Neve... Já não tardava a chegar. Levanto-me e vou até a janela. Sento-me no parapeito da janela levando as mãos às pernas. Limito-me a olhar a rua agora recheada de mais belo branco que posso ver do ângulo que possuo. Um floco cai agora bem próximo de mim. Dou um sorriso me deitando na cama novamente, as cobertas me chamavam incessantemente.

-          Sakura-chan!!! – alguém gritava meu nome.

Não queria sair debaixo das cobertas, mas era melhor atender quem quer que fosse, antes que começasse a chamar a atenção. Fui até a janela novamente. Pensei que você não estaria acordado tão cedo, se bem que... Você não é do tipo de pessoa que costuma ficar parado. Vestia sua blusa preta com laranja que já me é conhecida de muito tempo. O sorriso lindo que você exibia era o que estava admirando agora.

-          Será que você não podia ter o bom senso de se usar uma coisa chamada porta? – perguntei.

-          Ah Sakura-chan deixa de maus humor e vamos nos encontrar com a turma!!! – disse Naruto indo em direção a um muro e se encostando nele.

-          Onde? – perguntei, afinal de contas, não tinha marcado nada com ninguém hoje, pelo menos que eu me lembre.

-          Na casa da Hinata-chan!!! – ele me respondeu sorrindo ainda mais lindamente – Vamos fazer uma reunião lá agora.

-         Ta bom Naruto, só vou me arrumar – disse – Porque não me espera na sala? Eu abro a porta para você.

Sai do quarto descendo as escadas com o coração na mão. Apesar dele ter feito o convite tão “discreto”, não posso falar que não gostei. Abri a porta e dei passagem para entrar. Nessa hora é que me lembrei que estava de pijama ainda. Senti o rosto um pouco rubro, mas não deixei transparecer. Deixei Naruto a vontade na sala e subi para o quarto. Abri o guarda roupa e por um momento não sabia o que vestir. Nada parecia bom  o bastante para poder sair com você, mesmo que fosse para casa da Hina-chan.

Peguei uma calça jeans, uma blusa de gola alta preta, e uma outra blusa que coloquei por cima rosa e uma bota. Arrumei meus cabelos, escovei os dentes e desci novamente.

-          Vamos Naruto? – perguntei pegando a chave que estava na mesinha de centro.

-          Claro – disse ele se levantando – Sakura-chan posso te dizer um coisa?

-          Dá para me falar enquanto vamos indo em direção a porta? – lhe respondi com uma outra pergunta.

Não tive tempo de ouvir a resposta, ou ela não pareceu importante assim que ouvi sua voz aveludada perto de meu ouvido dizendo, Você está linda. Só de escutar isso, juro que meu corpo poderia ceder ali mesmo. Dei um sorriso e fui em direção a porta com Naruto ao meu lado. E uma das melhores coisas é que ele estava segurando minha mão. No caminho para a casa da Hina não conseguia encará-lo. E nos ainda continuávamos de mãos dadas. A sensação que sentia de só estar ao lado dele era indescritível. Não achava palavras à altura do meu sentimento.

Ah Naruto, se você soubesse o quanto te quero para mim. Ainda irei lhe dizer isso e poder tocar teus lábios, sentir teu gosto. Chegando a casa de Hina fomos recebidos pela própria. Todos já estavam lá. Tenten estava deitada no colo de Neji que lhe acariciava os cabelos enquanto Ino e Temari conversavam. A impressão que estava passando a mim era que um certo ruivo não estava gostando nada daquilo. Todos estavam contentes e felizes. Isso era o que mais me alegrava depois de ter Naruto perto de mim.

Passamos a tarde toda rindo e conversando. As coisas mudam em um segundo. Os casais de konoha já estavam formados. Temari ainda discutia com o preguiçoso, Shikamaru, mas não resistia as caricias dele. Ino e o ruivo estão se acertando. As vezes ela fala demais, isso é fato. Enquanto voltava para casa, me perdia em mil e uma suposições, e adivinha com quem? Não precisa ser um gênio para descobrir. Você é o que adoro pensar. Não queria voltar para casa então foi em direção a praça.

Sentei-me em um dos bancos que havia por lá e fiquei a admirar o pôr-do-sol que tinha minha frente. Queria você estive aqui comigo. Pena que sonhos não se tornam realidade.

-          Sakura-chan porque não esperou? – perguntou quem eu queria ver – Não iria demorar!!!

-          Quando você junta com Sasuke, Shikamaru e Chouji boa coisa não sai – disse, realmente estou enganada, sonhos, ou melhor, desejos de tornam realidade, principalmente quando a pessoa é a sua melhor amiga.

-          Ainda bem que consegui te achar aqui – disse ele se sentando ao meu lado.

-          E como me achou aqui? – perguntei.

-          Eu ia tentar te pegar no meio do caminho e te acompanhar até em casa – respondeu – Mais eu preciso conversar com você.

-          Sobre o que? – perguntei apoiando os cotovelos nas pernas.

-          Sakura olhe para mim – disse levando suas mãos ao meu queixo me forçando a encará-lo.

Perdi-me em seus olhos azuis. Eles me transmitiam calma e serenidade. Nossos rostos foram se juntando aos poucos. Seus lábios encostaram-se aos meus. Não sabia o que fazer. Suas mãos me traziam para mais perto de você, descendo até minha cintura. Levei minhas mãos ao seu pescoço. Dei passagem a sua língua. Aos poucos foi me soltando, deixando você conhecer cada canto da minha boca.

-          Sakura-chan, eu te amo – disse Naruto assim que nos acabamos de nós beijar me olhando nos olhos – Você é a única menina que ocupou minha cabeça durante todo esse tempo. Nesses três anos amadureci muito e meus sentimentos também. Ainda lhe amo.

-          Naruto, eu... – não sabia o que dizer, Naruto conseguiu me deixar sem palavras, apenas o abracei, mas sem deixar de dizer o que eu tanto queria – Também te amo.

-          Sakura – disse Naruto – Está falando serio?

Ou o Naruto era um baka ou não me conhecia como achei que conhecia. Encarei-lhe me levantando do banco. Com um sorriso apenas balancei a cabeça afirmativamente. Ele veio até mim, levantou-me e ficou me girando por um tempo no ar. Perdemos o equilíbrio e acabamos por cair no chão. Naruto havia caído em cima de mim. Quando vi a posição que estávamos corei na hora. Pedi a Naruto que se levantasse. Ele atendeu meu pedido estendendo suas mãos para mim. Realmente, não queria ir para casa. Não agora.