Pov. Cici

O que dizer de tudo que estávamos passando não é nada fácil para mim, principalmente vendo o quanto meu pai demonstrava que realmente não se importava comigo e com Joey.

Será que ele não via que isso apenas nos machucava mais? Claro que toda filha ou filho quer ver seus pais juntos novamente e não importa a situação. Mas Edward era como um pai que eu nunca tive, eu sempre fui muito ligada a minha mãe, desde sempre, eu a amo sem reservas e quero que ela seja feliz e não importa que eu ate mesmo sofra com isso, eu amo minha mãe, meu irmãozinho e ate meu pai.

Claro que eu amo o meu pai, ele também tem suas qualidades, ele sempre brincava comigo quando eu era criança e também me dava um beijo de boa noite. Mas o que eu realmente acho é que ele foi pai cedo de mais, eu apareci e forcei-o a ser responsável, a criar uma família, e por isso eu era solidaria para com ele ainda, meu pai não era o melhor pai do mundo, mas era o meu e eu amo ele do jeito que ele é.

Mas eu realmente não posso deixar ele simplesmente acabar com a vida da mamãe e do Joey assim, mamãe esta tão feliz como eu nunca vi na vida, Joey nem se fala, ele que sempre foi tão quieto e na dele, agora não para um segundo, principalmente quando esta com nosso mais novo tio, o Emmett. Eles fazem uma bela dupla, apesar da mamãe e o Edward não gostarem muito disso às vezes. Mas ele esta tão feliz, parece àquelas crianças de comercial que vive no mundo perfeito. E eu adoro ver ele assim.

Eu sou muito feliz também, meu novo pai não substitui meu pai biológico, ele apenas é o que eu sempre quis que meu pai fosse, eu sempre quis um pai presente, que me defendesse de garotos e bancasse o durão. Foi assim com o Travis, Edward cismou nele e no Matt de um jeito possessivo ate. No começo era bem engraçado, não podíamos fazer nada, a Evy ficava louca e às vezes batia o pe e desafiava o nosso pai, mas ela sempre se arrependia, ela lembrava o quanto o amava e o quanto ele sempre ralou pra dar atenção as filhas mesmo trabalhando pesado. Agora não é diferente, mas com uma nova mãe na casa tudo muda. Uma vez ele me confidenciou que uma mãe é tudo dentro de uma casa, e que nossa mãe era perfeita em todos os sentidos, uma mulher espetacular como esposa e uma mãe perfeita. A cada dia que se passava ele se encantava ainda mais, ele disse que daqui há alguns anos não caberá mais amor nele e vão ter que providenciar novos filhos, por que quatro também já não darão conta. Eu ri com isso, mas na verdade eu quase morri de emoção, foi tão lindo e principalmente pelo jeito que ele disse, com devoção na voz como se a mamãe fosse uma jóia tão rara de se ter na mão que tínhamos que idolatrara e agradecer todos os dias por te-la.

Eu sei que minha mãe é feliz, Joey também, eu já falei com o papai, pedi pra ele não nos tomar da mamãe, que eu sempre irei amá-lo, mas ele não quer saber e diz que eu estou enfeitiçada e que sou nova demais pra entender de amor. Mas como se eu já amo tantas pessoas na minha vida, tem toda minha família, todos mesmo, mamãe, papai, Joey, Cathy, Evelyn, meus tios, minhas tias, minha nova vovó e meu novo vovô, e agora também tinha o Travis.

Outro dilema era me afastar dele, eu não sei se sou capaz de passar por tudo sem ele, então como farei se ficar sem ele? Travis é uma dessas pessoas que entram na sua vida de uma maneira especial e você se pergunta como pode ter vida sem ela. Era insano às vezes apenas imaginar ficar tanto tempo longe dele, meu coração que já estava um caco ficava ainda mais dolorido e minha cabeça já não tinha mais espaço pra nada, amigos, escola, esportes, compras, nada!

E por isso vim parar na diretoria, estava tão distraída com meu sofrimento interno que não reparei na pergunta da Senhorita Molina, ela me chamou umas cinco vezes e só a escutei quando ela estava bem perto de mim e me sacudiu levemente. Claro que minhas notas não iam nada bem e pontos de participação também estavam em zero, mas na verdade nada disso me preocupava muito, eu estava aflita demais para me preocupar com coisas da escola.

- filha. – mamãe chegou logo me abraçando e papai fez o mesmo. Ele beijou minha testa e sorriu de leve pra mim. Ele também estava arrasado com tudo isso.

- desculpa mamãe, desculpa papai. – falei olhando para os dois. Eu nem tinha forças para falar mais nada.

- desculpas pelo que? – papai perguntou e olhei para ele. – o que você fez em filhinha? – ele perguntou carinhosamente e ouvimos uma pequena tosse atrás da gente, era o diretor Craig.

- Sr. Cullen, Sra. Swan. – ele cumprimentou meus pais e nos chamou para a sala dele. Assim que nos sentamos mamãe foi a primeira a disparar a pergunta.

- o que aconteceu diretor? – mamãe me olhou mais uma vez, e eu fiquei mais mal, ela já tinha tantos problemas na vida e agora mais um.

- não se preocupe tanto Sra. Swan, apenas chamamos a senhora aqui por que estamos observando que o desempenho da Stra. Black esta caindo muito. – o diretor passou uma folha de papel para meus pais e deduzi ser meu histórico de notas. – veja, ela anda tirando notas baixas e sua participação nas aulas esta muito em falta também, hoje ela estava totalmente distraída na segunda aula e a professora lhe chamou cinco vezes sem sucesso.

- entendo. – mamãe falou com pesar.

- eu sei que estão passando por problemas, mas creio que precisavam saber da situação da filha de vocês na escola. – o diretor falava com calma e eu ficava com mais vergonha ainda. – não estou fazendo exigências e nem quero punir a Jovem Cecília por nada, eu apenas acho meu dever comunicá-los do baixo nível de desenvolvimento dela, isso a esta afetando e ninguém melhor do que os pais para resolverem essa situação. – o diretor parecia sincero e compreensivo também, mas como disse não tem como eu apenas esquecer disso tudo que esta acontecendo e me concentrar em coisas que nem vou usar na vida adulta, pelo menos não muitas delas.

- sim, realmente esta sendo bastante difícil Sr. Craig. – mamãe começou a falar, enquanto isso papai apenas escutava, ele estava pensativo e me olhava às vezes com compreensão. – Cecília sempre foi uma aluna aplicada e também entendo o porquê dela estar assim em relação aos estudos, mas iremos conversar com ela e veremos no que vai dar, não quero que ela se prejudique por nada.

- obrigada pela compreensão Sra. Swan, e espero que tudo fique bem logo.

- obrigada o senhor, foi uma atitude muito justa e a certa. – mamãe se levantou e me olhou um pouco seria, mas eu sabia que no fundo ela estava apenas preocupada comigo.

Depois de se despedirem do diretor, fui liberada e voltamos para casa. No caminho recebi uma mensagem do Travis e outra da Evy, eles estavam preocupados, pois ficaram sabendo que fui parar na diretoria, mas lhes mandei outra mensagem dizendo que estava tudo bem e que estava indo para casa com o papai e a mamãe. Assim que chegamos em casa subi para o meu quarto e depois de trocar de roupa o encontro foi inevitável, meus pais não iriam trabalhar agora, iríamos conversar primeiro.

- desculpem –me novamente, eu apenas não consigo me ligar na aula. – falei já começando a soluçar e meus olhos a marejar, mas eu não iria chorar.

- eu entendo meu anjo. – mamãe estava sentada perto do papai em outro sofá e eu em pe na frente deles. – mamãe suspirou e se jogou um pouco mais no sofá. – isso esta me deixando assim também. – ela me olhou e sorriu um pouco. – mas não quero ver você triste também, eu já fico triste com tudo e a pessoa que me faz ficar tão feliz também esta assim. – mamãe fez bico e papai sorriu e veio ate mim.

- eu odeio ver vocês assim e também estou muito mal. – ele falou me abraçando pelos ombros. – mas eu quero te pedir para esquecer um pouco essa tristeza filha, não faz nada bem pro seu coração, pra sua cabeça, seu corpo e nem pra quem vive com você. – ele chamou a mamãe e ela correu ate onde estávamos. – somos a família mais sortuda do mundo, temos as pessoas que mais amamos do nosso lado e tudo vai ficar bem no final. Por que nos amamos apesar de tudo e de todos e se realmente nos separarmos fisicamente isso não quer dizer nada, nosso amor esta aqui. – ele apontou pro coração e mamãe sorriu feito boba com as palavras dele. – e não será apenas a distancia que ira nos separar ne. – ele sorriu alegre para mim e eu concordei sorrindo, aquilo me deixava menos aflita, a esperança sempre é a ultima que morre.

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- vamos pra onde? – Evy perguntou alto demais e eu ri.

- para Londres. – Vovô Carlisle falou de novo só que dessa vez mais animado e Evy pulou em cima dele. Ela sempre teve esse sonho de conhecer Londres. – e onde esta minha outra neta adolescente que não pulou em cima de mim? – revirei os olhos e corri ate ele.

- o que é Londres? – Joey perguntou para a vovó.

- Londres é uma cidade meu amor. – vovó estava com ele no colo e beijou a cabeça dele. – é muito linda, você vai amar.

- la tem Plincesa e Plincipe. – Cathy falou toda misteriosa no colo da mamãe. – ne mamãe. – mamãe concordou e abraçou ela mais forte.

- quando a gente vai? – Evy perguntou pulando e indo na direção do papai.

- vocês vão com seus avós e com a tia Alice. – papai falou abraçando ela. – o vovô precisa passar uns dias la e decidiu levar os netos dele, ele é um vovô  muito babão isso sim. – papai falou e riu alto. Na verdade todos riram.

- que bom então. – Evy falou. – nós vamos comprar muitas coisas iradas não é Cici. – Evy veio ate mim. – Roupas, sapatos, bolsas, óculos e tudo.

- e conhecer muita coisa legal também ne. – eu falei revirando os olhos. – imagina só, a gente em frente ao Big Bang, depois passando pelo rio Tamisa, e andando no London Eye. – eu falava já começando a me animar também com a idéia, ia ser relaxante. – sem falar nos prédios em.

- eu também posso ir Cici? – Cathy perguntou e me estendeu os braçinhos animada.

- é claro que você também vai. – falei pegando ela nos braços e ajeitando no meu colo. Ela amava ficar no colo. – imagina só eu andando com uma princesa em Londres. – eu falei e ela me olhou animada.

- a gente vai conhecer as plincesas?

- não sei se vai dar pra conhecer as princesas, mas a gente vê os castelos. – eu falei e os olhinhos delas brilharam.

- eu gosto de castelo de plincesa.

- depois o vovô te da um então. – vovô Carlisle falou sorrindo e piscando o olho e Cathy fez o mesmo pra ele.

- você vai estragar meus filhos Dr. Carlisle. – mamãe falou fingindo indignação.

- eu que o diga. – papai falou e sentou ao lado da mamãe.

Depois de conversarmos mais um pouco meu celular vibrou, era uma mensagem de texto do Travis.

“amor to com saudades, quero te ver hoje.S2”

Respondi rapidamente.

“estou na casa dos nossos avós, chego em casa dentro de meia hora. Também estou com saudades.S2”

Ele mandou mais uma mensagem confirmando que iria e eu sorri, resolvi ir ate a varanda do quarto da tia Alice, eu adorava ficar ali olhando o céu, as vezes podia ate ver algumas estrelas, quando não chovia ou estava nublado. No caminho vi que ela falava animada no celular e já descia as escadas. Ela soltou um beijo pra mim e desceu fofocando ou flertando com alguém.

O céu estava ameno, um pouco nublado, e também havia algumas estrelas soltas, eu observava aquilo com admiração e não pude deixar de me comparar com a situação. Meu coração estava nublado assim como o céu esta hoje, estava um pouco triste, mas havia também algumas alegrias presentes nele e eu sentia que isso iria apenas melhorar e quem sabe meu pai não mudasse. Ele podia mudar, as pessoas mudam com algumas experiências e no fundo era disso que meu pai precisava.

- pensando na vida? – Evy chegou perto de mim e me abraçou. – ela esta difícil ne maninha. – olhei pra ela e vi seu semblante triste. Aquilo era uma grande punhalada. Evelyn era sempre sorridente, alegre, animada demais ou estressada demais, o que nos causava boas risadas, mas triste, ela nunca era triste demais, e eu odiava ver ela em assim.

- esta. – sorri fraco. – mas vai melhorar. – falei sorrindo mais. – imagina a gente e Londres, não tem como ficar triste por muito tempo ne. – ela concordou e depois me olhou seria, eu sei que o assunto Londres não rolaria agora.

- o que aconteceu hoje? – ela estava preocupada e não tínhamos conversado ainda. – eu fiquei preocupada com você.

- eu fiquei distraída na aula. – falei revirando a boca. – a Sra. Molina me chamou cinco vezes e eu não ouvi. – ela riu de leve, mas depois ficou seria novamente.

- Cici. – ela começou e me puxou pra gente sentar na cadeira preferida da tia Alice. – eu já disso pra você esquecer-se disso. Não totalmente, mas pelo menos um pouco. – ela fez um bico enorme. – por mim! Eu sei que você me ama mais que tudo. – ela fez drama e eu novamente revirei meus olhos pra ela.

- tudo bem, senhora drama. – falei e sorri. – eu já estou me sentindo melhor, como se estivesse mais viva sabe. – ela concordou com a cabeça e olhou pro céu.

- OMG! – me assustei um pouco e olhei pra ela. – nós vamos pra Londres maninha, vai ser muito demais, vai ser perfeito demais, já consigo imaginar. – ela voltou a ser a Evy animada demais que eu conheço e isso foi reconfortante. Suspirei e sorri, agora sim tudo iria ficar bem.

Evelyn falou e falou e falou sobre nossa viajem para Londres, foi bom, esquecemos dessa confusão por um bom tempo. Quando chegamos em casa corri para o banheiro e tomei um banho rápido, passei meu hidratante com cheiro de morango que Travis adora e passei um pouco do meu perfume atrás da orelha, vesti um vestido simples e sorri me olhando no espelho. Perfeito!

Corri escada abaixo e passei voando pela sala, onde toda a família estava, menos a Evy que também se arrumava. Mamãe me chamou e olhei aflita pra fora, vi que o carro dele chegava e olhei rápido pra mamãe e pro papai. Ela sorriu pra mim e depois de olhar pra fora falou.

- divirta-se. – ela disse como se me desse a permissão para sair e namorar ate enjoar. O que não era possível.

- obrigada. – falei e corri, assim que abri a porta meu coração inflou e minha respiração ficou suspensa. Tudo se resumia a uma palavra. Perfeição. Meu amor estava fofo, de calça jeans, camisa preta e uma jaqueta também preta por cima, seus olhos cor de caramelo estavam intensos e brilhosos demais essa noite, ele trazia flores nas mãos e seu sorriso era a melhor parte, um sorriso caloroso e cheio de vida. Meu coração cheio de saudades quase não agüentou de emoção. Definitivamente eu o amava.

- oi amor. – ele falou me abraçando apertado e beijou minha bochecha e depois meu nariz e novamente minha bochecha. – estava com saudades e preocupado. – ele sorriu um pouco e depois beijou meus lábios. Foi apenas um selinho, eu sei que ele esperava uma resposta de mim.

- eu também estava com saudades de você. – falei fazendo um biquinho e depois recebi outro selinho. – e desculpa por te preocupar, eu fiquei distraída na aula. – ele me olhou serio e depois passou o dedo na minha bochecha.

- já esta melhor? – ele parecia preocupado.

- sim, estou melhor. – falei olhando para as flores que ele trazia. Ele sorriu e me estendeu o buque de rosas.

- são para você. – ele falou e eu as peguei sentindo o suave perfume delas. Eu adorava rosas, principalmente rosas no mais lindo tom de rosa bebe.

- eu amei. – falei. – obrigada.

- então fiquei sabendo que alguém aqui vai pra Londres. – ele falou curioso.

- como você... Evelyn! – falei rindo. – claro que ela já falou com vocês. – ela não agüentaria de tanta felicidade e falaria pra todos. Toda a escola já deveria estar sabendo.

- com certeza foi ela. – ele riu. A risada mais fofa do mundo, mais ate que da Cathy, eu adorava quando ele ria assim. Ele parou de sorrir e me olhou dentro dos olhos.

- Eu te Amo! – ele falou e sorriu.

- Eu te Amo! – respondi do mesmo jeito. Ele se aproximou mais de mim e fechei meus olhos, tantos sentimentos passando por mim agora, amor, saudades, paixão, mais saudades, medo, um pouco de tristeza também, felicidade e ansiedade. Tudo explodindo no exato momento em que seus lábios encostam nos meus, em um beijo terno e cheio de amor, um amor tão puro e forte que me faz esquecer de tudo e me entregar apenas a esse momento perfeito!