Primeiro dia de aula, é sempre a mesma coisa, você acorda empolgada, toma seu café, eu sei que no meu caso, do lado dos Marotos, e vai pra sala de aula. No minuto que senta a bunda na cadeira da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, você sente como se não visse a hora do fim de semana chegar. No meu caso, não as férias, porque eu não queria voltar pra casa.

            Eu amo DCAT, mesmo, mas eu não estava a fim de assistir a aula, era um professor novo, como era mesmo seu nome? Jacob Kron, ele era um pouco velho, mas parecia entender o assunto. Só que ele tinha resolvido começar o ano com uma revisão chata pra caramba. E como eu tinha conseguido nota máxima em tudo no ano anterior, eu simplesmente desliguei, deixando minha mente vagar.

            Foi quando um bilhete me atingiu, era de Lupin, ele estava sentando do meu lado, e eu nem tinha notado, eu sorri pra ele, que piscou e mandou eu abrir o bilhete.

            E aí, pensando na morte do Hipogrífo? – eu li o bilhete e sorri, só Lupin pra notar que eu estava dispersa. Se bem, que quando eu ligava no modo automático, ou eu parecia estar prestando atenção e os professores não me incomodavam, ou eu estava dormindo mesmo, aí eu perdia pontos pra grifinória, e tinha que recuperá-los depois em aulas como Transfiguração.

            Não, eu estava só meio dispersa – respondi ao bilhete e ele deu ombros. Eu virei pra trás, e vi meu irmão dando em cima de uma garota loira da Corvinal, eu tive que revirar os olhos. Se bem que logo a minha cara de “Que saco, meu irmão cachorro está fazendo mais uma vez seu papel de cara mais cachorro de Hogwarts”, por um sorriso maroto, ele quebrou meu clima com o Lupin, né? Então eu ia quebrar o clima dele com a fulaninha.

            -Eu não gosto quando você faz essa cara – sussurrou Remus pra mim, e eu sorri piscando pra ele.

            -Relaxa cara, eu sei o que eu tô fazendo – respondi, e Remus revirou os olhos, olhando pra Sirius, como se tivesse entendido imediatamente o que eu iria fazer.

            -Só não machuque muito ele, apesar de tudo Six ainda é seu irmão – ele comentou com um brilho travesso no olhar

            -Pode deixar titio Lupin,  o nosso monitor Maroto – eu respondi piscando, e Lupin revirou os olhos, mostrando a língua pra mim, mas de qualquer ele estava contendo o riso. Eu sei, eu sou irresistível... Tá parei, baixou o meu irmão “modesto” aqui, mas o espírito do Sirius já vazou.

            O que eu iria fazer pra me vingar? Bem, ele não iria pegar a menina ali, ia ter que esperar sairmos daquela aula, ou seja dali uns quarenta e cinco minutos os dois iam ficar, e eu tinha que ter um plano.

            -Senhorita Black – eu ouvi o professor me chamar, eu devia estar olhando pro nada, sorrindo malignamente, enquanto cenas do Sirius pagando maior mico na frente da menina, me vinham na mente – Você tem como dividir com a turma seus pensamentos? Eles parecem ser... Interessantes... – eu olhei o professor com um sorriso maroto, e que eu sabia ser irritante.

            -A nada professor, é que eu meio que me desviei do assunto da aula, e comecei a pensar sobre o meu nome, de como ele é estranho, Daniella sabe, e como é bom ter um nome assim, diferente e único, não que não existam outras Daniella’s, mas em Hogwarts eu sou uma das únicas, e isso é incrível, aí eu fiquei aqui pensando, em como seria fantástico eu me tornar uma bruxa famosa, e as pessoas colocariam em minha homenagem o meu nas filhas delas... – mentir pra mim é fácil, era com se eu tivesse mentindo a minha vida toda, por isso, eu quase nunca parava em detenções ou coisas assim, sempre mentia na cara dura pros professores, e quando eu tinha que me explicar, e inventar uma história na hora, eu começava a falar, e os professores, paravam de me encher. Eu nem estava prestando atenção no que eu estava dizendo, mas com certeza era um monte de abobrinhas.

            -Interessante... Mas se quer ser uma grande bruxa, você tem que prestar atenção nas aulas – Fodeu, ele iria querer saber o que ele estava falando, e eu sinceramente, não tinha a menor ideia – Sobre qual feitiço estávamos falando?

            Patrono – eu vi Remus rabiscar em um papel e eu sorri, eu sabia até invocar um patrono, e graças as calças douradas de Merlin, Lupin sempre prestava atenção na aula, e me ajudava nesses momentos mais críticos.

            -Sobre o Patrono professor – respondi assim que li o bilhete e suspirei aliviada, agradecendo Remus com o olhar.

            -Exato Srta.Black, mas você saberia conjugar um patrono? – ele perguntou me desafiando, com um brilho até maldoso no olhar, eu suspirei e me levantei.

            -Sim professor, eu sei conjugar um patrono, quer ver? – era uma pergunta retórica obviamente, era nessas horas que eu tinha que agradecer ao meu extinto xereta de sempre estar quebrando as regras e aprendendo a fazer feitiços avançados – Expecto Patronum – eu murmurei baixinho, e da ponta da minha varinha saiu uma loba enorme que brilhava intensamente, e eu pude ouvir um “Uau!” vindo de todos da sala, inclusive do meu irmão. Deixei meu patrono ir, e fui aplaudida pela turma. Inclusive pelo chato do professor.

            -Trinta e cinco pontos para a Grifinória, pelo excelente Patrono da Srta.Black – falou o professor animado – Você com certeza será uma bruxa brilhante! – eu sorri, e dei ombros, fingindo estar envergonhada, na verdade, eu estava era frustrada porque não tinha conseguido pensar em um plano contra meu lindo irmão, que já estava com as mãos na coxa da menina.

            -O seu patrono é um lobo? – perguntou Remus, me encarando um pouco assustado, eu dei ombros e sorri envergonhada.

            -É, é sim, um dia desses eu te mostro o porque – falei sendo meio vaga, sabendo que se dependesse de mim, meu segredo sobre ser uma animaga nunca, mas nunca mesmo, seria revelado a ninguém.

             A aula acabou, com o professor dando vivas a mim. Meu irmão, e a Corvina, estavam em um canto do corredor, quando eu os vi, e pensei rápido, todo mundo da grifinória do quinto ano estava ali. E Sirius aprenderia a nunca mais atrapalhar meus climas.

            -Diffindo – eu murmurei apontando pras calças de Sirius, que rasgou, e Sirius ficou só de cueca, ele estava com uma cueca Box preta. E podemos dizer que as meninas quase desmaiaram, apesar de estarem rindo loucamente, meu irmão olhou pra baixo, deixou a Corvina lá confusa, e ele sorriu pra todo mundo.

            -Opa, acho que alguma coisa aconteceu! – ele falou pegando as calças e murmurando um feitiço, fazendo com que ficassem novas, depois vestiu e procurou um sinal de quem pudesse ter feito aquilo com ele. EU fiz uma cara de “Santa” e nem escondi a varinha, queria que ele soubesse, que fui eu.

            -Dani – ele murmurou sorrindo pra mim, com um pouco de raiva, e um pouco achando graça.

            -Six – eu falei no mesmo tom que ele, eu só vi o sorriso maroto do meu irmão catando a varinha, e murmurando algum feitiço que arruinaria o meu cabelo. Eu saí correndo rindo, com Sirius me perseguindo, James e Remus rindo, indo atrás de nós pra nos acalmar, e Peter comendo uma rosquinha, segurando a risada, pra não se engasgar.