Damon andava de um lado a outro de seu quarto. Ele estava com raiva, angustiado e preocupado – Isso nunca era uma coisa confiável quando se tratava de Damon. Ele pensava em alguma maneira de livrar Stefan de Klaus – Preferia ter morrido daquela maldita mordida de lobisomem do que estar se sentindo tão culpado.

  Ainda por cima, havia Elena: Por que ela tinha que ter beijado ele?  Era irritante pra ele pensar no quanto sonhou em Elena o beijar por sua própria vontade, mas agora que ela havia cedido, ele estava se martirizando por isso.

  -Ótimo. Só pode ser a convivência com Stefan... Espero realmente não ter que encomendar uma batina também... – Ele murmurou ironicamente.

  Uma idéia veia a sua mente e ele bateu na testa em reprovação por pensar o quão obvia ela parecia ser: Bonnie. É claro que a bruxinha metida a juíza iria querer ajudar Stefan, de qualquer maneira Elena a convenceria. Era isso: Ele iria falar com Elena e ela convenceria Bonnie a ajudá-los a encontrar e salvar Stefan.

POV ELENA

Querido diário,

Tá, eu sei que parece muita loucura, mas Damon está surtando. Por quê? Porque ele quer ajudar Stefan! E não, isso não é um universo paralelo e eu não estou sonhando (ou tendo um pesadelo, afinal Stefan não está aqui...)

Eu estou agora sentada na minha cama encarando a parede a na sei quanto tempo, mas tenho certeza que é muito – Na verdade desde que cheguei da casa de Bonnie, eu praticamente exigi que ela ajudasse Stefan. Eu sei que fiz mal em pressionar ela assim, afinal, ela ainda está com o problema do Jeremy pra resolver: Ele jura que viu e falou com Vickie e Anna, Bonnie disse que essa deveria ser a conseqüência de ressucitá-lo.

  Tudo tão complicado. Eu realmente queria que Stefan estivesse aqui comigo, eu estou me sentindo sozinha e culpada por ter beijado Damon. Mas acho que ninguém pode exigir que minhas ações estejam corretas: Eu perdi muitas pessoas que eu amava e estava perdendo Damon também, e  eu o amo. Não como eu amo Stefan, é claro, é mais como uma ligação espontânea que existe entre nós.

  Agora eu tenho que ir, acho que Alaric chegou. Eu já mencionei que ele está cuidando de Jeremy e eu agora? Pois é; Ele foi a pessoa “responsável” mais próxima que nós tínhamos. Eu realmente preciso ir, até logo.

Elena fechou seu diário e  seguiu a voz de Alaric, que vinha da sala.

-Elena? Você está em casa? – Ele perguntou.

-Aqui. – Elena disse desanimada, entrando no campo de visão de Alaric.

-Elena, Bonnie pediu que eu levasse você até a casa dos Salvatore. Ela disse que era sobre Stefan. – Com essas palavras Elena se agitou, correndo pra pegar seu casaco e indo em diração a porta.

-Você não vem? – Ela perguntou pra Alaric que ainda a observava.

-Aham... Vamos.

POV Damon

Eu estava ficando entediado de tanto esperar, mas a chata da Bonnie não queria falar o que ela tinha descoberto sem que Elena estivesse presente. Agora estávamos Jeremy, Bonnie e eu nos encarando como completos idiotas.

-O que descobriu Bonnie?! – A voz de Elena irrompeu pela sala enorme enquanto ela ainda abria a porta. Pobrezinha. Estava uma pilha de nervos. Elena não merecia passar por tudo o que ela está passando, e que era o culpado, pra variar? Eu!

-Calma Elena... É melhor sentar, não é nada que possamos  resolver tão rápido. – Bonnie tentou acalmar Elena, só a deixando mais nervosa. Quem me dera acabar com tudo isso só torcendo aquele maldito pescoço do Klaus!

-Fala logo Bonnie! Rápido! – Elena sentou-se e começou a roer as unhas, ela nunca fazia isso.

- Adianto que não foi fácil fazer que as bruxas me desse essa informação, mas como isso não e trata só de Stefan e sim o bem de toda a humanidade, elas cederam. Antes de Klaus ter libertado sua metade lobisomem, eu era capaz de matá-lo, mas agora  Klaus se tornou um híbrido perfeito. É quase impossível matá-lo. Mas, pensem: Só existe outro ser que pode ser mais poderoso do que lobisomens e vampiros e que têm a obrigação de equilibrar a natureza – os bruxos. – Ela parou, acho que pra respirar.

-Mas nenhum bruxo possui o poder necessário pra matá-lo, não é? – Eu interrompi.

-Não, nenhum bruxo possui esse poder. Não sozinho. Mas, se juntássemos as das bruxas mais  fortes, que possuem poderes de várias outras bruxas canalizados; juntas, elas poderiam eliminar Klaus. – Ela terminou.

 -E elas seriam?... – Eu questionei de novo, quase ficando esperançoso.

-Eu e outra bruxa, eu não a conheço, mas pelo que pude descobrir, ela é de uma espécie de “família tradicional” de bruxos... Uma espécie de “sangue-puro”: Todos os seus antepassados eram bruxos, e eles tinham a tradição de “passar” seus poderes pras gerações futuras quando morria. Todos os bruxos dessa família foram mortos por Klaus há dois séculos, menos ela que conseguiu fugir dele. Klaus ainda procura por ela, pois ele acha que os todos bruxos dessa família são ameaça pra ele. – Ela explicou me deixando confuso, bom não só eu não verdade.

-Mas ela está morta, não? Ela não é uma bruxa? Bruxas não vivem pra sempre, não é? – Jeremy perguntou.

-Não, bruxos não vivem pra sempre. Mas ela não é só uma bruxa: ela também é uma vampira. Ela teve que se transformar em uma vampira pra fugir de Klaus. – Bonnie disse com uma careta. Estava mais do que na cara que bruxas odiavam, abominavam vampiros.

-Tá, entendi... Mas, mas como vamos fazer pra ela nos ajudar?  Como vamos encontrá-la? Se ela está fugindo de Klaus, ela deve estar se escondendo muito bem... – Elena falou ainda mais nervosa.

-Eu pensei nisso também. Emily me disse que eu apenas tinha que me concentrar que seria fácil falar com essa tal bruxa, pois ela está ligada a mim devido sermos ambas “predestinadas” a matar Klaus. Digamos que nós somos “As Escolhidas”.- Bonnie quase sorriu.

-E então, o que estamos esperando? O próximo século? – Eu falei impaciente.

-Damon, se vamos trabalhar juntos, lembre-se de uma coisa: Só fale se for crucialmente importante, você me irrita! – Bonnie falou entre dentes. Uhh! Que medo...

Bonnie então pediu que  riscássemos no chão um circulo e em volta dele puséssemos velas, e assim o fizemos. Ela foi até o meio do circulo e sentou, massageando as têmporas. Ela se concentrou mais um pouco e então todas as velas acenderam de só vez.

POV Bonnie

Eu já estava no meio do circulo buscando me concentrar ao máximo. Não sabia muito bem o que fazer, tentei apenas alcançar a ligação que eu tinha com ela, de certa forma, chamá-la. Depois de algum tempo, senti que o círculo de poder que me envolvia estava ficando maior, me levando a outra dimensão, onde tudo estava escuro. Pouco a pouco, fui começando a enxergar e vi uma garota de cabelos ruivos me olhando curiosa. Quando viu que comecei a vê-la ela sorrio.

-Olá Bonnie! Finalmente! – Ela comemorou.

-Você sabe quem eu sou? – Sussurrei assustada com a reação dela.

-Claro! Eu tenho esperado por você há dois séculos inteiros! E você demorou mais do que o necessário, devo admitir.  Foi preciso Klaus levar aquele seu amigo vampiro... o namorado da Petrova... – Ela falou, ainda sorrindo. Nossa! Ela sabia muito sobre mim.

-Você está bem informada, pelo visto... –Eu falei, desconfiada.

-Óbvio! Como acha que estou fugindo a tanto tempo de Klaus? Eu monitoro todos os passos dele sem que ele saiba... Sabia que seu caminho e o dele cruzariam um dia, tive certeza que seria você quando você canalizou o poder  daquelas bruxas... Uma bruxa qualquer não conseguiria fazer isso e ficar viva. – Ela explicou. Não sabia se podia confiar nela, mas o importante era que ela também queria Klaus morto.

-Como faremos isso? – Perguntei.

-Ah, temos que juntar nossos poderes... Mas, antes tenho que ir onde você está... temos muitas coisas a fazer... Nos vemos amanhã. – Ela disse e o circulo de poder que me rodeava rompeu de repente e eu voltei a enxergar a mansão Salvatore onde Jer, Elena, Alaric e Damon me encaravam com expectativa.

  Levantei devagar, aquilo tinha sido muito desgastante – passei muito tempo em transe. Fui até o sofá e me sentei silenciosamente.

-Ela está chegando aqui amanhã. – Eu disse e todos me olharam confusos. Comecei então a contar o meu diálogo com aquela bruxa. Agora só nos restava esperar pra realmente conhecê-la.