New Wonderland escrita por FaynRith


Capítulo 5
Lost


Notas iniciais do capítulo

Ah leitores!
Fiquei um tanto receosa. Não sei, mas acho que o final vai mudar um tanto do que eu havia planejado. Espero que compreendam...



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L O S T
Acredita que está onde está? Pois não deveria. 



- Absolem! - Alice exclamou irritada. – Eu...

- Por enquanto, - A lagarta a interrompeu. Abanou lentamente seu narguile, que seguiu junto a uma fumaça vermelha reluzente. - retorne ao acampamento. Poderá resolver seus problemas depois. A Reunião com o Oráculo precisa ser atendida imediatamente.


- Como sabe da reunião? – A garota perguntou, supressa.

- Isso não importa. – A lagarta se debruçou no cogumelo. Irritadiça, a menina estava prestes a retrucar quando ele apressou-se em acrescentar: - Cuidado por onde anda. Está machucando as flores. – Alice fez uma breve menção que ia largar a espada quando ele exclamou: - E não largue essa espada. Poderá ouvir comentários nada agradáveis.

Ela deu uma risada seca. Seu humor não estava dos melhores.

- Não acho que uma espada como essa faça alguma diferença. Meu pé seria forte o suficiente para... – Alice encarou as flores com raiva. – “amassá-las”.

- Se é isso o que pensa, - Absolem murmurou desinteressado. – Por que não experimenta ficar desarmada, para ver o que acontece?

A menina abriu uma ou duas vezes a boca antes de calar-se. As flores eram realmente desagradáveis - ela sabia até demais, e ele se lembrava daquilo.

Como aquela conversa tinha começado?


- Ah! Quer saber? Esqueça. - Ela suspirou. A armadura estava mais pesada, lhe parecia. - Não sei por que vim aqui.

-É mesmo? Porque deveria estar aqui? – A lagarta tornou a perguntar.

- Pensei – Alice hesitou. Ele havia se esquecido? Provavelmente efeito do narguile. – ter ouvido alguém me chamar. Mas isso não importa mais. Eu preciso ir, o acampamento estava partindo quando saí.


Absolem aceitou como resposta. Não resmungou, nem acrescentou nada a mais. Alice observou-o esperançosa – a espera de alguma resposta – mas ele não tinha nenhuma. Ainda assim, sorriu infeliz a ele, um breve aceno de mão antes de distanciar-se.


Voltou a pensar com seus botões. Aquela voz miúda, a voz pequenina e suave que sussurrara em seu ouvido, chamando-a pelo nome. O doce cheiro de baunilha e lírios tão familiar enchendo-lhe os pulmões. A densa fumaça azul cobrindo-lhe os olhos. Naquela hora, um desespero cresceu em seu coração. Algo forte rebatia-se ferozmente, estraçalhava seu peito com força. Quando deu por si, estava correndo na mata, a espada em mãos e os olhos vazios, a procura de algo.
Algo que não ela sabia o que era.

Ela balançou a cabeça e desequilibrou-se, momentaneamente. Sua armadura parecia mais pesada.

- O quê?

Alice levantou os olhos. Estava em cima do cogumelo ao lado de Absolem. Olhou para baixo assustada com a altura, não recordava o quanto era alto ou como tinha chegado ali – ela recuou ao ver que estava na ponta. Afinal...

A lagarta remexeu-se em seu cogumelo; parecia perturbado com olhar assustado de Alice, como que acabara de se lembrar de algo. Encarou a garota por poucos instantes e agarrou-se ainda mais ao seu narguile. Ela estava se esquecendo aos poucos – ou estaria recordando?

 Sorriu discretamente. Já não podia julgar:


- Não há fantasias - ele tomou outro trago - nem desilusões nesse mundo.
Ela parou de respirar. 
- Não há alucinações, Alice. 


Ela tentou levantar-se. Os braços estavam dormentes com o peso da espada, e sua visão parecia levemente turva. Subitamente, seu corpo parecia mil vezes mais pesado. Tocou suas costas com leveza. Um pequeno corte fora encontrado por seus dedos – que recuaram assustados com a ardência com que sentiu após o toque. Precisava retornar ao acampamento.


- Você vivenciou algo incrível. – Uma fumaça vermelha acompanhou os movimentos suaves da boca da lagarta - Está se perdendo nesse mundo encantado e deslumbrante. Logo, não haverá mais retorno.

Sutilmente puxou o narguile para perto de si, como se algo o prendesse a ele e soltou a uma névoa vermelha que envolveu a garota.

Um salto. Seu coração palpitava com a adrenalina que seu corpo emitia. Não agüentaria por muito mais. A respiração tornava-se densa, pesada, os músculos tremelicavam. Era efeito do narguile?


- Apresse-se. O Oráculo, ele poderá dará a chave desse mundo.
Uma gota de suor deslizou por sua testa. Vamos, só mais um pouco...
- O que ele... – Ela inspirou com dificuldade antes de prosseguir. – Onde é a passagem?

Absolem sorriu com a pergunta. Esticou sua mão azulada até o rosto de Alice com uma expressão duvidosa; ela estremeceu ao toque. Algo estampado em seu rosto dizia que ele não tinha as respostas.

Ironia.

 - Terá   – A lagarta empurrou a testa de Alice, derrubando-a do cogumelo que se erguera até as nuvens. -que descobrir por si só.

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- Você está bem Alice? 

Abriu os olhos vagarosamente. Levantou-se da relva com um gemido e avistou o gato de Cheshire sobrevoando sua cabeça, sorrindo como sempre. 

- O que?

- Perdida novamente? – O gato soltou um lamento de desapontamento. – As tropas já partiram sem você, pequenina. É melhor procurar o caminho para o castelo...

- Como? – Alice exclamou, enquanto tentava agarrar a imagem sorridente que desapareceu vagarosamente. – Como partiram sem mim?

Alice respirou vagarosamente. Olhou para os lados. Tinha desmaiado? Onde estava Absolem? Levantou-se e rapidamente saiu do matagal e correu para o acampamento. Suas pernas tremiam, assustadas com o que viria pela frente. Como poderiam tê-la deixado ali? Não passaram tanto tempo. – Passara?

Ao aproximar-se da entrada, o desespero tomou conta de sua mente. O campo repleto de tendas estava vazio. O silêncio ocupava a sinfonia de vozes de outrora. Nem mesmo a carcaça do dragão estava no tabuleiro cinzento. As criaturas, os animais, as cartas e peões, todos tinham ido embora.

E deixado ela para trás.



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Notas finais do capítulo

*MUAHAHAHAHAHAHAA!
Como disse anteriormente, o final será MODIFICADOO! Não sei se haverá um par com o chapeleiro, mas não percam as esperanças, sim?