Jogando com os Sentimentos escrita por GabrielleBriant


Capítulo 12
Fiel




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CAPÍTULO XII. FIEL

O que ele quisesse...

Ele quase estremeceu, só de pensar em tudo que, de fato, queria fazer com ela..

Mas que não podia, visto que ela era uma criminosa, uma Comensal que não fazia nada além de mentir.

Fechou a porta, lentamente.

Agora estava na hora de fazer o teatro final. Agora estava na hora de fazer com que ela acreditasse de uma vez por todas que ele era leal, e que passasse essa pequena informação para o seu Mestre... Ele seria ainda mais útil para a Ordem, depois que ela se fosse.

Se Merlin permitir, como Lucya.’

Ele já não sabia se o que sentia por ela era amor ou ódio... Talvez uma mistura bizarra dos dois.

Manteve a voz dura, letal.

- Tentador. Mas eu não deixarei as minhas convicções por ninguém. O que inclui você.

O olho dela brilhou. Ao que parece, ela nem tentou esconder que ficava feliz ao saber que ele não traia o seu querido Mestre... Ele quase sorriu, sarcástico.

Ela se aproximou um pouco.

- Eu poderia te entregar a Dumbledore.

- Eu te mataria antes.

Ele voltou a se virar, esperando sair logo dali, sair de perto daquela tentação. Estava com tanto ódio.

As mãos macias tocaram o seu braço.

- Você não me mataria. Você me ama!

Virou-se mais uma vez.

Os olhos dele agora tinham uma fúria que ele não conseguiu controlar.

- Não interessa o que eu sinta. Eu não vou desertar minhas crenças.

E deixou a sala, satisfeito com a utilidade do que tinha dito; insatisfeito com aquela mulher.

XxXxXxX

Ela olhou o homem fechar a porta. E sorriu.

Finalmente, um peso tinha sido tirado das suas costas. Foi como se tudo voltasse a valer a pena...

Ele acabara de dar a confirmação final de que ele era, sim, um comensal da morte fiel aos seus princípios e suas crenças.

Agora ela não precisaria mais mentir... Os dois estariam juntos, combatendo Dumbledore e todos que se atrevessem a se meter no caminho que o seu mestre queria traçar. Eles estariam juntos, sim...

Ela sorriu.

Agora só faltaria mais uma coisa para deixar o seu mestre completamente satisfeito...

XxXxXxX

Ele irrompeu no quarto.

Pegou a garrafa de whisky que há tanto empoeirava o lugar... Nem se deu ao trabalho de procurar um copo.

Tragou longos goles, no gargalo, mesmo.

Fez o que devia. Com certeza, aquela piranha daria logo, logo, o recadinho ao Mestre dela... Diria que ele era apenas um cordeirinho fiel. Um pau-mandado... Exatamente como o Mestre almejava...

Mestre... Ele é que pensa que ainda é mestre de alguém.

Se aquele cadáver vivo soubesse o que os Comensais andam aprontando... Se eles soubessem o que confabulam pelas suas costas... O que Lúcio, o seu fiel Comensal, fala...

Ele estava querendo tomar o controle, subjugar Voldemort... Antes de ser preso, é claro. Agora tinha caído do seu pedestal e voltado a ser apenas mais um entre os Comensais... Mas logo surgiria outra liderança entre eles.

Piada.

O lado das trevas acabaria pro si só... Potter nem precisaria sujar as mãos.

Potter.

Talvez, se ele pensasse em como amolar o menino, o gosto daquela maldita boca sairia dele.

XxXxXxX

- Professor?

Ela tinha acabado de chegar à sala de Dumbledore. O plano tinha que seguir... A parte um, a tarefa principal dela, já estava concluída. Agora só faltava auxiliar Severo na espionagem... Se ele, com aquele jeitão todo, conseguiu a confiança do velho, ela certamente não precisaria fazer muito esforço...

Precisava apenas chegar com o seu sorriso meigo...

E ela estava tão feliz que nem era tão difícil fazê-lo.

O velho levantou o olhar, vendo-a. Abriu um largo sorriso... Ela pode perceber a sinceridade dentro daqueles olhos azuis.

- Ah, Katrina, entre, por favor! Aceita um pouco de chá?

Ela diminuiu um pouco o sorriso. Os olhos, deliberadamente mais preocupados, miraram o diretor.

- Melhor não. Não tenho estômago para beber qualquer coisa, com o assunto que vim tratar em mente.

O sorriso do diretor morreu. Com a cabeça, ela acenou para que ela se sentasse.

Ela se aproximou do bureau lentamente, tomando uma das duas cadeiras que ali estavam colocadas.

Depois que ela estava confortável, o diretor disse:

- Imagino que você veio para falar sobre a guerra, certo?

Ela fez o seu olhar ficar triste, sombrio. Mordeu ligeiramente o lábio.

- Sim. Eu disse antes, e confirmo: eu quero muito ajudar.

- Você tem um passado, Katrina. Eu não sei se posso deixar uma pessoa se envolver nisso motivada pela vingança.

- Não é vingança. Eu apenas não quero que aconteça com outras crianças o que aconteceu comigo. Foi muito difícil crescer sozinha.

Hora das lágrimas.

O diretor se compadeceu. Segurou uma das suas mãos, deliberadamente pousadas sobre a mesa.

- Eu imagino...

- Não! Você não imagina... Alvo, o único lar amoroso que já conheci foi a casa dos meus pais. A minha avó me odiada... E, depois que ela morreu, eu fiquei sozinha... No orfanato, eu era deixada de lado, sempre... Rejeitavam-me porque eu tinha família, eles diziam... Os casais também não me queriam, com medo de dar algum problema judicial, da minha família me reclamar... Em Beauxbatons, eu fiquei conhecida como a orfanzinha...

“A minha vida foi horrível, solitária... Ninguém merece passar a infância que eu passei... Eu apenas quero fazer isso ser possível.”

Engula! Por favor, engula!’

O velho a olhou lentamente... Talvez procurando algum traço de falsidade nas suas palavras, nas suas expressões... Mas ele jamais encontraria. Ela fora bastante cuidadosa. Ninguém, talvez nem quem tivesse lendo a sua mente, poderia descobrir que ela não falou uma palavra com sinceridade...

Afinal, o que o velho pensaria dela, se ela dissesse que a melhor coisa que já acontecera a ela fora o assassinato dos pais? O que pensaria dos motivos dela, se soubesse que ela sempre foi amada e popular em todos os lugares que freqüentara após a fatídica noite?

Finalmente, ele respondeu.

XxXxXxX

Sábado.

O único dia que ele tinha para não fazer nada, apenas amargar a sua maravilhosa vida... O único dia em que ele se permitia dormir. E, nesse dia, o velho maldito chama uma reunião.

Tudo bem, havia muito a ser dito.

Tudo bem, há muito tempo não havia reuniões.

Mas tinha que ser logo no sábado, de quatro da manhã?

Inferno!’

Ele adentrou a casa no largo Grimmauld nº 12.

Já estava quase cumprimentando todos, quando a viu.

XxXxXxX


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