Pov 3° pessoa

-E então, a que devo sua ilustre visita? - Damon perguntou interessado, ainda não entendo o motivo forte o bastante para fazer Bonnie falar com ele.

-Eu não quero conversar com você, então vamos ser breves. Vim pra falar de Elizabeth e o que aconteceu com ela ontem. - Bonnie explicou séria e logo a expressão relaxada de Damon se foi.

-Eu sei.. Ela tem agido estranho desde ontem, às vezes ela fica meio estranha.... - Ele comentou pensativo.

-Estranha exatamente como? - A garota perguntou e Damon bufou antes de falar.

-Estranha tipo... Com raiva e não-sorridente e cantarolante então, três segundos depois, o entusiasmo dela volta com força total. É um pouco desorientador.

-Oh...Droga!...

-O quê? - Damon perguntou, estranhando a exclamação da bruxa.

-Eu espero mesmo que esteja errada, mas isso provavelmente quer dizer que temos um problema. Eu acho que algo muito, muito errado aconteceu ontem quando Lizzie enfrentou Klaus. Eu não sei exatamente o que é, mas eu acho que a parte vampira de Lizzie começou a tomar controle, como se ela fosse uma recém-criada.

A expressão séria dele vacilou um pouco, pensando em como Elizabeth -que havia sido transformada há séculos- poderia ser como uma recém-criada. Percebendo a confusão de Damon, Bonnie rolou os olhos e se apressou em explicar.

-Olha, eu não sei se é exatamente isso que esta acontecendo, vamos rezar pra que não seja, mas se eu estiver certa, temos um grande problema pra resolver. Ela já te explicou como foi a transformação dela em vampira?

-Hmm... Só a trágica historia dela com aquele...Ugh! O que isso tem a ver com o que esta acontecendo com ela agora?- Damon perguntou, visivelmente contrariado por lembrar do passado amoroso de Elizabeth.

-Bom, há algum tempo eu percebi que Elizabeth não é como vocês vampiros, seres da noite e sem sentimentos., ela ainda tem aquela conexão com a natureza que as bruxas tem. Ela me explicou que quando uma bruxa se transforma em vampira essa parte desaparece, mas não aconteceu com ela porque a mãe dela a “preparou” pra isso. Foi um feitiço muito complexo, você não entenderia, mas em sumo ele suprime a parte vampira de Lizzie, só fazendo com que ela se mostre fisicamente, sua essência permanecendo como a de uma bruxa e fazendo dela a única hibrida de bruxa e vampiro. Mas parece que algo deu errado.

Bonnie parou para esperar que Damon absorvesse as novas informações enquanto o vampiro parecia perdido em pensamentos.

-E... O que você acha que aconteceu?

-Sinceramente? Eu não faço ideia, mas seja o que for, libertou essa parte vampira de dentro dela e agora a cabeça dela está uma bagunça... Se você tivesse sentido o quanto ela queria ver Klaus sofrer... Foi tão obscuro e mau! Totalmente contrario a tudo o que Lizzie é de verdade. Provavelmente ela não vai conseguir lidar com as duas naturezas adversas em conflito dentro dela por muito tempo.

Damon franziu os lábios em desgosto. Saber que algo ruim estava acontecendo com Lizzie o fazia ter ímpetos de correr até ela e abraçá-la, protegê-la de tudo e de todos, até mesmo de uma parte dela mesma. Mas o que poderia fazer? Não sabia nem ao menos o que estava acontecendo de verdade... Com uma certeza absoluta que chegou a assustá-lo, percebeu que não importava o quê, se ela precisasse dele, ele estaria lá por ela.

-Como vamos deter isso que esta acontecendo com ela? - Ele perguntou sério.

-Eu não sei. Nunca aconteceu antes com ninguém, obviamente. - Bonnie disse ríspida, o estresse de não poder ajudar a deixando com raiva.

O olhar que Damon pousou sobre ela a fez encolher - Não lembrava de ver os olhos azuis do vampiro ficarem tão penetrantes , tão sérios ou tão ameaçadores.

-Trate de descobrir, então! - Damon quase rosnou.

-Eu estou tentando! Lembre-se que estamos falando de Lizzie e eu tenho tanto interesse em vê-la bem quanto você! - Bonnie gritou e o vampiro semicerrou os olhos, fazendo um esforço para manter a calma. Brigar com sua única ajuda não seria o inteligente a fazer.

-Olha, temos que achar um jeito de reverter isso. Colabore e procure pelos seus livros de receita de bruxa uma solução.

-É, eu vou. Na verdade, você vai ter que lidar com a parte mais difícil. Vai ter que se certificar de que Lizzie não tenha aborrecimentos ou entre em situações complicadas, que a façam ficar zangada. Ela precisa de estabilidade agora, sentir coisas ruins forçará a parte vampira dela.

Damon a olhou incrédulo. Como impediria Elizabeth de ter aborrecimentos quando seu irmãozinho estava transformando sua casa num cenário macabro de filmes baratos de terror?

-Tenho que ir ou vou me atrasar. E, ei! Ela inacreditavelmente te escolheu pra namorado! O mínimo que pode fazer por ela é o impossível. - Bonnie resmungou pra ele enquanto saia.

Pov Elena

Eu não podia me sentir pior. Quando tudo tinha começado a desmoronar? Por que eu não podia ter simplesmente minha vida normal de volta? Por que Stefan desistiu tão fácil?

Distraidamente passei meus dedos pela cicatriz que agora marcava meu pescoço, cicatriz essa que Stefan deixou em mim. Eu mal podia acreditar que ele realmente tinha sido capaz de fazer isso comigo, mas lembrava nitidamente do jeito que ele ficou, o olhos sem brilho, como se não houvesse alma por trás deles.

Estremeci com a lembrança e balancei a cabeça para espantar aquela imagem. Eu não podia ser fraca e desistir, tinha que levantar a cabeça e continuar lutando. Se Stefan desistiu, Eu não desistiria. Lutaria por nós dois.

Do lado de fora, o som da buzina ressoou, Bonnie deveria ter chegado então me apressei para arrumar o cachecol em meu pescoço de modo que ele cobrisse a marca e pegar minha mochila. Desci rapidamente as escadas e saí de casa, estancando quando dei de cara com Jeremy e Lizzie conversando.

É, de todos os problemas que e tenho agora, tenho que colocar mais um na lista: Lizzie provavelmente deve estar querendo me matar. Bom, como eu saberia que Damon me diria aquilo? E como saberia que ela iria ouvir? De qualquer maneira, eu tinha que arrumar as coisas agora, pedir desculpas.

-Ei, Elena. - Lizzie saudou, incrivelmente conseguindo parecer tão sem graça quanto eu.

-Oi Lizzie.- Respondi automaticamente, sem saber mais o que dizer.

-Hmm.. Jer, pode ir.. Hã... Ligando o carro? Preciso falar com Elena por um minuto. - Lizzie pediu, logo após um longo e constrangedor silencio.

-Com todo prazer. - Jeremy disse, não hesitando em ganhar um tempo na direção de carro de Lizzie.

Assim que Jer saiu, ficamos nos encarando por mais um momento, nenhuma das duas parecendo muito a vontade. Até que eu respirei fundo e comecei.

-Lizzie...

-Desculpe pelo jeito que eu agi ontem a noite. - Ela falou de uma vez, me interrompendo.- Eu não queria ser grossa nem nada, eu sei que você estava mal e que Damon falou aquilo pra te ajudar, desculpe. Eu estava com raiva e acabei descontando em vocês.

Encarei incredulamente Elizabeth – Eu não podia acreditar que no final de contas ela estava pedindo desculpas quando ela era a que menos devia se sentir culpada.

-Você não tem que pedir desculpas, Lizzie. Eu que peço. - Disse, ela assentiu sorrindo e eu suspirei aliviada.

-Amigas de novo? - Ela ofereceu, estendendo a mão e eu a apertei e depois a abracei.

-Você é uma ótima amiga, Lizzie. Foi uma boa coisa ter te conhecido. - Murmurei pra ela, que riu.

-Eu sei, meu charme é irresistível. - Ela brincou, pegando minha mão enquanto andávamos até o carro dela, onde Jeremy estava dirigindo de um lado a outro como um maluco.

-Está bem, com toda essa coisa do Stefan? - Elizabeth perguntou quietamente, enquanto esperávamos Jer parar o carro e nos deixar entrar. Controlei o impulso de suspirar tristemente.

-Estou levando. Eu não vou desistir.

Lizzie apertou minha mão em apoio.

-Eu sinto muito. O que Klaus fez com ele foi horrível.

Para meu orgulho, consegui esboçar um sorriso.

-Vamos, a vida continua. Não posso apenas parar e lamentar por isso e já estamos ficando atrasadas para a escola. - Disse e ela sorrio.

-É assim que se fala! Ultimo ano, aí vamos nós!

Pov 3° pessoa

Último ano, aí vou eu! - Júlia pensava, enquanto caminhava pelos corredores abarrotados da nova escola.

Estava preocupada. Precisava falar com Katherine e não fazia ideia de onde ela estava, imaginava se encontrar o tal vampiro original era tão demorado assim, mas acabou dando de ombros. Katherine parecia ser perita em desaparecer, com isso ela já estava acostumada.

-Ai! Olha por onde anda! - Gritou brava, quando bateu em algo, ou melhor, alguém. Ao olhar pra cima, seu cérebro parou ao dar de cara com aquele vampiro, que agora a olhava com um sorriso cínico.

-Ora, que excelente começo de dia! Você é a garotinha atrevida, hum? O meu ex-lanchinho! - Stefan disse, sorrindo largamente.

Júlia cerrou os dentes para impedir os xingamentos que ela gostaria de dirigir a ele por chamá-la assim e apenas tentou passar por ele, que a impediu, segurando firmemente seu braço.

-O quê? Não quer acabar com o que começamos aquele dia? Seu pescocinho é particularmente tentador. - Ele ronronou, os dedos alcançando a garganta da garota, que se retorceu pra longe dele, sem conseguir realmente se afastar.

-Stefan? O que esta fazendo aqui? Por que esta segurando Júlia assim? - A voz incrédula de Elena soou atras dos dois, chamando a atenção de Stefan, que se virou pra ela sorrindo.

-Eu estudo aqui, Elena. Você sabe disso, não sabe? E quanto a garotinha... Temos assuntos pendentes. - Ele perguntou com ironia e Elena foi se postar ao lado da prima.

-Você não tem o direito de estar aqui. Deixe Júlia em paz. - Ela praticamente rosnou pra ele.

-E desde quando conhece e virou a defensora da menininha?

-Desde que descobri que ela é minha prima. Deixe-nos em paz. - Elena pediu, recebendo apenas um sorriso.

-Lembre-se Elena: Eu prometi a Klaus cuidar de você, querida. O acordo não abrange seus familiares.- Ele brincou, já começando a sair. - Nos vemos por aí.

-x-x-x-x-x-x-x-x-

-Niklaus?

-Hum?

-Estou entendiada!

A expressão tensa do hibrido desmanchou em um sorriso divertido enquanto ele observava Franciele andar de um lado a outro do pequeno estacionamento.

-Paciência, minha querida. Logo quando eu terminar de criar meus híbridos, estarei forte o suficiente para enfrentar Mikael.

-Sabe, tem uma coisa que eu ainda não entendi: Quem é esse Mikael e porque foge dele, Nick? Todos parecem morrer de medo de você, você é o lobo mau da historia... Por que esse tal Mikael é uma ameaça tão grande? - Fran perguntou, se aproximando de Klaus para poder ver seus olhos, que agora ficaram subitamente sérios.

-Por que ele costumava ser meu pai.

A calma da vampira vacilou um pouco. Descobrir que o aparente pior inimigo de Klaus era seu próprio pai era algo que ela não esperava. O rosto de Klaus agora abrigava um brilho sombrio.

-Uau. Eu não esperava por isso. Quer dizer, bom, seu pai quer te matar!

-É. Problemas familiares são sempre difíceis.

Klaus agora aparentava estar despreocupado, mas Franciele ainda via em seus olhos a mágoa – Klaus estava, no minimo chateado com isso, ela sabia. Fran se aproximou e pôs sua mão sobre a do hibrido em conforto.

-Sinto muito, Nick. Eu estou do seu lado, sei que você não é o demônio sem coração que dizem, conte comigo.

Klaus levantou uma sobrancelha, surpreso com a declaração da vampira.

-E quanto a Stefan? Desistiu da sua obsessão por ele? - Perguntou ele, zombando. Fran fez um som impaciente com a garganta.

-Ele está agindo como um idiota agora, graças a você, tenho que dizer. Mas se não estivesse assim, ele estaria correndo atrás daquela mosca-morta da tal Elena...De qualquer forma, ele esta me tratando mal e enquanto fizer isso, eu não vou falar com ele. - Ela falou, os lábios contraídos em sinal de sua teimosia.

Klaus riu, adorava ver a obstinação que aquela garota possuía.

-Ora, querida... Não se preocupe tanto com Stefan quando pode conseguir coisas melhores. - Klaus flertou, seu sorriso ficando malicioso e dessa vez foi a vez da garota rir.

-Hmm... Isso é uma oferta, Nick? Sabe, amizades coloridas não são a minha especialidade. -Ela debochou.

-Quem sabe, querida? Quem sabe?...