L POV

Cheguei em casa com presa, estava quase na hora do almoço. Eu raramente saia, mas, hoje foi inevitável. Precisei ir até o orfanato resolver alguns problemas sobre meus pupilos, eles sempre se metiam em confusão.

Entrei em casa e vi Raito perto da janela sentado em sua cadeira de rodas. Havia voltado para casa há duas semanas e estava deprimido ainda. Agora ele dependia de mim para quase tudo; ele tentava esconder, mas, eu sabia que ele se sentia humilhado; o seu orgulho era muito grande e, pior que isso, era o fato de ele achar que eu estava cuidando dele por me sentir culpado por seu acidente. Eu cuido dele porque eu o amo, não por culpa.

– Raito-kun! – Pulei para perto dele. – O que está fazendo aí?

– Pensando em algumas coisas. – Ele sorriu para mim, mas era um sorriso triste.

– Raito, – me abaixei para ficar na direção do rosto dele – não fique triste, nós vamos superar isso juntos. Pode ser que você nunca ande de novo, mas eu não ligo pra isso. O importante é ter você aqui, comigo. – Dei um beijo nele.

- Sim, nós vamos. – Senti um pouco mais de otimismo na voz dele.

– Mas, agora vamos comer, preciso de açúcar. – Empurrei sua cadeira de rodas até a cozinha.

– Claro. Watari deixou um bolo de morango aqui para você. – Watari sempre cuidava de nós.

– Eba! – Raito riu ao ver minha alegria. Era um riso verdadeiro, o que eu não via há algum tempo.

– Lawliet... – Ele me chamou, dificilmente ele me chamava assim.

– Sim, Raito-kun?

– Eu te amo.

– Sim Raito, eu te amo mais. – Pisquei para ele e lhe dei um beijo carinhoso que me lembrou dos beijos que dávamos quando ainda estávamos trabalhando juntos no caso Kira.

Parece que foi ontem que eu estava gripado e ele tentando me fazer tomar remédio; agora a situação era inversa, mas, isso não importava. O que importa é que estamos juntos e nada vai nos separar.