Meu Inimigo é Minha Paixão... escrita por KAMI-sama


Capítulo 2
A folga


Notas iniciais do capítulo

boa leitura



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Estávamos novamente no QG. Raito estava distante de mim; realmente empenhado em investigar. Qual era a graça em fazer isso? Ele era o Kira; e ele sabe que eu sei e ainda finjo.

– Raito, você não se cansa? – Perguntou Matsuda. – Até L já tirou uma folga.

– Kira deve ser morto. – Aquelas palavras me causaram um pouco de surpresa pelo fato dele ter dito morto e não preso. Não gostei da idéia de Raito morto.

– Acho que todos aqui merecem uma folga. – Falei, colocando o meu plano elaborado ainda no banheiro, em prática. – Estão todos cansados, quase não vêem suas famílias e hoje é domingo, um ótimo dia para descansar.

– Aleluia! – Matsuda já arrumava suas coisas para ir embora.

– Tem certeza, Ryuuzaki? – Perguntou o Sr. Yagami.

– Sim Yagami-san. Pode ir.

– Então vamos, Raito!

– Eu vou depois que eu acabar aqui pai. – Ele nem ao menos desviou os olhos da tela.

– Você precisa descansar e Sayu está com saudades. – Eu esperava que Raito fosse firme e ficasse mais um pouco.

– Pela Sayu, então... – Ele se levantou da cadeira, preparando-se para sair.

Eu tinha que impedir. Quase todos já haviam saído, só havia nós três no local. Tinha que impedi-lo de sair e, ao mesmo tempo, mandar seu pai embora.

– Raito-kun, poderia ficar mais 20 minutos? Eu preciso falar com você. – Olhei para o Sr. Yagami e continuei: – O Senhor pode esperá-lo lá em baixo?

– Certo! – Ótimo! Sr. Yagami saiu e fiquei a sós com Raito.

– O que quer, Ryuuzaki? – Ele parecia curioso.

Não disse nada, apenas fui até ele e devolvi o selinho que ele me dera um dia antes. Raito passou um braço por minha cintura me prendendo e, com a outra mão, mexia no meu cabelo. Enquanto nosso beijo se intensificava, continuava lento, mas eu podia sentir a paixão.

– Porque está fazendo isso? – Perguntou, encostando a testa na minha.

– Acho que eu estou apaixonado por você, Raito-kun. – Passei meus braços por sua nuca.

– Eu também estou apaixonado por você, Ryuuzaki. – E, assim, outro beijo foi começado; que, para minha tristeza, ele interrompeu. – Preciso ir.

– Eu vou ficar sozinho? – Achei que ele ficaria comigo. Sou melhor que a Sayu.

– Eu volto ainda hoje. – Me deu um selinho e foi embora.

E então eu fiquei sozinho; tendo o dia todo para fazer nada. Ótimo! Eu ia ter que dar um jeito de me divertir sozinho mesmo.

Comecei assistindo TV, mas nada me interessava. Então, decidi alugar um filme. Saí com a roupa que estava e fui andando até a locadora mais próxima; teria muito tempo livre.

Chegando lá, fui até a prateleira de comédia, mas nada me interessou. Andei mais um pouco e um filme me chamou atenção: “Crepúsculo”. Ouvi falar que era o maior sucesso, então, peguei. Depois de mais um pouco de pesquisa, peguei também um filme que parecia ser de terror; o nome era “O Chamado”, acho que daria para passar o tempo.

Cheguei em casa e peguei o telefone pra ligar para o Watari. Queria que ele fizesse pipoca doce, mas lembrei que ele também estava de folga. Eu ia ter que fazer alguma coisa para comer.

Abri a geladeira e fiquei feliz por ver um bolo de chocolate. Cortei uma fatia e fui para meu quarto; apaguei a luz, liguei o DVD e coloquei Crepúsculo.

Depois de ver o filme, simplesmente achei que seria melhor estar trabalhando do que vendo isso. Não entendi como fazia sucesso.

Voltei à cozinha para pegar mais um bolo, agora de morango.

Estava quase no fim do segundo filme e eu não queria mais assistir. Era legal, mas eu não era fã de terror, principalmente de fantasma. Eu queria saber o final, mas estava com medo de continuar vendo e, também, já era de noite e eu não havia ligado as luzes. O prédio inteiro estava no escuro, com apenas a luz da TV.

Quando eu levantei para ascender às luzes, apareceu a garotinha saindo de um poço – era uma cena que dava medo, na minha opinião. Corri até o DVD e o puxei da tomada. Como desligou o DVD, a TV ficou chiando que nem no filme, o que me fez puxar o cabo da TV também e, agora, eu estava no escuro total e sozinho.

Alguns minutos depois consegui ligar todas as luzes e fui para o meu quarto. De novo comi um pedaço de bolo. O silêncio me irritava um pouco e me deixava tenso. Olhei o relógio, era 20h36min. Não sabia que horas Raito voltaria, então, deitei na cama para esperar o tempo passar olhando para o relógio...

Acabei cochilando e, quando abri os olhos de novo, já eram 23h05min. Levantei e dei uma volta no QG, mas, nada de Raito. Será que ele não viria? Eu ficaria deprimido se ele não aparecesse, sem contar que, eu não ia dormir sozinho depois de ver um filme de terror.

Acabei no sofá do QG, de frente para porta, com um livro sobre cães – que achei na estante de Watari. Nada me interessava, estava quase indo dormir de tédio, ao invés de sono.

E foi quando a porta se abriu. E lá estava ele, com seus lindos cabelos castanhos e aquele sorriso meio tímido, mas, ao mesmo tempo, superior, nos lábios.

– Demorei? – Ele perguntou, vindo até mim para me dar um abraço e um beijo no rosto. – Desculpe, é que minha mãe e Sayu não me viam há muito tempo.

– Foi horrível meu dia. – Comecei a reclamar. – Eu assisti a um filme ruim, depois um de terror que será o tema dos meus pesadelos essa noite.

– Imagino você sozinho tentando se divertir... – Ele riu – Na próxima eu fico com você.

– Espero. – Se afastou de mim e sentou no sofá.

– Acho que temos que conversar, Ryuuzaki. – Ele falou o que eu não queria ouvir.

– É, acho que temos...

– Mesmo se ficarmos juntos você continuará suspeitando de que eu sou Kira, certo? – Raito estava tenso.

– Certo. – Respondi. – E se, hipoteticamente, você fosse Kira? O que faria?

– Tentaria conciliar as duas vidas. – Ele disse de forma decidida.

– E se eu descobrisse?

– Então eu... Eu... – Ele ficou pensativo por um longo tempo até responder: – Teria três alternativas. A primeira é bem pouco provável: eu me entregaria e aceitaria o fato; Segunda: eu tentaria fugir, e a terceira, só em ultimo caso: eu me mataria.

Ele não cogitou me matar em nem um momento e... Isso me deixou feliz por um breve segundo. Mas, então, caiu a ficha: ele não se entregaria, muito menos conseguiria fugir; e, só sobra à terceira opção: se matar. E, pela segunda vez, odiei a idéia de Raito morto.

– Não sei se seria capaz de te condenar. – Me aproximei, encostando nele.

– Não diga besteiras! É o seu trabalho, o seu único dever. – Ele me puxou, fazendo com que minha cabeça ficasse sobre seu peito.

– Perder alguém que se ama é difícil. – Falei baixinho.

– É, mas, isso se eu fosse Kira e, eu não sou. – Sua voz não estava firme como antes.

– Hmm... Raito-kun?

– Sim?

– Estou com fome... Cozinha pra mim? – Tentei parecer fofo para ganhar comida. Estratégia de sobrevivência.

– Certo, mas, eu não sou tão bom quanto Watari. – Ele disse sorrindo, enquanto ia para a cozinha do QG.

– Weee! – Peguei a mão dele e recebi outro sorriso. Bem que podíamos ficar assim para sempre.


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Notas finais do capítulo

gostaram? logo posto o proximo^.^