mesma, mas isso eu supero.
— Você é maluca, Thalia.
— Você não é a primeira pessoa que me fala isso, Annie.
— Seu pai tá super preocupado.
— Sério? Por mim, que ele evaporasse, Silena. Eu não ligo. Ei... Ajuda-me a levantar. AAAAAI, MERDA.
A porta abriu rapidamente.
— Tá tudo bem ai, Thalia?
— Tá, querido irmãozinho. Eu quero levantar, me ajuda?
— Então... Você não pode.
— Tá brincando, né?
— Não, você tem que ficar deitada, se recuperando.
— Que droga. Você é chato, sabia?
— Mal de família.
— Argh.
Thalia pegou uma almofada que estava segurando e jogou em seu irmão. Ele abaixou e acabou pegando na cara de Nico.
— Obrigado, Thalia. Sabia que você me amava, mas nem tanto.
— Foi mal!
— Claro que foi.
— Pensando bem, não foi não mal assim. Você mereceu.
— Idiota.
— Retardado.
— Ér... Cambada, vamos deixar o casal trocando caricias de amor. Com licença. — Percy.
— Vai pastar, vai?
— Vamos, Percy. Antes que vocês se matem.
Annabeth, Percy, Silena e Charles saíram daquela sala, deixando Thalia, Nico e Apolo.
— Thalizinha, eu to saindo. Vê se não passa dos limites, combinado? — Apolo piscou para Thalia.
— Some você também, irmãozinho.
— Irmãozinho?
— Isso ai. Agora tchau.
Apolo saiu pela porta, mas antes de sair, piscou mais uma vez para Thalia.
— Então... Aquela merda que eu chamo de irmão falou que você não saiu daqui. É verdade?
— Pois sim.
— Tá, o que houve? Cadê meu irmão?
— Seu irmão está em casa. Não teve condições de vir.
— E meu pai?
— Sobre isso que eu quero conversar. Ele está bem mal.
— Você sabe que ele foi o causador disso, né?
— Você é muito dura com as palavras, Thalia.
— Desculpa, Nico. Mas eu aprendi a ser assim. Meu pai mesmo, vive me culpando pela morte da minha mãe, pelo afastamento de meu irmão. Ele diz que não, mas eu sei que é verdade.
— Olha, ele amava sua mãe.
— Claro, eu não duvido. Mas ele fica me culpando. Por exemplo, eu me caso com você. — Thalia ficou vermelha depois que percebeu o que falou. — Daí eu faleço de alguma forma, você vai culpar nossa filha? Espero que não.
— Que exemplo, Thalia. Somos irmãos.
— Eu... Eu sei. — Thalia abaixou a cabeça. Esquecera daquele detalhe.
— Mas calma! Você é uma pessoa especial, Thalia. Você vai ser muito feliz.
— Na moral? Eu queria ter morrido nesse acidente. Seria maravilhoso que isso acontecesse. Meu pai se livraria de mim, meus irmãos teriam toda a atenção, sua mãe também. Eu sou uma pedra no sapato de todo mundo.
— Por que pensas assim, Thalia?
— Porque é a verdade.
— Olha aqui: Você é a pessoa mais linda, mais pura que eu já conheci. Você é perfeita do jeito que é, e eu agradeço por você ser minha irmã, porque apesar de brigarmos e de termos nossa diferença, somos Nico e Thalia, invencíveis e unidos.
— Isso era pra me por pra cima? Porque funcionou.
— Na verdade, era uma promessa que eu havia feito quando você quase morreu.
— Uau, não esperava.
— Pequena, você é muito mais que a Thalia. Você é a Thalia, minha irmã e melhor amiga.
— Para! Eu vou chorar.
— Não chora. Quer... Cócegas?
— Ah não... NICO PA... PA... SOCORRRRRRO.
— Eita! Tá tudo bem aqui?
— Não.
— Sim.
— NÃO!
— SIM! Quer mais cócegas?
— Tá tudo bem sim, querida amiga.
— Melhor mesmo, Thalia. Você ouviu, Annabeth? Tá tudo bem. Pode sair.
— Tá bom. Eu to saindo. To saindo.
— Você é louca de gritar? Precisa que eu tampe sua boca?
— Cala a boca, di Ângelo.
— Você é chata, sabia?
— Eu sei. Todos dizem isso.
— Eu preciso...
— THALIA! Oh, Céus, você tá bem?
— Oi Luke. Estou sim, eu acho.
— Thalia, eu vou sair, tá?
— Não, Nico... Argh!
Nico saiu, e bateu a porta. Do outro lado da mesma, tinha quatro rostos olhando assustados a tal ato do menino.
— Ué, vai quebrar a porta?
— Me deixa, Percy.
— O deixa, Percy. O Luke acabou de entrar lá. É comum quando se está apaixonado.
— Tá apaixonado, Nico? Por quem?
— Cara, você é muito burro. Até eu sei.
— Ótimo, que lindo. Continuem assim. Vou dar um volta.
— Deve estar de TPM.
Bem, Thalia adorara a visita de Luke, mas já Nico, nem tanto. Na verdade, ele se sentia ameaçado, pois sabia que a garota já gostara de Luke, e seria pouco para a mesma voltar a gostar dele, mas já de Nico, não. Ele não sabia que estava enganado, que a menina o amava, mas que qualquer coisa nesse mundo.
Nico esbarrou em uma menina ruiva, com os olhos verdes. Ele sentia que já a conhecia, mas não sabia de onde.
— Desculpe, não estava prestando atenção.
— Não foi nada. O erro foi meu. Sou Rachel.
— Rachel? Tipo, Rachel Elizabeth Dare?
— Isso, mas como você sabe meu nome inteiro.
— Rachel, sou Nico. Nico di Ângelo.
— Tá brincando? Nico!
— Uau, você mudou.
— Você também. Está mais bonito.
— Você está linda, Rachel.
— São seus olhos.
— Faz seis anos que eu não te vejo, para onde você foi?
— Senhor William Dare viajou para fora do país, e Rachel Elizabeth Dare foi com ele.
— Nossa! Mas então, topa tomar um lanche comigo?
— Simbora! Mas a Thalia não vai ficar com ciúmes? Ela é sua namora...
— Não é minha namorada. Só uma amiga, ou nem isso.
— Ah sim. Ela gosta de Luke, eu entendo.
— Vamos? Não estamos aqui para falar de Thalia ou do amigo dela.
— Vamos.
Dentro do hospital, uma garota olhava pela janela, que estava ao lado de sua cama, e lágrimas escorriam de seus olhos. Não podia acreditar que Nico havia caído nos encantos de Rachel, aquela menina não mudara e ela sabia. Rachel sempre fora uma bruxa, desde seus tempos de criança. Aquela garota já havia sido sua amiga, mas mudou. E talvez estivesse perdendo o garoto que amava para a sua pior rival. Mas ninguém entende as razões do coração. Não é ideal ficar fazendo perguntas, que nem ele mesmo será capaz de responder. É só deixar com o tempo, que ele fará seu trabalho.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!