Juro pra você que, nesse momento, fiquei completamente desesperada. Eu não sabia no que pensar direito. Quando Edward falou meu nome, senti o coração bater mais rápido, quase saindo pela boca. Por alguns segundos, uma porrada de ideias veio em minha mente: Charlie tinha mentido pra mim, mentido que era meu pai e que minha mãe tinha fugido com um cara mais novo que ela, Edward era meu pai e ele estava bem ali, na minha frente, parado. Se ele era mesmo o meu pai, estava aí a explicação para aquele me sentimento de tê-lo conhecido de algum lugar. Na verdade, era como se houvesse uma ligação entre nós. Mas isso não explicava aquele medo que eu tinha toda vez que Edward se aproximava de mim ou aé mesmo quando eu ouvia ou pensava em seu nome.Tudo estava muito confuso. Eu já não era capaz de entender mais nada.

-Espera ai! O nome da sua filha era Bella? - perguntei, finalmente saindo do meu transe.

-Sim, assim como o seu. Por quê? - Edward parecia confuso com a minha pergunta.

-Estranho. Pode achar isso estranho ou até mesmo ridículo, mas, por um momento, eu achei que fosse sua filha. É muita coincidência, sabe? Quer dizer, isso de sua filha ter o mesmo nome que eu, a sua esposa ter sido assassinada e a minha mãe nunca ter aparecido... Ai! Não sei! Não sei! - abaixei a cabeça e a coloquei entre minhas mãos. As lágrimas queriam vir. Eu tentei ser forte, eu juro. Mas não foi o bastante e comecei a chorar.

-Bella? Ei, psiu! Olhe pra mim ! - Edward levantou meu rosto, colocando os dedos em meu queixo - Se acalme. Por favor, se acalme. Não é nada disso que você está pensando. Eu não sou seu pai, eu não sei quem foi a sua mãe e eu nunca te conheci, até agora. Isso foi apenas coincidência.

-Mas é coincidência demais, não acha? - eu falei baixinho. Eu mal dava contar de entender o que eu estava falando, as lágrimas não me deixavam raciocinar direito.

-Sim, talvez, pode ser que sim. Mas... Não fique assim. - ele me abraçou. Pela primeira vez, aquele sentimento ruim foi embora. Eu me sentia segura nos braços de Edward - Eu vou te levar para casa, tudo bem? - apenas concordei com a cabeça.

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No outro dia, acordei. Estava no meu quarto.

No começo, abri os olhos e tudo a minha volta estava embaçado. A cabeça doía um pouco, mas nada que me incomodasse, de fato.

Eu me lembrava apenas de algumas coisas que tinham acontecido na noite anterior.

Edward tinha me ajudado com o carro, conversamos um pouco, ele me contou a sua história...

-Bella? - Charlie bateu na porta, me chamando.

-O que foi ? - já fui gritando.

-Você está bem, filha?

Quando eu ouvi Charlie me chamar de filha faltei um pouco cair da cama. Quase nunca ele me chamava de filha e eu nem me lembro da última vez que ele me tratou assim. Na verdade, acho que Charlie nunca me chamou de filha. Só que agora ele parecia preocupado comigo e isso também jamais tinha acontecido antes.

-Sim. Tô bem, sim. Preocupa não.

-Hum. É porque hoje eu estou de folga e ia sair com a...

É, bem que eu já desconfiava. Charlie estava sendo carinhoso demais comigo e isso era sinal de que alguma coisa estava errada. E o pior é que eu tinha razão.

-Ah, tá. Vai lá então. Não faz diferença pra mim. Se você ficar aqui, em casa, ou não, comigo, dá no mesmo. Você, Charlie, se preocupa mais com essas mulheres que arranja em ponta de esquina do que comigo, que sou sua filha. É, tudo bem. Eu vou ficar bem. Afinal de contas, já estou mais do que acostumada a esse seu jeito.- desabafei.

-Ei, espera! Por que tanto nervosismo? Eu só vou sair com a Melanie!

-Melanie? Já é outra? - eu comecei a gritar.  - Rápido você, hein, pai?

-Sim - ele deu um sorriso meio sem jeito - Olha, Bella, antes eu preciso ter uma conversa com você.

-Cara, hoje não é meu dia. Só pode! - falei.

-Isabella Swan, eu estou falando sério com você agora. Deixe de brincadeira. O que aconteceu entre você e aquele tal de Edward ontem? 

-Nada, pai. Ele só me ajudou com o carro. - respondi, meio apreensiva de que Charlie pensasse que eu fizera mais do que isso.

-Tem certeza? 

-Sim. 

-E o que foi fazer a noite? Por que saiu de casa?

-Epa, epa! Isso aqui agora virou algum tipo de interrogatório?

-Não, Bella. Isso daqui não é um interrogatória. Eu sei que você não acredita, mas eu me preocupo com você e eu não fui nem um pouco com a cara daquele Edward. Agradeço muito a ele por te trazer pra casa onem, mas eu te quero bem longe dele, entendido? Bem longe! - Charlie deu ênfase nas últimas palavras.

-Já terminou? - perguntei.

-Sim. Agora eu tenho que ir.

Charlie saiu do meu quarto, batendo a porta com toda força.

E olha só que coisa: eu não era a única que achava Edward muito estranho. Charlie também.

E, por alguns instantes, a expressão de Charlie queria me mostrar alguma coisa, como se as suas palavras '' (...) mas eu te quero bem longe dele, entendido? Bem longe!'', fossem um aviso.

Pode parecer alucinação minha, mas aí tinha coisa. E eu não ia deixar barato. Iria descobrir tudo, cada detalhe.