Pov: Autora

Já fazia tempo desde que eles não se viam não se viam direito, é claro, afinal, Percy estava sempre com Helena, mas nunca com Annabeth no mesmo ambiente. Ele e a filha saíam quase todos os dias, mas ele e Annie mal se falavam, no máximo abria a porta para que ele falasse com Helena e leva-la para passear. O tempo já parecia voar, tanto que já era o aniversário de seis anos de Helena, seria uma festa especial para a menina, afinal pela primeira vez poderia ter o pai e a mãe juntos ao seu lado quando soprasse as velas do bolo.

Todos estavam lá, Thalia com uma barriga de seis meses, Nico futuro pai todo besta ao ver que logo teria que se preocupar com mais alguém especial na sua vida, Annabeth e Percy que mal se falavam e dirigiam olhares na direção um do outro.

Era complicado.

Posso dizer que é até doloroso.

Amar em silêncio...

Ficar longe...

Apenas ver de longe.

Sim, não era o que ambos imaginavam, mas era o que acontecia, e sim, eles ainda se amavam, sim eles não haviam esquecido um do outro, mas as coisas sempre mudam, não é mesmo? E era isso que estava acontecendo. Annabeth estava namorando um cara que conhecera na escola de Helena era o diretor, eles estavam juntos, formavam até um casal bonito, era estranho observa-los. Afinal o namorado de Annie se chamava Dean, ele era bonito, a tratava bem, eles nunca brigavam, ele sempre abria a porta do carro para que ela saísse, sempre dizia que ela estava bonita, nunca a fazia esperar, ligava sempre na hora que dizia que ia ligar e se dava bem com o pai de Annabeth e o mais impossível, com sua mãe, sim, ele se dá bem com Atena.

Mas havia um problema com tanta perfeição.

E era com Annie.

Sentia falta dos defeitos de Percy, de brigar com ele por qualquer coisa, por acordar com raiva por algo que ele havia feito na noite passada, dos atrasos, de ele nunca reparar em sua roupa e de nunca se dar bem com nenhum dos sogros. Sentia falta dos olhos verdes dele, do cheiro de maresia, da forma como ele nunca sabia o que dizer e que sempre acabava dizendo algo fora do contexto. E lá estava ela outra vez, pensando, reunindo todo o orgulho para se concentrar em Dean e não nele, mas era tão difícil... Ele estava tão perto e ao mesmo tempo... Tão longe.

Percy tinha razão, sempre tivera...

Doía mais quando estavam separados...

Poderia mesmo viver pelo resto da vida sabendo que não fez a escolha certa? Apenas me diga: Quanto tempo um coração partido pode esperar? Sem desmoronar... Você e eu sabemos a resposta, não muito tempo.

Há um tempo eu lhe recomendaria a não se apaixonar, afinal, nada no fim dava certo, mas um dia... Alguém me disse que se não deu certo é porque não chegou no fim, e de fato eu comecei a acreditar, afinal, um dia feliz pode mudar vidas, não é mesmo?

E quem sabe dar uma chance ao seu coração...

Mesmo depois de tanto tempo, eles sempre esperariam um pelo outro...

Bastava apenas... Uma última chance.

O dia estava bastante claro, todos tinham sorrisos no rosto, animados a pequena Helena estava fazendo seis anos, o que eles não sabiam é que duas pessoas, ambas com o coração partido teria mais uma chance, mesmo que essa começasse de forma peculiar.

Pov: Annabeth.

Meus deuses! Onde raio estava a droga do bolo! Estava desesperada, tinha perdido o bolo de aniversário da minha filha, a confeitaria não havia mandado o bolo e eu tinha perdido a droga da nota fiscal. Respirei fundo e simplesmente tentei me concentrar, mas não estava dando certo, principalmente porque ele estava lá.

-Annabeth, você está bem? –Percy perguntou arás de mim, o que me fez dar um pulo.

-Ah! –gritei.

-Desculpe-me, não queria assusta-la. –ele disse.

-Tudo bem.

-Algum problema?

-Sim, muitos, eu acho que perdi o bolo de aniversário da Helena.

-Ok. –ele disse pensando por um tempo. –Isso é um grande problema.

-Você não está me ajudando. –eu disse.

-Foi mal, mas eu tive uma ideia.

-Qual? –eu perguntei animada.

-Vamos comprar o bolo agora.

-Não dá tempo.

-É claro que dá, vamos logo.

Sem me importar com nada, eu e ele saímos correndo sem sermos vistos para fora de casa, pulamos a janela para isso, o mais estranho é que a confeitaria mais próxima, não era tão próxima assim, entrei no carro dele e seguimos em nossa missão.