Acordei em algum lugar escuro, algum tipo de masmorra - minhas mãos estavam presas por uma corrente sobre a minha cabeça. Olhei pros lados e tudo o que havia eram velhas paredes e uma escada que acabava em uma porta antiga de madeira.
Droga! Eu fui capturada?! Será que Klaus estava aqui?!
Ouvi barulhos lá em cima, vozes desconhecidas. Pelo que eu pude perceber, só havia um homem e uma mulher aqui - Eu não ouvi a voz de Klaus, pelo menos.
Eu me concentrei, tentando pedir ajuda, mas ainda estava muito fraca e a queimação da verbena em meu sangue não me deixava me concentrar o bastante pra entrar em transe.
Passos se aproximavam e logo a porta foi aberta. Um homem magro, mas ainda forte e uma jovem mulher muito bonita entraram e me encararam. Pude sentir o poder que emanava deles - deveriam ser bruxos.
-Então, você é a preciosa Elizabeth? - O rapaz falou sorrindo de um jeito que deveria ser aterrorizante e eu fiz uma careta. Que hora horrível pra ser pega!
-Que foi? Perdeu a língua? - Ele disse se aproximando e encostando verbena em meu rosto. Eu soltei um grito de dor. Já não bastava o que eles haviam injetado em meu sangue?
-Pare! Por favor! - Eu pedi e o cara riu sadicamente. Tudo o que eu queria agora era estar forte o bastante pra poder feri-lo e tirar aquele sorrisinho nojento do rosto dele. A moça me olhou com piedade, mas refez sua expressão para falar com o rapaz.
-David, vá. Eu tomo conta dela. - Ela ordenou. Parecia que ela era mais forte que o rapaz. Eu rezei pra que ela fosse mais piedosa comigo e me matasse antes de Klaus chegar, imaginando o que ele faria comigo.
-Quer um pouco de água? Você não parece bem... Desculpe por David, ele é muito mau às vezes... - Ela murmurava pra mim. Eu me encolhi quando ela colocou um copo na minha boca, esperando que a água estivesse cheia de verbena, mas surpreendentemente, era apenas água.
-Obrigada. - Eu agradeci surpresa e ela deu um sorriso mínimo pra mim, sentando no chão, em frente a onde eu estava presa.
-O que vocês vão fazer comigo? - Eu perguntei desconfiada.
-Entregá-la pra Klaus. -Ela disse num tom monótono e eu fiquei desesperada.
-Não! Por favor! Não! - Eu roguei apavorada, tentando sem sucesso me livrar das correntes. Maldita verbena!
-Desculpe. Não tenho escolha. Klaus vem me escravizando há nove anos e me única chance de liberdade é te entregar a ele. Desculpe. - Ela disse agoniada. Era óbvio que ela não estava gostando de fazer isso comigo, ela só queria se livrar de Klaus.
-Quando Klaus virá? -Eu perguntei com a voz falha, pensando em algum plano milagroso pra me livrar dessa enrascada.
-Fizemos contato com um de seus servos mais próximos quando você estava desacordada. Ele chegará logo e vai te levar até Klaus.- Ela disse e eu suspirei, não vendo maneira de escapar.
Passamos muito tempo conversando naquela masmorra escura - O nome dela era Angelina e, como eu suspeitei, era uma bruxa, uma bruxa muito poderosa, diga-se de passagem - Conseguiu me rastrear somente pelo meu deslize no dia em que fiz o feitiço pra desativar a chave e usei muito poder.
Ela parecia sofrer terrivelmente com a minha condição e, apesar de ser minha seqüestradora e eu ter que odiá-la por natureza, eu simpatizei com ela, não a culpava, ela só estava tentando ser livre.
Eu estava - mais uma vez - tentando fazer contato com alguém quando o homem (David, eu acho) entrou.
-É melhor eu ficar aqui agora. O enviado de Klaus já está chegando e é melhor que você fale com ele. - Ele disse e assentindo Angelina saiu, me deixando sozinha com aquele sádico.
-Tenho umas coisas especiais pra você... -Ele disse e só agora eu notei algumas coisas em sua mão. Ele pegou uma seringa e injetou o líquido em mim. Meu Deus! Mais verbena!
Eu gritei inutilmente. Aquilo estava me queimando por dentro! Era horrível! Eu ouvia o som da risada dele, pra aumentar a minha raiva.
Em meio a dor horrenda, eu tive uma espécie de epifania: Eu iria morrer. Mas eu não podia. Se eu morresse, todos os outros morreriam. Damon morreria. Não! Eu precisava fazer algo, tinha que impedir isso. Mas o quê eu faria?
Então, num esforço imenso no meio da crise de pânico, eu me conectei a mente de Bonnie. Eu tinha pouco tempo e a verbena em meu sangue faziam minha mente ficar um pouco desconexa.

"Capturada por bruxos do Klaus... Verbena. Não consigo escapar. Quando eu morrer, você precisa absorver meus poderes. Eu os deixarei prontos aqui e só você poderá tê-los. Diga a todos que já os amo e que me desculpem por ter sido pega e não ajudá-los mais. Adeus."
Eu terminei já sem forças e apaguei.
Quando consegui ficar consciente de novo, ouvi um barulho estranho no cômodo de cima.

-Ela está bem! Apenas desmaiou por causa da verbena! Ela está bem! - David tentava convencer alguém, sua voz saia sufocada, como se algo apertasse seu pescoço.
-Espero que sim, ou terá de se ver comigo! - Uma voz nova rosnou. Eu quase engasguei com quão familiar aquela voz soou, mas me convenci que era impossível, deveria ser o tal servo de Klaus.
-Eu quero vê-la e falar com ela. A sós. - A voz ordenou, frisando a última parte.
-Ok. - Angelina falou cuidadosamente e eu ouvi passos para fora desse lugar, seja ele qual for.
Enquanto isso, alguém se aproximava da porta da masmorra onde eu estava presa, Que bom! Mais pessoas pra me torturar... Por que eles simplesmente não me matavam?
A porta rangiu e eu me encolhi. Dei uma espiada rápida e arfei surpresa.
-Mas o quê? - Eu sussurrei, tentando organizar meus pensamentos.