Jack e Angelica se encaravam, eles estavam ao lado do leme. Jack estava com um olhar assustador

- Tome – ele disse jogando sua bussola para Angelica, que a pegou no ar

- Para que eu preciso da bussola? – ela perguntou  

- Você vai dar a direção de onde o Jolly Roger esta

- Eu? Por que precisa ser eu? Você não pode fazer isso?

- Eu sou o Capitão, eu faço as regras – sua voz era amarga

- Jack, a bussola vai apontar para a direção onde a Tia Dalma esta, é ela que eu mais desejo encontrar neste momento

Jack pegou a sua pistola e a encostou no abdômen de Angelica

- Um empenho para você – disse ele com um sorriso gélido

Ela o fuzilou e apertou a bussola contra sua mão e pensou com firmeza no vodu de Jack, como ela o desejava neste momento, e ter de volta um certo controle sob o Capitão

- Gibbs – disse Jack

- Sim Capitão – exclamou Gibbs de algum lugar do navio

- Temos nossa direção – disse ele virando o leme para o oeste. Angelica viu que a bussola estava apontando para a mesma direção

O dia anoiteceu, havia neblina sob o mar. Gibbs ancorou o navio.

- É aqui? – perguntou Angelica

Jack acenou com a cabeça confirmando. Há alguns quilômetros de onde eles se encontravam o Jolly Roger estava ancorado.

- Temos que manter uma boa distancia para não sermos vistos – disse Jack – Gibbs

- Sim Capitão

- Eu e... – ele olhou para Angelica em duvida se ela deveria acompanhar-lo até o Jolly Roger ou não – e a Angelica vamos até p navio, fique aqui preparado para a nossa fuga.

Jack e Angelica estavam sentados frente a frente em uma canoa. Jack remava enquanto Angelica olhava para o horizonte. Não demorou muito até ela conseguir enxergar o Jolly Roger. Todas as luzes do navio estavam apagadas, exceto por uma, que ela deduziu que poderia ser a cabine do capitão.

A canoa estava flutuando ao lado do Jolly Roger

- Algum plano, Jack? Ou você continua apenas improvisando? – perguntou Angelica

- Continuo apenas no improviso – disse Jack sorrindo. Ele se levantou e começou a escalar a popa do navio. Angelica o seguiu.

Eles adentraram no navio e ficaram agachados avaliando-o. Ninguém estava em sua parte de cima. Todos os tripulantes estavam na parte de baixo dormindo a sono profundo, exceto um pirata que estava de vigia, mas seus olhos estavam semicerrados e ele estava bêbado com uma garrafa de rum em seu colo.

O navio estava em silencio exceto pelo som de piano que vinha da cabine do capitão.

Jack e Angelica caminharam na ponta dos pés até a cabine. Jack espiou por dentro. Gancho estava de costas para eles, no ponto mais distante da cabine, totalmente concentrado em uma melodia fúnebre que ele tocava em seu piano. Os olhos de Jack examinaram todo o lugar em busca do vodu e sem muita dificuldade o encontraram: ele estava em cima de uma mesa a poucos metros de Jack.

Jack se virou para Angelica

- Fique aqui e tente não fazer nenhuma... bobagem

Ela revirou os olhos

Jack entrou com muito cuidado na cabine. Ele deu alguns passos cuidadosos até a mesa onde o vodu se encontrava. Rapidamente ele esticou o braço e o pegou . Ele o contemplou e sorriu. Rapidamente saiu da cabine e voltou para o lado de Angelica

- Foi mais fácil do que eu esperava – sussurrou contente

- Ótimo, agora vamos! – ela disse dando passos longos. Jack a seguiu, mas parou ao ver o vigia adormecido e a garrafa de rum ao seu colo. Lentamente Jack se aproximou do adormecido e pegou a garrafa.

Angelica o encarava com desaprovação

- Vamos – ele disse

- Fugitivos! – gritou uma voz esganiçada que vinha do alto do navio.

Um papagaio aterrissou na frente de Jack e Angelica. Ele era incrivelmente feio, seus olhos eram grande e esbugalhados, suas penas eram sujas e sua perna direita era feita de pau

- Fugitivos! – ele repetiu

Jack pegou a sua pistola e a apontou para a ave

- Jack! – disse Angelica agarrando o braço dele – estamos cercados

Ele olhou ao redor. A ave idiota havia acordado toda a tripulação, que agora estavam parados ao redor de Jack e Angelica apontando espadas.  

- Ora ora o que temo aqui? – disse Capitão Gancho passando por sua tripulação a ficando na frente para Jack – você veio buscar alguma coisa? – disse olhando para o vodu que Jack segurava

Jack abriu a boca para falar algo, mas foi interrompido pelo som de tiro de um canhão. O Jolly Roger tremeu. Todos os piratas abordo cambalearam e alguns caíram.

O Perola Negra se aproximara do Jolly Roger, e Gibbs estava com o canhão apontado para o navio. Jack aproveitou a oportunidade para sacar a espada e atacar Gancho, que se protegeu usando o gancho de sua mão. Jack usou a sua mão livre para acertar o rosto de Gancho com a garrafa de rum, quebrou com o contato na cabeça de Gancho que caiu no chão.    

Todos os piratas avançaram em Jack e Angelica, que lutaram contra alguns enquanto corriam para fora do navio e se lançaram no mar.

Jack e Angelica voltaram a bordo do Perola Negra

- Foi muito útil você ter usado o canhão mestre Gibbs – disse Jack triunfante erguendo o vodu e contemplando-o

- Obrigado capitão!

- E você... – disse Jack apontando para Angelica – adivinha aonde você vai? – disse docemente

- Jack... – ela começou

- Você vai voltar para a sua ilha   

- Não! Jack você não vai me fazer voltar para aquela ilha

- Agora você não tem mais nenhum poder sobre mim, doçura

- Jack... – ela rosnou

- Jack Sparrow – disse uma voz feminina estranhamente familiar, ela vinha de trás de Jack, que se virou para ver de quem era. Ele se surpreendeu ao ver Tia Dalma. Ela não parecia estar muito diferente do que era antigamente, mais parecida com uma deusa. A única diferença aparente era que agora sua pele ganhara um fraco brilho

- Tia Dalma – disse Jack sorrindo

Angelica ficou boquiaberta

- Você ficou muito bem com esse seu novo brilho, alguma coisa para se opor a este seu jeito macabro – disse Jack ainda sorrindo

- Jack, encantador como sempre – disse Tia Dalma – eu soube que você estava me procurando

- Você esta certa. Eu, na verdade ela – disse indicando Angelica com a cabeça – estava lhe procurando. Mas sinto em lhe informar, mas a busca acabou

- E por que? – ela perguntou

- A sua ajuda não é mais necessária

- Eu preciso de você – disse Angelica correndo na direção de Tia Dalma e parando a sua frente – eu soube que você consegue ressuscitar as pessoas, e quero que você reviva o meu pai

- Bem que eu gostaria – disse Tia Dalma com tristeza – mas não posso

- Como não pode? – Angelica exclamou

- Por que – começou Tia Dalma – após ficar anos aprisionada na forma humana, meus poderes ficaram limitados, eles não são como eram antes de eu ter sido aprisionada. E eu preciso de algo para fazer com que eles voltem a ser como eram antes, algo que desapareceu a milhares de anos

- O que? – perguntou Angelica

- O Velocino de Ouro

- O o que? – perguntou Jack

- Velocino de Ouro. É a lã de um carneiro que tem poderes de cura e proteção mágica. E acredito que se eu o possuir, todos os meus poderes voltarão a ser como eram antes

- Ótimo – disse Jack – então... vá pegar-lo

- Eu não. Vocês vão

Jack ergueu as sobrancelhas

- Nós? Por que nós?

- Por que você tem a bussola. E vamos fazer um acordo: você – disse Tia Dalma olhando para Angelica – eu trago o seu pai de volta

- Estou fora – disse Jack – não há lucro para mim

- Quem disse que não há? Se você me entregar o Velocino de Ouro, eu quebro o feitiço do seu vodu.