My Fairytale - Jakeness escrita por Mandy


Capítulo 30
30 – Carros pretos


Notas iniciais do capítulo

Hey glr, mais um capítulo!



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– Pai, você não vai acreditar! – gritei assim que cheguei em casa naquela tarde.

– O que houve, Nessie? – minha mãe perguntou um pouco preocupada enquanto descia as escadas e me abraçava.

– É, Monstrinha, o que foi? – tio Emmett perguntou. Todos os meus tios estavam na sala de estar e meu pai vinha andando calmamente do andar de cima, um sorriso contido no rosto perfeito. Ele assentiu quase imperceptivelmente com a cabeça e aquilo me deu a coragem que eu precisava para contar para todos, sorrindo feito a boba apaixonada que eu era:

– Jake me contou sobre o imprinting dele comigo! – gritei animada. Tio Emmett explodiu em risadas e comentou algo sobre “O cachorro vir morar definitivamente com a gente” e tia Rosalie cruzou os braços mal humorada. Tio Jasper sorria sentado no sofá enquanto tia Alice vinha me abraçar alegre.

– Ai que bom, Ness! Claro que você poderia escolher alguém que fedesse menos pra parar de trazer esse cheiro horrível de cachorro molhado aqui pra casa, mas eu estou tão feliz por você!

– Tia! – reclamei rindo e a abraçando de volta. Depois que ela me soltou, olhei para minha mãe e meu pai, que tinha os braços em volta dela.

– Bella... – meu pai chamou com a voz de censura. Ela suspirou e mordeu o lábio inferior puxando as mangas da blusa comprida por sobre as mãos antes de vir me abraçar.

– Que bom, meu amor. Eu espero que ele continue te fazendo feliz. – ela disse e meus olhos se encheram de lágrimas. Minha mãe sempre ficava ansiosa quando o assunto era meu relacionamento com Jake. Embora eu soubesse que os dois eram melhores amigos desde muito antes de eu nascer, o motivo do seu pé atrás sempre me pareceu algo mais do que preocupação de mãe. Papai sempre tentava intervir por mim, mas nem sempre conseguia – eu conhecia a razão, a teimosia de Bella era genética. Por isso não era a atitude que eu esperava, mas, de novo, papai deve tê-la convencido a agir assim. Eu não me importava, obrigada, pai.

– Ele vai fazer. – ele disse e tomou o lugar de minha mãe no abraço – De nada. – ele sussurrou me fazendo rir.

Na segunda feira eu estava com Carol explicando-a pela décima vez todas as histórias dos quileutes. Seth e Jacob tinham contado todas as lendas da tribo para ela e eu as re-escutara de bom grado, sentada em volta de uma fogueira improvisada e muffins recém pegos na Emily. Seth a acalmara quase completamente até a noite, a ponto de ganhar um longo abraço de despedida.

Mas eu ainda me surpreendia com a profundidade da curiosidade humana.

– Eles morrem com bala de prata?

– Algum motivo homicida particular pra essa pergunta? - perguntei alarmada.

– Ser presa não é uma das minhas intenções, Nessie. - ela revirou os olhos - É uma crença nos filmes.

– Eles não são lobisomens, Carol, são metamorfos de lobo. Por acaso era lua cheia quando eles se transformaram na sua frente? - perguntei rindo.

– É verdade.. - ela pareceu pensativa - Mas e estacas de madeira?

– Lenda errada - ri começando a ficar nervosa com o rumo das perguntas. Eu sabia o que viria a seguir.

– Nessie, e vampiros? Existem?

– Sei lá, Carol, que pergunta – desconversei – Mas e o Seth, vai dar uma chance pra ele? – perguntei começando a sair do estacionamento.

– O que aconteceu com aquela parte do “sem pressão”? – ela revirou os olhos.

– Só uma pergunta inocente, nervosinha.

– Ainda estou considerando isso. – ela suspirou – Hey, tem falado com alguém depois daquele dia na casa do Matt?

– Caramba, não, aconteceu tanta coisa depois daquilo... – respondi, de repente assustada com como eu me esquecera tão fácil dos meus amigos humanos. – Como eles estão?

– Não sei, só tenho andado com você e os lobos – ela sorriu abertamente – Nem acredito que eles realmente existem.

– Pode acreditar. – eu ri.

– Há quanto tempo você sabe? – ela perguntou. Já havíamos chegado na sala de aula.

– Das lendas ou da... ligação? – perguntei diminuindo a voz.

– Dos dois.

– Sobre as lendas, desde criança. Eu e Jake sempre fomos muito próximos. – eu sorri pensando na veracidade daquela informação – Da ligação eu descobri no mesmo dia que você.

– Não brinca! – ela exclamou surpresa.

– Pois é e foi tão lindo... – suspirei – ele me levou pra clareira e tinha um espelho lá. E então ele disse algo como “o meu imprinting está bem aqui na minha frente”.

– Ai que amor! E aí? – perguntou batendo palmas enquanto nos sentávamos perto da parede.

– Aí nós nos beijamos e fomos ver se você ainda não tinha fugido do Seth – eu completei rindo – Hey, olha, Lion, Amy e Christopher. Não estou vendo o Matt – observei. Dei-lhes um leve sorriso e voltei a olhar para Carol.

– Ah, deve estar por aí matando aula. Quem liga? – ela riu distraída e continuou a tagarelar sobre Seth, mas eu continuei com a falta de Matt na cabeça. Provavelmente coisa da minha mente desocupada, mas foi inevitável.

O professor chegou na sala e paramos de falar. Todos pegaram os livros, mas eu olhei distraída pela janela para o estacionamento. Meus olhos rapidamente pararam em um carro preto estacionado perto da rua. Arrumei a postura na cadeira de forma a ficar mais alta para ter uma visão melhor e tive que prender a respiração para sufocar o grito que surgia em minha garganta. Matt saia do carro com um sorriso confiante e os olhos escondidos por óculos escuros. De trás dele, reconheci o inconfundível sorriso de Janne me observando com os olhos vermelho-sangue.

Conter o grito se tornou impossível com a dor que me atingiu a seguir. Dobrei meu corpo para frente e mordi os lábios com força, conseguindo diminuir o grito a um gemido. Fechei os olhos com força enquanto sentia o gosto metálico do sangue em minha boca. Me levantei da cadeira derrubando-a e correndo em direção a porta sem explicar nada ao professor. Eu queria ir para o mais longe possível do olhar penetrante de Janne, esperançosa de que aquilo seria o suficiente para alcançar uma espécie de limite do seu poder, mas assim que passei pela porta a dor passou. Encostei-me na parede respirando rápido pela boca. O que ela estava fazendo aqui? Como passara pelos lobos e pela minha familia? E pior: o que Matt fazia com ela?

– Renesmee? – ouvi Matt me chamar ao meu lado e dei um pulo de susto, me colocando instintivamente em posição de luta, mas, por sorte, conseguindo esconder os dentes no último segundo.

– Matt? – falei me endireitando rapidamente. Ignorei seu olhar de surpresa e o sorriso que se seguiu e me concentrei em sentir seu cheiro para saber se ele ainda era humano. O cheiro completamente normal.

– Meio estranho estar aqui fora à essa hora. Algo errado? – ele perguntou, a voz mais confiante do que nunca.

– Nada. – respondi simplesmente. – Por que os óculos?

– Ah, você notou? – ele perguntou cínico levando a mão à armação lateral dos óculos. – Sabe, eu queria mesmo que você me dissesse se prefere meu olhos azuis ou... Como estão agora – ele terminou ao mesmo tempo que os tirava. Devagar, ele levantou os olhos e me recostei à parede com o choque. Seus olhos, antes tão lindos e inocentes, agora estavam vermelhos como os de Janne. Ele não era o Matt meigo e gentil que eu conhecera; não era o cara que eu me preocupara em fazer de presa quando beijei. Ele era o predador. E me olhava como se eu fosse ser sua próxima caçada.

Me senti escorregar para o chão lentamente, mas, antes que pudesse alcança-lo, meu corpo foi levantado e, novamente, perdi a consciência enquanto era levitada.


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Notas finais do capítulo

O que acham que vem agora? hah
Beijos



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