Lua de Sangue escrita por DarkCountess


Capítulo 13
Clima Tenso




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Capítulo 13 – Clima Tenso

Caminhava tranquilamente em direção a minha casa. O sol estava quase totalmente posto, já nem dava mais para vê-lo. O céu estava de um azul escuro agora. Adentrei na rua que ficava antes da rua da minha casa. E por sinal essa tal rua era a que mais me dava medo quando estava de noite, pois ficava deserta, sem nenhuma alma viva. Grandes árvores a preenchiam por toda sua extensão assim como um terreno baldio que ficava em uma de suas extremidades. A lua estava cheia. O vento frio soprava sem parar, fazendo as folhas secas caídas no chão se eriçarem e levantarem voo, provocando um barulho e um cenário digno de filme de terror. Por consequência isso tudo me fazia ficar tremendo de frio (ainda mesmo que agasalhada) e de medo. Cruzei os braços e coloquei o capuz de meu casaco sobre minha cabeça, tentando amenizar aquele frio que cortava a espinha. Conforme ia caminhando, ia rezando para que ninguém me assaltasse ou coisa parecida. Mas que mané  assalto! Eu tinha era que tá preocupada com monstros e coisas do tipo! Assaltantes não chegavam nem na unha do mindinho do pé daquelas criaturas, se é que algumas têm pés. Apressei o passo, estava praticamente correndo. Olhava para trás e ao meu redor pra ver se estava tudo bem. Esbarrei em algo... Ou melhor, em alguém.

EU: AI CACETE!!! – meu coração quase pula para fora da boca, poderia arriscar que meus batimentos estavam a mil por segundo – PUTA QUE PARIU JOSEPH! TU ÉS DOIDO PORRA?

JOSEPH: CALMA!

EU: CALMA? Como tu queres que eu fique CALMA? Eu tô aqui me cagando de medo e de frio e tu aparece, mais uma vez do nada... Parece até a porra do MESTRE DOS MAGOS CARALHO! – dei um tapão em seu braço.

JOSEPH: Desculpa, eu não queria te assustar, muito pelo contrário. Vim aqui justamente pra te acompanhar, essa parte aqui é meio tensa e senti que não estavas muito bem – passando a mão sobre o braço em que eu havia dado o tapa, deve ter doído porque a cara dele não tava dizendo o contrário.

EU: MEIO TENSA? É TOTALMENTE! E tu achas que aparecer aqui do nada ia me fazer sentir melhor? Puta merda Joseph, já te disse milhões de vezes pra não fazer mais isso, ainda mais numa situação dessas – saí andando rapidamente, deixando Joseph parado atrás de mim.

JOSEPH: Espera ai Miranda... Pera ai! – andava apressadamente atrás de mim tentando me alcançar. Corri, mas não deu certo porque Joseph se materializou na minha frente fazendo eu dar de encontro com ele e consequentemente bater minha cara no peito dele.

EU: Ai! – levei a mão até meu nariz, que é muito sensível por sinal – Não faz mais isso! – dei uns quatro espirros - Ah, esqueci, não adianta eu falar mesmo – falei sarcástica olhando para Joseph o fuzilando com os olhos.

JOSEPH: Olha, foi mal...

EU: Muito mal! – botando minha mão em seu ombro, tirando Joseph da minha frente.

JOSEPH: É sério, desculpa... De verdade – levantou as mãos, depois as bateu nas pernas.

EU: Tá, tá bom Joseph... – fiz pouco caso.

JOSEPH: Isso já basta pra mim. Mas vou te acompanhar assim mesmo – me virei e olhei pra ele com uma cara de “não vai adiantar fazer nada pra impedir mesmo” e continuei andando – Vai pro treino amanhã? Não vai? – falou tentando quebrar o gelo, mas não deu certo.

EU: Não! – continuava andando.

JOSEPH: Como não? Tá louca? Sabes que não podes faltar com esse compromisso.

EU: Pois eu vou faltar sim, porque tenho OUTRO compromisso!

JOSEPH: E que coisa seria mais importante do que aprender o que deves aprender para a proteção de todos e, mais importante, pra tua própria proteção?

EU: Meu estágio!

JOSEPH: O que? Tu es muito sem noção garota.

EU: Sou mesmo, garoto. – falei debochando do “garoto”, que na verdade já não era mais um fazia tempo. Joseph tem 24 anos, vai fazer 25 no final do ano ainda.

JOSEPH: E o Juan, por acaso, já sabe disso?

EU: Já, sim senhor. Eu mesma falei com ele e o informei da minha condição. Treinaremos de noite e nos fins de semana seguiremos de manhã – falei um pouco debochando. Eu não era uma pessoa nojenta, debochada e essas coisas, mas quando eu queria ser, eu era pra valer!

JOSEPH: Ah, claro. E como ele recebeu esta ótima notícia?

EU: De que adianta tu saber? A decisão já tá tomada mesmo! Nada que tu digas vai mudar.

JOSEPH: É dose...

EU: Como? O que tu disseste? Não ouvi direito. – me virei pra trás pondo a mão no ouvido fingindo que não tinha escutado.

JOSEPH: Nada não. – desconversou. Até que chegamos à porta da minha casa – E a Diana? Te deu tua arma?

EU: Já...

JOSEPH: Temos que treinar com ela agora, pra eu te ensinar como usá-la.

EU: Eu sei Joseph... – falei de saco cheio.

JOSEPH: Que bom – ele estava “irritadinho”, podia sentir isso.

EU: Tá, já podes ir agora – disse num leve tom frio enquanto pegava as chaves na minha bolsa.

JOSEPH: Abre a porta primeiro.

EU: Tô abrindooo! Ó! – falei chacoalhando as chaves na cara dele e logo depois abrindo a porta.

JOSEPH: Ótimo, e eu não sou cego.

EU: Talvez não seja cego, mas é surdo! – me referindo a ele não me escutar em relação aos sustos que ele me dava sempre, aparecendo do nada. Joseph revira os olhos e como se fosse num reflexo, me pega pelo braço com força até demais pro meu gosto.

JOSEPH: Quantas vezes eu vou ter que te pedir desculpas e te dizer que eu não faço por mal? – me olhou firmemente dentro dos olhos. Nunca havia visto Joseph com aquela expressão nos olhos.  Fiz uma cara de “e quem se importa?” – Você não vai me ouvir mesmo, né?

EU: O que VOCÊ acha? – falei num tom enojado.

JOSEPH: Agora vais me escutar e aceitar de bom grado meu pedido de desculpas!

EU: Ah é mesmo?

JOSEPH: Mesmo!

EU: Tenta, quero é ver! – desafiando-o. Nessa hora Joseph solta meu braço e põe seu braço em volta de minha cintura, me puxando para bem perto dele, fazendo com que nossos rostos ficassem mais próximos. Ele me olha mais uma vez nos olhos, meu coração bate mais forte. Podia sentir minha pulsação mais rápida. Sentia também o calor do corpo de Joseph sobre o meu e seu perfume – *Atchim* - dei um espirro, na verdade foi mais forçado do que natural, bem na hora em que Joseph ia dar a investida dele, não creio que ele ia me beijar. Foi bem desagradável para Joseph, já que nossos rostos estavam bem próximos. Espirrei bem na cara dele. Que aprenda! Ainda tava puta da vida com ele, mesmo que ele tenha feito eu quase o agarrar ali mesmo, me lembrei de dar uma boa lição nele, pra ver se ele aprendia logo de uma vez por todas, além de que sou uma mulher difícil u.u hahaha – Desculpa! Esse teu perfume é muito forte... – falei com um sorrisinho falso no rosto. Mas eu estava mentindo descaradamente, adorava o cheiro de Joseph. Ele puxou a barra da blusa e levou até o rosto tentando se limpar, o que fez o abdômen, lindo abdômen definido dele ficar à mostra, junto com aquela parte que eu acho muito sexy nos homens, o ílio púbico eu acho, que por sinal era bem definida também, já que aparecia porque sua calça estava um pouco baixa.  Olhei com um grande desejo para aquele corpo escultural (ô homem gostoso! Puta que pariu! *Miranda baba*), nunca tinha visto Joseph sem camisa ou coisa parecida e essa, definitivamente, não era uma boa hora pra eu ver uma coisa dessas. Mas a cara dele era de poucos amigos. Me recompus. – Boa noite Jo querido! – dando uma de falsa, tipo aquelas líderes de torcida nojentas e metidas. Ele não disse uma só palavra. Entrei em casa e quando virei para trás ele havia sumido – Sacana, agora esse safado aprende! Que sirva de lição. Pensa o que? Que eu gosto de ter ataques toda vez que ele aparece assim? Quer me matar, só pode – Entrei em casa, passei pela sala e vi meus pais discutindo novamente, eu não aguentava mais todas aquelas discussões, era todo o dia, toda hora quando eles estavam juntos. Tudo era motivo pra brigar, eu realmente ficava muito triste com aquela situação, mas decidi passar direito para meu quarto. Já tinha problemas demais pra me preocupar e eles que se resolvam pra lá, já tava de saco cheio disso. Passo em frente do quarto do meu irmão que é bem em frente ao meu, a porta estava aberta. Vejo ele jogando “Resident Evil 4” no Playstation 2 pra se distrair, ele era o que mais sofria com essa situação de nossos pais, chegava até a passar mal às vezes, coitado, é só uma criança de dez anos. Eu ficava comovida com isso, então fui jogar um pouco com ele, já que adorava aquele jogo também, quase sempre jogávamos juntos e “Resident” era um de nossos jogos favoritos. Brincamos por uma meia hora, porque eu precisava descansar, amanhã era meu primeiro dia no meu estágio dos sonhos e tudo teria que ser perfeito. Ainda não tinha esquecido do que tinha acontecido entre mim e Joseph, tava irada com ele. Era por volta das dez horas quando me deitei na cama. Fiquei pensando. Até que caiu a ficha de vez. Meu deus, ele ia me beijar mesmo? Por que diabos ele ia fazer uma coisa dessas? Fiquei um pouco confusa, pensei que o que havíamos tido não fora nada mais além do que “coisas do momento” ou “coisas de bêbado”. Será que Diana tava certa em relação a ele gostar de mim de verdade? Ah, não é possível, não pode ser... Tira essa ideia da cabeça Miranda, não vale a pena se iludir de novo como das outras vezes. Só vai piorar o negócio. Se bem que... Devo confessar, eu gostaria que isso fosse verdade.


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