Pov Evelyn

     - eu te amo! - ouvi sua mensagem de voz pela décima vez e senti outras lagrimas descerem pelo meu rosto. Os dias estava sendo cada vez mais difíceis e tudo que eu fazia era fugir dele e dos meus sentimentos.

 Eu não queria sofrer.

Não queria lembrar.

     Queria apenas esquecê-lo ao meu modo, mas Cici me avisou, ela disse que se eu fugisse disso eu me ferraria cada vez mais.

     E aqui estou eu. Ouvindo pela décima vez, uma recente mensagem dele em meu telefone. A única que não deletei da lotada caixa de mensagens. Segurei o telefone com força entre as mãos e chorei mais. Com vontade, com força e colocando para fora o que estava entalado em minha garganta nessas ultimas duas semanas. Eu ouvia meus soluços aumentando e sentia meus olhos arderem devido ao choro, mas eu simplesmente não conseguia parar de chorar mais. O rio havia sido aberto.

     - Evy! Evy! Evy! - eu ouvia os gritos de Joey e Cathy do outro lado da porta e me perguntava se eles estariam me chamando a muito tempo já que gritavam tanto. Levantei-me e fui ate eles.

     - o que foi? - tentei parecer calma, sabia que estava chateada e meio revoltada esses dias, mas meus irmãozinhos de 4 e cinco anos não tinham culpa disso.

     - adivinha? - Cathy falou sorridente, seu sorriso sapeca estava presente e por um momento eu tive medo de perguntar o que era, olhei para Joey, ele estava do mesmo jeito que ela e me perguntei se essa fofura era contagiosa ou se era por que eles eram apenas crianças.

     - você acha que eu sou bruxa em maninha? - perguntei voltando a minha cama para guardar meus fones e vi que os dois entraram e correram para onde eu estava.

     - você ainda ta estlessada? - Cathy perguntou me olhando, ela estava seria.

     - um pouco, mas não com vocês. - falei e suspirei tentando achar paciência que eu sabia não ter para aqueles dois agora.

     - e com quem? - Joey perguntou e eu revirei os olhos.

     - problemas de adolescentes. - falei e ele concordou, provavelmente lembrando do meu discurso que crianças não vão entender problemas de adolescentes ou adultos, então eles não tinham que ficar querendo saber de tudo.

     - o tio Emmett disse que era por causa do Matt. - Cathy falou e fez um bico. - mas eu gosto dele. - eu olhei para ela e a vontade de chorar apareceu de novo, mas agora eu conseguia controlar.

     - fique com ele pra você então Cathy. - falei e ela negou fazendo careta.

     - eu quelo saber se eu ainda posso gosta dele. - ela explicou como se fosse obvio e eu a olhei confusa. Na verdade eu queria dizer, "não você agora tem que compartilhar meu ódio por ele e pela vadia da Ellie" Mas isso não era uma coisa legal para dizer  uma criança.

     - pode. - disse simplesmente e ela concordou. - então quem ta ai embaixo? - perguntei me lembrando que eles estavam com Cici la embaixo já que nossa mãe saiu cheia de segredos hoje depois que chegou do trabalho.

os dois se olharam e Joey se levantou vindo ate mim.

     - o Matt. - Joey falou fazendo uma careta, ele parecia receoso em me dar a noticia e vi os dois saírem correndo em direção a porta de fora. Cathy parou e me olhou e depois simplesmente falou a coisa que fez meu peito disparar rápido por um instante.

     - a Cici saiu com o Travis e o Matt chegou depois. - ela disse e voltou a correr. Eu estava ferrada demais agora.

O que fazer?

     Eu fui ate a porta para tentar ouvir alguma coisa ou quem sabe espiar la embaixo, mas não consegui nenhum dos dois, e me amaldiçoei por isso. Suspirei alto, me olhei no espelho e juntei toda minha coragem, meu orgulho e desci as escadas com a cabeça levantada. Eu sou Evelyn Cullen e não é um idiota de um ex-namorado que não sabe dar valor ao que tem que vai me fazer ficar escondida e não encarar minha realidade.

Eu o vi, ele estava sentado no sofá, Cathy estava ao seu lado direito e Joey do esquerdo. Se eu não tivesse com tanta vontade de matar aqueles três eu teria rido da cena. E eu encarei os olhos dele, eles brilhavam em expectativa e eu desviei meu olhar já parando na frente deles e cruzei os braços como uma boa menina mimada.

     - o que quer aqui? - perguntei na lata encarando seu cabelo e não seus olhos.

     - Evy me... - o cortei.

     - Evy é um apelido carinhoso que apenas as pessoas que Eu amo e que Me amam podem usar. - eu disse em um tom rude e arrogante. - então para você é Evelyn. - falei e ele ficou mudo por cinco segundos. Um tempo constrangedor, mas que me fez perceber dois expectadores curiosos.

     - eu... - o cortei com o dedo dessa vez.

     - vocês dois. - apontei para cada um que me olharam assustados. - pra cima agora e nem pensem em ouvir escondidos ou digo pra mamãe que foram vocês que rabiscaram a parede da cozinha ontem. - falei e eles arregalaram os olhos e eu quis rir de novo, mas não podia.

Eles correram escada a cima, os dois muito calados e com medo, claro que a mamãe já sabia que tinha sido os dois, mas não ligou por que tinha vários corações com nossos nomes. E também por que a cozinha ainda iria ser pintada na semana que vem. Casa nova, cozinha nova.

     Encarei o chão e voltei a olhar para ele, sempre com um olhar perdido ou olhando partes de seu corpo das quais me fizessem apenas suspirar e não ficar em choque.

     - então? - perguntei impaciente.

     - Ev... Evelyn eu te amo, pelo amor de deus eu estava bêbado, eu não sei, não sei o que colocaram dentro. - eu suspirei alto e gruí alto também, estava cansado de suas desculpas.

     - tudo que eu menos preciso agora é de você me relembrar que me traiu Matthew. - eu falei dura. - o que veio fazer aqui? Pedir desculpas mais uma vez? - perguntei me sentindo forte o bastante para encara-lo.

     - eu não sei o que fazer! - ele gritou e eu ri sarcasticamente.

     - acredite Matthew, você saberá. - eu disse e ele desabou novamente no sofá. - primeiro de tudo, você não deveria ter ido a uma festa da faculdade! - eu acusei e ele ia falar, mas elevei minha voz ainda mais. - você não faz faculdade e segundo você não pode beber! - eu disse e ele simplesmente abaixou a cabeça.

     - eu te amo! Me perdoe por favor. - ele pediu e eu dei um passo para trás, meu peito vacilando uma, duas batidas e sentindo vontade de correr e abraça-lo ele parecia arrasado.

     - não da Matt. - eu disse por fim baixando o tom de voz e fazendo ele me encarar com esperanças. - eu gosto muito de você, mas foi decepcionante demais, você me traiu e nosso namoro não será mais o mesmo.

     - eu não farei mais isso com você. - ele garantiu se levantando e tentando se aproximar, mas o impedi.

     - me esqueça, eu estou tentando fazer isso. - falei e ele me olhou aturdiado. - você sabia que eu não perdoaria.

Ele não se moveu, eu também não. Ficamos nos encarando por algum tempo que eu não sei dizer exatamente quanto foi, mas fomos despertados pelas risadas do lado de fora, eu via que Cici e Travis estavam chegando e eu virei a cabeça e subi as escadas antes que aquilo ficasse ainda mais constrangedor.

     Corri para meu quarto, agora apenas meu, e me tranquei ali dentro. Antes eu chorei com força e raiva, mas agora eu sentia as lagrimas descerem e a tristeza se apossar do meu coração, mas eu também sentia que aquelas mesmas lagrimas estavam lavando meu peito e fazendo com que eu ficasse um pouco melhor por hoje, aprendendo que o que tem de ser nosso, apenas será, não importa quanto tempo passe.

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Pov Bella

Eu sorri assim que abri o envelope branco com o resultado do meu exame de sangue.

POSITIVO

O nome estava centralizado um pouco abaixo do nome Teste de Gravidez e eu sorri mais ainda, eu já sabia, mas ter uma prova concreta e real de que eu estava esperando outro anjo era uma coisa inexplicável.

Imediatamente começei a imaginar uma pequena criatura com o rosto de Edward, um menino lido de olhos verdes e cabelo tão ruivo como o do pai. Ou uma menina com o sorriso meigo e o jeito carinhoso da Cathy, ou como Cici! Os olhos expressivos iguais de Joey ou os de Edward também, não sei, mas será tão amada e bem-vinda a toda a família.

     Sai do hospital em direção ao meu carro e me apressei em chegar em Forks e contar as novidades a todos reunidos.

     O caminho não foi longo e nem curto. Eu estava animada, mas também me sentia nervosa com a expectativa, desejava mais que tudo chegar em casa e contar sobre a gravidez, um novo filho ou filha, um novo irmão ou irmã. Edward ficará extremamente feliz, mas e as crianças? Eu sabia que ficariam felizes, mas a movimentação de um bebe novo é tão complicado, lembro que Cici as vezes tinha crises de ciúmes de Joey quando pequeno. Então minhas maiores preocupações no momento seriam Joey e Cathy.

     A atenção geralmente está neles, será que iriam se sentir de lado?

Respirei fundo parando em frente nossa nova casa que ficava bem mais perto do hospital do que a minha outra ou a de Edward. Ela era linda e quase gigante. O que fez com que cada um tivesse seu próprio quarto e ainda sobrassem outros. Eu sorri lembrado de Edward comentar que talvez no futuro tivéssemos outro filho. Desci do carro e o deixei parado ainda em frente a entrada, passei pelo jardim e sentei-me no balanço-cadeira recém colocado na varanda e peguei o exame dentro da bolsa.

     Assim que entrei vi Cici e Travis sentados assistindo um filme que parecia ser de terror e procurei por Cathy e Joey. Eles não estavam ali.

     - oi. - falei e os dois se viraram para mim com cara de medo e eu ri. - não deviam assistir filmes assim, estão quase correndo de medo de mim. - falei e vi Cici suspirar e depois revirar os olhos.

     - claro mãe, a senhora entra sem avisar e de fininho.

     - eu não entrei de fininho. - fui ate ela e beijei sua testa, passei a mão nos cabelos de Travis e ele sorriu meio envergonhado.

     - oi senhora Cullen. - ele disse de modo provocativo e foi minha vez de revirar os olhos para ele.

     - fala serio cara. - eu disse fazendo Cici corar e eu e Travis rirmos alto.

     - mãe! - Cici falou e eu sorri.

     - onde estão seus irmãos? - perguntei a encarando.

     - Cathy e Joey estão assistindo desenho com a Evy. - ela disse e eu estranhei. Geralmente Evy preferiria estar aqui para assistir o filme de terror e assustar a todos. Cici entendeu minha careta e explicou.

     - eu só sei que eu e Travis saímos para comprar pipoca e refrigerante, quando chegamos o Matt estava aqui na sala, mas estava de saída. - ela falou baixo e Travis concordou.

     - eu ainda não sei exatamente o que aconteceu com eles dois. - falei me sentando no sofá com os dois. - ele foi a uma festa e a traiu. - eu disse e Cici concordou, mas Travis quem explicou a historia.

     - a festa da fraternidade Tikara. Na universidade de Seattle - ele falou e Cici o olhou de rabo de olho. - eu também fui a festa. - ele suspirou e olhei dele para Cecília que baixou o olhar mas logo depois voltou a me olhar. - eu fui com ele e estávamos la numa boa, mas então eu fui no banheiro e quando voltei ele estava com o primo dele que é um dos presidentes da fraternidade.

     - o Dean. - Cici falou e eu concordei confusa ainda, não sabia quem era esse Dean. Vi ela fazer uma careta e Travis a abraçou. Fiz um lembrete mental de procurar saber sobre aquilo depois.

     - estava tudo bem, então começaram os jogos e tem um jogo em que Matt resolveu participar, nada muito pesado era um jogo de carta, eu não sei o nome e ate fiquei assistindo por um tempo, mas logo perdi o interesse e eu, o Lucky, o Daniel e o Will nos afastamos para pegar mais algumas cervejas.

Eu arqueei as sobrancelhas para Travis e ele me olhou envergonhado pelo fato de também ter bebido nessa mesma festa.

     - e quando eu me virei novamente o Matt estava simplesmente beijando uma das garçonetes, era um desafio. - o menino tentou explicar e eu concordei com a cabeça, obvio que era uma explicação tola, mas verdade seja dita, eles são apenas adolescentes ainda têm tantas coisas para viverem e um namoro assim tão precoce é comum de acontecer traições.

Por um momento me preocupei com Cici e a olhei profundamente, na verdade minha filha tinha o jeito de quem perdoaria uma traição de Travis. Me senti um pouco incomoda com essa historia e suspirei meio chateada ainda.

     - então como ele estava bêbado. - Cici falou, mas não parecia muito convencida da desculpa também. Eu concordei e olhei para Travis.

     - você ficou com alguma garota? - perguntei diretamente e olhando em seus olhos. Ele os arregalou e vi pânico neles. Fazendo com que eu também me assustasse com o tamanho do medo que o menino tinha em perder minha filha.

     - NÃO! Eu não fiquei com ninguém. - ele disse e eu concordei.

     - Por isso que a bebida não foi uma boa desculpa do Matt. - ouvi a voz de Evy e me virei ao ve-lâ vindo em minha direção. - Travis também estava bebendo e não traiu a Cici. - seu rosto estava um pouco inchado e meu peito se apertou, abri os braços e logo recebi ela ali.

     - você esta melhor? - perguntei percebendo que ela havia chorado e muito durante a tarde. Ela apenas concordou e me olhou confusa.

     - inexplicavelmente sim. - ela falou e eu sorri. Queria anima-la.

     - onde estão seus irmãos? - perguntei já olhando escada acima e ela sorriu.

     - depois de me tirarem a paciência pelo restante da tarde ele dormiram. - ela riu e eu a acompanhei. - eles parecem anjos dormindo, mas quando acordam, argh! - eu ri de novo. Essa era a minha Evy.

     - e o pai de vocês? algum sinal de vida? - perguntei apertando o envelope no meu colo. Elas negaram e eu concordei, olhei meu relógio, ele estava perto de chegar.

     - acho que vou indo então. - Travis falou e eu o olhei rapido.

     - não. - pedi sorridente. - tenho uma otima noticia e quero todos aqui, espere Edward chegar, posso ligar para sua casa se quiser. - ele negou e voltou a sentar-se perto de Cici.

     - como se ele não quisesse uma boa desculpa para ficar. - Evy rolou os olhos e eu ri já me levantando e indo em direção ao quarto de Evelyn, se os dois danadinhos dormissem mais, além de perderem o jantar iriam pernoitar e isso estava fora de questão para quem tem aula amanha cedo.

Assim que cheguei no quarto vi os dois dormirem como Evy havia falado, pareciam dois anjos mesmo, quietinhos e calmos. Corri devagar ate onde eles estavam e beijei o rosto de cada um.

     - fofuchos... Fofuchos da mamãe... amores! - eu chamava e beijava o rosto deles que dormiam de mãos dadas. Eu sorri ao ver Joey abrir os olhos.

     - mamãe. - ele falou baixinho devido o sono e sorriu. Depois olhou para Cathy e colocou o dedo na boca pedindo silencio. Eu fiquei admirando ele ao lado dela, eles se gostavam tanto e cuidavam bem um do outro. Nunca imaginei que eles fossem se dar tão bem.

     - vamos descer, a mamãe tem uma novidade, temos que acorda-la. - falei e ele a olhou e me olhou depois.

     - tadinha mamãe. - ele disse e eu reprimi uma risada. - eu conto a ela depois.

     - mas ela vai ficar triste por ter sido a única que não ouviu a novidade e é uma hiper-super-ultra-mega-novidade! - ele riu baixinho e concordou.

     - amorzinho. - chamei e Joey riu fraco.

     - Cathy Cat. - ele falou e eu ri olhando para ele.

     - Cathy Cat? - eu perguntei e ele concordou. - lindo. - falei e enquanto eu fazia cócegas na mãozinha dela vi Joey alisar levemente seus cabelos.

     - Cathy Cat. - eu e Joey chamávamos em coral e logo ela abriu os olhos e sorriu ao me ver.

     - mamãe. - ela falou manhosa e eu a peguei no colo. - eu tava tum xaudade. - ela disse grogue e eu a abracei já começando a descer as escadas. Vi que Edward já estava em casa e me surpreendi por não ter ouvido nada.

     - um problema com casas grandes demais é que não posso saber quando você chega amor. - reclamei e ele veio ate mim, pegou Cathy no colo e me deu um pequeno beijo, depois beijou a cabeça de Joey que apenas sorriu e correu para o colo de Cici e Travis.

     - ouvi dizer que você tem uma novidade. - meu marido falou sorridente e eu concordei olhando o envelope que ainda estava em cima da poltrona. Peguei e fui logo abrindo e olhando para cada rosto ali atento. Edward sorriu como se já previsse do que se tratava e eu sorri ao ver que ele estava radiante.

     - bem, nem sei como começar a dizer isso. - falei e todos que já estavam curiosos ficaram ainda mais.

     - pelo começo mãe! - Evy falou e eu olhei seria para ela. - foi mal mãe! - eu ri depois disso. Era bom ver ela animada.

     - comece dizendo o que é isso em suas mãos. - Cici falou e eu concordei.

     - isso é um exame de gravidez. - e foi o que bastou para as perguntas começarem uma atrás da outra.

Você esta grávida?

Eu vou ter um irmão? Irmã?

É positivo? Quando ele vai nascer?

Está com quantos meses?

Eu olhei para Edward e ele sorriu mais ainda, depois olhamos para nossos filhos que agora conversavam e faziam planos entre si. Principalmente Cathy e Joey que pulavam animados e riam gritando que iam ter uma irmã. Eu sorri e corri ate eles, precisávamos comemorar juntos.

Edward nos alcançou a tempo e Cici que sorria me abraçou e depois Evy e por ultimo Travis me deu um abraço singelo também. Depois Edward me puxou para um beijo onde selava a sequencia de uma nova vida a caminho.