Thalia se vestiu rapidamente, e desceu para esperar Leo. O menino vivia dando cantadas na irmã do melhor amigo e sempre desejou que tivessem um primeiro encontro. Não demorou muito e Leo estava tocando a campainha.

- Vamos?

- Lógico!

Jason havia pedido muitas vezes para Thalia não magoar o amigo. Ele gostava de verdade de Thalia e fazia o possível e o impossível para se aproximar dela. Há algumas semanas atrás, Leo deu uma pulseira de diamantes para Thalia. A menina recusou. Ou senão outra vez, que o menino só faltou se ajoelhar pedindo para sair com ela. A resposta sempre era não, não e não. Até que Leo se cansou. E Thalia decidiu pedir para sair com ele, mesmo que houvesse segundas intenções.

- Para onde vamos, Thalia?

Thalia parou pra pensar. Não poderiam ter ido muito longe. E é de tarde.

- Vamos para a lanchonete que está logo ali. Veremos.

- Certinho!

Leo estacionou o carro logo à frente e desceu, sendo seguido por Thalia. Entraram na lanchonete e encontraram apenas uma mesa vazia. E quem estava do lado? Sim, queridos leitores. Nico di Ângelo e a nova namoradinha.

- Thalia está cheio. Acho que pod-

- Mas é claro que não! Aqui está ótimo. Tem um lugar ali.

A menina puxou Leo até a mesa, esbarrando, de propósito no garçom que estava passando com vários copos cheios de diferentes coisas, derramando tudo em Nico, que estava bem ao lado do garçom.

- Perdão! Não o vi ai.

- Ah, mas é claro que não, Thalia.

- Isso mesmo, Nico. Você anda tão invisível nos últimos dias, que não foi visto.

- Acho que você está precisando de óculos, minha querida.

- Ah eu? Claro que não. Acho que quem está é você, di Ângelo. Achei que você tinha um pouquinho mais de bom gosto.

Nico percebeu do que Thalia falava. De Alice. E ela também. Alice era da paz. Não faria mal nem a uma mosca.

- Você deve ser a Thalia. É, ouvi falar muito de você.

- Que interessante...

- Não é sério. Eu soube que seu pai morreu. Fiquei muito chocada quando Nico me contou. Eu sei o que você está passando. Nunca conheci meus pais. Foram mortos por uma maluca. Assassinados.

- Uma mulher matou seu pai, Alice? Será que foi a mesma mulher que matou o meu pai?

Thalia olhou para Nico que olhava irritado com ela. Ela o perturbava com aquela história, mesmo que o menino negasse tudo.

- Quantas vezes eu tenho que falar que a minha mãe nunca faria uma atrocidade dessas com seu pai? Ela o amava, Thalia. Você sabe o que é amor. Pelo menos sabia.

- Realmente eu sabia. Até você destruir esse conceito. Cuidado, Alice. Eu gostei muito de você. Não se deixe enganar por sorrisos bonitos e olhares que pareciam sinceros.

- Você não tem um encontro não?

Thalia se lembrou da presença de Leo ali que olhava divertido para toda aquela situação.

- Tá tudo bem? Eu achei que vocês iam se beijar. Entendeu? Amor e ódio. Caminham lado a lado.

Os três estavam olhando para Leo, que sorria, nem percebendo o quanto mal fora com aquela piada.

- Sabe, acho que eu quero ir embora. – Disseram Nico e Thalia em uníssono. Que se encararam.

- Mas a gente mal chegou Thalia.

- Outro dia a gente volta Leo.

- Certo.

Thalia e Leo saíram da lanchonete, seguidos por Nico e Alice. Alice era linda. Seu cabelo era vermelho vivo, como o fogo. Os olhos eram verdes, parecendo duas esmeraldas. O corpo não era tão avantajado, mas nem tão pobre. Ela era definitivamente uma princesa. Já Thalia, quem se importava? Era uma garota feia. Cabelos negros? Olhos azuis elétricos? Quem se importava. Era docemente feia. Talvez Nico tivesse escolhido muito bem a nova namorada. Alice era um doce de pessoa. Era impossível brigar com alguém assim. Era a primeira vez em sua vida que Thalia sentia inveja de alguém. Inveja por ser tão linda ao ponto de fisgar o... Seu di Ângelo idiota.

Não demorou muito e Thalia chegou a sua casa. Despediu-se de Leo e entrou. Não estava nem um pouco a fim de cerimonias nem nada. Havia estragado o encontro de Nico. Mas porque ele não ficou tão irritado com ela? Não se deixou levar a sua provocação? Por quê? Pena que ela não sabia que o pior estava por vir.

A de olhos elétricos entrou em casa. Os amigos já tinham ido para casa. Só restara Piper, Jason e... Maria.

“Aquela vadia” – Pensou Thalia.

Piper e Jason deveriam estar no quarto do menino fazendo sabe-se lá o quê. Apolo e Ártemis já haviam ido para casa. E Maria deveria estar vagabundeando por ai na casa, achando algum defeito nas coisas da casa que nem dela era.

Não demorou muito e Nico e Alice chegaram. Nico foi todo cavalheiro com ela. Alice estava sorrindo que nem uma bêbada. Até que Thalia percebeu algo estranho nas mãos de Nico e Alice. Uma aliança. Uma aliança no dedo anelar da mão direita. Eles iam se casar. Aquela aliança deveria ser dela. Não de Alice.

- Oi?

- Ah Thalia! Que dia maravilhoso esse, não?

- Como?

- Está perfeito o dia.

- Ah sim, maravilhoso. Mas por quê?

- Você já viu nossos dedos?

Thalia fez como se tivesse olhado. Olhar pela segunda vez doeria mais ainda.

- E eu estava pensando... Você gostaria de ser minha madri-

- Não. Eu não gostaria de ser nada. Agora com licença, preciso subir.

Thalia mais nada escutou depois de subir, apenas Alice comentando com Nico “O que houve com ela?”. Entrou em seu quarto e bateu a porta.

- MAS QUE ÓDIO. – Thalia tacou o celular na parede. Pouco se importava que quebrasse ou não. Logo compraria outro.

“Calma Thalia. Calma. Vai se resolver tudo.” – Pensou de novo.

- Mas quem você está querendo enganar, sua tola? NADA VAI SE RESOLVER. – Thalia havia pegado um copo de água que estava ai em cima de sua escrivaninha e o apertava. Apertava com toda a força do mundo. – O seu pai morreu, sua inconsequente. Sua mãe se foi. Agora você só tem o seus irmãos. E a desgraçada da assassinada da sua madrasta. Idiota. Tola. Por que você acreditou que ele gostava de verdade de você, Thalia? Você é a pessoa mais burra desse universo. – Falava consigo mesma e continuava a apertar o copo. Até que ele cedeu e um pedaço de vidro voou até sua perna e o outro fincou em sua mão. – Mas que droga.

Cambaleando se encostou ao guarda-roupa e tentou tirar o pedaço de vidro da perna. Estava doendo muito e ela estava perdendo muito sangue. Não sabia o que fazer. Gritar? Não adiantaria. Ninguém escutaria. Bater na porta? Não. O quarto do irmão era no fim do corredor. A única alternativa era ir até o irmão.

Saindo do quarto se apoiando na parede, com um pé só encostando-se ao chão, para ter base. Não bateu na porta, foi entrando direto. Jason e Piper estavam conversando. Assustaram-se ao ver a irmã do menino entrar daquele jeito ali. Piper empalideceu. Jason se levantou em um salto e segurou a irmã, que ia cair.

- Esse negócio de mutilação de novo, Thalia? – Disse a levando até a cama.

- Na-não... Ajuda... Socorro...

- Pensa, pensa... O que eu vou fazer?

- JASON! TIRA OS CACOS! – Gritou Thalia, ficando de pé. O que se arrependeu profundamente.

- Sim, certo. Tirar os cacos. Tirar os... Cacos.

- JASON VAI LOGO!

- Calma Pips.

- Vai... Logo...

- Jason! Ela tá perdendo sangue! JASON ANDA! ELA TÁ PERDENDO SANGUE.

- Jason... Eu vou...

Thalia desmaiou bem na hora que Nico estava entrando no quarto. Foi impedida de cair no chão por ele.