Meu pai encarou mortalmente Scorpius, e quando eu falo mortalmente, é mais do que um olhar maligno. Meu pai parecia com muita raiva, e parecia odiar Scorp antes mesmo de falar com ele.

         -Rose Weasley – ele falou, quer dizer, gritou, e eu fiquei super vermelha, ele não ia começar a berrar feito um idiota, e me fazer pagar um mico na frente do Scorp, ia? Foi aí que minha mãe e Tia Gina me salvaram, Tia Gina olhou pro meu pai com um olhar que parecia significar “Se você falar alguma coisa, eu não quero estar em sua pele”, e minha mãe foi mais sutil, ela foi até meu pai, e murmurou algo em seu ouvido, e ele pareceu conter a raiva, ou com medo, ou porque minha mãe conseguiu convencê-lo de algo, coisa que até eu fazia, a não ser quando um certo Malfoy estava envolvido.

         Tirando a reação do meu pai, todos pararam o que estavam fazendo e olharam para Scorp que colocou as mãos no bolso, e ficou um pouco vermelho.

         -Scorpius Malfoy, é esse mesmo seu nome? – perguntou vovó vindo até ele, e sorrindo, Scorp assentiu com um gesto de cabeça, e sorriu timidamente pra minha avó, que o abraçou, sério, ela o abraçou como se fosse um neto dela – Seja bem vindo, está com fome? Sono cansado? – ela começou a encher ele de perguntas desse tipo, e o levou para sentar na mesa, eu e Al os seguimos, pra ajudar Scorp.

         -Sra.Weasley muito obrigado, mas eu posso ajudar você a servir o café, já estão fazendo demais me hospedando – ele falou levantando da mesa e indo até a pia, onde minha avó estava. Orgulhoso como sempre, Scorp não aceitaria ficar ali na’Toca sem pagar alguma coisa, vovó revirou os olhos, e sorriu para Scorpius.

         -Scorpius escute a dona da casa, você é amigo dos meus netos, e eles contaram que não é fácil na sua casa, e você é mais do que bem vindo aqui, eu estou te hospedando porque quero, então não se preocupe, quando eu precisar de ajuda, eu te chamo – ela falou calma e sorrindo, e foi aí que ela parou o olhar onde o olho de Scorp estava inchado, ele virou o rosto, e sorriu para vovó, vindo se sentar.

         -Sua avó é muito gente boa – Scorp falou para nós, que sorrimos e reviramos os olhos, isso porque ele nunca viu ela brigando com ele.

         -Sim, é sim, e você ouviu ela, se vier com alguma dessa bobagens de que não deveria estar aqui, é com ela que você vai falar – eu falei para ele, com o rosto sério, e depois sorri marotamente, ele olhou para Al fingindo estar com medo.

         -Al, olhe a sua prima, ela é malvada!! – ele falou ainda fingindo medo, Al deu ombros.

         -Eu sei disso, é por isso que eu não me meto nessa – nós três rimos com a resposta de Al, depois disso, vovó serviu o café da manhã, e ficou enchendo o Scorp de comida, sem contar que ela me olhava com ar sério, parecendo querer algumas respostas, deveria ser do machucado de Scorp. Mas eu fingi não entender, eu, Scorp e Al, estávamos rindo, e conversando sobre coisas mais importantes, ou não.

         Depois que terminamos o café, eu e Al, levamos Scorp pra sala, e lá James estava jogado em um dos sofás, olhando para nós com um sorriso maroto nos lábios.

         -E então Scorp, finalmente virou um grifinório descente, e fugiu de casa? – ele perguntou se levantando e cumprimentando Scorp, que apenas sorriu, e revirou os olhos.

         -Nem brinca James, não aguentava mais aquele inferno – ele respondeu e deu ombros, James olhou para mim, e depois para Scorp, e deu um sorrisinho, igual ao que Al tinha dado um pouco antes. Ele olhou pro irmão e piscou, que sorriu e piscou novamente, eles estavam muito estranhos...

         -Eu tenho que ir, agente se vê por aí, e tomem cuidado com o que vão fazer – ele falou, e piscou maliciosamente pra mim e pra Scorp, que o olhamos fingindo não entender nada, mas ambos com os rostos vermelhos.

         Assim que James saiu, eu, Al e Scorp sentamos no sofá, meio jogados. Eu estava sentada, Scorp estava com a cabeça apoiada em meu colo, e Al estava deitado no chão, com as pernas apoiadas no sofá.

         -E então, agora vai contar tudo pra nós? – eu perguntei o olhando séria, e Scorp tirou a varinha do bolso. A antes que alguém pense que somos deliquentes juvenis, não somos, as magias simples não eram detectadas pelo ministério, ainda mais quando estávamos na’Toca, onde todos os bruxos praticamente eram magos poderosos. E além do mais, nossos pais não ligavam, desde que não fosse coisas perigosas. Ok, agente vivia infligindo regras, não me olhe com essa cara, Al era desdente dos marotos, Scorp um deserdado, e eu uma revoltada.

         -Abaffiato – Scorp murmurou, pra que nós não fossemos ouvidos – Certo foi pior que as anteriores – ele disse, e eu e Al o olhamos, ele não pararia de falar até contar tudo – Primeiro Astoria sequestrou a minha vassoura, depois Draco começou a me xingar, aí meus primos vieram passar as férias lá em casa, um bando de sonserinos idiotas, e nós brigamos, Astoria e Draco defenderam os sonserinos, não o filho, que é um renegado. Ah, é, e depois eu arranquei a decoração idiota que Astoria tentou fazer em meu quarto e coloquei toda a decoração com as cores da grifinória, aí Draco pirou, e Astoria surtou, e começou a jogar um monte de coisas em cima de mim, arrancando toda a decoração, ela conseguiu me acertar um monte de coisas, e depois que ela saiu do meu quarto, eu consertei a decoração, selei o quarto, e pulei a janela – eu olhei para Scorpius preocupada, pelo que ele contava o quarto dele era alto, e tipo, seria difícil ele ter pulado a janela sem se machucar – Não me olhe assim Rose, foi fácil, e saí sem nenhum machucado, eu só consegui pegar meu malão com algumas coisas dentro, e um pouco de dinheiro, daí eu fui pro caldeirão furado, e vocês me seqüestraram do Beco Diagonal – ele terminou de falar, e nos olhou com uma cara de indiferente, eu estava passando a mão em seus cabelos, que eram macios, eu queria um cabelo daqueles! Tá parei...

         -Scorpius, você é um idiota – falou Al olhando sério pra ele – Era só ter mandando uma carta pra Rose, que ela ia te salvar – Scorp sorriu pra Al, que deu ombros, eu olhei pra Al séria.

         -Albus Severus Potter, porque a carta pra mim? Não deveria ser pra nós dois? – eu perguntei sorrindo, e Al deu ombros.

         -Você tem o cérebro lembra, os seus planos sempre são os melhores – eu tive que sorrir, e o pior é que sempre eram, normalmente os planos de Al, ou de Scorp davam errado, aí eu tinha que salvar, como aquela vez que agente invadiu a sala de poções pra roubar alguma coisa, e o professor chegou bem na hora, se não fosse a capa de invisibilidade do Al, que eu tinha lembrando de trazer, e eu estar ali, e conseguir enrolar o professor, nós estaríamos bem ferrados.

         -É, alguém tem que pensar no grupo, certo? – eu falei, e Al revirou os olhos.

         -E também tem que ter a modéstia né Rose? – falou irônico Scorp, e nós três caímos na risada. Scorp tirou o feitiço, já que tínhamos parado de conversar sobre coisas que não queríamos que os outros soubessem.

         -Então o Malfoy escapou hein? – perguntou Lilly entrando na sala, e se jogando no outro sofá, sorrindo pra nós três, e demorando seu olhar, em mim e em Scorpius, mas nós dois ficamos daquele jeito, Lilly sempre via agente assim na sala comunal da Grifinória.

         -É escapei sim Potter, e você, já conseguiu fazer com que James pare de te perseguir por causa de seus namoros? – perguntou Scorp provocando a Lilly que mostrou a língua.

         -Pelo menos eu curto a vida Malfoy – ela falou e depois olhou pra mim – E sinceramente Rose você deveria fazer isso também, sabe? Tem um monte de meninos lindos de Hogwarts que gostariam de ficar com você – ela falou, e eu não sei se foi pra me provocar, ou pra provocar Scorpius, eu revirei os olhos e sorri pra Lilly.

         -Lilly, fala sério, você pega garotos o suficiente pra nós duas – eu falei e pisquei, Lilly revirou os olhos, sorriu, e depois olhou pra Al preocupada, Al a olhava assustado.

         -Meu Deus Lilly, para de ficar com tantos garotos, você é a minha irmã mais nova esqueceu? – ele falou fingindo estar assustado e depois deu uma piscadela pra Lilly que riu.

         -Mas e então Rose me conta... Quem foi o teu último garoto? – falou Lilly me provocando, como se ela não soubesse. Quer dizer, eu tinha beijado já dois garotos de Hogwarts, um da corvinal, e outro da lufa-lufa, e ambos foram em apostas da Lilly, um só pra mim beijar alguém, e o segundo porque eu achava ele bonitinho. Em outras palavras a minha lista de “ficadas” se resumia a isso. E Lilly sabia muito bem que o único garoto que me interessava era Scorpius, apesar de eu não admitir isso em voz alta.

         -Ah.. Não importuna Lilly! – eu falei ficando vermelha, e fazendo ela ter um acesso de risos. Eu olhei para Scorpius, ele estava olhando pra mim curioso.

         -Ah... Conta Rose, pra mim e pro Al, nós também temos direito de saber – ele falou com uma cara de cachorrinho abandonado, ele ainda estava com a cabeça no meu colo, e eu o olhei séria.

         -A, não, por favor, não – eu falei e olhei pra Al, que me olhava com a mesma carinha irresistível de Scorpius, aquela carinha que me convencia de tudo – Tá bom seus chatos... Foi o Eric Walker – eu falei com o rosto vermelho, e Al começou a rir.

         -Você ficou com o batedor da lufa-lufa? – perguntou Scorpius, se levantando e olhando pra mim confuso – Agora entendo porque ganhamos o jogo com facilidade ano passado... – eu ri, e dei ombros, o que fazer, eu tinha meu charme, tá parei...

         -Nada a vê – eu falei rápido demais pra Scorp – Quer dizer, eu e ele ficamos depois, e foi a Lilly que me arranjou – Al olhou a irmã assustado e riu.

         -Lilly, minha cara irmã, você acaba de subir um ponto na minha lista – ele falou e foi até onde Lilly estava, e a abraçou, bagunçando seu cabelo.

         -Albus seu desgraçado, eu passei duas horas arrumando essa porra, eu juro que acabo com a tua raça idiota – ela falou berrando, enquanto subia pro quarto arrumar o cabelo, e eu, o Al, e o Scorp morríamos de rir.

         -Al, vá mostrar pra Scorp onde ele vai dormir, é no quarto de hospedes, acho que já está tudo pronto pra ele – falou Tia Gina entrando na sala – E Rose – “Ferrou” pensei assim que ela me chamou - Sua mãe quer falar com você, junto comigo na cozinha – ela falou e me lançou um sorriso maroto, quando viu que eu e Scorp estávamos com ás mãos quase entrelaçadas, eu só percebi isso porque o olhar que ela deu, foi muito “discreto”.

         -Ok, agente se fala depois – falou Al pra mim e piscou. Nós três levantamos nos recompondo da crise de risos.

         -Vocês dois, cuidado pra não quebrar nada – eu falei e mostrei a língua, Al e Scorp subiram as escadas rindo, e eu me virei indo até a cozinha.

         -O que a mamãe quer? – perguntei pra Tia Gina, que sorriu e piscou pra mim.

         Eu entrei na cozinha, e avistei minha mãe e vovó quase tendo um ataque de animação, e ouvi Tia Gina disfarçar uma risadinha com uma tosse.

         -Hey mãe, estou aqui? O que vocês querem? – perguntei sorrindo e as olhando curiosa.