-Sim estou apaixonada por você, era o que eu queria ter coragem de falar – pensou – Não, não tem mais nada - respondeu a Ken.

-Certo, vou tomar um banho e te deixo em casa.

-Não precisa eu já vou indo – falou pegando a bolsa e indo em direção a porta – tenho trabalho hoje ainda.

-Por que você não largou esse emprego ainda?

-Não vejo motivos para isso.

-Como você não vê? Daqui a pouco estará casada comigo e não vai ficar bem você indo trabalha em qualquer lanchonetizinha.

-Então se fosse uma lanchonete que você freqüentasse eu poderia trabalhar? Que pensamento estranho o seu. – falou sarcástica.

-Não é isso e você sabe bem Victoria.

-Irei continuar trabalhando e ponto final se não está satisfeito problema seu – falou saindo.

-Ela nunca vai se acalmar?- se perguntou ao vê-la sair batendo a porta com força.

Já havia se passado dois meses desde o noivado entre Ken e Victoria, o casamento se aproximava e junto com ele a chegada de uma pessoa.

Anna estava inquieta não conseguia falar com Ken há meses. Sempre que ligava ele não atendia e a secretaria dizia que ele estava ocupado tinha decidido voltar antes da data prevista. Em alguns meses estaria com ele novamente.

Victoria estava acompanhada de Kaede em uma loja de vestidos de noiva experimentado o seu vestido. Era branco de renda cravejado de diamantes, com fita em cetim na cintura e laço, todo bordado. Assemelhava-se a um sonho. Ao olhar-se no espelho não se reconheceu, o vestido tinha ficado espetacular.

-Gostou Victoria?

-Sim senhora – falou se referindo a Kaede.

-Ótimo podemos ir agora, eles entregarão no dia de seu casamento.

Victoria se trocou e saiu acompanhada de Kaede.

Kaede Doumyouji aparentava felicidade, entretanto se encontrava furiosa com o filho nunca tinha imaginado vê-lo casado a uma ninguém. Tinha que admitir que ela possuía mais fibra do que Anna, mas em relação a status Anna ganhava Pensou. Levou Victoria direto a empresa Doumyouji onde Ken estaria esperando por ela. Kaede deixou Victoria na recepção e foi embora apenas avisando que seu filho queria conversar com ela.

Victoria ficou parada sem saber para onde ir. Quando foi abordada na recepção por uma jovem muito atraente perguntando por quem ela estava procurando e ao dizer o seu nome a sua expressão mudou radicalmente de um rosto sem expressão para um avaliador.

-Um momento irei avisar ao senhor Doumyouji que a senhorita esta aqui – em poucos segundos ela estava sendo conduzida ate o escritório dele.

A sala de Ken se mostrava imponente desde a sua decoração ate o dono. Ao entrar o viu sentado de costas para a porta. Ele se encontrava sentado em sua mesa ao telefone e sem querer interromper se sentou esperando ele terminar a ligação. Assim que desligou o telefone Ken percebeu a presença de Victoria.

-Por que me chamou aqui? – Victoria perguntou.

-Boa tarde Victoria lhe chamei aqui para dizer que já pode largar seu antigo emprego.

-Como?

-Eu consegui um emprego para você. Na realidade não vejo necessidade de você trabalhar, mas já que quer – disse dando de ombros.

-Eu não me lembro de ter lhe pedido emprego algum.

-Venha comigo. – falou saindo da sala sendo seguido por ela – esta mesa aqui agora é sua. – se referindo a uma mesa vazia ao lado da porta de entrada de sua sala.

-Sua oferta de emprego é me transformar em sua secretaria?

-Assistente pessoal.

-Dispenso.

-Como é? Você dispensa? Tem idéia do quanto vai ganhar e do quanto será importante em seu currículo trabalhar para alguém como eu?

-Tem idéia do quanto será irritante trabalhar com você? Não? Eu sei. Eu não aceito trabalhar para você sem contar que não pedi emprego algum estou feliz no meu emprego atual, tenho amigos e uma vida lá. Obrigada pela oferta, mas declino – disse saindo sem olhar para trás.

-Essa mulher é impossível. Não aceita nada que eu faça – falou furioso.

Uma mulher andava furiosa pela empresa Doumyouji e não era ninguém menos que a noiva do presidente.

Qual o problema dele? Acha que não consigo nada melhor sozinha? Ele acha que preciso de alguma caridade? Ele é impossível só pensa nele. Que homem detestável pensou com raiva enquanto saia do prédio sendo alvo de olhares curiosos.

A lanchonete na qual Victoria trabalhava se encontrava repleta de clientes logo que chegou trocou de roupa e começou a trabalhar, entretanto seu mau humor foi percebido pelo seu colega Danilo.

-Vicky o que houve? – perguntou entre um atendimento e outro.

-Ken me deixa louca – ela já havia contado uma parte da historia para seu amigo. Ele era o único em quem ela confiava – você acredita que ele hoje me ofereceu um emprego como sua assistente pessoal?

-Isso é bom não é? – perguntou confuso – afinal ele pode estar querendo ficar mais tempo com você.

-Ele quer apenas me controlar.

-Não entendo como você pode ter tanta certeza Vicky, acho que o amor anda lhe cegando minha amiga.

-Não é isso Dan apenas não quero ficar dependente dele, já basta o casamento forçado. Não quero ter uma convivência forçada alem do que já teremos.

-Entendi. É Vicky você gosta dele mesmo não é?

-Um pouco – admitiu sorrindo – e o seu encontro como foi? Esqueci completamente de perguntar.

-Todos os meus encontros estão sendo um fiasco. Nunca encontro uma mulher que valha a pena a única que eu conhecia esta noiva – falou brincando.

Victoria simplesmente sorriu juntamente ao seu amigo. Ele era o único que a fazia esquecer momentamente o desastre em que se transformará a sua vida.

Ao chegar em casa Victoria descobriu um lado de Ken que não conhecia: o gentil. Ele tinha enviado um buque de tulipas com um cartão pedindo desculpas e um par de convites para uma peça musical que seria na próxima noite na qual poderia levar qualquer pessoa. E ela já sabia quem iria levar.