Grenade escrita por Analu


Capítulo 1
Grenade - Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem :)



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Grenade.


Narração - 3º pessoa.

         Sentado em sua cama, Edward pensava no passado. Ele não sabia por que estava fazendo isso; perguntava-se se havia sido trouxa - algumas pessoas pensavam isso dele.

         Mas, pelo ponto de vista dele, havia apenas perdoado. Porque amava. E isso era o que importava a ele. Na verdade, não sabia por que ligava para o que os outros falavam.

         Ninguém - nem mesmo sua irmã, Alice - sabia o quanto ele amava Bella e o quanto ele havia perdoado-a. Quando a conheceu, não soube ao certo o que pensar dela, apenas que era a garota mais linda que já havia visto.

-

         Edward andava no corredor lotado da escola mais famosa de Manhattan. Estava no último ano do ensino médio e logo iria para a faculdade, cursar Medicina. Ao contrário de muitos jovens que estariam felizes por estar na situação dele, morando sozinhos em uma casa enorme, sem ao menos ter que dar satisfações para a família, ele não estava nem um pouco feliz.

         Faltava, no mínimo, meia hora para que pudesse entrar em sua sala, então, como era seu primeiro dia de aula, foi conhecer melhor o colégio.

         Constatou que tinham mais pessoas populares e do tipo riquinhas do que pessoas como ele, que era uma definição de “nerd”.

         Muitas pessoas pararam para olhar o fim do corredor, de onde vinha uma garota de cabelos castanhos, baixa, pele clara e olhos no mesmo tom do cabelo. Ela estava vestida em um uniforme de líder de torcida, e ao seu lado havia um garoto alto e moreno, que parecia ser do time de futebol americano da escola, pelo seu uniforme.

         Eles pareciam ser populares; e ele - infelizmente - parecia ter gostado dela.

         Definitivamente, ela era a garota mais bonita que ele já havia visto; seus cabelos castanhos contrastavam com a pele branca, feito porcelana. Seus orbes castanhos eram lindos e Edward imaginou se olhando ali, como um espelho. Ela não desviava os olhos de seu caminho; mantinha-se olhando para frente, sem desviar o olhar por um segundo para alguém.

         Por que olhar para outras pessoas, sendo que ela é a mais bonita dali? Edward pensou, sem parar de andar ainda. Tudo parecia em câmera lenta.

         Ele era bonito também; aliás, muito bonito. Quando deixou o carro no estacionamento, muitas meninas o olharam - podia ser tanto por sua beleza, quanto por ser um aluno novo.

         Edward tinha os olhos verdes como esmeraldas, os cabelos revoltos e em um tom de cobre, a pele branca, era alto e levemente musculoso. Mas, nem por toda a sua beleza, se achava - muito menos era esnobe.

         Quando passou ao lado da garota que tanto admirou - apesar de ser um pouco “anti-populares” - sentiu um cheiro de morangos invadir suas narinas.

         Adorável, delicioso.

         Ela nem se quer olhou para ele. Passou reto, como se não houvesse ninguém naquele colégio, além do garoto que segurava sua mão.

         Edward ignorou também, pois sabia que ela não tinha sentido seu olhar quando ele a olhava de longe, então, viu o que ela fez e imitou. Passou reto, seguindo para a sua sala.

         Durante o período de aulas naquela manhã, ele se forçou a prestar atenção nas aulas, e foram apenas duas vezes que algum professor pedira para que ele se apresentasse na frente da turma.

         Na parte da tarde, quando faltavam apenas três aulas para ir embora, ele resolveu se atrasar alguns minutinhos para poder ir ao banheiro. Enquanto andava pelo mesmo corredor que havia passado de manhã e visto aquela bela garota, percebeu que não sabia onde o banheiro ficava e estava muito longe de alcançar alguma informação.

         Resolveu andar pela parte de trás do colégio. Quem sabe não existisse algum banheiro ali?

         Mas não era o que parecia; havia a enorme quadra, onde era a Educação Física, havia um auditório, e uma enorme piscina fechada por vidros. Com certeza ali tinha um banheiro; era a piscina do colégio, com vestiários e tudo o que tinha direito!

         Edward entrou, e em seguida, fechou a porta de vidro atrás de si, o cheiro de cloro chegando ao seu nariz bem forte. Quando se virou e analisou a piscina, percebeu algo preto, meio borrado embaixo da água e bolinhas - daquelas do tipo em que uma pessoa está respirando dentro de uma boa quantidade de água - saindo de lá.

         Assustado, e sem ao menos pensar, pulou na piscina, nadando até o corpo. Ele mergulhou, prendendo o ar, batendo pernas e braços, até que conseguiu puxar o pequeno corpo junto ao seu.

         Ele não era o melhor nadador do mundo, mas com certo esforço, conseguiu levar a pessoa para a beirada da piscina, colocando a deitada ali e saindo da água com um pouco de pressa.

         Ao passar as mãos nos olhos e olhar melhor para a figura à sua frente, percebeu que era ela.

         No mesmo momento, pressionou seu peito com a mão, tentando expulsar a água dali. Não sendo o bastante e tomando coragem o suficiente - não que fosse recusar um beijo dela, mas pela sua pose mais cedo, acreditava que a menina não ia gostar nenhum pouco - para fazer respiração boca a boca.

         Puxou um pouco de ar para si, ao mesmo tempo em que apertava o nariz da menina e colava sua boca na dela. Ele expirou todo o ar ali por, pelo menos, mais três vezes, e logo ela estava tossindo.

         Assim que a garota abriu seus olhos da cor de chocolate e fitou o rapaz a sua frente, sentiu-se pequena, um ninguém.

         Mas Edward não pensava dessa forma. Viu-se preso nos olhos dela, e só despertou quando ela falou, com a voz rouca:

         - O que faz aqui? - tossiu. - Quem é você?

         - Sou Edward Cullen - ele respondeu, pegando a mão dela e ajudando-a a se levantar. - Hum, sou novo no colégio, e estava procurando um banheiro, quando vi você dentro da piscina... Aliás, porque estava lá?

         Ela demorou a responder, mas por fim, o fez.

         - Eu estava matando aula - Respondeu, sem se envergonhar do fato. - Aproveitei que a porta estava aberta e vim nadar...

         Para estar em uma piscina, ela tinha que saber nadar... Mas ela sabia? Ele ficou curioso pra saber como ela havia se afogado.

         Então, Edward percebeu que ela tremia de frio ao olhar para seu corpo. Aliás, não pode deixar de notar o biquíni preto que ela usava que, apesar de ser simples, marcava suas curvas.

         Ele procurou uma toalha, indo até o vestiário ali perto, e felizmente, encontrou a bolsa dela, onde havia uma.

         Levou até a líder de torcida e a enrolou ali.

         - Porque está fazendo isso? - perguntou, segurando a toalha em volta de si.

         - Não sei - Edward respondeu, ao mesmo tempo em que se perguntava a mesma coisa. - Mas se quiser, eu vou embora.

         - Não! - ela disse, mas se arrependeu. Não podia se mostrar empolgada. Porém, não sabia o porquê de estar. - A propósito, sou Isabella Swan. Pode me chamar de Bella.

         - Ok, Bella.

         O apelido faz jus ao nome, pensou Edward.

         - Agora me conte, como se afogou? - Perguntou, e percebeu que seria educado se ele se virasse de costas, enquanto ela vestia a roupa. Percebeu também, que não havia ido ao banheiro.

         - Você não entenderia - apesar da voz rouca por causa da água, Edward notou o quanto era linda.        

         Ele teve ainda mais vontade de pedir a ela que explicasse sua resposta, mas era educado - não queria se meter na vida dos outros.

         - Pode se virar... Edward - Bella demorou um pouco para falar seu nome, pensando se era mesmo Edward. Decidiu, por fim, que sim, era esse.

         Ela tinha vestido o uniforme de antes, e Edward se lembrou de algo que tinha que perguntar a ela.

         - Quer que eu te leve a um hospital? Acho que você engoliu bastante água...

         - Não. Não precisa - ela respondeu rapidamente. Tudo o que queria era voltar para casa e comer algo. Estava desde o café da manhã do dia anterior, e suspeitava - tinha quase certeza que havia desmaiado dentro da água.

         - Ok, eu vou indo, tá? - De repente, ele se sentiu desconfortável. Claro que não poderia voltar mais às aulas. Suas roupas estavam completamente molhadas. Edward caminhou até a porta de vidro, irritado com o barulho que seus tênis faziam por estarem ensopados.

         - Ah, Edward. Espere - Bella pediu, se aproximando dele, já com sua bolsa no ombro. - Obrigada por me salvar; eu poderia estar morta a esse momento - ela tremeu ao pensar nisso. - E me desculpe por ter te atrapalhado.

         - Não foi nada - ele respondeu, já abrindo a porta, mas virou-se quando ela começou outra frase.

         - O banheiro fica no corredor à esquerda, e o masculino é a segunda porta. Terá uma plaquinha - ela sorriu, piscando para ele.

         Edward saiu de lá, apressado. Isabella Swan poderia ter sido simpática com ele, mas tinha certeza que fora apenas por ter salvado a sua vida. Ela não servia para ele; definitivamente, não.

         -

         Passou-se mais de uma semana desde o acidente na piscina. Isabella mal olhava na cara de Edward, e ele tentava ignorar - apesar de que aquela garota havia mexido com ele.

         Várias amigas - apesar dele não pensar assim - de Bella tentaram se aproximar dele; Edward era bonito, simpático e tinha dinheiro. Era tudo o que elas queriam.

         No dia seguinte em que ela havia se afogado, Edward descobriu que teriam as duas últimas aulas juntos, apenas. Seriam só duas, e ele se lamentou por isso.

         Mas não podia! Porque nunca iria se permitir pensar nela - nunca.

         E percebeu que Bella estava magra, muito magra. Estava com a pele pálida, mas mesmo assim não perdia a pose. Jacob - ele havia descoberto que ele era o capitão do time de futebol americano e namorado dela - e ela tinham chegado juntos, no mesmo carro.

         As aulas do dia se arrastaram; por incrível que pareça - de qualquer modo, mesmo estando ansioso para voltar para a casa -, conseguiu prestar atenção nas aulas e tirar Isabella Swan da cabeça.

         No fim do período escolar, ele saiu da sala assim que pôde - não tinha tido essa aula com a Swan - e foi para o estacionamento. Edward sentia falta de sua família, principalmente de Alice; ela conseguia ser irritante na maioria das vezes, mas amava demais ela.

         Lembrou-se de como eles se davam bem. Alice era baixinha, e tinha feições mais parecidas com a mãe, Esme, do que com Edward, que se parecia com Carlisle. Ela tinha os cabelos pretos e repicados, curtinhos.

         Ela tinha mania de, pelo menos a cada seis meses, mudar os móveis do quarto dele e dela de lugar, decorar tudo novamente - desde cortinas até a pintura das paredes - e sempre que sobrava um tempo, ia para o shopping e Edward ia atrás, para carregar sacolas.

         Assim que entrou em seu carro, abriu os vidros para que ventilasse. Estava começando a ficar quente. Finalmente, o inverno estava indo embora.

         Colocou sua mochila no banco de trás, mas assim que se virou de volta, viu algo que o deixou intrigado.

         Isabella - reconheceu por seus longos cabelos castanhos - estava deitada nos braços de Jacob, e parecia... Dormir. Não. Não dormir.

         Ela estava desmaiada.

         Edward, imediatamente, ficou preocupado com ela. E à medida que ficava mais preocupado, mais as pessoas se amontoavam em um círculo em volta dela.

         - Ligue para os pais dela, Mike - Jacob gritou para o garoto loiro e magrelo que era seu parceiro no time. - Ande logo!

         Ele não saiu do carro. Não queria ter que se preocupar com ela, apesar de já estar. Então, ligou o carro e saiu do colégio.

         À tarde, quase anoitecendo, resolveu ligar para os pais. Quem atendeu fora Alice.

         - Edward! - Ela exclamou feliz. - Como vai?

         - Muito bem, baixinha - respondeu, rindo da empolgação da irmã dois anos mais nova. - E você?

         - Bem - sentiu, mesmo não podendo ver ela, que Alice estava pulando feliz, e sorrindo.

         Contou as novidades a ela e logo depois, falou com os pais. Carlisle prometeu ir visitá-lo logo, alegando que Esme estava com saudades já. Assim que desligou o telefone, foi tomar um banho, para logo em seguida preparar algo para comer.

         -

         Já estavam quase chegando às primeiras provas do ano. Era abril, primavera, e ele não tinha falado com Isabella. Não que pretendesse falar...

         Descobriu na semana seguinte, que ela tinha desmaiado porque estava sem comer algo consistente fazia dois dias.

         Seus pais estavam combinando de vir em Junho. Alice só não estava mais feliz por falta de espaço. Esme dissera que ela já havia comprado malas novas, roupas novas e tudo que tinha direito. Até presentes para ele!

         Estava tudo combinado já. As passagens já estavam compradas, com bastante antecipação, tamanha era a ansiedade de sua irmã.

         Faltando uma semana para as provas, na hora do almoço, Edward estava sentado em uma mesa, com Mike ao lado dele.

         Mike parecia ser legal. Era quieto, mas gostava de ser popular, ao mesmo tempo que não. Ele e Jacob tinham tido um desentendimento, então estava afastado de seu ‘grupo’ por um tempo.

         E então, pela porta do refeitório, Isabella Swan entrou junto com Jacob Black e seus seguidores. Hoje eles não estavam de mãos dadas e Edward estranhou esse fato, baseando-se em todos os dias anteriores.

         Eles estavam de cara fechada um para o outro - normalmente, sorriam e davam selinhos.

         - Eles brigaram - Mike disse. - Bella me contou hoje na aula de Educação Física.

         Edward apenas assentiu, olhando para sua pizza, e logo após mordeu-a. Suspirou perdido em pensamentos, quando voltou sua atenção à Swan e ao Black.

         Os dois pareciam conversar, e conforme o diálogo se passava, o volume de suas vozes aumentava.

         - Chega, Jacob! - Bella gritou, se levantando da mesa. Jacob se levantou também, empurrando sua bandeja de comida.

         - Você é uma vagabunda, Swan. É isso que você é! - Ele falou, nervoso. Alguns meninos do time ficaram ao lado dele, prontos para segurá-lo, caso fosse preciso.

         O refeitório inteiro havia parado para olhar, inclusive Edward, que segurava sua fatia de pizza a alguns centímetros da boca.

         Bella olhou indignada para ele, e ao mesmo tempo, magoada.

         - Você é uma filhinha de papai, que se acha o centro das atenções e cria problemas bestas para ficarem com pena de você! - Ele gritou, virou-se e saiu do refeitório.

         Edward teve vontade de ir atrás dele para tirar satisfações, mas não podia. Não tinha nada a ver com aquilo, sem contar que fazia ideia de como Black era mais forte que ele.

         Isabella saiu do refeitório pela outra saída, e Edward imaginou que seria para não cruzar com o ex-namorado; pelo menos, pareciam ex agora.

         Ninguém ousou ir atrás dela, e poucos minutos depois, Mike voltou a tagarelar, mas Edward apenas levantou, deixando-o falar sozinho, e saiu atrás de Bella. Provavelmente, pensou, está no estacionamento.

         O tempo abafado lá fora fez com que ele sentisse um leve choque térmico - dentro da escola, o ar-condicionado era ligado pelo período de aula inteiro.

         Edward sabia onde Bella tinha estacionado seu carro, já que ele estacionara ao lado dela quando chegou.

         Caminhou a passos apressados até ela, que estava entrando em seu carro, pronta para ir embora dali. Viu a hora em que ela pôs seus pés vestidos por botas altas, colocou a mochila no banco de trás e fechou a porta de seu Aston Martin V12 Vanquish.

         Ela era rica, e apesar de Edward já saber disso, ficou surpresou ao ver o carro que Isabella dirigia. Era lindo.

         - Ei! Espere! - ele gritou e ela parou.

         Uma de suas mãos estava na porta, onde tinha acabado de fechar, a outra estava pousada em seu colo. Seu rosto estava manchado por lágrimas, principalmente pelo rímel e lápis de olho pretos, que havia passado mais cedo.

         Edward correu e abriu a porta do passageiro, sentando-se ali, sem ao menos perguntar se podia. Bella continuou olhando para frente, xingando-se por ser tão fraca, por ter que enfrentar todos aqueles problemas, por sua família ser uma droga, por todos julgarem-na sem ao menos conhecê-la direito, por falarem que ela era um patricinha metida e sem futuro algum...

         Amaldiçoava-se por, simplesmente, existir.

         - Posso perguntar o que aconteceu? - ele perguntou de modo inocente, só querendo ajudar, apenas.

         Ela assentiu. Alguém estava se preocupando com ela, não estava? Se Edward tinha ido atrás dela, era porque ele se preocupava, não?

         - Vamos sair daqui, sim? - ela pediu, assim que conseguiu controlar sua voz. Ele concordou e Bella ligou o carro, dirigindo sem pressa pelas ruas calmas de Manhattan.

         Assim que chegou à praça que ficava em frente ao seu prédio, estacionou e saiu do carro, sendo seguida por Edward.

         Isabella estava com uma roupa mais simples das que costumava usar, mas de qualquer modo, as enormes etiquetas de marca deixavam a roupa mais chique do quer era para ser.

         Vestia uma calça jeans clara, colada ao corpo, uma camiseta branca justa, sem desenho algum, e suas botas de salto alto, pretas. Seus cabelos caíam que nem cascata por suas costas e seus brincos de argola prata se destacavam.

         Edward fitou seus olhos castanhos assim que se sentaram em um banco dali, esperando que ela respondesse a pergunta que fizera no carro, quando entrou.

         - Então, quer saber o que? Por que eu e Jacob brigamos ou porque sou idiota e hipócrita?

         Ele cerrou os lábios com a pergunta dela. Não a achava idiota e hipócrita, nem nada do tipo. Se ela era assim, era porque tinha um motivo, certo?

         - Quero saber por que você é desse jeito... Não me leve a mal! Mas, sabe, você se fecha para todo mundo... - Edward respondeu-a, juntando as mãos sobre o colo e esperando que ela respondesse à sua pergunta.

         Bella ficou em silêncio por um tempo, decidindo se respondia ou não. O que ele tinha perguntado era... Pessoal demais. Ela, claro, tinha motivos pra ser daquele jeito, mas não ligava para o que as pessoas diziam dela. Todos com os seus problemas, e ela com os dela.

         No entanto, tinha vontade de se abrir com alguém. Desabafar um pouco. E Edward estava ali, disposto a ouvi-la.

         Suspirou, levantando-se e sentou embaixo de uma árvore ao lado do banco, assim poderia ficar frente a frente com Edward.

         - Eu não fui planejada quando nasci, entende? - ela foi direto ao assunto. - Minha mãe tentou aborto várias vezes, mas nenhum com sucesso, então, nasci. Eu fui rejeitada demais... Meu pai não me queria, porque ele tinha medo que a família dele descobrisse e o deixasse sozinho. Ele pertencia a uma família rica até demais, e minha mãe era pobre.

         “Os pais da minha mãe descobriram a gravidez dela quando ela completou cinco meses de gestação, então a botaram para fora de casa. É por isso que minha mãe tem raiva de mim; ela já não tinha nada, então teve ainda menos quando não teve para onde ir. Meu pai tinha dezessete anos, assim como ela, e morava com os pais. Ele não podia assumir um filho, muito menos uma mulher.

         Isabella respirou fundo, mais lágrimas vindo ao seu rosto.

         “Quando eu já tinha quatro anos de idade, meus avôs paternos descobriram-me. Eles estavam velhos já, e meu pai já trabalhava. Eu morava com a minha mãe, e era meu pai que a sustentava. Meu pai, com seu jeito explosivo, desafiou meus avôs e disse que já era independente, que podia muito bem ter uma família. Mas não foi bem assim; meus pais me batiam sempre e após um tempo, minha avó paterna me levou para morar com ela e meu avô.

         Edward analisou Bella, e em um gesto de quem queria confortá-la, segurou sua mão. Ela, surpresa por tal gesto, olhou a mão dos dois juntas, e sorriu levemente.

         “Eu gostava deles, e eles pareciam gostar de mim; nós brincávamos, minha avó fazia bolo de chocolate sempre, me levava ao parque e me dava sorvete às sextas. Mas, quando eu completei doze anos, eles morreram. Primeiro meu avô, e depois minha avó. Eu tive que voltar para a casa dos meus pais. E eu estava acostumada com toda aquela pompa e coisa chique, afinal, era que nem a casa dos meus avôs, mas lá tinha carinho, com os meus pais não.

         Então, quando Bella parou um pouco, Edward aproveitou para se levantar do banco - ainda sem tirar sua mão da dela - e sentou-se ao lado dela, que chorava a ponto de soluçar. Isabella tomou fôlego e continuou.

         “E, como sempre, meus pais continuavam a me bater. Meus avôs maternos tinham morrido também, e eu estava sozinha. Não tinha para onde correr. Minha mãe agora era rica, e era tudo o que ela queria. Ela passava o dia inteiro na casa das amigas, ou no salão, ou no shopping. Meu pai trabalhava o dia inteiro. Poucos meses depois, eles me mandaram para um internato em Londres, e eu fui.

         Bella mordeu o lábio inferior, tentando controlar o soluço que chegava a sua garganta.

         Continuou.

         “Lá foi a pior coisa que me aconteceu. Eu fui... Violentada. Depois disso, comecei a me drogar para tentar esquecer tudo. Fora péssimo, mas depois de um tempo, com ajuda das drogas, eu superei. Quando completei quinze anos, o reitor do internato descobriu e ligou para os meus pais, e no final, voltei para casa. Tudo era diferente agora. Eu estava diferente. Respondia os outros de forma grosseira, fugia de casa quase todas as noites, transava com todos os caras que eu encontrava, e todos os da escola... Eu começava um relacionamento, mas não agüentava e traía meus namorados... E eu admitia tudo: era uma vagabunda.

          Ela parou, tentando continuar, embora se sentisse cheia de tudo. Olhou para Edward, que não olhava para ela. Sentiu-se culpada por fazer aquilo, mas quando ele pediu que continuasse, foi em frente.

         “Quando eu fiz dezesseis anos, me chamaram para ser líder de torcida na escola, e eu aceitei. Gostava disso. Mas a capitã disse que se eu não emagrecesse em um mês e começasse a vestir número 36, eu sairia do time. Eu não comia nada. Tomava apenas leite de manhã, e o resto do dia, sobrevivia tomando água, apenas. E depois, com esforço, parei de me drogar. Foi difícil, eu era uma dependente, mas consegui. Às vezes eu escapava, e me drogava, mas era raramente, até que parei. Quando a capitã saiu da escola, eu me tornei a nova líder. E todos me respeitavam e eu amava tudo aquilo.

         Ela parou novamente e Edward olhou-a surpresa. Não podia julgá-la. Ela tinha superado tudo, e ele admirava isso. Admirava, acima de tudo, sua força de vontade.

         “No meio do ano, Jacob entrou na escola, e se tornou, rapidamente, o capitão do time de futebol americano. No primeiro momento, eu o achara idiota e metido, mas depois comecei a gostar dele. Achei até que estivesse apaixonada, mas nada era comparado ao que... Enfim, nós começamos a namorar há mais ou menos dois meses, mas ele era arrogante demais. Então, brigamos. E estou a onde estou.”

         Quando Isabella acabou de contar sua triste história, os dois ficaram quietos. Ele não sabia o que dizer, e ela tinha medo de que ele se afastasse dela. Claro, Edward era a única pessoa que tinha agora, se é que o tinha.

         - Sinto muito por isso - Edward sussurrou, quebrando o silêncio. Não tinha ninguém na praça, eles estavam sozinhos ali.

         - Tudo bem - ela sorriu fraquinho. - Acho que já superei isso - dobrou os joelhos apoiando a cabeça neles. Um pouco desconfortável, soltou sua mão da de Edward e sentiu a falta na hora.

         Ela não sabia o que estava acontecendo, mas era novo. Desde o dia em que se viram pela primeira vez, quando ele a salvou na piscina, tinha sentido algo especial por ele.

         E tinha sido culpa dela. Ela estava quase que anêmica. Ficava sem comer por dias para continuar magra e continuar no time de líderes de torcida.

         Então, como nadar era uma coisa que exigia energias, desmaiou em plena água. Talvez, estivesse tentando se matar. Tanto faz, quem sentiria sua falta?

         - Bella... - Edward hesitou em falar o seu apelido. Não sabia se ela iria gostar, mas fora ela mesma que pedira para ser chamada assim, não? - Só quero que saiba que sou seu amigo, tá? Estarei aqui para o que precisar.

         E ele era mesmo. Sempre tinha sido assim. Aprendera, desde pequeno, a ser amigo de todos e entender o lado dos outros.

         - Não precisa fazer isso, Edward - ela disse, triste. - Você não tem nada a ver com os meus problemas. Com certeza deve me achar uma menina problemática.

         - Não, não acho. Você tem seus motivos. Olha... Vamos esquecer isso, sim? Não quero te ver triste. Quer fazer o trabalho de biologia comigo? Ainda não tenho par...

         Isabella não entendia porque ele era tão bom para ela, já que ela havia ignorado-o. Mas, a verdade, é que ela não queria se aproximar de mais ninguém. Estava cansada das pessoas. Estava cansada dela mesma.

         - Claro - se levantou dali, puxando Edward junto de si. Ele riu da animação dela.

         Que se danem todos, ela pensou. Eu gosto dele, porque não...?

         Então, em um piscar de olhos, ela já tinha colado sua boca com a dele. No começo, Edward se assustou, mas, alguns segundos depois, retribuiu o beijo. E gostara. Muito. Porque ela tinha lábios macios, e Bella achara o mesmo dele.

         Porque havia sido mágico. Não era como os beijos que ela estava acostumada. Jacob, sinceramente, não sabia beijar. Ele era agressivo e nada romântico, e também a machucava. Edward era o contrário.

         Ele sabia ser calmo e aproveitar o beijo. E se arrepiaram quando aquele ato começou. Edward aproximou-se da árvore, encostando Bella lá. Ela colocou as mãos nos cabelos dele e se deu conta de uma coisa.

         Tinha acabado de provar o contrário para Edward. Estava se sentindo uma vagabunda que não perdia uma oportunidade. Separou-se dele, chateada.

         - Me desculpe - ela pediu, corando. Edward achara lindo.

         - Não...

         Mas ela não o deixou terminar.

         - Vamos para a escola, ok? Perdemos bastante tempo aqui e daqui a pouco acabará o período de hoje. Te levarei, aí você poderá pegar seu carro.

         E antes que ele dissesse algo, Bella já foi andando até o carro e desativou o alarme e entrou. Edward entrou logo depois, quieto.

         Droga! Ele tinha feito tudo errado! Não podia ter beijado-a. O que ela iria pensar? Que ele estava apenas aproveitando do momento de fraqueza dela?

         Seguiram para a escola em silêncio, sem ao menos trocar um olhar. Bella às vezes se pegava pensando no beijo, e logo corava.

         Chegaram à escola no momento em que o último sinal batia. Ela ao menos entrou no estacionamento; não queria correr o risco de dar de cara com Black.

         - Então, faremos o trabalho que dia? - Edward perguntou.

         Bella abriu a boca, surpresa e virou-se lentamente para ele. Ela não acreditava que, mesmo depois de tudo, ele ainda estava disposto a fazer o bendito trabalho com ela.

         - Não sei. Pode ser... Amanhã - deu de ombros.

         - Claro. Amanhã. Perfeito - ele murmurou para si mesmo. - Onde?

         No mesmo momento, se arrependeu de ter perguntado. Obviamente, ela não iria querer fazer o trabalho na casa dela.

         - Hum, que tal na minha casa? - ajeitou a pergunta, rapidamente.

         - Mas seus pais... - ela disse, analisando-o.

         - Eu moro sozinho - respondeu, sorrindo torto. Definitivamente, era o sorriso mais lindo que ela tinha visto já.

         - Ok. Depois da aula, pode ser?

         - Claro - Edward deu um beijo em sua bochecha e saiu do carro, fechando a porta do passageiro em seguida, ainda sorrindo.

         No caminho até sua casa, ele ia pensando no que havia acontecido e no porque estava tão feliz e ao mesmo tempo preocupado com Bella. Por fim, ligou para sua irmã. Estava com saudades dela já.

         - Alice? - chamou, quando ela atendeu.

         - Edward! Como você está? Faz tempo que não me liga! - ela reclamou e Edward podia jurar que ela estava fazendo biquinho.

         - Muito bem, Allie - sorriu, mesmo que ela não pudesse ver, e em seguida, suspirou.

         - Edward? - Alice chamou, mudando o tom da voz para preocupado. - Está escondendo algo de mim?

         - Não, Alice. Não é nada... - Ele se defendeu, sabendo que a irmã ia bombardeá-lo com perguntas.

         Ela ficou quieta por alguns minutos, e quando Edward ia verificar se ela ainda estava na linha, ela disse:

         - Você está apaixonado! Reconheço pela sua voz! - ela acusou, rindo feliz.

         Edward fez uma careta, estranhando aquela baboseira.

         - Está ficando lunática, Alice - ele disse, revirando os olhos.

         - Urgh! Lunático é você!

         Eles ficaram brigando por mais um tempo, e logo Alice passou o telefone para a mãe, para que Edward pudesse falar com ela. Depois, falou com o pai e desligou o telefone.

         Enquanto fazia um macarrão à bolonhesa e preparava um suco de laranja, ficou pensando no que Alice dissera.

         Ele não poderia estar apaixonado; sem chances. Estava confundindo as coisas.

         Mas, quem sabe? Talvez... Talvez estivesse. E isso iria descobrir com o tempo, embora suas dúvidas fossem poucas.

         -

         Era Junho já.

         Edward e Isabella tinham feito o trabalho de biologia, mas fora apenas isso. Ela se desculpou pelo beijo do dia anterior. Entregaram o trabalho e tiraram nota máxima.

         Ele não sabia, mas Isabella era tão inteligente quanto ele.

         Já haviam feito as primeiras provas, e ocorrera tudo bem. Aliás, Edward estava se sentindo muito bem. Bella passara a conversar mais com ele, e eles saíam juntos de vez em quando, além de que estudavam juntos, e almoçavam juntos na escola.

         O único intrometido era Mike, que ainda almoçava com eles.

         Desde o dia em que Bella brigara com Jacob, não falara mais com ele. Também, pra que precisava? Ela tinha um ótimo amigo, que era Edward, e gostava dele de verdade.

         Já Edward... Ele gostava mais dela do que devia. E dera conta que estava apaixonado por ela. Preferia ignorar - mesmo isso sendo quase impossível -, pois não queria estragar a amizade que tinha com ela.

         Hoje não iriam para a escola. Era final de semana e seus pais chegariam hoje. Aliás, daqui a pouco iria buscá-los no aeroporto.

         Edward sorriu, enquanto pegava o requeijão na geladeira. Não que ele tivesse algo com o requeijão, mas sorriu por se lembrar da noite passada.

         Ele não se arrependia, mas no fundo tinha medo de que Bella se arrependesse.

         No dia anterior, Edward havia convidado Bella para jantar lá, e no fim, não jantaram, mas... Bem, ele a beijou e tudo acabou na cama.

         Tinha medo que, assim que ela acordasse, pegasse suas coisas e saísse do apartamento dele, dizendo que não queria vê-lo nunca mais.

         Respirou fundo, tentando ver se faltava alguma coisa para o café da manhã.

         - Pra quê tudo isso? - ouviu uma voz doce falar da porta da cozinha. Bella estava ali, vestida com uma camisa dele, que encontrara no chão do quarto.

         - Achei que você estivesse com fome... - ele disse de cabeça baixa, e a toalha da mesa começou a ser interessante de repente. Porém, não conseguiu segurar um sorriso quando Bella pulou em seu pescoço.

         Eles riram, abraçados. Era um momento que queria guardar para sempre. Porque ela estava ali, abraçada a ele, declarando seu amor, o que o deixou surpreso.

         - Eu te amo, Edward! - ela disse, sem se importar se ele a rejeitaria. A única coisa que precisava era agradecê-lo por ser tão bom com ela. - Eu nunca encontrei alguém como você, Edward - segurou o rosto dele nas mãos. - Sabe, você me tirou de um momento tão ruim... Obrigada por existir, por me fazer feliz... E eu estou apaixonada. Por você. E não há como negar.

         Por um momento, Edward se viu incapaz de responder. Estava surpreso demais, feliz demais. Sorriu. Ela o amava.

         Então, virou-a e a colocou contra a pia da cozinha e passou a beijar seu rosto, seus cabelos, seu pescoço... Por fim, sua boca.

         Fora um beijo apaixonado. E percebeu, assim que terminaram o beijo com pequenos selinhos, que escorriam lágrimas pelo rosto de Bella.

         Edward entendia o motivo; ela estava feliz demais, e pela história dela, pelo que podia entender, nunca fora feliz na vida. Em momento algum, ela pensou que alguém pudesse gostar dela pelo que era.

         Afinal, era admirada por todos. Mas por sua beleza, por seu corpo, por seu dinheiro... Mas não pelo que era de verdade.

         Mais tarde, buscaram a família de Edward no aeroporto. Isabella encontrava-se feliz, mas ao mesmo tempo, nervosa.

         E se os pais dele não gostassem dela? E se a irmã dele começasse a implicar com ela? E se - era o que mais temia - a mãe de Edward desejasse uma nora diferente? Talvez, alguém normal, que não tivesse problemas na família...

         Mas não foi assim que aconteceu.

         Os pais de Edward, principalmente a irmã dele, adoraram-na. No fim, Alice e ela tinham virado melhores amigas, e Esme disse que estariam ali para o que ela precisasse. Na frente de todos, Edward a pediu em namoro e chamou-a para ir morar com ele.

         No dia seguinte, Bella já havia trazido todas as suas coisas para o apartamento de Edward. E claro que os pais dela nem se deram conta.

         Seria até um favor para Charlie e Renée.

         No fim do ano, os dois já se preparavam para a faculdade. Prometeram que iam fazer a mesma faculdade, com uma única diferença: Edward cursaria medicina e Bella cursaria direito.

         Assim que estavam no último ano da faculdade, ficaram noivos. A família de Edward ficara super feliz e Alice implorou para que a deixassem fazer o casamento.

         Já a família de Bella... Bom, eles nem sabiam. Renée a procurara apenas uma vez depois que Bella se mudara para o apartamento de Edward. Então, após isso, nunca mais tinha tido notícia dos pais.

         No final da faculdade, com as provas chegando, Bella se encontrava nervosa. Não conseguia estudar.

         E isso tinha um motivo: traição.

         Não da parte de Edward, claro. Ele jamais faria isso com ele.

         Mas Bella sim. Ela havia traído-o. E nunca iria se desculpar por isso, muito menos ele!

         Em uma tarde de quarta-feira, foi até a farmácia e comprou um teste de gravidez. Ela estava suspeitando disso, já que há dias estava sentindo enjôos. Sua sorte era que Edward estava na faculdade ainda, pois tinha que fazer um trabalho.

         Bella mordia o lábio inferior, enquanto esperava o maldito teste ficar pronto. Dez minutos nunca foram tão longos quanto aqueles.

         E por fim, quando teve que ver o resultado, hesitou.

         Porque, assim que olhou, dera positivo.

         Ela estava grávida. De um filho que não era de Edward.

         Tinha certeza de que, se contasse a Edward, estaria morta. Ele não a perdoaria, nunca. E estaria morta se tivesse que viver sem ele.

         Afinal, porque havia traído ele?

         Chorando, Bella foi até o notebook e pesquisou sobre aquilo que sua mãe tinha pesquisado antes dela nascer.

         Uma clínica de aborto.

         Tiraria o bebê dela, e Edward nem sequer iria saber. Poderia viver sua vida em paz. Prometeu a si mesma que jamais faria o mesmo que sua mãe, mas não via outro jeito.

         Aquela criança não podia vir ao mundo.

         Anotou o endereço e telefone da clínica e saiu. Chorando, dirigiu pelas ruas tranquilas até, levando em conta o horário.

         Confirmou o endereço, assim que chegou à frente de uma casa chique, mas sem nenhuma placa, nem nada do tipo que procurava.

         Respirou fundo. Era ali.

         Apertou o botão do interfone e esperou.

         - O que deseja? - uma voz feminina perguntou.

         Bella tremeu, as lágrimas escorrendo ainda.

         - Eu quero... - suspirou. - Marcar uma consulta - falou o que seria melhor e o que a pessoa do outro lado entendesse. Não podia que queria fazer aborto, com tantas pessoas passando naquela rua.

         O portão automático foi aberto e Bella entrou. Ali, era o que chamava de garagem grande. A porta de madeira mais a frente foi aberta, e dali saiu uma moça loira, com uma expressão simpática.

         - Olá. Venha, entre - ela encaminhou Bella até uma pequena sala, onde havia uma televisão ligada, passando um filme sobre mães e filhos, e do outro lado, uma mesa de escritório, onde a bela moça se sentou.

         Com certeza, não era o que Bella esperava. Qual era o objetivo do filme?

         - Sabe que aqui é uma clínica para abortos, não sabe? - a moça perguntou, encarando-a seriamente.

         - E é justamente porque estou aqui - Bella respondeu, parecendo firme.

         Mas engoliu em seco. Sabia que iria fazer algo errado. Porém, tinha que fazer. Preencheu uma ficha, assinou-a e leu todos os termos e condições. Assim que a secretária entrou em uma outra porta - a qual Bella imaginou ser o consultório onde as mulheres abortavam -, prestou atenção no filme.

         Quantas vezes, depois de começar a namorar Edward, imaginou-se sendo mãe? Ela sonhava com isso! Mas tinha certeza de que aquele filho não era dele.

         Sempre que Edward e ela tinham relacionamentos, ele se prevenia.

         Porque fora ser tão estúpida? Tão... Hipócrita? Só porque Edward não tinha tanto tempo para ela agora?

         Ele não tinha tempo mesmo. Estava terminando a faculdade e só Deus sabia como medicina era algo complexo, que exigia tempo. Ele sempre chegava em casa cansado, mas, de qualquer modo, nunca deixara de dar um beijo de boa noite em Bella, ou jantar com ela.

         Bella se assustou quando um médico chamou-a. Antes de se levantar da cadeira, perguntou-se porque estava fazendo aquilo.

         Por Edward, respondeu ao pensamento.

         Entrou no consultório, o médico explicou os procedimentos e disse que aquilo poderia ser feito naquele dia mesmo. Então, em menos de uma hora, estava deitada em uma maca.

         -

         Assim que tudo acabou, uma lágrima escorreu pelo canto de seu olho. Tinha acabado de matar alguém. Um ser que não tinha culpa de nada.

         Já de noite, acertou o pagamento. Tinha saído muito caro, mas ela tinha dinheiro.   

         Voltou para casa, ainda abalada.

         Assim que deixou o carro no estacionamento do prédio e subiu pelo elevador, sentiu todas as dores vindo.

         Seu corpo doía, ela se sentia cansada. Mas nada poderia superar o medo de Edward ver o remédio para as dores dentro da bolsa dela.

         Estremeceu ao abrir a porta do apartamento e encontrar Edward ali, assistindo TV, e assim que a viu, sorriu.

         Controlou as lágrimas que ameaçavam cair e deu um sorriso, não muito confiante, a ele.

         Apenas passou por ele, dando um selinho e seguiu para o quarto.

         - Está tudo bem? - Edward logo perguntou, estranhando. Bella sempre chegava em casa, o beijava apaixonadamente e depois ia tomar um banho, mas hoje, simplesmente, foi direto para o quarto.

         Bella ficou tensa, porque ele tinha seguido-a. Por quê? Só porque ela não queria vê-lo agora? Fechou os olhos ao sentir Edward a abraçar por trás.

         O que deu nela ao ir procurar outro homem? Só porque Edward era muito ocupado e ela precisava carinho? Precisava de alguém sussurrando seu nome no ouvido...

         Mas o que ela não se dera conta ainda, é que esse alguém sempre seria Edward. Porque era ele que ela amava, e era ela quem ele amava.

         O que não podia mudar era o fato como tinha sido criada. Ela não conseguia viver com um único homem, não conseguia deixar de ser hipócrita e egocêntrica, odiava quando as pessoas a excluíam...

         E culpava sua mãe por isso. Porque fora a mãe dela que a criara daquele jeito. Sempre acreditando que o mundo girava ao seu redor.

         Engoliu em seco.

         - Só estou cansada... Você não está? - e o que ela respondeu, era verdade. Ela estava cansada mesmo, mas não pelos motivos que Edward podia imaginar.

         - Eu não - ele respondeu, virando-a de frente para ele e sorriu malicioso. Logo Bella tratou de sair de seu abraço e ir pegar uma roupa no enorme closet que tinham no quarto.

         - Vou tomar banho, ok? - e então, entrou no banheiro do quarto, se trancando lá. Respirou fundo e se encostou ao azulejo frio da parede.

         Um pouco preocupado com a atitude da noiva, Edward sentou na cama, a fim de esperar que ela saísse do banho para conversarem.

         Fazia quanto tempo que não conversavam? Cerca de três meses? Sim, por aí. Uma conversa decente mesmo, não tinham há muito tempo.

         Mas ele sabia que ela entendia seus motivos. Estava no fim da faculdade, e andava muito ocupado com trabalhos, monografias, provas e tudo o que estava relacionado à sua futura profissão.

         Suspirou, ajeitando-se na cama, e sem querer bateu o braço na bolsa de Bella.

         Talvez, fosse algo do destino - ou esquecimento, apenas - porque a bolsa dela era da Prada, e de um modelo que não possuía zíper, apenas um botão de pressão, e dali, uma caixa de remédio apareceu, junto com um papel.

         Curioso, Edward pegou a caixinha e o papel.

         Apenas pelo nome, ele percebeu que dentro daquela caixa, tinha analgésicos e abriu o papel que estava junto.

         Uma receita.

         Ele analisou o papel, lendo primeiro o endereço do lugar. Não tinha nome, apenas a rua e o número. Depois leu o resto, sem expressar qualquer tipo de reação.

         Bella teria que tomar um comprimido do remédio sempre que sentisse alguma dor.

         Aquilo era normal, mas porque ela estaria sentindo dores?

         Edward foi pego de surpresa quando Bella abriu a porta do banheiro, já vestida com seu pijama. Ela olhou para ele, tão surpresa quanto ele olhava para ela.

         Isabella não sabia o que dizer e nem como agir.

         Por fim, após alguns longos segundos, Edward dobrou a receita e guardou-a junto com a caixa de remédios dentro da bolsa.

         - Por que estava mexendo na minha bolsa? - Bella perguntou, ficando brava de repente.

         - Por que terá que tomar analgésicos? - perguntou Edward, com a voz branda. - Aliás, porque está brava?

         Bella engoliu em seco.

         - Você não tem o direito de mexer nas minhas coisas! - acusou, tentando fugir das perguntas.

         - Achei que fossemos noivos, praticamente casados. Será que não tenho o direito de saber por que terá que tomar analgésicos?

         Nervosa e com as mãos tremendo, Bella pegou sua bolsa de cima da cama e guardou-a no closet.

         - Eu estou muito cansada Edward. Tenho milhares de trabalhos para fazer, muitos manuscritos e eu tenho tido dores no braço! É só isso! - Bella respondeu.

         Edward ficou quieto por um tempo, e no mesmo momento, Isabella pensou que ele não tivesse acreditado.

         - Ok, então. - Disse.

         Ele não tinha acreditado, mas ficaria quieto.

         -

         No dia seguinte, Edward acordou mais desconfiado do que estava no dia anterior.

         Antes que Bella se levantasse, foi direto ao closet e tirou a receita que continha o que precisava: o endereço.

         Tomou um banho, trocou-se e foi para a faculdade depois de se despedir da noiva. A manhã arrastou-se e na hora do almoço, ao invés de ir estudar como nos outros dias, Edward pegou o carro e dirigiu até encontrar o lugar em que Bella pegara aquela receita.

         Parou naquela rua e saiu do carro. Olhando para o que parecia ser uma residência, perguntou-se porque estava fazendo aquilo.

         Mas ao mesmo tempo em que se perguntava isso, uma mulher loira e séria parou em frente ao portão em que ele queria descobrir o que era.

         - Por que está em uma clínica para aborto? - ela perguntou curiosa.

         Edward ficou paralisado.

         Ele não conseguia digerir a informação.

         Por que Bella iria a uma clínica para fazer um aborto? Porque ela tiraria a vida de um ser que mal se formou, que não tinha culpa de nada?

         Aliás, porque ela não contara a Edward que estava grávida? Ele gostaria de ser pai! Claro que não seria muito bom agora, porque tinha que acabar sua faculdade, mas de qualquer modo! Jamais deixaria Bella tirar um filho que era dele.

         Um pouco confuso e trêmulo, Edward entrou no carro. Pôs as mãos no rosto. Porque isso parecia apenas um sonho, quando era de verdade?

         Após alguns segundos, quando julgava estar melhor, ele ligou o carro e dirigiu para casa.

         Ao chegar em frente ao prédio em que moravam, Edward deixou o carro na rua e entrou pela portaria. Ainda era cedo; ele sabia que Bella demoraria a sair naquele dia.

         Não precisou esperar muito pelo elevador e logo chegou no andar. Colocou a chave cuidadosamente na porta para não fazer barulho e a abriu.

         Parou ali mesmo.

         Ele conseguia escutar a voz de Bella, irritada, no quarto. Ela parecia falar no telefone, já que Edward não conseguia ouvir a voz de mais ninguém no ambiente.       

         - ... E o que você queria que eu fizesse? - ela berrou. - Contasse? Ele jamais me perdoaria!

         Edward fechou a porta levemente e caminhou a passos silenciosos até o quarto.

         A voz de Bella soou mais baixa:

         - Jacob, foi um erro, um grande erro. Eu jamais deixaria essa criança nascer! Se nascesse, eu juro que a doaria!

         Edward espiou pela fresta que a porta deixava do batente; Bella estava com uma mão na testa, a outra segurava o celular e ela andava de um lado para o outro, nervosa.

         Jacob? O mesmo Jacob que...? Jacob?

         Ele respirou fundo e se encostou na parede. Era... Inacreditável!

         Como Bella podia fazer isso com ele? Como ela tinha coragem?

         Edward, que confiara tanto nela; que depositara todo seu amor nela; que fizera de tudo para ela; que a amara intensamente, milhares e milhares de vezes... Edward, que, acima de tudo, perdoava seus erros e a ajudava!      

         Ele sentiu seus olhos molharem; estava quase chorando.

         - Cale a boca! - Bella vociferou. - Eu te odeio! Você faz da minha vida um inferno! Nunca mais me ligue, nunca mais me procure!

         Assustado com o tom da voz dela, Edward voltou a espiar. Bella tinha desligado o celular e estava de cabeça baixa. Com determinação, ele abriu a porta e apareceu na frente da noiva.

         Bella demorou em levantar a cabeça; ela percebeu o par de sapatos no chão, já que olhava para baixo, mas se recusava a olhar para Edward. Ela sabia que era ele, mas não tinha coragem.

         Edward colocou dois dedos no queixo de Bella e levantou seu rosto para olhá-la. Ele tinha a expressão dura: os olhos semicerrados, os lábios em uma linha fina e, como um ponto de fraqueza, os olhos marejados. Já ela, tinha o rosto em um vermelho escarlate de tanto chorar, o lábio inferior tremia e seus olhos estavam banhados de lágrimas; lágrimas de medo, de vergonha e, principalmente, de humilhação.

         - Por que fez isso? Por que não me contou? - a voz de Edward era dura, baixa e fria.

         Bella soluçou repetidas vezes; não conseguia falar. As palavras estavam presas.

         - Responde, Bella - Edward aumentou a voz.

         - E-e-eu.... Eu... - ela gaguejava uma resposta que seria inútil no final das contas, porque ele jamais olharia na cara dela, - Me desculpe, Edward! Eu não s-sei porque fiz i-i-isso!

         Edward respirou fundo, enquanto via Bella cair de joelhos no chão à sua frente. Ela cobriu o rosto com as mãos e soluçou alto.

         Ele nunca havia visto-a chorando daquele jeito.

         - Eu deixei faltar alguma coisa, Bella? - Edward tombou a cabeça de lado, voltando com sua voz leve. - Você não me ama mais? Ou você dúvida do meu amor por você? É isso, Isabella?

         - Não, Edward! - Bella elevou a voz. - Não! Eu te amo mais que tudo na minha vida! - ergueu a cabeça e o olhou. - E eu jamais duvidaria do seu amor por mim... Eu... Eu... Eu que sou burra! Por favor, Edward, me perdoe!

         Bella estava à sua frente, ajoelhada, agora de cabeça baixa, pedindo perdão. Apesar de tudo, uma lágrima escorreu pelo rosto de Edward, e caiu em uma das mãos de Bella. Ela, lentamente, levantou a cabeça.

         - Por... Favor... - sua voz soou arrastada, baixa, fraca e envergonhada.

         - Com tantos, Bella... Você escolheu Jacob! JACOB! - Ele gritou o nome do ser que julgava um animal, um infeliz e um canalha.

         - Eu sei, mas ele me obrigou! - Bella esfregou os olhos. - Ele disse que se eu não transasse com ele, te mataria...

         - Eu é que vou matar ele! - Edward berrou com raiva.

         - Não. Você não vai! - ela se ergueu do chão, protestando. - Você não vai matar ninguém para ser preso depois! Por que eu cedi; eu me rendi a ele. E eu gostei.

         Edward parou, de boca aberta, segurando uma respiração.

         Os planos que estavam se formando em sua mente, de repente, evaporaram.

         - Como...? - Edward perguntou, piscando aturdido, recusando-se a acreditar naquilo.

         Bom, aquilo mudava tudo então.

         Bella não respondeu. Ela arfava, a respiração entrecortada, o peito subindo e descendo violentamente e os soluços altíssimos.

         Engolindo em seco e indo contra todo o seu orgulho, Edward a abraçou.

         Todos erravam. Podia ter acontecido com ele; ele podia ter caído na tentação.

         Deixou as lágrimas escorrerem livremente e em silêncio, enquanto apenas confortava Bella. Puxou-a de encontro ao seu peito, firmemente. Levou-a até a cama e deixou que ela chorasse o resto do dia.

         -

Grenade - Bruno Mars.

         O clima entre os dois estava estranho; Bella ainda se culpava por tudo e Edward não tinha a mesma confiança nela, apesar de ela se mostrar esforçada para reconquistá-lo.

Easy come, easy go

Vem fácil, vai fácil

That's just how you live, oh

É assim que você vive, oh

Take, take, take it all

Aceita, aceita, aceita com tudo

But you never give

Mas você nunca compartilha

Três meses haviam se passado desde o aborto e eles estavam na última semana de aula. No final de semana seguinte seria a formatura.

 Jacob Black não tinha dado mais sinal de vida, assim como Edward e Bella nunca mais conversaram sobre aquele assunto.

Should've known you was trouble

Eu deveria saber que você era um problema

From the first kiss

Desde o primeiro beijo

Had your eyes wide open

Estava com os olhos abertos

Why were they open?

Por que estavam abertos?

         Eles se viam pouco, conversavam pouco, mas o pouco que estavam na presença um do outro, aproveitavam.

         No dia da formatura, se viram menos ainda. Apenas quando acordaram e depois no auditório, quando o diploma foi entregue. Na hora, olharam um nos olhos do outro e sorriram; fora um esforço e tanto para chegar aonde chegaram.

         Quando julgaram estar com a vida financeira e pessoal estável, se casaram.

Gave you all I had

Te dei tudo que eu tinha

And you tossed it in the trash

E você jogou no lixo

You tossed it in the trash, you did

Você jogou no lixo, sim

         Edward tinha certeza de que Bella nunca mais havia o traído. Mas ele ainda tinha suas dúvidas se ela o amava mesmo.

         Tinham acabado de chegar em um hotel em Toronto, no Canadá. Passariam a lua-de-mel lá.

         Com delicadeza, Edward colocou Bella na cama grande e espaçosa do quarto. Ele a beijou, deixando todo seu amor naquele beijo.

To give me all your love

Pra me dar todo o seu amor

Is all I ever asked 'cause

É tudo o que eu sempre pedi, porque

What you don't understand is

O que você não entende é que

Despiram-se lentamente, apreciando o momento; não que nunca tivessem feito amor, mas, de certo modo, aquele dia era especial.

I'd catch a grenade for ya

Eu pegaria uma granada por você

Throw my hand on a blade for ya

Eu colocaria minha mão numa lamina por você

I'd jump in front of a train for ya

Eu pularia na frente de um trem por você

You know I'd do anything for ya

Você sabe que eu faria qualquer coisa por você

         Todos os sentimentos ruins ficaram para trás, nos Estados Unidos. Prometeram a si mesmos que nunca mais tocariam no assunto, ou se deixariam abater por causa de Jacob.

Oh oh, I would go through all of this pain

Oh, oh, eu passaria por todo esse sofrimento

Take a bullet straight through my brain

Levaria um tiro bem no meu cérebro

Yes, I would die for you, baby

Sim, eu morreria por você, amor

But you won't do the same

Mas você não faria o mesmo

Porque, simplesmente, não valia a pena.

No, no, no

Não, não, não

         Mesmo Edward duvidando, Bella o amava. Só ela sabia o quanto. Não era de demonstrar sentimentos, naturalmente. Não fora criada com ‘bom dias’ ou um beijinho de boa-noite na hora de dormir. Não ligavam para ela. Seus pais não ficaram sabendo do casamento, e ela preferia assim.

Black, black, black and blue

Luto, luto, luto e tristeza

Beat me 'til I'm numb

Me atingem até que eu perco os sentidos

Tell the devil I said "hey"

Diga ao diabo que eu mandei lembranças

When you get back to where you're from

Quando você voltar de onde veio

         O tempo passou e, cinco meses depois do casamento, Bella descobriu que estava grávida.

         Tinha feito um exame de sangue e dera positivo; estava grávida. De um filho de Edward.

Mad woman, bad woman

Mulher louca, mulher ruim

That's just what you are

É isso que você é

Yeah, you'll smile in my face

Sim, você sorrirá na minha cara

Then rip the brakes out my car

E então destroi os freios do meu carro

         Ela estava mais bonita do que já era. Sua barriga era evidente já, redonda e lisa. Bella se achava gorda, e Edward a consolava, dizendo que ela não poderia estar mais bonita.

Gave you all I had

Dei tudo o que eu tinha

And you tossed it in the trash

E você jogou no lixo

You tossed it in the trash, yes you did!

Você jogou no lixo, sim você fez!

         Dessa vez, os dois tinham mais juízo e sabiam lidar com as emoções. Dessa vez, o filho era de Edward. E, dessa vez, estavam felizes.

To give me all your love

Para me dar todo o seu amor

Is all I ever asked, 'cause

É tudo o que sempre pedi, porque

What you don't understand is

O que você não entende é que

         Sentado em sua cama, Edward pensava no passado. Ele não sabia porque estava fazendo isso; perguntava-se se havia sido trouxa - algumas pessoas pensavam isso dele.

I'd catch a grenade for ya

Eu pegaria uma granada por você

Throw my hand on a blade for ya

Colocaria minha mão numa lamina por você

I'd jump in front of a train for ya

Eu pularia na frente de um trem por você

You know I'd do anything for ya

Você sabe que eu faria qualquer coisa por você

         Mas, pelo ponto de vista dele, havia apenas perdoado. Porque amava. E isso era o que importava a ele. Na verdade, não sabia porque ligava para o que os outros falavam.

Oh oh, I would go through all of this pain

Oh, oh, eu passaria por todo esse sofrimento

Take a bullet straight through my brain

Levaria um tiro bem no meu cérebro

Yes, I would die for you, baby

Sim, eu morreria por você, amor

But you won't do the same

Mas você não faria o mesmo

         Ninguém - nem mesmo sua irmã, Alice - sabia o quanto ele amava Bella e o quanto ele havia a perdoado. Quando a conheceu, não soube ao certo o que pensar dela, apenas que era a garota mais linda que já havia visto.

If my body was on fire

Se meu corpo estivesse no fogo

Oh, you'd watch me burn down in flames

Oh, você me assistiria queimando nas chamas

You said you loved me, you're a liar

Você disse que me ama, você é uma mentirosa

'Cause you never, ever, ever did baby

Porque você nunca, jamais amou, amor

         Bella se aproximou, pegou na mão de Edward e o puxou da cama.

         Eles iriam ver o bebê pela primeira vez em uma ultrassonografia. Edward sorriu; seria pai! Não podia estar mais feliz.

But darling, I'd still catch a grenade for ya

Mas linda, eu pegaria uma granada por você

Throw my hand on a blade for ya

Colocaria minha mão numa lamina por você

I'd jump in front of a train for ya

Pularia na frente de um trem por você

You know I'd do anything for ya

Eu faria qualquer coisa por você

         - Vamos? - Bella chamou.

         Edward sorriu novamente.

         - Vamos - respondeu.

Oh oh, I would go through all of this pain

Oh, oh, eu passaria por todo esse sofrimento

Take a bullet straight through my brain

Levaria um tiro bem no meu cérebro

Yes, I would die for ya, baby

Sim, eu morreria por você, amor

But you won't do the same

Mas você não faria o mesmo

         Os dois saíram de mãos dadas do quarto, felizes. Apesar da tensão dominar seu corpo, Edward tinha certeza de que o filho era dele. 

 Ele seria capaz de segurar uma granada por Bella, pular na frente de um trem por Bella, levar um tiro por Bella... Morreria por ela. Apenas porque a amava.

No, you won't do the same

Não, você não faria o mesmo

You wouldn't do the same

Você não faria o mesmo

Oh, you'd never do the same

Oh, você nunca faria o mesmo

Oh, no no no

Oh, não, não, não


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal!
Bom, finalmente eu resolvi postar uma one aqui! Espero que vocês tenham gostado :)
Queria que mandassem reviews, porque eu gostaria de saber a opinião de todos!
Se gostarem, faço mais em breve!
Beijinhos :*