Garota Americana escrita por Natii_C


Capítulo 4
Capítulo 4 - Sonho x Realidade


Notas iniciais do capítulo

Nãoo faleei que postava aiinda hj?!
Poiis ée, fiz o que promeetii. entãao agora espero q vcs gostem.
qeem gostouu deiixa coment's
Beijookas ;*



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As lágrimas escorriam e escorriam cada vez mais. Ai, que raiva que me dava! Queria poder voltar no tempo e fazer tudo como deveria ser, porque aquela dor de saber que Jacob amanhã nem fosse mais querer saber de mim era o que mais me deixava mal.

E para piorar ainda mais a situação - se é que isso era possível - as lembranças da minha mãe vinham me atormentar mais uma vez.

Só queria uma única resposta: quando é que todo esse meu pesadelo iria acabar? Logo ou nunca? Bastava apenas uma dessas respostas pra me fazer entender como eu seria daqui para frente.

Passei a noite toda pensando nisso.

Mais cedo do que esperava, adormeci. Um sono pesado repleto de pesadelos.

Sonhava que corria em uma relva verde. O lugar era lindo. Só depois de muito tempo é que fui reconhecer o lugar: era a lareira onde Jacob tinha me levado. Só que ele não estava ali comigo. O lugar parecia deserto, a não ser por mim. Não ouvia sequer o canto dos pássaros nem o gemido de animal algum caçando. Tudo era de um silêncio solitário.

Eu corria de um lado para o outro sem saber que rumo seguir.

Era como se uma força invisível me arrastasse para perto de si.

Não exercia controle nenhum sobre qualquer parte do meu corpo. Eu parecia presa em algum tipo de transe.

Foi aí que ouvi um grito. De início, não o reconheci. Mais uma vez, a pessoa gritou. Parecia estar em algum lugar muito fundo e cheio de água. Mesmo assim, seu grito era rancoroso, me dava medo. Ninguém podia ser capaz de gritar debaixo da água, ainda mais com aquela força e altura.

Continuei caminhando até chegar numa cachoeira. A água caia límpida e transparente do alto da montanha. Quando se chocava com as pedras lá em baixo, a água provocava um barulho ensurdecedor. O grito continuava, cada vez mais alto. E eu continuava a avançar floresta a dentro, sem me importar muito se haveria ou não perigo pela frente.

Cheguei perto da cachoeira. Na verdade, aquilo parecia mais um precipício. Ainda podia ouvir o grito desesperado que apareceu tão claramente que acreditei ser um garoto quem gritava.

De repente, pulo pelo precipício. Se não estivesse sonhando, acharia isso muito legal. Claro, sempre gostei muito de adrenalina. Só que no sonho, isso não sentia. O vento passsava em mim como um fio, levantando o vestido azul claro que usava. Não havia nenhuma sensação. Era como se meu corpo fosse feito de algo mágico que me impedia de sentir as coisas. Caia em queda livre, os olhos fechados, tomada pelo nada.

A água se apertou contra meu corpo. Eu havia caído completamente. Não estava mais viajando pelo ar. A água me prendia. Mesmo assim, sentia meu coração bater, meu pulso pulsar e o ar dentro dos meus pulmões. O que era bem estranho, visto o lugar onde estava.

Nadei e nadei até finalmente chegar numa gruta. Os gritos foram diminuindo a medida que ia me aproximando daquele túnel.

Meus cabelos acompanhavam o ritmo frenético do meu corpo, que se deixava ser levado pela água sem que eu fizesse esforço algum.

Entrei dentro da caverna e dessa vez pude andar normalmente. Senti que nenhum instinto me levava para frente. Agora sim tinha o controle sobre mim.

Olhei mais fundo por uma pequena abertura na caverna e vi uns olhos negros. Já os tinha visto antes, disso eu tinha absoluta certeza. Eles tinham um brilho comum e misterioso, ao mesmo tempo. Senti seu cheiro e, por um segundo, sabia que conhecia quem quer que fosse e estivesse ali.

-Bella! Bellinha! Você está aí, querida?

-Mãe? - perguntei, meio besta. Aquilo só podia mesmo ser um sonho.

-Bella, filha! Que bom te ver!

-Mãe... - tomei uma golfada enorme de ar. Não sei por que, mas senti uma coisa estranha na voz da minha mãe. Ela não parecia assim tão empolgada ao me ver. Muito pelo contrário. Ela parecia era querer algo em troca e essa ideia me dava medo. - Onde esteve esse tempo todo? Por que não me procurou mais?

-Não me faça perguntas difíceis, Bella. Deixei a você e seu pai porque era o melhor a fazer. Me entenda. Eu jamais quis fazer mal a vocês dois.

-Será mesmo? Porque, realmente, não é o que parece. Você nos deixou por causa daquele moleque, se lembra? Pois é, eu me lembro muito bem.

-Filha, só quero que ...

-Não dá pra te perdoar, mãe. Nem faça esforço. Não consigo. Me desculpe, mas o que você quer, eu não posso te dar.

-Será mesmo? - minha mãe me fuzilou com o seu olhar. De repente, aquele brilho lindo que ela sempre tivera, tinham se tornado vermelhos, vermelhos cor-de-sangue. Sua feição mudou completamente: era sombria agora, o perigo assim como a ferocidade tomavam conta dela.

-Mãe! O que é que está acontecendo?! - eu gritava. Mas meu grito foi abafado por suas mãos, ou melhor, as suas garras presas em minha garganta.

Acordei assustada, suando frio.

Passei a mão ao redor da cama. Segurei firme o lençol.

Não gritei. Fiquei quieta, ali, com as mãos ao redor dos joelhos. Dessa vez, o pesadelo tinha sido mais forte, mais aterrorisante. Nunca fui de ter medo de nada, mas agora a situação era completamente diferente. O mais estranho de tudo é que o sonho parecia real demais. Podia sentir um fervor em minha garganta, como se aquelas garras ainda se prendessem no lugar. Minha respiração também estava um pouquinho ofegante. O ar passava com certo desconforto pela cavidade.

Mais tarde um pouco, voltei a dormir. Não me lembro se tive ou não o mesmo pesadelo de novo. Não era capaz de lembrar de mais nada.

O outro dia chegou rápido. Pelo jeito, já não começara bem.

O céu estava carregado de nuvens acinzentadas, aparentemente com um sinal de chuva. Ventava bastante. As árvores balançavam de um lado para o outro, acompanhando o movimento do vento.

Charlie não estava mais em casa.

Legal. Pelo menos teria um tempo sozinha. Mais um tempo, não é? Ah, que ótimo. Claro que digo isso com toda a antipatia do mundo. Nem sei como é que ainda dou conta de viver nesse tédio torturante.

Liguei a TV. Peguei o controle remoto e fiquei ali, brincando com os botões, tentando achar um programa decente. É, pelo jeito nada nessa cidade presta.

Sai de casa o mais depressa possível. Ficar sem uma dose de adrenalina já estava me deixando maluca. Peguei minha mochila, as chaves do carro, quando começou a nevar.

Dirigi até o colégio a toda velocidade. Minha vontade não era de chegar depressa naquele colégio maldito. Acho que não sei dizer porque é que estava fazendo isso. Ultimamente, não sabia porque estava fazendo nada. Afinal, nada parecia ser a palavra preferida do meu dicionário.

Mais uma vez, aquela gentinha ficava me olhava com o canto dos olhos. Nunca tinham coragem de olhar bem pra minha cara, merda! Meu humor está lá em baixo, sem paciência pra nada.

-Bellinha! - ah, não. Era só o que me faltava: a fadinha pula-pula.

-Oi, Alice. - eu disse, toda seca.

-Nossa, o que foi, Bellinha? Dormiu comigo, foi?

-Não-me-chama-de-Bellinha, caramba! Quantas vezes vou ter que ficar repetindo isso, hein?

-Eita, hein? Como você está nervosinha hoje! Credo! Tenho até medo de você.

-É bom mesmo que tenha.

-Ai, garota, pode ir parando com esse seu mau-humor. Hojé é um dia lindo, perfeito...

-Lindo? Alice, qual é a sua, sinceramente? O dia hoje tá um terror: o tempo fechou do nada e começou a nevar. O que isso diz de tão interessante?

-Simples. Guerra de bola de neve. - Alice juntou um bocado de neve na mão e depois começou a embolar aquilo.

-Ahá! Graças a Deus uma boa notícia. - também peguei um pouco daquela neve e acertei em cheio o cabelo de Alice.

-Bella, isso não vale. É golpe baixo. Passei o maior tempo arrumando o meu cabelo. - ela fez beicinho.

-Nossa senhora, gente. Coitadinha de você. - fiz uma voz manhosa - Pode deixar que eu arrumo tudinho pra você, não precisa se preocupar.

HAHAHA! Alice caiu feio na minha. Peguei um restinho de neve que sobrou em minha mão e comecei a bagunçar no seu cabelo.

Em questão de segundos, o colégio todo estava na brincadeira. Bem, não exatamente todo mundo. Angela e Mike ficavam naquele seu grude de sempre. Eca! Como é que eles aguentavam ficar nesse beija-amassa? Fala sério!

Não perdi meu tempo olhando aquela cena bizarra.

Continuei a brincar com a neve.

Não olhava pra onde as bolas estavam indo. Só tacava elas para todos os lados.

Foi então que uma dessas bolas fez com que o que eu mais temia acontecesse: acertou direto no rosto de Jacob.

Engoli em seco.

Ele não parecia muito feliz.

Ai, ai! O que é que ele vai fazer?


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