Declaração escrita por Redner


Capítulo 1
Incerteza


Notas iniciais do capítulo

Me esforcei ao máximo nessa fic, tomara que tenha saído algo que tenha agradado a vocês :D



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Acabo de acordar e me deparo com uma forte chuva, pelo jeito não vai ser um dia muito bom.

- Já acordei mesmo, então que seja...

Fui então lavar meu rosto, escovar os dentes e preparar o café da manhã, mas não estava com a mínima vontade de fazer nada, mas a fome falava mais alto. Quando abro a dispensa, o que vejo? Praticamente nada, dois pães e só, por que eu ainda tento depender dos outros?

- É, por hora só esses dois pães servem. – já me dirigia para a geladeira pegar os frios e preparar um lanche de queijo e presunto apenas – Só tomara que hoje aquele folgado vá fazer as compras.

Enquanto preparava os lanches, ficava reclamando pro vento sobre qualquer coisa que vinha na minha cabeça.

- Deu pra falar sozinha agora? – ao me virar me deparo com um Soul descabelado logo na porta do quarto

- Melhor do que tentar conversar com o pão. – dava uma risada cínica – Falando em pão, você não foi comprar as coisas por quê?

- Porque eu fiquei a tarde toda treinando com o Black Star. – este já ia se sentando na cadeira

- Vocês andam passando muito tempo juntos, não acha? – disse brincando e só deu pra o ouvir bufando como resposta

- Relaxa, hoje a tarde eu faço as compras.

- Tomara que sim.

Eu devo ter tirado habilitação pra ser tão imbecil assim, como eu fui acreditar que ele realmente ia sequer lembrar das compras, e como eu não estava a fim de ficar sem comer no outro dia, fui eu mesma comprar. Voltei lá pelo fim da tarde e o sol ainda estava pra dormir. Quando já anoitecera vejo a porta se abrindo, era aquele mesmo idiota.

- “Relaxa, hoje a tarde eu faço as compras” – falava em tom de deboche – Percebi.

- Quié? Um cara maneiro não pode se esquecer às vezes. – já se jogando no sofá

- Bem dito, “às vezes” e não todo dia, sorte sua que eu fui comprar hoje.

- Viu só? Problema resolvido.

Eu realmente não consigo entender se ele realmente acha que tá tudo bem, ou se apenas tá tentando me fazer de besta. Esse garoto ainda me mata louca.

- Dá espaço aí. – dizia eu sentando num dos cantos do sofá

Bem, o dia não fora lá aquelas coisas ruins que se vê por aí, mas também não foi as mil maravilhas.

No outro dia, eu já estava bem mais disposta, por mais que fosse domingo, nem sinal praticamente de nuvem, só o sol com força total. Me levanto e já vou direto para a cozinha, não jantei ontem e agora estou morrendo de fome, de novo, até que me deparo com um acontecimento raro, digo, raríssimo: Soul preparando café da manhã, de avental e tudo, o que foi meio desnecessário, melhor me beliscar e ver se é verdade.

- Você, preparando café da manhã? Vai chover. – dizia debochando da cara dele

- Já que me esqueci de ontem, então nada custa tentar me redimir não é?

- Nada contra.

Já fui diretamente sentar-me na cadeira enquanto ele arrumava a mesa.

- Tomara que você goste. – respondi apenas com um largo sorriso

Que incrível, essa foi uma das poucas vezes que eu vejo ele realmente inseguro, só estranhei mesmo por ser por causa de um lanche, mas tudo bem.

- Nada mal, na verdade, tá muito bom. – eu apenas estranhei que, mesmo dizendo que estava bom, e eu não estava mentindo, aquele ar de insegurança não saía do rosto dele, até que eu não aguentei e resolvi perguntar – Alguma coisa errada?

- Ahn? Ah, nada não, por quê? – como ele mentia mal

- Por nada. – sejamos desentendidos também

Já a tarde, e ele com aquele mesmo ar de insegurança, eu tinha perguntando pra ele se não queria ir na casa do Black Star, infernizar ele um pouco, ou passear, só que ele recusou, o que resultou num dia entediante assistindo TV.

- Tá bom, parou, que foi Soul? – já estava sem paciência com aquela expressão dele

- O quê? – era mais do que certo que ele estava preocupado com alguma coisa

- To perguntando o que você tem.

- Eu? Nada, esquenta não.

- Não adianta mesmo falar pelo jeito.

Depois daquilo eu só fiquei observando ele pra ver o que aconteceria, ele simplesmente parecia um robô, olhava de um canto para o outro quanto pensava em tomar seja lá que atitude, parava e sentava de novo, e ficou nesse vai e vem até a noite praticamente. Eu já estava de pijama secando meu cabelo pra ir dormir, quando eu ouço Soul batendo na porta.

- Maka?

- Que foi Soul?

- Quando você sair do banheiro, você passa aqui no meu quarto rapidinho? É q-que eu t-to c-com dúvida em uma questão aqui. – estranho, gaguejando só por causa de uma questão, tá né

- Claro.

Bem, como eu ainda tinha começado a secar o cabelo, eu tinha demorado um pouco pra chegar lá no quarto dele, mas, antes tarde do que nunca não? Naturalmente, eu bati na porta.

- E-entra.

Que engraçado, ele tão nervoso assim, nem parece o “cara maneiro” que eu conheço. Quando eu entro, eu o vejo sentado na cama com um livro aberto.

- Então Soul, onde que você tá com dúvida? – já falava sentando ao lado dele

- É nessa aqui, olha. – ele apontava pra uma questão qualquer do livro

---

Cara, o que eu to fazendo? Eu to agindo feito um idiota perto da Maka. Será que me declarar vai ser tão difícil assim? É só dizer “eu te amo” e acabou pronto, e agüentar seja lá qual for a resposta dela. O ruim é que se eu continuar agindo assim ela vai me zoar até eu morrer, e um cara maneiro não pode ser zoado. Então vamos lá, coragem Soul, coragem.

- Maka. – eu já falava desviando meu olhar do livro e olhando para ela

- Que foi? – ela virou o rosto olhando nos meus olhos

Certo, agora é só falar, deixa de ser idiota Soul, toma coragem.

- B-bem... – droga, não quer sair – eu ainda não entendi essa daqui.

Droga de novo, que coisa complicada, um cara maneiro não deveria sentir dificuldade nisso, mas... é a primeira vez que eu sinto isso. Chega! Agora vai... ou eu não me chamo Soul Eater Evans.

- Maka...

---

- Maka...

Ele já não estava mais com aquela expressão de nervosismo, estava decidido a falar. Mas será que eu deixo ele falar, ou interrompo e falo por mim mesma? Já sei.

- Fala, qual você não entendeu agora?

- Não é sobre isso não, é...

Antes que ele pudesse falar eu pousei meu indicador na boca dele. Ele simplesmente me encarou com uma expressão de surpresa, o que eu achei bastante divertido. Já que ele havia esperado o dia inteiro pra falar, melhor que eu fale logo de uma vez.

- Sinceramente, não sei por que você esperou o dia inteiro pra tomar alguma atitude.

Pelo jeito ele já havia percebido.

---

No fim das contas, nem precisei falar nada.

- Vai ver porque a noite já tem mais privacidade. – falava enquanto colocava os livros  no chão

---

Não deu pra esconder minha reação de surpresa, e de felicidade também, depois dele ter dito aquilo e praticamente arremessado os livros no chão. Mas, acho que já não tinha mais volta, como se eu quisesse voltar.

- Posso fazer uma pergunta? – falei com um tom um pouco mais sério

- Manda.

- Independente do que acontecer hoje, como que você vai reagir a isso amanhã.

- Não sei por que você está preocupada com o amanhã, já que ainda temos o hoje pra aproveitar, mas já que está tão curiosa, eu vou tratar você do jeito que eu sempre quis, como a minha garota.

Aquilo era tudo que eu queria ouvir, não exatamente com aquelas palavras, mas estamos falando do Soul. Mas ainda estou receosa por ser o meu primeiro beijo.

---

Eu sabia que ela nunca havia beijado ninguém, o que me obrigava, a tentar ir devagar.

---

Eu senti que ele já começava a se aproximar, eu conseguia ouvir e sentir a respiração quase ofegante dele se misturando com a minha, minha insegurança em relação já tinha se esvaído e só restou ansiedade por aquele momento, que não demorou muito, ele me beijou com delicadeza, com a qual eu desconhecia que ele tinha, e eu estava adorando tudo aquilo. Eu passei minhas mãos pelo pescoço dele, fazendo com que eu o abraçasse. O hálito dele era refrescante, totalmente o contrário do corpo dele, que era quente, aconchegante. Ele já começava a aumentar a intensidade do beijo, e eu tinha plena consciência do que ele queria, mesmo assim, eu estava preparada, a única coisa que importava no momento era ficar com ele pela noite inteira. Eu resolvi, a menos que uma vez naquele momento, tomar a atitude, então comecei a passar a mão por debaixo da camisa dele, sentindo aquela cicatriz que antes me causara tanta dor, mas que agora é praticamente indiferente, nos separamos para pegar ar, eu já tinha tirado a camisa dele. Nos olhávamos como nunca antes, com um olhar não de proteção, muito menos de afeto, e sim de paixão.

O máximo que posso dizer agora é que, naquela noite, nossos corpos e almas foram interligados de um jeito único. E eu tinha certeza, de que ele, era o único homem com o qual eu confiaria a minha vida. Aquele que sempre quero estar ao lado: Soul.


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Notas finais do capítulo

*editando nota final ._."*

Não sei por que, mas esse final não me agradou muito, mas tudo bem =X
E também me deu uma vontade de fazer uma continuação pra essa fic (mesmo que eu esteja pensando em fazer pra +18), o que vocês acham? ^^"