Pov Jay


Os bebes se moviam de uma forma violenta dento do corpo dela, em nenhum momento havia se passado em minha mente que aquilo que deveria ser o fruto de nosso amor se transformaria no maior pesadelo, ela apenas me olhava sorrindo enquanto acariciava sua barriga, ela estava feliz? Estava feliz em saber que estava morrendo?

- CARLISLE! Falei em meio o meu desespero, por alguns minutos havia me esquecido que ele era meu avô, eu havia esquecido de tudo, havia esquecido da minha família, havia esquecido da minha vida, porque minha vida estava prestes a se acabar.

-Esta tudo bem! Ela falava sorrindo antes de gemer de uma forma mais forte, então eu ouvi mais um estalo dentro de seu corpo.

-CARLISLE!

- Vou ter que tirar as crianças, agora! Ele falava como sempre com sua voz tranqüila, eu sábia que ele não estava tranqüilo.

- Edward vou precisar da sua ajuda!

-AMOR VAI FICAR TUDO BEM! TUDO BEM!

-Eu sei! Foi a ultima coisa que ela respondeu antes de seus olhos se fecharem.

-Wendy, amor, fala comigo! Meu desespero era tão grande, imenso que minha voz começava a falhar.

-Espere lá fora Jay! Meu avô falava com alguns instrumentos cirúrgicos nas mãos.
-O que vão fazer, você disse que faltava algumas semanas!

-Não temos tempo, temos que tirá-los de dentro dela.

-NÃO, VÃO MATÁ-LOS!

-Jay, filho preste atenção, Carlisle sabe o que esta fazendo, confie nele entendeu?

Meu pai falava entrando no quarto.

Senti um ódio correr por meu sangue, não de meu pai ou de meus avôs, ódio de mim mesmo, de estar tão impotente, de não poder salvar a mulher que eu amava e meus filhos, era como se algo tivesse prestes a explodir dentro de mim.

JAY SAIA AGORA!

Meu pai gritava, eu olhei mais uma vez para a garota deitada sobre a cama de hospital, meus olhos se encheram de lágrimas então corri, passando por todos que estavam na sala sem falar nada com ninguém, assim que passei pela porta virava o grande lobo de pelos acobreados, corri pela floresta a dentro sem rumo, apenas tentando colocar para fora toda aquela fúria que estava dentro de mim, quando dei por mim estava diante do penhasco, soltei um grande uivo de dor, enquanto as lembranças vinham a minha mente.

Há quanto tempo eu estou nessa tempestade?
Tão oprimido pelo oceano informe.
Está se tornando cada vez mais difícil caminhar sobre as águas.
Com essas ondas quebrando em minha cabeça

-Ei,você esta bem? Se machucou?

-Esta tudo bem, foi culpa minha!

- Há! Sim! Bom, já que você esta bem, eu tenho que ir!

- Tá! E desculpe por me jogar na frente de sua moto!


Se eu apenas pudesse te ver
Tudo ficaria bem
E se eu pudesse te ver
Essa tempestade viraria luz


-Jay, eu queria conversar com você, sobre aquela noite em que você me beijou.

-Wendy, eu pedi para você decidir, você decide o que quer que eu seja para você e eu serei

E eu vou caminhar sobre as águas
E você vai me segurar se eu cair
E eu vou me perder dentro dos seus olhos
E tudo ficará bem...
E tudo ficará bem...


Foi quando senti suas pequenas e macias mãos tocarem meu rosto, senti seu corpo próximo ao meu, não demorou para que não houvesse distancia entre nossos lábios.

Eu sei que você não me trouxe aqui para me afogar!

Então por que eu estou a dez pés de profundidade de cabeça para baixo?
Mal sobreviver se tornou meu propósito
Por que eu estou tão acostumado a viver de baixo da superfície.

Segurei sua mão e entramos juntos novamente na água.

-Esta pronta para o mergulho do retorno?

-Sim mas antes preciso te falar uma coisa!

-O que?

-Eu também amo você Jay Black!

Se eu apenas pudesse te ver
Tudo ficaria bem
E se eu pudesse te ver
Essa tempestade viraria luz

-Não pode prometer isso Jay!

-Eu prometo, eu prometo que volto, porque eu nunca vou a lugar nenhum sem você, nem mesmo morro sem você!

-Eu te amo! Ela falava chorando.

A puxei contra meu peito e selei meus lábios nos seus, era um beijo doce e ao mesmo tempo urgente, interrompi aquele beijo colando minha testa na dela.

-Você aceita se casar comigo?

Wendy sorriu e me abraçou forte.

-Eu aceito, claro que aceito.


E eu vou andar sobre as águas
E você vai me segurar se eu cair
E eu vou me perder dentro dos seus olhos
E tudo ficará bem
E eu vou caminhar sobre as águas
E você vai me segurar se eu cair


- Você é Perfeita. Essa palavra se encaixa perfeitamente com você !

Ela corou e eu sorri

Estava Linda ... Com as maças do rosto rosadas ...

-Ah J-Jay... Aah ! – Ela gemia meu nome, era como uma melodia .

E eu vou me perder dentro dos seus olhos
E sei que tudo está bem
E sei que tudo está bem
Tudo está bem
É...
Tudo está bem
É... Não sei ao certo por quanto tempo fiquei perdido em meus devaneios, só sei que fui tirado dele, quando várias vozes invadiram minha mente, só então percebi que era noite, eu havia passado um dia inteiro ali perdido nas lembranças enquanto a dor me destruía por dentro.

-Jay, esta me ouvindo? Meu pai falava em minha mente.

Então tudo havia acontecido, eu via na mente de meu pai o que eu havia perdido enquanto estava quase morto, corri de volta para casa, assim que entrei os vi um no braço da minha mãe e o outro nos braços de Esme.

Eram meu filhos, eu agora era pai.

Mas antes que pudesse olhar seus rostos algo muito maior prendia completamente a minha atenção, no quarto de cima algo mudará. Epílogo – Storm






Eu podia ouvir vozes, podia ouvir tudo mas meus olhos pesavam impedindo com que eu os abrisse.

-Jay!

Eu consegui enfim falar uma palavra antes de sentir a dor infernal que levara por fim as palavras, a dor era muito mais forte que qualquer coisa, era como se minha carne fosse dilacerada aos poucos.

-Morfina!

-Mais morfina!

Não havia mais como respirar, era como se o ar tivesse acabado para mim, aquilo seria a morte?

O silencio...

Havia um campo cheio de flores, eu caminhava nesse campo, mas assim que pus a mão em minha barriga ela estava vazia, onde estavam os meus bebes? Não havia mais dor, apenas tranqüilidade, caminhei lentamente buscando encontrar algo que não fossem flores, vi apenas uma forte luz que me cegava.


Escuridão....


Silencio...


O choro de meus bebes! Uma forte dor em meu coração e o queimar em meu sangue, como se eu tivesse sido jogada em uma brasa, eu estava morta, estava sendo cremada, só poderia ser isso, eu tentei gritar mais a voz não saia, tentei me mover mas meu corpo não respondia aos meus comandos, era como um fogo sem fim, como se eu tivesse acabado de chegar ao inferno, aquele era o inferno?

Nunca vai passar, eu queimaria por toda a eternidade?

Por mais que eu tentasse me concentrar nas lembranças o queimar em meu sangue me impedia, mas aos poucos tudo começava a se acalmar, quando nos é dado uma anestesia nos impedindo de sentir dor, só então percebi que não estava morta, eu estava em casa, eu podia ouvir barulhos vindo da sala, Nessie acalentando um de meus bebes e Esme também, eu queria acordar, queria vê-los, eu podia sentir seus cheiros, alguns muito bom outros nem tanto, e então ouvi a voz de Jay, eu podia sentir pelo tom da sua voz que ele havia chorado.

Começava a chover, eu podia escutar o som de cada gota da água da chuva batendo sobre a terra, sobre os galhos das árvores, era uma tempestade.

Então finalmente consegui abrir meus olhos.

E percebi que nada mais era igual, tudo era diferente.