Meu Nome não é Katherine escrita por Flanela


Capítulo 13
Onde está Jordan


Notas iniciais do capítulo

Bem, peço desculpas pela demora, porém estava tentando fazer algo inovador sabem? Queria me superar, mudando um pouco meu jeito de escrever para um jeito mais... detalhado e que, bem, me agradasse mais. O capítulo é longo e possuí muitas informações. Não pude falar de Klaus NESSE, mais ele voltara em breve - afinal, sem klaus sem sacrifice né gente? Esse capítulo visa mais a história de Katerina. Por trás da morte dos pais que ela não conheceu e da 'desilusão amorosa' que ela acredita ter tido com Elijah.
Gostaria de fazer também uma outra observação: Nesse capítulo falo mais sobre Bonnie, esclarecendo dúvidas que podem ter ficado sobre ela - se a história dela é igual a da série. Bom, eu vou tentar fazer isso aos poucos com todos os personagens. Esclarecer que fim todos levaram aqui nessa fic. Bem, a avó de Bonnie, por exemplo, não está morta ;)
Boa leitura!



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Elena estava sentada em sua cama. Era noite e ela não vira Damon o dia todo. Stefan estava no andar de baixo, pegando uma água para ela.

Em baixo dela o diário de Katerina formigava contra o colchão, como se fosse criar holofotes, para que todos o pudessem ver. Stefan entrou no quarto, um copo de água nas mãos que ele logo pôs sobre a mesa de cabeceira de madeira branca do quarto.

     - Tudo bem Elena? Estou achando você um pouco tensa

Elena hesitou por um instante e, virando seu olhar para o chão falou na voz mais convincente que pôde

     - Impressão sua.

Stefan sentou-se então na ponta da cama. Elena estava sentada com as costas apoiadas no encosto da cama, dois travesseiros de pluma de ganso azuis em suas costas.

     - Que pergunta a minha. Claro que você está tensa. Tudo isso deve estar te deixando maluquinha – ele esboçou-lhe um sorriso e então puxou uma de suas pernas, começando a massagear seu pé. Elena tinha pés magros e pequenos, tamanho 36, com pouquíssimos traços de joanete. Sua pele era macia, mesmo que, nos últimos tempos, ela tenha se esquecido completamente dos cremes Victoria Secrets que ela costumava passar toda noite.

Por alguns minutos eles ficaram naquele silêncio, Stefan massageando-a e ela olhando-o.

De repente, porém, Elena tirou seu pé e sentou-se na cama ao lado de Stefan

     - O que vai acontecer conosco? – sua pergunta não tinha nem de perto o significado que Stefan poderia uma dia pensar que tinha

      - Ficaremos juntos para sempre – ela sentiu um pouco de hesitação, quase imperceptível em Stefan que, depois a envolveu em um abraço. Eles então deitaram, abraçados, ele esperando que ela dormisse.

No meio da noite, quando ela teve certeza de que ele dormia, ela levantou-se, cautelosa. Pegando o diário de de baixo do colchão e indo para o banheiro. Lá, ela sentou-se no chão, fechou a porta e ascendeu as duas luzes que ficavam ao lado do espelho oval. Lá, sozinha, com luz, ela abriu o diário em uma página qualquer, bem para o final

“Hoje posso dizer que o dia foi divertido. Talvez o mais divertido até agora. Pela manhã fui para uma casa enorme abandonada no meio de uma estrada qualquer, onde viviam milhares de vampiros. Um amigo meu, Parker, aquele da fazenda de gado, me indicou. Embora parecesse caindo aos pedaços por fora, por dentro era uma casa totalmente bem cuidada, com lustres e abajures que fariam qualquer nova-iorquino babar. Conheci Luna e Stela. Luna é tão doce e alegre, que nem parece uma vampira. Tem o corpo de uns 20 anos, porém ouvi boatos de que tinha 30 quando foi transformada. Já Stela é mais velha – nos dois sentidos- e experiente. Ela é aquele tipo Bode sábio, entende? Porém algo nela me diverte. Não sei o que é, talvez seja o fato de ela ter um lado doce, que porém tenta esconder a todo custo. Não o vi hoje. Nem Klaus, o que não foi tão ruim assim no final das contas. Fiquei pensando mais tarde, e cheguei a conclusão que o único motivo que me impede de me mudar para esse casarão é ele. Quer dizer ele nunca me deixaria. O que posso fazer? Eu o amo. E Jordan? Ele volta amanhã de sua breve-quinta-viagem-super-curta-pelo-mundo. Tenho que descansar muito hoje pois sei que ele não vai me poupar com detalhes e súplicas para que eu o acompanhe em sua próxima peregrinação. Ele sim, adoraria morar naquele casarão. Porém quem não deixa sou eu. Mesmo com Luna e Stela, lá é cheio de mulheres vampiras traiçoeiras, e não quero ele por lá.”

Seu cotovelo bateu acidentalmente na parede, fazendo um barulho. Ela largou o diário e permaneceu quieta por alguns segundos, na esperança de que, se é que alguém a ouvira, iria voltar ao que quer que estivesse fazendo antes.

Pegando novamente o diário, ela foi até a última página. Porém o que quer que estivesse escrito, ela não soube, pois bem nesse segundo ouve uma batida de portas. Ela largou o diário, voltando para o quarto e escondendo-o no colchão. Stefan continuava dormindo, então ela se esgueirou para fora, até a ponta da escada. Lá em baixo ela ouviu sapatos serem jogados em um canto, e um corpo cair em cima de um sofá. Ela começou a descer os degraus devagar, porém algo a deteve. Damon finalmente falou

     - Fora de área de novo... Katerina onde você está? – sua voz era sussurrante. 

Ela estava descendo para o próximo degrau, quando seu pé direito acidentalmente pousou no degrau abaixo fazendo um barulho sobre uma madeira mais gasta. Seus olhos fecharam-se com força em reprovação a si mesma, torcendo para que não tivesse sido ouvida. No entanto, ao abri-los, ela se viu cercada. Stefan atrás dela, Damon na frente. Ela não podia ver a expressão de Stefan, mas Damon parecia ligeiramente irritado. Porém sua expressão logo se anuviou ao observar a expressão nervosa de Elena.

     - Fugindo de alguma coisa?

     - Oh – ela hesitou, virando-se de repente para Stefan – Eu estava só indo pegar uma água, mas ouvi você chegando e não quis incomodar.

     - Mas você tinha um copo de água do seu lado... – Stefan parecia confuso

     - Estava quente – ela se apressou em explicar, então fez uma pausa e continuou – E minha garganta estava seca.

     - Boa noite Damon – Elena virou-se seguindo Stefan para seu quarto

     - Boa noite Elena – a voz de Damon soou doce e sonora. Ele poderia ser um cantor tranquilamente, Elena refletiu, e deixou escapar um sorriso, pensando como seria engraçado se tal fato acontecesse.

A noite estava fria e em Mistic Falls um eclipse total estava acontecendo, por isso toda a cidade estava nas ruas, todos encapotados, olhando para lua que pouco a pouco ia ‘desaparecendo’. Uma lua que, em três noites estaria cheia.

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Ela acordou pouco depois do amanhecer. Pássaros azuis voavam pela areia da praia. As ondas iam e vinham, porém não encostavam mais em seu corpo - devido a baixa da maré - que, no entanto, estava molhado e cheio de areia.

O céu estava azul com poucas nuvens. Um vento frio batia e todos na região usavam ao menos dois casacos. Ela se levantou calmamente, sem se lembrar ao certo como fora parar lá. Lembrava-se vagamente de uma mulher debruçada sobre ela mexendo em seu pescoço, e de um homem sendo... Morto. Porém nada mais. 

Ela estava indo á caminho da estrada quando percebeu que, ao contrário do que imaginava, não estava sozinha. Logo no início da areia, longe do mar, um garoto estava sentado na areia olhando-a. Usava roupas de mergulho e segurava uma máscara de mergulho no colo, pés de pato ao seu lado. A princípio ela pensou em sair dali somente, porém algo na expressão do garoto de uns 20 e poucos anos - seu cabelo castanho mel e seus olhos eram azuis e contrastavam com sua pele pálida - lhe pareciam extremamente familiares embora ela sentisse uma espécie de dor na cabeça ao tentar se lembrar da onde conhecia alguém parecido à ele.

     - Olá - disse, andando e sentando-se ao lado do garoto

     - Oi. Desculpe se te incomodei - seus olhos pousaram sobre os seus, fitando-a - é só que nunca vi alguém dormir assim na praia. Quer dizer, eu mesmo já dormi na praia, porém com amigos e nós saímos bem cedo. Além disso você parecia... Perdida, não sei - ele hesitou e então recomeçou a falar - não está com frio? 

Ela não prestara muita atenção em sua fala, olhando seu rosto, estranhamente familiar, que ainda a incomodava.

     - Oh, não fique preocupado. Eu sou adversa ao frio. Nunca o sinto. Mas, me diga, qual seu nome?

     - Jesse.

     - Jesse.... - ela repetiu seu nome em voz alta, o que deixou Jesse um tanto assustado

     - O que aconteceu? Nos conhecemos de algum lugar? - ele parecia tenso, como se estivesse com receio de algo

Antes que tivesse uma oportunidade para responder ela ouviu passos se aproximando. Estranhamente não os reconhecia - se eram de vampiros ou humanos - então, no momento que uma voz feminina chamou por Jesse, ela desapareceu. Nem pensou no que Jesse fosse pensar, pois na verdade sentia-se muito estranha. Não sabia onde estivera no dia anterior, nem quem era a tal mulher baixinha.

Ela se viu então em uma rua estreita com vários prédios colados. A maioria era de um branco meio bege, sendo cada um de uma altura diferente. O chão não era asfaltado e alguns carros passavam buzinando. Ela procurou na placa de ruas o nome do lugar em que estava, até ao chegar perto de um mecânico, uma loja grande com vários carros em estados de ruim a tenebroso com uma marquise e um letreiro de fundo marrom e cor branca onde se lia " Joansburg 24 horas ".

Ela sentou-se na calçada mesmo e pôs-se a pensar. As pessoas que passavam por ela a olhavam assustadas. Ela estava molhada, suja, e sem nenhuma proteção contra o frio que se abatia. Durante minutos ficou a pensar no que acontecera, mas não conseguia lembrar-se de nada. De repente um homem se aproximou dela - coincidentemente um funcionário da Joansburg 24 horas-. Ele usava um macacão cinza totalmente sujo de graxa - que talvez estivesse mais sujo do que ela - onde se lia o nome da mecânica ao lado do desenho de uma pequena chave de fenda.

     - Moça, está tudo bem? - sua voz era grossa e nem um pouco profunda

     - Porque não estaria?

     - Não sei. Mas aparentemente todo mundo nessa rua parece pensar isso. Caso não tenha percebido todos estão olhando para você. Está suja, molhada e sem agasalho.

Ela ergueu seu olhar para o rosto do homem. Ele possuía um rosto anguloso e bruto, com cabelos pretos mal cortados. Então fez-lhe uma pequena observação.

     - Você também está sem casaco.

O homem bufou

     - Nossos casos são terrivelmente diferentes. Você não tem uma mulher em casa que reclama sempre que você aparece com um casaco sujo. - ele fez uma pausa para ver se ela continuava a ouvir e, vendo que sim, prosseguiu - Quer dizer, ela não liga que eu rale o dia todo enquanto ela está sentada numa cadeira de couro no ar-condicionado anotando recadinhos imbecis. Ela acha que o fato de trabalhar com fogo faz com que eu fique com calor e não precise de agasalho. Como se não houvessem chaves de fenda bem friazinhas me esperando no serviço. Nem cachecol eu posso usar para proteger meu pescoço! E olhe que acabei de operá-lo por causa...

Ela levantou-se de súbito.

     - Espere. Pescoço.... É ISSO!

ela olhou para ele que pareceu assustado e irritado por ter sido interrompido. 

     - Eu... Eu me lembro agora! Eu...  - as palavras começaram a sair e ela começou a narrar tudo o que fizera no dia anterior. Desde a chegada até a casa de Bonnie até quando Elijah a salvara e a bruxinha, a tal Lucy curou-a. Ou envenenou-a, já que ela parecia mais grogue do que nunca. 

O homem ouvira pacientemente, porém não entedera nem acreditara em uma palavra sequer do que ela dissera.

Por fim, quando ela se virava para sair ele perguntou-lhe, indiscretamente

     - Ei, menina, posso falar à meus colegas que apertei seu traseiro? 

Ela nem se virou, apenas acenando com a mão e saindo correndo como uma criança pela rua. Seus passos, porém, eram em ritmo humano, pelo menos até ela chegar até a estrada. Aí ela começou a correr, até que chegasse à seu destino. Mistic Falls.

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* Especial*

Na manhã seguinte era cedo quando Bonnie se levantou. Em seu quarto pequeno e triangular ela abriu as cortinas da pequena janela de vidro para que o sol tomasse conta de todos os pontos em seu quarto onde isso já não acontecia. Ao fazê-lo ela respirou o ar quente que a nova manhã lhe trazia, uma pitada de prazer percorrendo seu corpo por alguns instantes.

Desde que ingressara no ‘clube vampiresco’ de Elena, Bonnie se sentia nova em folha cada vez que o sol batia nela. Ela se sentia livre e forte pois, ao contrário dos vampiros com quem lidava, ela não precisava de anéis para ficar no sol, podendo ficar com as mãos nuas enquanto raios solares batiam contra sua pele. Coisa que não acontecia com nenhum vampiro. Além disso ela era uma bruxa, e isso também não era para qualquer um.

Ela se virou e sentou em cima de seu tapete persa colorido que sua mãe havia lhe dado de uma de suas viagens à Pérsia. Seu livro de feitiços estava estrategicamente acomodado em cima de um pequenino banco branco que ela, porém, ignorou. Suas mãos foram para um outro livro de capa de veludo azul escura que estava em cima desse mesmo banco. Ela o abriu e começou a ver um turbilhão de fotos dela e de Elena, desde que Bonnie se mudara para Mistic Falls para morar com a avó, cinco anos antes. Uma lágrima caiu em seu rosto, chegando até seu queixo definido e caindo em cima de uma foto tirada no primeiro passeio da escola que haviam feito juntas. Fora em seu segundo ano na escola, eles iam para Vancuver, no Canadá. Elena e Bonnie estavam abraçadas em frente ao aeroporto de Linne, cidade próxima a Mistic Falls – já que a mesma não possuía um. Elena estava com seus cabelos castanhos abarrotados em uma touca com fios de tecido que caiam até seus ombros, com pompons cinza nas pontas. Bonnie com seu tapa ouvidos rosa, ambas completamente encapotadas, porém felicíssimas. A foto era uma de suas favoritas pois mostrava Rupert, um colega das duas na época, em segundo plano com uma cara irritada enquanto ele revirava sua habitual mochila militar – que ele adorava usar, sempre dizendo que seu pai, um militar, havia trazido para ele da Turquia. Como se não houvessem coisas com estampa militar em qualquer lugar do mundo – por sua rosquinha de baunilha e cobertura de chocolate com granulado. Ele era um menino rechonchudo, que sempre arrancava enormes risadas de Bonnie e Elena. Bonnie e Elena. Essa expressão parecia tão distante quanto os dinossauros estavam de Bonnie naquele momento. Ela realmente amava Elena, e não pestanejava em ajudá-la, porém, apesar do enorme medo de perdê-la por causa de Klaus, ela sentia-se pior ainda quando pensava que estava se afastando periodicamente da amiga de um jeito pior ainda. Pois não havia nenhum obstáculo entre elas. Elena tinha seus problemas, e ela entendia perfeitamente, porém uma voizinha dentro dela não cansava de dizer a ela que a dor que Elena sentira ao perder seus pais fora mil vezes pior, e ela não se afastou de Bonnie nem um segundo. Ela se sentia como a bola da princesa do conto ‘ A princesa e o Sapo ’. A princípio a princesa só queria saber de sua bola, porém, ao conhecer o sapo, a bola não fora mencionada nem uma única vez na história. Sim, era uma comparação boba e fútil, mas era como Bonnie se sentia. Como uma bola esquecida.

Então sua avó bateu em sua porta, livrando-a de seus pensamentos

     - Querida, posso entrar?

     - Claro – Bonnie disse fanhosa, fechando seu álbum e abrindo o livro de feitiços, para fingir que estava estudando, como a aluna aplicada que era.

Sua avó se sentou em sua cama virada para ela. Elas não trocaram frases, só olhares. Sua avó era sua maior companheira, já que seus pais não acreditavam nessa história de bruxaria, achando que sua avó estava simplesmente caduca, e mandando Bonnie viver com ela, já que ela era ‘igualmente caduca’.

     - Lembra-se de Marlu? Minha amiga de colégio da qual eu falo com você de vê em quando?

Bonnie assentiu, a avó adorava falar da tal Marlu.

      - Bem, nós éramos terrivelmente próximas, até que ela conheceu um vampiro. Ela não me contou nada, ficando porém um pouco distante de mim. No início eu nada notei, porém um dia eu flagrei ela pondo uma bolsa de sangue dentro de sua bolsa. Eu não falei com ela de minha descoberta, só fiquei tateando jeitos de fazer com que ela mesma me contasse. Porém de nada adiantou. Eu logo assimilei que fosse seu novo ‘amigo’ do curso de inglês que ela fazia. Ela havia falado dele algumas vezes, dizendo o como era lindo, gentil, refinado, elegante... Características de alguém antigo. Mas essa minha luta de fazê-la dar o braço a torcer acabou dando errado – sua avó fez uma pausa, olhando para o vazio– Até que um dia ela não veio para a aula. Ela faltou por dois dias seguidos, então resolvi parar de ligar para seu telefone e fui eu mesma procurá-la, fazendo um feitiço com um fio de cabelo dela que havia em uma de minhas escovas. No fim das contas o seu ‘amado’ havia sido mordido por um lobisomem, e morrera. Ela nunca me perdoou quando eu contei que sabia. E que eu era uma bruxa. Ela achava que eu poderia salvá-lo, mesmo que eu afirmando que não. Desde então nunca mais a vi.

Bonnie estremeceu, tudo o que ela não queria que acontecesse com Elena era que elas se afastassem, ressentidas uma com a outra.

E então sua avó continuou, uma última frase que antes estivera presa em sua garganta.

     - Anos depois tive notícias dela novamente. Ela fizera uma breve visita a Mistic Falls. Ela e afiadas novas presas de sangue.

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Ela havia acabado de chegar na porteira de seu hotel, ainda lutando com sua mente para saber de onde conhecia Jesse, ou, ao menos, alguém parecido com ele. Uma pequena lembrança de uma ilha veio em sua mente, porém nada mais.

Ela preparava-se para entrar quando algo a chamou atenção. Um movimento vampiresco bem atrás dela. Havia um vampiro atrás de uma árvore, observando-a. E ele não fazia de nada para camuflar-se. Ela foi até ele, que porém a surpreendeu pegando-a em seu colo e a levando para longe, para uma floresta, parando somente quando a casa mais próxima estava a no mínimo um kilômetro, e pondo-a no chão.

     - O que houve Elijah? – ela estava assustada, meio constrangida de ter sido pega no colo tão de repente. Não que ela fosse gorda ou algo do tipo, só que aquilo não acontecia normalmente

     - Onde você estava? – Ele estava sentado à seu lado, olhando fixamente

     - Eu? Bem, depois que sua amiga me dopou eu acordei em uma praia em alguma cidadezinha aqui perto. Johanesburg... Eu acho.

Então ela percebeu o quão rude havia sido, pois, na verdade, Elijah havia salvado sua vida livrando-a do vampiro que tentava a matar. E talvez Lucy só quisesse ajudar também no final das contas.

     - Desculpe. Eu sei que ela não fez por mal. Quer dizer, pelo menos espero que não tenha feito.

     - Não fez. Elijah apressou-se em dizer.

Ele provavelmente teria começado a dizer algo, porém ela interrompeu-o achando que se esperasse até que ele falasse pude-se se esquecer o que queria dizer

     - Quando acordei hoje cedo vi um homem, Jesse. Ele me lembrou muito alguém que eu conhecia mas.... Não consigo me lembrar. De jeito nenhum. Você sabe se conheci alguém assim? Quer dizer, ele era alto e tinha cabelos castanhos e...

Elijah ficou tenso de repente. Ele se levantou e os músculos de sua face retesaram-se.

Ele então estendeu uma de suas mãos e Katerina se levantou. Ela considerou aquilo como um sim à sua pergunta, e aguardou que ele lhe ajudasse. Porém ele ficou calado e ela continuou

     - Por favor? Isso esta me deixando louca, eu preciso saber!

     - Jordam – ele soltou, tão logo ela acabara sua frase.

Alguém drenando todo seu sangue não a teria deixado mais neutralizada do que a lembrança que aquele nome a trazia deixou. Ela sentiu como se  uma estrela tivesse caído do céu reta em sua cabeça e ela começara a lembrar-se de suas vidas passadas. Helena de Tróia, Cleópatra, Joana D’arc.

De repente ela estava em uma cachoeira, o sol batia forte contra seu rosto e a água cristalina da cachoeira parecia mais um espelho do que água. Ela usava um maiô ‘ engana mamãe ‘ verde musgo e sentia-se livre por estar com seu corpo daquele jeito. Ela sentia-se livre leve e solta, como um vagalume que tinha o céu inteiro a seu dispor para voar.

De repente uma voz ecoou de algum lugar atrás dela e ela foi lançada para a cachoeira, seus cabelos castanhos encharcando-se no mesmo instante

     - Há! Quem mandou ser tão lerda? Não me viu foi? Precisa comer mais feijão menina!

E então um homem que mais parecia um garoto, usando um uniforme de neopreme preto surgiu, pulando na água em seguida. Seus cabelos castanhos pareciam ainda mais bonitos molhados, seus olhos azuis brincalhões que pareciam combinar-se com a água. Eles então molharam um ao outro e sentaram-se juntas em cima de pedras frias e cheias de musgo.

     - Seu bobo. Estava ficando preocupada, você estava atrasado! Perdeu o ônibus foi?

Eles riram e ele passou seu braço sobre seus ombros, abraçando-a.

Eles permaneceram assim por algum tempo, até que ele levantou-se e pulou novamente na água.

Ela piscou, sem acreditar no que via e logo só via Elijah à sua frente. Era como se ela estivesse dormindo a dias e finalmente abria os olhos.

     - Jordan, Jordan.... – lágrimas começaram a cair de seu rosto. Ela se sentia péssima por ter se esquecido de seu melhor amigo por tanto tempo, Ele e ela eram como carne e osso. Ele fora seu primeiro amigo de verdade, havia o conhecido em um hospital na Flórida quando, certa vez, estava indo roubar um pouco de sangue. Ele a vira – estava junto de sua irmã, que estava internada – e logo soube o que ela pretendia, pois também era vampiro. Eles começaram a conversar e então viraram a mesma pessoa, praticamente. O dia de um só começava ao ouvir notícias do outro. – O que aconteceu? Porque ele não está aqui agora? Porque... Porque eu não me lembro de nada?

Elijah a segurou pelos ombros, firme

     - Pare de tentar se lembrar. Pare. Não vai ajudar

     - Então me ajude – sua voz intercalava com seus soluços e lágrimas.

     - Não posso. Pare, por favor, pare.

Mas ela não parou. Se esforçou como nunca na vida e, alguns segundos depois ela se viu em uma praia, uma ilha. Sua visão estava embaçada, mas ela podia ver uma bandeira onde se lia “FESTIVAL DOS URSOS MIGRATÓRIOS“. Seu coração começou a bater mais forte. Era essa a lembrança de ilha que ela tinha. Estava na Grécia, em um festival de música com nome esquisito. Ela estava adorando tudo, amava a Grécia – ela adoraria qualquer lugar que fosse uma ilha, cercada de mar – e ursos. Bem, não havia nenhum urso ali, mas o nome do festival tinha então... Dava no mesmo. Outra coisa também a fazia tremer de alegria. Jordan voltaria naquele dia de sua peregrinação pelo mundo que já durava uma semana. A mais longa que ele fazia. Ela estava possessa de tanta saudade. Então foi como se alguém tivesse apertado o botão “next” porque no segundo seguinte o lugar onde ela estava, estava deserto de humanos. À sua frente Jordan a olhava com um olhar distante e confuso, que ela nunca vira antes, porém pensou que fosse só a tristeza de ter que acabar sua viagem. Ela sabia como ele amava tudo aquilo. Era como ela com água, porém ela via água sempre, e ele, bem... Ele não via o mundo inteiro diariamente. Ela não sabia o quão ingênua estava sendo por acreditar que fosse tão simples daquela maneira. Mas era porque a vida dela, e de Jordan, era tão perfeita desde que eles se conheceram que ela simplesmente não via nada que pudesse estragá-la. Nada.

Então ela viu Elijah, em segundo plano, atrás de uma palmeira. De início não percebeu se Jordan podia vê-lo, mas ela podia.

Então braços começaram a sacudi-la e ela voltou a si, Elijah à sua frente novamente. Ela sentia-se um DVD com defeito, cujo controle estava debaixo do traseiro de alguma criança, e por isso mudava de cena toda ora. 

     - O que aconteceu? – Ela se ouviu balbuciar – Onde está Jordan?

Elijah parou para pensar por um segundo então disse a voz firme, como a de um juiz que dá sentença de morte a alguém.

     - Eu o matei.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu espero, com toda sinceridade, que vocês tenham gostado desse cap =) espero as opiniões de vocês suuuper anciosa!
Eu acharia também maravilhoooooso se vocês pudessem indicar a fic para seus amigos. Sabem, essa é a primeira fic que eu faço que dá certo. E eu estou adorando cada comentário que recebo =)
Enfim, se estão me achando insuportável me ignorem mas continuem lendo a fic HDUSIHSDUIHSADUIS
OBRIGADÌSSIMA a todos



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