Music Of The Heart escrita por Giovanna


Capítulo 5
1ª fase - Capítulo V




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“PI... PI...”

Thalia acordou escutando um barulho e em uma sala toda branca. Achou que estava no céu, mas se estivesse, não estaria sentindo dor. Colocou as mãos em sua cabeça e percebeu que estava com a mesma enfaixada.

— Ai...

— Não levanta, menina. Vou chamar o médico.

A enfermeira vulgar saiu da sala. Thalia ficou imaginando com quantos aquela ali havia dormido com aquela roupa. Mas pensar doía mundo.

— Vejo que acordou, Thalia.

— Pois sim, doutor... — Thalia leu o crachá do médico: Dr. Apolo. — Apolo. Espera, Apolo?

— Sim, irmãzinha. Papai está muito preocupado com você e Jason também.

— Engraçado. Papai me manda para fora de casa e depois vem me procurar.

— Thalia!

— O que, Apolo? É verdade.

— Eu sei que é verdade. Mas ele é seu pai, você não pode falar assim.

— Quer saber? Fala logo, o que aconteceu, porque eu não me lembro de nada.

— Você foi atropelada. Nico me disse que você tinha brigado com papai, saiu de casa e não viu o carro. Ele ficou aqui o tempo todo com você.

— Nico? Ué.

— Thalia, eu acho que ele gosta de você.

— Eu também gos...

— EU SABIA! — Apolo começou a fazer uma dança.

— Ué, virou dançarino?

— Me deixa, Thalia! Bem, você tem visitas, querida irmãzinha.

— Esse apelido não é meu!

— Agora é.

— Some, Apolo. E manda as pessoas entrarem.

— Sim senhora, mamãe.

— VAI EMBORA. Ai...

— É melhor você não gritar, vai doer mais.

Apolo saiu daquela sala. Ele tinha uma irmã gêmea chamada Artemis, que estava pelo mundo viajando. Apolo e Artemis não eram filhos da mesma mãe que Thalia e Jason. Thalia e ele sempre tiveram uma relação muito boa, como de melhores amigos, não de irmãos. Já Artemis, era sempre na dela, não era muito de falar. 

— Thalia? Sua maluca. Queria matar todo mundo?

— Na verdade eu queria matar a mim mesma, mas isso eu supero.

— Você é maluca, Thalia.

— Você não é a primeira pessoa que me fala isso, Annie.

— Seu pai tá super preocupado.

— Sério? Por mim, que ele evaporasse, Silena. Eu não ligo. Ei... Ajuda-me a levantar. AAAAAI, MERDA.

A porta abriu rapidamente.

— Tá tudo bem ai, Thalia?

— Tá, querido irmãozinho. Eu quero levantar, me ajuda?

— Então... Você não pode.

— Tá brincando, né?

— Não, você tem que ficar deitada, se recuperando.

— Que droga. Você é chato, sabia?

— Mal de família.

— Argh.

Thalia pegou uma almofada que estava segurando e jogou em seu irmão. Ele abaixou e acabou pegando na cara de Nico.

— Obrigado, Thalia. Sabia que você me amava, mas nem tanto.

— Foi mal!

— Claro que foi.

— Pensando bem, não foi não mal assim. Você mereceu.

— Idiota.

— Retardado.

— Ér... Cambada, vamos deixar o casal trocando caricias de amor. Com licença. — Percy.

— Vai pastar, vai?

— Vamos, Percy. Antes que vocês se matem.

Annabeth, Percy, Silena e Charles saíram daquela sala, deixando Thalia, Nico e Apolo.

— Thalizinha, eu to saindo. Vê se não passa dos limites, combinado? — Apolo piscou para Thalia.

— Some você também, irmãozinho.

— Irmãozinho?

— Isso ai. Agora tchau.

Apolo saiu pela porta, mas antes de sair, piscou mais uma vez para Thalia.

— Então... Aquela merda que eu chamo de irmão falou que você não saiu daqui. É verdade?

— Pois sim.

— Tá, o que houve? Cadê meu irmão?

— Seu irmão está em casa. Não teve condições de vir.

— E meu pai?

— Sobre isso que eu quero conversar. Ele está bem mal.

— Você sabe que ele foi o causador disso, né?

— Você é muito dura com as palavras, Thalia.

— Desculpa, Nico. Mas eu aprendi a ser assim. Meu pai mesmo, vive me culpando pela morte da minha mãe, pelo afastamento de meu irmão. Ele diz que não, mas eu sei que é verdade.

— Olha, ele amava sua mãe.

— Claro, eu não duvido. Mas ele fica me culpando. Por exemplo, eu me caso com você. — Thalia ficou vermelha depois que percebeu o que falou. — Daí eu faleço de alguma forma, você vai culpar nossa filha? Espero que não.

— Que exemplo, Thalia. Somos irmãos.

— Eu... Eu sei. — Thalia abaixou a cabeça. Esquecera daquele detalhe.

— Mas calma! Você é uma pessoa especial, Thalia. Você vai ser muito feliz.

— Na moral? Eu queria ter morrido nesse acidente. Seria maravilhoso que isso acontecesse. Meu pai se livraria de mim, meus irmãos teriam toda a atenção, sua mãe também. Eu sou uma pedra no sapato de todo mundo.  

— Por que pensas assim, Thalia?

— Porque é a verdade.

— Olha aqui: Você é a pessoa mais linda, mais pura que eu já conheci. Você é perfeita do jeito que é, e eu agradeço por você ser minha irmã, porque apesar de brigarmos e de termos nossa diferença, somos Nico e Thalia, invencíveis e unidos.

— Isso era pra me por pra cima? Porque funcionou.

— Na verdade, era uma promessa que eu havia feito quando você quase morreu.

— Uau, não esperava.

— Pequena, você é muito mais que a Thalia. Você é a Thalia, minha irmã e melhor amiga.

— Para! Eu vou chorar.

— Não chora. Quer... Cócegas?

— Ah não... NICO PA... PA... SOCORRRRRRO.

— Eita! Tá tudo bem aqui?

— Não.

— Sim.

— NÃO!

— SIM! Quer mais cócegas?

— Tá tudo bem sim, querida amiga.

— Melhor mesmo, Thalia. Você ouviu, Annabeth? Tá tudo bem. Pode sair.

— Tá bom. Eu to saindo. To saindo.

— Você é louca de gritar? Precisa que eu tampe sua boca?

— Cala a boca, di Ângelo.

— Você é chata, sabia?

— Eu sei. Todos dizem isso.

— Eu preciso...

— THALIA! Oh, Céus, você tá bem?

— Oi Luke. Estou sim, eu acho.

— Thalia, eu vou sair, tá?

— Não, Nico... Argh!

Nico saiu, e bateu a porta. Do outro lado da mesma, tinha quatro rostos olhando assustados a tal ato do menino.

— Ué, vai quebrar a porta?

— Me deixa, Percy.

— O deixa, Percy. O Luke acabou de entrar lá. É comum quando se está apaixonado.

— Tá apaixonado, Nico? Por quem?

— Cara, você é muito burro. Até eu sei.

— Ótimo, que lindo. Continuem assim. Vou dar um volta.

— Deve estar de TPM.

Bem, Thalia adorara a visita de Luke, mas já Nico, nem tanto. Na verdade, ele se sentia ameaçado, pois sabia que a garota já gostara de Luke, e seria pouco para a mesma voltar a gostar dele, mas já de Nico, não. Ele não sabia que estava enganado, que a menina o amava, mas que qualquer coisa nesse mundo.

Nico esbarrou em uma menina ruiva, com os olhos verdes. Ele sentia que já a conhecia, mas não sabia de onde.

— Desculpe, não estava prestando atenção.

— Não foi nada. O erro foi meu. Sou Rachel.

— Rachel? Tipo, Rachel Elizabeth Dare?

— Isso, mas como você sabe meu nome inteiro.

— Rachel, sou Nico. Nico di Ângelo.

— Tá brincando? Nico!

— Uau, você mudou.

— Você também. Está mais bonito.

— Você está linda, Rachel.

— São seus olhos.

— Faz seis anos que eu não te vejo, para onde você foi?

— Senhor William Dare viajou para fora do país, e Rachel Elizabeth Dare foi com ele.

— Nossa! Mas então, topa tomar um lanche comigo?

— Simbora! Mas a Thalia não vai ficar com ciúmes? Ela é sua namora...

— Não é minha namorada. Só uma amiga, ou nem isso.

— Ah sim. Ela gosta de Luke, eu entendo.

— Vamos? Não estamos aqui para falar de Thalia ou do amigo dela.

— Vamos.

Dentro do hospital, uma garota olhava pela janela, que estava ao lado de sua cama, e lágrimas escorriam de seus olhos. Não podia acreditar que Nico havia caído nos encantos de Rachel, aquela menina não mudara e ela sabia. Rachel sempre fora uma bruxa, desde seus tempos de criança. Aquela garota já havia sido sua amiga, mas mudou. E talvez estivesse perdendo o garoto que amava para a sua pior rival. Mas ninguém entende as razões do coração. Não é ideal ficar fazendo perguntas, que nem ele mesmo será capaz de responder. É só deixar com o tempo, que ele fará seu trabalho.


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