Caçadores de Vampiros escrita por Yasmim Carvalho


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Desculpe qualquer erro de português.
Espero que vocês dêem boas risadas. (:
Boa leitura (de novo, rs)



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Capítulo Único.

Narração: Bella Swan.

Minha mãe pediu para que hoje eu não me comportasse como a delinqüente que eu sempre pareci ser. Juro que quando ela falou isso, e quando eu prometi que tentaria, eu falava verdade. Ela pareceu não confiar muito na minha palavra, mas preferiu deixar o assunto quieto já que hoje era o baile do ultimo ano e logo eu estaria rumo a uma faculdade, bem longe de casa.


Só que o problema todo era que quando eu estava junto dos meus melhores amigos, os irmãos Winchester, Dean e Sam eu não conseguia me controlar. Era inevital, ainda mais quando nosso trio tinha uma certa má reputação. E era por esse motivo, que estavamos sendo enchotados do baile pelos seguranças e chamavamos a atenção de todos.


– Que saida triunfal. – Dean comentou rindo na cara do segurança que apertava seu braço. – Calma amigo. – Reclamou quando o aperto ficou mais severo.


Revirei meus olhos e consegui me desvenciliar das mãos do brutamonte que me empurrava para fora da quadra.


A diretora Webber vinha em nossa direção parecendo querer nos matar. Seus olhos azuis pareciam ter ficado vermelhos, do jeito que fica depois de fumar um bom baseado, e eu ate estaria com medo se já não tivesse recebido tanto aquele olhar desde que chegara ao ensino medio. Realmente, eu não poderia acabar sem receber o ultimo olhar mortal da velha.


Coloquei um sorriso sacana na cara, o que eu usava sempre para irrita-la mais, e me aprumei.


– Diretora, que felicidade em vê-la. – Falei fazendo voz de boa menina.


A velha bufou doida para usar aquelas unhas de gavião dela para arrancar minha garganta. Sorri, e olhei para meus amigos que faziam a mesma cara que eu quando ela estava assim. Puro deboche.


– Isabella! – Ela respirou fundo quando parou na nossa frente ao lado de fora de onde a festa rolava solta e a musica começava a ficar animada. – Já era de se esperar. – Soltei uma risada.


– Apenas queria finalizar o ano escolar bem.


– Jogando um balde de tinta vermelha na rainha do baile? – Eu e o Dean fizemos que sim com a cabeça feito crianças. – Pelo amor de Deus gente.


– Mas já passou, não passou? – Sam começou falando. – A senhora poderia deixar a gente voltar, promentemos não fazermos nada.


– Verdade, quero continuar contemplando sua beleza. – Dean disse sacana.


A diretora olhou para ele e deu um passo para frente totalmente agressiva. A mulher parecia que realmente ia matar meu amigo. Gargalhei. Essas cenas mexiam muito comigo.


– Vocês não ousem entrar nesse baile novamente, Isabella, Samuel e Dean. – Ela parou para olhar nossos olhos um de cada vez. Dei de ombros, não aguentava mais usar vestido mesmo. – Vão embora. – Ri da cara dela e dei as costas, começando uma caminhada para casa.


Ouvi os passos dos meus amigos atrás de mim. Sam resmungava algo e Dean ria da cara dele. Provavelmente, Sam deveria estar reclamando que o interrompemos de um quase primeiro beijo, ou algo assim. Ri alto acompanhando Dean.


Dean e Sam são irmãos. Dean e um ano mais velho do que o Sam, só que ele repetiu o primeiro ano e então, eu o Sam o acompanhamos na escola. Ele tem 19 anos e é o cara mais engraçado que eu já conheci. Porém o Dean tem um pequeno probleminha de se achar o garanhão. Deixa ele pensando que me engana, já que eu sei muito bem que por baixo dessa faixada toda, ele só beijou poucas vezes na boca e olhe lá. Já o Sam, bem, ele é um cara muito legal, só que ele e meio devagar, com mulher, com malandragem, com briga, na real, ele é devagar em tudo. Se não fosse por eu e Dean, acredito que o Sam seria um nerd, ou algo assim. O cara realmente não levava muito jeito com a vida do crime, pelo menos, não como eu e o Dean.


E o que eu poderia dizer sobre eu mesma? Sou simplesmente magnifica e nem um pouco modesta. Mamãe diz que eu puxei esse meu jeito da minha avó, que na decada de 60 era um prostituda, e pelas historias que ela me contava antes de bater as botas, uma prostituta de categoria, só ia pra cama com homem de dinheiro. A velha era esperta, e se eu sou igual a ela, eu também sou.


Mas falando serio, eu pegava tanta gente quanto o Sam, o que significa que era zero. Eu sou virgem e inesperiente de carterinha, e sim, me envergonho muito disso. Obvio que as pessoas de fora não sabem disse, eu tenho uma bela reputação a zelar, que eu iria contar para meus netos quando eu estiver velha e cheia de tatuagens e com meu garotão de 20 anos do meu lado em sua mota mais foda do momento.


Ri do meu pensamento ridiculo mas que provavelmente seria um dos meus poucos sonhos que se tornariam real.


Parei de andar e cruzei os braços esperando meus amigos que andavam feito lesmas conversando e me deixando de fora do papo, que deveria ser denominado algo como “Papo de homem”.


– Até eu que to de salto ando mais rápido que vocês. – Gritei para eles.


– Papo de homem Bella, papo de homem. – Dean respondeu e Sam concordou com a cabeça.


– Vão se cata com esse papo de homem! – Bufei. – E fiquem sabendo que só ando com vocês ainda por causa da Cotonete! – Falei quando eles chegaram do meu lado só para fazer drama. Os dois reviraram os olhos sacando a minha, eles me conheciam bem o bastante para saber que eu não me magoava tão facilmente e que tudo para mim era motivo pra chamar atenção.


– Bella, não estamos caindo. – Sam falou, confirmando minhas ideias.


– Deveria parar de fazer isso Bella, não caimos mais nos seus dramas. – Dean falou dando tapinhas nas minhas costas.


– To treinando pra Julliard meus caros, porque como vocês sabem, eu aqui, seria muito famosa. – Dean gargalhou e Sam acompanhou. – Vão se ferrar, eu pelo menos vou fazer algo importante depois da escola. – Falei fazendo drama de novo mas meio recentida por duvidarem da minha enorme capacidade como atriz.


– Ta certo Bella, sem drama. – Dean passou o braço pelo meus ombros. – Mas você vai abandonar a Cotonete? Pense bem nisso Bella, estamos falando de Cotonete, o animal mais foda do mundo que pertence a nós três.


– Dean, para tá, você sabe que vou vir visita a cotonete sempre que puder, mas vou mandar e-mails todos os dias para vocês lerem para ela. – Os dois me olharam como se eu estivesse falando besteira. – Que?


– Você sabe que a Cotonete e uma das poucas mulheres que amamos, mas não vou lê e-mail nenhum para um cachorro Bella. Em que mundo você acha que vive?


– O mundo dos que acham que os outros não tem nada melhor para fazer e que fumam muito baseado para saber que lê e-mails para um cachorro e maluquice, só pode né Dean. – Sam respondeu com sarcasmo.


– Vai se ferrar seu pega ninguem! – Avancei pra bater nele e dei um soco no seu peito. – Me respeita seu muleque, te boto no chinelo! – Dean gargalhou.


– Meninas, meninas, calma. – E se meteu no meio.


– Ta na minha mira em Sam, te cuida ou vai acorda sem seu pinto, sem nem ter chance de usar! – Ameacei lançando meu olhar, “Ta ligado mano, vou te corta na faca”.


– Para com isso Bella! – Sam resmungou olhando para o outro lado.


– Eu ando armada, você sabe bem disso. – Usei minha voz de malandro passando o rádio. – Você sabe que eu robei a faca de corta pão da mamãe e não tenho medo de usar!


– Você é maluca!


– Não tenho medo de usar! – Apontei pra ele com meu olhar de aviso.


– Caralho, parem com isso! – Dean gritou e saiu correndo, estavamos em frente a sua casa. – Cotonete! Ai meu Deus, Bella chama a ambulancia, machucaram a Cotonete! Sam faz alguma coisa!


– Ai meu Deus. – Coloquei a mão na cabeça e comecei a andar em circulo no mesmo lugar. Parei abruptamente percebendo Sam me olhando. – Sam, se mexe seu mongol, liga para a emergencia! – Gritei com ele que se assustou e saiu correndo. – Ai meu Deus Dean, o que a gente faz? – Corri ate ele e me joguei no chão, percebendo que não tinha mas jeito para pobre Cotonete que estava com o pescoço quebrado e ensanguentado. Deitei no chão batendo meus pés e braços e comecei a chorar. – Meu Deus, porque? Porque a nossa menina? Porque a nossa Cotonete? Porque? Ela que nunca deixou a casa do Dean ficar enfestada de rato, ela que deixei aquela marca sinistra na minha mão que eu sempre digo que foi de briga, ela a melhor cadela do mundo! – Comecei a rolar pela grama parecendo uma obesa que não conseguia levantar, somente rolar. – Cotonete! – Gritei. – Cotonete, eu vou vingar você!. – Berrei de novo, e senti meu corpo sai do gramado e parar no concreto. Abri meus olhos devagar e percebi que eu recebia diversos olhares, tanto dos meus amigos como de todos os vizinhos mais próximos.


Adorando estar chamando atenção aproveitei para deixar o momento trágico ainda pior, me joguei no chão totalmente esparramada fingindo um desmaio. Eu realmente merecia estar indo para Julliard.


xXxXx

Quando eu senti os braços de Dean em volta do meu corpo me retirando do chão, uma sirene começou a soar no começo da rua. Continuei com a minha insenação. Era obviu que eu estava usando tudo aquilo para chamar atenção, mas eu realmente iria vingar a morte da adorável cotonete. Qualquer ser que seja que tenha ousado matar a minha cadela iria morrer, isso eu não tinha duvida.


Senti meu corpo ser acomodado no sofá da casa dos Winchester, e os passos apressados da sra. Winchester vindo em minha direção.Não querendo que ela enfiasse um cotonete com alcool no meu nariz, porque eu sabia que era isso que ela estava prestes a fazer, abrir lentamente meus olhos dando um ar de desorientada. Vi o rosto da sra. Winchester suavizar como se toda sua preocupação tivesse se esvaido.


– Querida, como está se sentindo? – Perguntou toda amorosa.


– Acho que bem. – Respondi me sentando e passando a mão no meu rosto. – Quer dizer, estavamos vindo do baile eu o Dean e o Sam e.. Bem, não sei. Quer dizer, não aconteceu aquilo aconteceu?


– Aconteceu sim Bella. – Ela acariciou meu cabelo. – Eu sei que desde criança vocês tinham a Cotonete, e que gostavam muito dela mas ela já era velha e faleceu..


– Não, mataram-na. – Dean chegou na sala com o rosto vermelho e falando grosso. – Algum filho da mãe matou a nossa cachorra, e eu vou atrás. – Ele me olhou e depois encarou seu irmão que estava atrás dele. – Estão comigo?


– Sim! – Sam e eu falamos juntos.


Depois disso começou um tumulto na casa dos Winchester. Meu pai chegou lá querendo me carregar para casa a força e provavelmente me da uma bronca, já que ele estava ciente de todo meu show de mais cedo. Sem contar que ele havia encontrado a diretora Webber e não estava feliz com os relatos dela sobre mim.


Deixei Dean encarregado de comprar um cachão para nossa menina enquanto eu ia para casa raciocinar todas as breves informações sobre como a Cotonete havia morrido. E pelo o que tudo indicava Dean achava que haviam sido vampiros, já que o veterinario disse que ela estava sem uma gota de sangue no corpo.



xXxXx

Alguns dias depois..

– Dean, isso não é racional. Serio, os dias em que passei trancada dentro do meu quarto me fez pensar. Vampiros não existem, quer dizer, quando eramos crianças acreditavamos nisso tudo, mas agora? Dean, estamos prestes a ir para a faculdade!


– Onde está minha amiga? – Ele perguntou me sacudindo. – Ficar trancado no seu quarto te fez mal, definitivamente.


– E falando sobre isso, porque seu pai te trancou mesmo? – Sam perguntou.


– Porque ele acha que eu o fiz passar vergonha rolando pela grama. – Revirei os olhos. – E por causa da diretora Webber também, logíco.


– Chega do papo de menina, por favor? Estamos lidando com algo serio aqui! – Dean começou a falar irritado. – Vocês não querem se vingar dos malditos que matou nossa Cotonete? Pensei que fossemos todos amigos e que estivessemos juntos nessa.


– Ta Dean, apesar de eu achar que é uma busca idiota, e você sabe que dificilmente as coisas são idiotas para mim, continua falando.


– Eu nem comento nada porque vocês nunca me dão ouvidos. – Sam resmungou se esparramando na cama.


Estavamos todos no quarto de Dean como nos velhos tempos. Eu sentada no chão, Sam esparramado na cama e Dean em pé andando de um lado para o outro. Normalmente eu que ficava em pé dando as ideias maldosas do que poderiamos aprontar com os outros.


– Bom, eu sei por fontes seguras que vampiros realmente existem. Entrei em contato com um conhecido que afirma ter vampiros pelas redondezas. Entrando em mais detalhe com ele, ele me afirmou que os vampiros que ele havia visto bebiam apenas sangue animal, o que nos leva obviamente aos matadores da nossa Cotonete. Consegui pegar o endereço deles. – Não me aguentando com todas as coisas absurdas em que o Dean falava, cai em uma imensa gargalhada.


– Serio Dean, endereço? Que tipo de predador que se da o devido respeito bebe sangue animal e tem residencia fixa? Pelo amor de Deus, isso é absurdo.


– Bella, você não está colaborando.


– E outra coisa, quem é esse contato posso saber?


– Um primo do amigo, de um amigo de outro conhecido.


– Dean! – Gritei com ele me levantando e indo da uns bons tapas nele. – Qual é o seu problema? Desde quando isso e algo confiavel?


– Ai Bella. – Ele passou a mão onde eu tinha dado o tapa. – Para!


– Dean.. – Lancei meu olhar de malandro com fuzil e coloquei minha mão no bolso de trás da calça jeans. – Dean, não me faça pega-la, você sabe que eu ..

– Bella, para! Depois diz que minhas idéias são idiotas. Você é louca! – Ele me interrompeu, e depois me balançou pelos ombros. – Quem está ameaçando os outros com uma faca de cortar pão?

– Mas ela corta não corta? – Dei outro tapa nas mãos dele. – Então não me faça usá-la.

– Olha aqui sua maluca, e melhor.. – Dean parou de falar quando ouvimos um ronco.

Ficamos em silencio durante alguns segundos encarando um ao outro, depois olhamos para a cama onde Sam estava com as pernas toda esparramada a boca aberta e roncava.

– Moleque... – Rosnei quando vi o absurdo.

Nós tínhamos que resolver um assunto serio sobre a nossa falecida cadela e o Sam estava simplesmente roncando? Ele era maluco ou comia bosta por diversão? Dean mais rápido do que eu, deu um bom tapa na cara de Sam e ficou parado de cara fechada olhando para ele.


Tirei minha faca de corta pão do bolso e fiquei cara a cara com Sam como o Dean, e apontei minha faca para ele. O garoto tava pedindo para morrer.

– Deus do céu. – Ele falou quando abriu os olhos e nos encarou assustado. O garoto se arrastou um pouco para o lado na cama tentando se afastar de nós. – Querem me matar de susto? – Perguntou ainda com os olhos arregalados.

– Não, se depender de mim tu vai morrer e fatiado seu moleque de merda! – Gritei balançando a minha faca para ele.

– Tomando muita porrada antes! – Dean gritou. – Ta maluco de dormi quando estamos falando dos assassinos da nossa cadela?

– É. – Falei apoiando o Dean.

– Foi mal. – Ele coçou a cabeça. – Então o que vocês decidiram?

– A agora está interessado.. – Dean começou a fazer suspense, sorri prestes a concordar com ele. – Vamos amanhã de manhã.

– É.. O que? – Arregalei meus olhos para ele e Sam fez o mesmo. Tinha sido pega de surpresa. Mas que filho da mãe.


– Já arrumei tudo, as estacas, nossos cordões de alho, ta tudo preparado. Já arrumei as mochilas com comidas, agora e só arruma alguma mochila com roupas, pega um dinheiro para a gasolina e partimos para matar os desgraçados.

– Dean, isso deveria ser decidido entre nós três, por favor. – Falei irritada. – Quer dizer, parece que você vai nós levar para essa furada de qualquer jeito, mesmo se não quisermos.

– E Dean, mesmo se existissem esses tal vampiros, só se mata vampiros com estaca de madeira e alho em filmes. – Sam se levantou da cama e disse se achando esperto.

– Você pelo menos arrumou balas de prata? – Perguntei cruzando os braços. – Porque eu não vou entrar nessa sem você ter algumas balas de prata prontas para serem usadas, ok? Porque eu já percebi que não da para fugir dessa, então, quero estar preparada.

– Bala de prata Bella, jura? – Dean falou me esnobando. – E Sammy, só para a sua informação, isso tava tudo na minha pesquisa. Eu não colocaria nossas vidas em risco assim.


– A claro. – Sam fez cara de pouco caso e revirou os olhos. – Me acordem quando estivermos indo amanhã. – E saiu andando em direção a porta.

– Vamos sair cedo. – Dean avisou.

– Tanto faz. – E bateu a porta crente que era homem.

– Sinto que criamos um monstro. – Murmurei balançando a cabeça. – O menino ta ficando abusado.

– Percebi. – Dean concordou com a cabeça.

– Deixa ele. – Guardei minha faca no bolso. – Meto meu olhar de malandro e rapidinho lembra quem manda. – Dean riu de mim e se jogou na cama. – Vai rindo mesmo. – Me joguei na cama do lado dele. – Só não se esqueçam que eu sei onde vocês dormem e ando armada. – Ele gargalhou alto e me puxou para perto me abraçando.

– Só você mesmo, Bella, só você. – Fiz cara de “O que” sem entender do que ele tanto ria. Eu tava falando serio.


xXxXx

Eu tive que enrolar minha mãe e meu pai dizendo que eu e os meninos iriamos fazer uma viagem de despedida, porque logo, cada um seguiria seu rumo para um estado diferente. Driblar minha mãe foi moleza mas já o chefe Swan, ne tanto.


No final das contas eu tive que apelar para os meus dons de interpretação e uma boa chantagem emocional, que ainda funcionava – pelo menos as vezes – com meu pai.


Ele liberou 500 dólares que eu aceitei com muita alegria e beijos no rosto dele. Eu tava dura que nem coco, e qualquer moedinha que eu ganhasse era ouro. Ainda assim, quando eu saia de casa com duas mochilas, um travesseiro, meu edredom de infâcia minha mãe colocou clandestinamente seu cartão de creditos no meu bolso e disse – implorou – que eu fosse uma boa menina e tivesse modos, mas acima de tudo tomasse cuidado. Eu falei toda aquela ladainha que os filhos sempre dizem, e então eu sai rumo a casa dos meus amigos.


Para ser totalmente sincera eu achava que estavamos nos metendo na maior furada de nossas vidas. Eu tinha plena coenciencia de que vampiros nada mais era do que lendas que para crianças dava medo e adolescentes tesão. Os vampiros arrasavam com um bom fetiche, mas na vida real? Não passavam de historias da Caroxinha.


Bati na porta dos Winchester devagar, esperando que eles escutassem e que eu não acordasse ninguém.


Sam abriu a porta ainda de cueca e remelas nos olhos. Revirei meus olhos para a visão horrivel dele se espreguiçando com uma daquelas cuecas velhas dele. Apostava que o Dean deveria estar surtando.


Porra Sam, você ta de sacanagem. – Soltei assim que fechei a porta. – Vai me dizer que nem vai tomar um baiozinho para cair na estrada? – Ele não me respondeu só revirou os olhos para mim. – Cara, assim não dá.


– Eu também acho! – Dean apareceu na sala. Ele usava calças jeans escuras, praticamente pretas, seu tenis surrado preto, blusa preta e casaco de couro preto, no estilo motoqueiro do mal. Foi minha vez de revirar os olhos.


– Perguntinha? – Chamei a atenção dele que me encarou cheio de expectativa. – Pode me dizer por que diabos ta vestido assim?


– Ah, qual é Bells? Não torra vai. – Resmungou chateado. – Sammy, porque você ainda ta com esses peitos brancos descobertos? Ta esperando o que para se arrumar seu imbecil? Nós já vamos cair na estrada.


Sam olhou para ele com cara de tedio e começou a andar em direção ao quarto. Não pude deixar de reparar em como a bunda dele estava transparente na cueca branca, e em como a bunda dele era desbotada. Soltei uma risadinha sacana.


– Eu já sei do que você está rindo Bella, e para de olhar a minha bunda! – Ele gritou a última parte quando fechou a porta do quarto.


Inevitavelmente, corei fortemente fazendo o Dean rir da minha cara.


xXxXx

– Consegui descolar com Charlie 500 dólares e o cartão da minha mãe. – Comentei quando já estavamos a uns bons km/h longe de casa.


– Minha mãe soltou só 700 dólares, que ela disse que eu teria que dividir com o Sam. – Dean falou com cara de quem não gostava nem um pouco disso.


Peguei um salgadinho da sacola de supermercado que haviamos acabo de comprar e o abri. Eu estava sentada no banco da frente do carro do Dean, enquanto Sam roncava no banco de trás.


– O Sam ta estranho pra cacete. – Falei de boca cheia. – Só que dormi e fica tratando a gente como se fosse um de seus coleguinhas de laboratorio. To ficando puta já com isso.


– Bella, quer falar mal de alguém, pelo menos espera a pessoa ta fora do local. – Resmungou Dean.


Revirei meus olhos e amostrei minha lingua cheia de salgadinho mastigado para ele, que fez cara de nojo.


– To nem ai se ele escutar, eu falo pra ouvir mesmo. – Enchi minha mão com mais um punhado de salgadinhos. – Você sabe muito bem que sou assim. – Dei de ombros.


– É eu sei, e como seu amigo eu já te avisei que vai acabar se ferrando por causa disso.


– Ah, faz favor Dean, me ferrar por ser sincera? – Ri com a boca cheia. – E qualquer coisa eu ando armada, sei me defender.


– Serio, não vou nem comentar sobre isso, porque é perda de tempo. – Bufou contrariado. – Agora me passa um pouco dessa merda de salgadinho. – Coloquei o salgadinho na cara dele.


– Toma ai nenem. – Ele revirou os olhos e se serviou.


Dean esticou a mão e apertou um botão no radio. O cd do AC/DC começou a tocar. Eu não era muito fã da banda, mas a conhecia razoavelmente bem para acompanhar a musica que tocava alto. Dean era realmente fã dos caras, e os acompanhavam cantando em plenos pulmões com sua voz desafinada. Comecei a cantar o refrão com ele.


Rock 'n' roll ain't noise pollution (Rock n' roll não é poluição sonora)

Rock 'n' roll ain't gonna die (Rock n' roll nunca morrerá)

Rock 'n' roll ain't noise pollution (Rock n' roll não é nenhuma poluição)

Rock 'n' roll it will survive (Rock n' roll ele sobreviverá)


A viagem até o nosso destino se passou assim. Entre canções, provocações, falando mal do Sam – que a esse ponto já estava acodado – e resmungando, e muito salgadinho barato.


xXxXx


– Bella, acorda. – Senti alguém da um tapa na minha cabeça.


– Ai. – Resmunguei abrindo meus olhos.


Olhei para fora da janela e reparei que o sol já estava se pondo. Me endireitei no banco e vi meus amigos me encarando.


– Finalmente a Bella adormecida acordou. – Sam fez a piadinha sem graça que eu vinha ouvindo há muitos anos. – E você ronca, só para deixar isso registrado.


– Ta falando do que? Você ronca e baba. – Resmunguei irritada por ser lembrada que eu roncava.


– Só foi um comentário.


– Acabou? – Dean falou bravo. – Vamos descansar essa noite aqui nesse motelzinho, e amanhã começamos a caçada. – Sam deu de ombros e eu fiz o mesmo.


Só agora tinha reparado que já estávamos parados no estacionamento de um motelzinho fuleira pra cacete e que provavelmente na cama havia ratos.


Descemos do carro, cada um com sua bagagem e fomos até a recepção. Dean bateu um sininho velho que tinha perto do balcão e uma mulher de meia idade – com uma aparência bem porca por sinal – apareceu.


– Sim? – Ela falou. A voz dela era grossa e rouca.


– Três quartos, por favor. – Pedi toda educada.


– Só temos um vago. Vão querer? – Olhei para meus amigos que deram de ombros. Não era um problema para nós três dormirmos juntos.


– Ta. – Respondi.


A mulher procurou a chave nos bolsos da calça jeans velha e o colocou no balcão.


– 120 dólares. – Passei o dinheiro para ela e peguei a chave.


Saímos da recepção caminhando para onde ficavam os poucos quartos da espelunca suja.


– Puta merda, agüentar a Bella roncando de novo vai ser foda. – Sam comentou e eu o ignorei. Dean o ignorou também, garoto esperto.


– Qual é o numero do quarto Bella?


– 16. – Respondi parando em frente ao quarto e abrindo a porta.


O quarto era realmente a porcaria que eu já suspeitava que fosse. O chão estava sujo e eu ainda podia sentir o cheiro de comida azeda no ar. Empurrei meu nojo para o lado e entrei, os meninos me seguiram.


Coloquei minhas bolsas em cima da mesa e fiquei parada com as mãos na cintura pensando se seria melhor passar a noite acordada e ficar no carro ou se eu deveria ultrapassar todas as barreiras da higiene e dormi naquela cama que tinha uma aparência tão porca.


– Aquela mulher deveria cobrar nem 1 dólar por essa porra. – Sam concordou com a cabeça.


– Vocês só estão reclamando porque dormiram a viagem toda. – Dean resmungou e se jogou na cama. – Da para virem dormi logo?


Eu queria tomar um banho, mas temia o que eu iria encontrar o banheiro também. Tirei meus tênis e pulei na cama me empoleirando ao lado de Dean. Sam não ficou para trás e logo já estávamos os três caindo no sono na cama de motel barato.


xXxXx

Fui a primeira a acordar. Fui a primeira a sentir uma puta dor nas costas, e a primeira a vê um rato na porta do banheiro.


Não gritei. Mas quase me borrei toda de medo e nojo do rato. Fiquei dando pulinhos em cima da cama de pavor e de vontade de fazer xixi até que Dean acordou, bem irritado na verdade.


– Da para com essa porra Bella? – Ele perguntou se sentando puto da vida.


– Foi mal, de verdade. – Dei outros pulinhos, o xixi já tava quase saindo. – Tem um rato no banheiro e eu preciso fazer xixi.


Ele resmungou algo que eu não ouvi e se levantou da cama indo para o banheiro.


Poucos minutos depois, vinha um Dean correndo do banheiro totalmente desesperado e pulando na cama.


– Muitos. Ratos. Na. Porra. Do. Banheiro. – Ele falou pausadamente.


Me agarrei a ele e comecei a chorar. Ratos era sacanagem, e eu ia pedir meu dinheiro de volta. Isso era um absurdo.


– As pessoas são proibidas de dormi perto de vocês dois, não é? – Sam resmungou abrindo os olhos.


Sam levantou da cama e coçou a bunda. Nem consegui fazer chacota já que eu estava entrando em estado de choque por causa dos ratos.


Sam saiu andando rumo ao banheiro, fiquei tentada a dizer para ele não fazer isso, mas eu acreditava firmemente que o garoto me ignoraria completamente. Bom, que se foda também.


Pude ouvir o barulho do xixi dele caindo na privada, e apertei minhas pernas uma na outra quase me mijando também.


Puta que pariu! – Ele gritou do banheiro e saiu correndo de lá com tudo pra fora.


Se eu não estivesse tão chocada com a quantidade de rato que saia do banheiro em direção ao quarto, teria feito uma piada sobre o pau de Sam, que por sinal, era o primeiro que eu via ao vivo e a cores.


Abracei mais forte Dean que gritava feito uma menina desesperada por ter ficado menstruada e sujado o vestido branco.


– Calma, calma porra. – Sam gritou pra gente enquanto pulava na cama. – Dean, cala a boca, você parece uma garotinha!


Dean calou a boca e deu um soco no braço de Sam, que o olhou puto. Comecei a chorar mais alto, porque deveria ter pelo menos uns 10 ratos no quarto, andando pelos nossos sapatos e na beirada da cama.


Sem saber para onde olhar, me fixei em um ponto no chão onde não tinha nenhuma daquelas pragas malditas – o lugar onde estava meu tênis favorito – e comecei a cantar baixinho para vê se me desligava do mundo.


– Terezinha de Jesus, Terezinha de Jesus, Terezinha de Jesus... – Sabendo só o comecinho da musica, fiquei repetindo tentando me acalmar e dando uns pulinhos para segurar o xixi.


– Da para calar a porra da boca? – Sam gritou comigo, me tirando a concentração e fazendo sair um pouquinho de xixi molhando minha calcinha.


– Pelo amor de Deus, qual e o seu problema? – Virei meu corpo na direção dele e dei um soco no seu braço. – Olha como você fala comigo Sammy! Vou te jogar pros ratos seu idiota.


Voltei meus olhos para onde estava meu tênis, e quando eu ia começar a cantar de novo, perdi toda a fala.


Tinha um rato dentro do meu all star preto, com o rabo gigante pra fora, e o resto do corpo todo dentro do meu tênis, infectando ele.


Revoltada, catei um pedaço de madeira que tinha perto da cama – descoberto só recentemente – e pulei no chão.


Meti a paulada no rato, e em todos os outros filhotes de esgoto que ousassem chegar perto.


No final de tudo, eu matei rato na paulada, na pesada, e no sapateado.


E só posso garantir uma coisa após isso.


Sou muito mais macho que meus dois amigos!



xXxXx

Fui tirar satisfação com a vadia velha da recepção.


Lógico que antes tive que arrumar uma briga com os dois idiotas – Sam e Dean – para que eles não ficassem no meu ouvido sobre deixar a situação para lá.


Quase meti a paulada neles também, mas, por algum milagre me contive. Acho que estava me sentindo vitoriosa na hora e por isso deixei passar o quanto eles estavam me irritando e mereciam uns tapas.


Obviamente, não calcei meu tênis – eu o joguei no lixo, mesmo me doendo muito.


Por esse motivo, eu estou na recepção, com um chinelo rosa de fru-fru que minha mãe fez quando estava entediada e odiando o mundo.


– O minha senhora, da pra atender aqui! – Berrei batendo no sininho.


– Não me chama de senhora sua pirralha. – A velha deu as caras louca pra da na minha cara.


– Ok, agora me devolve meu dinheiro porque o quarto em que você nós hospedou estava cheio ratos, e aquela merda não valia nem 1 dólar.


– Sem devoluções aqui queridinha. – Zombou da minha cara.


– Escuta aqui o minha querida, você vai devolver meu dinheiro ou a gente vai sair na porrada aqui, ta ouvindo? Eu acabei de matar na paulada um monte de ratos, então, acho bom você se preparar, porque eu não to de brincadeira!


– Não se atreva a encostar a mão em mim, sua pivetinha. – E deu um tapa na minha mão, que tava apontada para a cara dela.


– Não toca em mim sua vadia velha. Não toca que eu hoje não to boa. – Apontei de novo para a cara da velha, quase que pulando o balcão para da na cara dela. – Me devolve meu dinheiro!


– Olha o abuso. – Gritou comigo.


– Abuso e você cobrar 120 dólares, nessa espelunca!


– Olha aqui garota, se você continuar com esse abuso, vou ser obrigada a chamar a segurança! Me devolve a chave do quarto e vai embora!


– E essa merda tem segurança por acaso? – Comecei a rir da cara dela e pulei no balcão. – Me da meu D-I-N-H-E-I-R-O! – Gritei ficando ao lado dela.


Ai tudo ficou confuso.


A velha deu na minha cara, eu dei na cara dela, e ela deu na minha cara de novo.


Ela chutou minha barriga, e depois, vi uns carinhas me cercando. Depois disso só lembro que apanhei pra cacete e fui jogada na rua como um monte de bosta.


Só depois disso, meus amigos maravilhosos apareceram me jogaram no carro – novamente como um monte de bosta – e partiram disparados pra longe do motel barato.


xXxXx

– Será que ela ta bem? – Consegui escutar a voz de Sam falando baixo pro Dean. – Ela apanhou feio.


– Bella e forte, ela agüenta. – Dean garantiu rindo. – Mas que apanhou feio apanhou.


– Para Dean, acho que ela ta mal. – Abri um olho, mas fechei rapidamente quando a claridade machucou minha vista. – Deveríamos levá-la ao hospital. A gente já chegou à cidade mesmo, algumas horas não vão mudar as coisas.


– Ta, vamos levar a Bella aborrecida que tomou umas boas porradas ao hospital. – Dean concordou e riu.


Idiota!


xXxXx

– Ei Bells, você ta me ouvindo? – Senti Sam me cutucar enquanto me chamava.


Infelizmente. – Gemi sentindo dor no corpo e na cabeça.


– Consegue andar? Abrir os olhos? Conversar?


Não.


– Puta merda, ela ta mal! – Escutei Dean resmungar de longe. – Sem problemas, eu te levo no colo.


Logo senti Dean me retirando no banco traseiro e andando comigo em direção a algum lugar.


Me sentindo exausta e dolorida, novamente adormeci.



xXxXx

– Isabella? – Escutei uma voz suave e masculina chamar meu nome.


Foi ai que a ficha caiu. Eu só posso ter morrido! Não vou abrir meus olhos, não vou abrir! Não quero morrer, não quero morrer!


Mãe, me tira daqui!


– Isabella? Sei que está acordada, preciso que abra os olhos para saber se está bem querida. – A voz falou de novo comigo.


Sabe que to acordada uma ova.


Sai pra lá coisa do além. Se eu não vê, não é real. Seu eu não abrir meus olhos, está tudo bem.


– Bella, da pra parar com a merda do drama? Temos um plano a cumprir!


– Graças a Deus! – Exclamei abrindo meus olhos rapidamente e sentindo dor nos olhos. – Nunca pensei que diria isso, mas, como e bom ouvir a sua voz Dean. Vem cá, me da um abraço! – Estiquei meu braço, mas abaixei rapidamente, sentindo dor. – Merda! – Resmunguei.


– Acho que ela está bem sim. – O médico riu baixo. – Foi apenas um susto.


– Lógico que foi um... – Parei olhando a delicia que estava ao lado da minha cama. – Susto. – Completei em um sussurro.


Ao meu lado, tinha um homem loiro, olhos amarelados, rosto bonito, corpo forte, mãos másculas, alto, lindo, gostoso demais. Olhei no seu crachá e estava escrito Dr. Carlisle.


– Pensando bem... Acho que eu to meio mal ainda. – Murmurei baixinho. – Senti uma fisgada agora no meu peito. – E coloquei a mão no local, massageando.


– A Bells, não! Deve ser aquela sua crise de gases! – Dean resmungou alto, fazendo meu rosto ficar vermelho.


Maldita intimidade.


O médico levantou uma sobrancelha para mim, e riu baixinho, achando graça da minha tentativa – obviamente falha – dele me apalpar.


– Vou deixar você com seus amigos, qualquer coisa me chame. – E saiu do quartinho da emergência.


– O que você tem na cabeça? Falar do meu problema com gases na frente dele? Você e louco?


– Ele e médico Bella, ele sabe dessas coisas.


– Mas não precisava saber que eu faço isso! – Gritei brava.


– Ei Bella, comprei uma coisinha pra você. – Sam apareceu sorrindo pra mim e me entregou uma caixinha de chocolate.


– Obrigada Sam. – Puxei a caixa da mão dele e comecei a comer.


Nessas horas humilhantes, comer e o melhor remédio, já que todas as minhas chances com o bonitão acabaram.


Gases, vê se pode!



xXxXx

Recebi alta poucas horas depois.


Mesmo assim, antes de sair do hospital tomei um bom banho, e vesti minhas roupas confortáveis. Calça jeans escura, camiseta branca e meus odiosos chinelos rosa.


Tudo certo, fiquei de comprar um par de tênis novo para a nossa caçada aos vampiros, que começa amanhã.


Lógico que o Dean queria começar hoje à noite, mas eu o fiz mudar de idéia. Eu mal conseguia andar direito, quem me dera correr pela floresta durante a noite.


Só eu sei que eu já tinha apanhando por uma vida toda.


Então, alugamos um quartinho de hotel – muito melhor que o outro, mesmo assim, tenho que dividir a cama com o Dean, já que o Sam ganhou no palitinho – e eu fiquei mofando comendo salgadinhos enquanto os rapazes foram resolver negócios.


Vou só fingir que eu acredito que eles foram mesmo resolver os tais negócios. Sei bem que eles devem ter ido para algum inferninho* da vida.


Nojento!


Mesmo assim, tanto faz. Passei a noite assistindo reprises de Naruto no canal aberto e depois eu apaguei.



*Inferninho = Puteiro.

xXxXx

– Bella, acorda. – Sam me cutucou.


Sempre ele, brincadeira!


– Já são 4 da tarde. Eu até já comprei seu tênis, vamos, vai toma seu banho que vamos partir na missão. – Dean disse.


Abri um olho. Bocejei um pouco. Abri o outro olho. E cocei a barriga.


– Ta. – Disse e fui em direção ao banheiro.


Tomei um bom e demorador banho de banheira. Cantei um pouco. E depois de alguns socos na porta do banheiro, vesti as roupas de ontem e sai.


Tinha estranhamente acordado de lua, nem ai para o mundo ou qualquer um que passasse em minha frente. Por isso, quando sai do banheiro com cara de nada, senti que meus amigos ficaram loucos para me dar mais uns socos.


Mas eles que não ousassem, agora eu sou uma nova e melhorada Bella.


– Juro que se você não tivesse apanhado tanto ontem eu... – Dean começou a falar, mas eu levantei minha mão direita calando-o.


– Olha o linguajar com Bella-Sensei.


– Bella o que? – Sam perguntou.


– Sensei. – Repeti. – Enquanto vocês estavam no inferninho ontem, eu fiquei aqui assistindo Naruto e decidi que agora sou uma Sensei.


– Deus, me da paciência! – Dean gritou e entrou no banheiro.


– Encontrei meu ninja interior Sam, e se você quiser, pode se tornar um dos meus discípulos, que eu lhe ensinarei a encontrar o seu também.


– Serio, que erva você ta usando? – Sam perguntou com cara de idiota.


Cocei a cabeça e dei de ombros pegando meu tênis novo – que era igual ao antigo – e calçando.



xXxXx


– Cuidado com a Cuca que a Cuca te pega, te pega daqui, te pega de lá... – Cantarolei enquanto eu, Dean e Sam adentrávamos a floresta, em pleno anoitecer.


Dean me lançou um olhar torto – ele estava me lançando esse olhares desde que eu me auto nomeei de Bella-Sensei – e respirou fundo.


Sam apenas riu baixinho achando que eu tinha cheirado unzinho enquanto eles estavam fora.


To nem ai para o que eles pensam. Só isso que eu tenho a dizer/pensar.


E de repente me deu uma coisa que me fez cair na real.


Eu tava brincando, zoando, e nem ai para tudo porque tinha certeza – ou acho que tenho – de que vampiros não existem. Mas e se eles existissem... Todos nós estaríamos ferrados demais.


A Bella racional que vive dentro de mim de repente acordou para a vida e viu que tínhamos – todos – que sair da floresta. Era loucura demais onde estávamos nós metendo. Loucuras demais até para meus padrões louca de ser.


Eu me vi louca para correr daquele lugar e me enfiar de baixo das minhas cobertas. Porque eu estava com medo.


– Olha, acho melhor voltarmos, por que... E se eles existirem mesmo? – Falei alto refletindo meu medo para todos.


Dean novamente me olhou como se eu fosse idiota, mas eu pude vê Sam ficar com o corpo mais tenso.


Ele já deveria ter pensado nisso também. Ele também achava que estávamos numa furada.


Fudeu.


Se Sam, que é – droga, odeio admitir isso – o mais inteligente de nós, achava que estávamos numa grande furada, e porque estávamos.


– Gente, eu estou falando serio, isso vai da merda. – Disse de novo, parando onde estava.


– Bella, não começa! – Dean me repreendeu. – Já estamos aqui, vamos até o fim.


– Sam, fala para ele. – Olhei para meu amigo. – Você também ta com medo, que eu sei.


Ele revirou os olhos e continuou a andar. Sam andava querendo da um de machão, mas isso não era hora!


– Você não anda armada? Então, para de ser medrosa. – Escutei ele dizer mais a frente.


Respirando fundo para não me irritar, continuei andando totalmente contrariada para o rumo em que estávamos dando para nossas vidas.


Então, do nada, a floresta deixou de ser tão densa e estávamos em frente a uma casa – mansão na real – linda demais. A mansão era toda de vidro, do jeito que o tal informante de Dean dissera que seria. Mesmo assim, um pensamento não escapou da minha mente.


Fudeu.

Se a porcaria da mansão era real, então todo o resto da história também seria. Vampiros no final das contas existiam. E nós só estávamos com nossos cordões de alho e estacas de madeira, sem nenhum preparo físico para lidar com isso.


Se era vingança que queríamos, no final das contas não iríamos encontrá-la. E mesmo odiando pensar nisso, se algo de ruim viesse acontecer com nós, quem iria nós vingar?


Seriamos apenas três amigos que saíram em busca das ultimas ferias após o término do ensino médio e que desapareceram. Deixando assim, nossos pais tão perdidos e tristes como ficamos com a perda da nossa Cotonete.


– Eu falei que eles existiam! – Dean falou se sentindo vitorioso.


Olhei triste para ele imaginado o nosso lastimável fim. Eu teria que da um jeito de nós tirar dessa. Alguma forma de...


– Quem são vocês e o que querem aqui? – Uma voz feminina e brava disse a nossa frente, vindo de uma linda e loira mulher alta e magra.


– Não importa quem somos sua vadia. Nós viemos aqui vingar nossa Cotonete. – Dean falou todo abusado com a mulher.


Sabia só pela forma dela andar e por sua beleza sobrenatural o que ela realmente era. Dei um passo para trás prevendo tudo o que aconteceria, e tentando calcular quais eram as reais chances de se fugir dali.


– Onde pensa que vai bonitinha? – Escutei uma voz masculina dizer atrás de mim.


Não olhei para trás, mas senti que eu estava começando a me borrar de medo já.


Estávamos mortos! Mortos!


– Ai meu Deus, tenha piedade da minha jovem alma. – Gritei em puro desespero.


Eu tinha que arruma um jeito de não morrer, e a única coisa que eu sabia fazer era interpretar e fazer um bom drama. Talvez... Se eu alegasse insanidade, tudo desse certo.


Senti o corpo do vampiro que estava atrás de mim se locomover, e tão rápido quanto piscar ele logo estava a minha frente. Junto dele e da loira, estavam mais 5 vampiros. Todos eram muito bonitos é... Ai minha nossa, ali, no meio de todos eles estava o Dr. Carlisle.


Puta que pariu.

Ao mesmo tempo em que eu o reconheci ele me reconheceu. Na verdade reconheceu todos nós.


– Dr. Carlisle? – Sam perguntou e arregalou os olhos. – Seu filho da puta, você é um deles? – Perguntou apavorado.


– Olha aqui cambada de sanguessuga, to cagando para o fato de vocês serem rápidos e um grupo maior do que o nosso. Estamos aqui para vingar a morte da nossa cadela, e vamos fazer isso, mesmo se tivermos que morrer para isso. – Dean fez um discurso.


A loira revirou os olhos.


– Epa, disposta a morrer não né Dean! – Gritei com ele.


Os vampiros sorriram debochados.


– Eu estou disposta a matar. – A loira falou de novo. Quase faleci na mesma hora. – Vocês de qualquer modo não podem ficar vivos, sabem demais. – E gargalhou da nossa cara.


– Culpa sua Dean, eu disse que era furada, tudo culpa sua! Eu tinha um futuro brilhante pela frente e agora eu vou morrer por culpa sua! Adeus Julliard, adeus mundo lindo, adeus verde, adeus azul, adeus amarelo, adeus vermelho, adeus mãe e pai...


– Cala a boca garota irritante. – E loira falou e me deu um empurrão que me fez capenga no chão.


Vadia! Eu já não tinha apanhado o bastante.


– Olha aqui sua vadia... – Em um ato impensado, peguei minha estaca de madeira e taquei na cara dela – ela desviou claro.


Escutei uma risada rouca vindo de um dos vampiros. Parei para olhar o idiota – que era também muito lindo, com um cabelo revoltado cor de cobre. Ele parou de rir – tentou – e me encarou cheio de deboche.


– Vocês realmente pretendem nos matar com essa estaca de madeira? – Ele perguntou com desdenha e deboche puro.


Senti minhas bochechas corarem furiosamente e fuzilei o Dean. Eu disse que iríamos precisar das balas de prata.


– Dean, isso te lembra alguma coisa? – Grite – Se você tivesse me escutado, e trago as balas de prata, nada disso estaria acontecendo!


– Balas de prata? – Um garota baixinha de cabelos curtos perguntou horrorizada. – Quem você pensam que somos? Lobisomens?


– Ai meu Deus, não me diga que... Existem? – Sam perguntou.


A loira e um fortão que estava ao lado dela, deram um passo a frente.


– Não e da conta de vocês, humanos. Não deveriam ter saído de casa hoje. – Comecei a chorar quando ela disse isso.


Com muito medo da morte, a única esperança que me restava era se eu apelasse.


– Por favor não nos mate, ainda somos virgens! Tenham piedade! – Me ajoelhei, implorando e começando a chorar aos berros nem me importando com a vergonha que eu sabia estar fazendo.


Era isso ou ficar com a boca cheia de formiga. Preferia passar vergonha, sem duvida nenhuma.


– Bella, ta maluca? Eu não sou virgem! – Dean gritou.


– Nem eu! – Sam gritou junto.


– Mas eu sou! – Comecei a gritar mais ainda desesperada. – Eu quero minha mãe. – Gritei em pleno pulmão, com toda a minha força.


O vampiro que tava rindo antes, não se agüentou e começou a rir mais ainda. Junto dele quase todos os outros riram também, menos um loirinho que tinha cara de culpa.


– Eu não mereço isso mereço? Viver uma vida toda pra morrer virgem? – Me joguei no chão e comecei a bater minhas pernas e braços, esperneando. – Mãe, me tira daqui. – Gritei.


Até o Dr. Carlisle estava rindo da minha atual insanidade.


– Fui eu. – O loirinho com cara de culpa gritou, fazendo todo mundo para o que antes fazia na hora. – Eu tinha brigado com a Alice, fui para a cidade vizinha e estava louco de sede, para não matar nenhum humano, eu matei o primeiro animal que eu vi na minha frente. Uma cadela preta e grande.


Nem sabia quem era Alice – acho que era a baixinha que estava alisando o braço do loirinho – mas senti uma raiva dela. Porque ela tinha brigado com ele? Se ela tivesse ficado quieta nada disso teria acontecido.


Ai que ódio.


– Ai céus, sinto muito. – A baixinha disse para nós três e acariciou o braço do loirinho de novo.


– Que tal esquecermos toda essa historia? – Uma mulher de cabelos castanhos e rosto simpático disse se aproximando de mim e me oferecendo a mão. – Vem querida, fique tranqüila, não vamos machucá-los.


Na duvida de que ela ficasse ressentida por eu não pegar na sua mão, segurei-a a fiquei de pé. A mão dela era fria pra cacete.


Ela soltou uma leve risada e tirou as folhas que estavam no meu cabelo e roupa.


– Então e isso, só um pedido de desculpas e tudo vai ficar...


– Dean, cala a boca! – Sam gritou. – Calado, pode ser? Só por agora. - E sorrindo amarelo para os vampiros, ele disse todo patriarca. – Ótima idéia esquecer esse incidente. Nos até já vamos indo. – E puxando o braço de Dean, ele deu meia volta e começou a andar.


Rindo sem graça, acenei para os vampiros e comecei a andar também.


– Ei, garota. – Escutei a voz do vampiro que zombou de mim gritar.


Aprumei meu corpo, empinei a bunda e continuei a andar. Já imaginava que ele fosse soltar alguma piadinha sobre mim, e agora que o pior já havia passado eu podia tentar recuperar todo o meu orgulho.


– Vai Edward, deixa de ser idiota. E fale o nome dela direito, você sabe qual é. – Pude ouvir uma voz feminina brigar com o cara.


Dei de ombros mesmo assim, e apressei um pouco meus passos tentando acompanhar meus amigos.


– Ei, caçadora de vampiros, estou falando com você. – Ele apareceu na minha frente, me fazendo da um pulo para trás. – Não me ignore Bella.


Mordi o lábio inferior ao perceber como de perto ele era ainda mais lindo. Quis ter força o bastante para atacar ele em uma arvore e beijar sua boca.


– Eu costumo ignorar estranhos. – Ignorando meus desejos, respondi empinando o queixo.


– Pois não seja por isso. – Ele se abaixou um pouco e beijou perto da minha boca. – Sou Edward Cullen, não mais um estranho para você. – Seus lábios eram frios, e fizeram meu corpo se arrepiar.


– Ah.... – Sem fala, só fiquei no “a” mesmo.


– E eu tenho uma ótima idéia para nós dois. Envolve corpo com corpo, você pelada e não mais virgem. – Arregalei meus olhos com a frase cara de pau dele, e comecei a rir.


Ignorando toda a minha – pouca – parte racional, fiz que sim com a cabeça.


– Talvez sua idéia seja boa. – Pulei em seu colo, enlaçando minhas pernas em sua cintura. – E não e por que eu sou virgem, e você um vampiro super rápido, que eu vou te da descanso. – Ri baixinho e louca de desejo por ele lhe tasquei um beijo na boca bem demorado.


Meus amigos que por um minuto se esquecessem de mim, já que eu não mais queria lembrar-me deles momentaneamente.


Correndo rumo a algum lugar que eu não faço idéia com Edward, eu não me importaria de passar aquela vergonha, de apanhar ou muito menos me considerar uma caçadora de vampiros de novo.


No final das contas, eu tinha achado vampiros mesmo. E um, agora era exclusivamente meu!


xXxXx

Algumas semanas depois....

– Bella, pelo amor de Deus, toda a cidade estava a sua procura. – Dean me abraçou com força ao me vê.


A historia era a seguinte, eu tinha passada semanas muito boas com Edward, e tinha até esquecido da minha vida aqui fora.


Ele me chamou para morar com ele, e eu disse que era algo a se pensar, não dei respostas imediatas para que ele não pensasse que eu estava perdidamente apaixonada por ele. O fato era que eu estava sim, mas não queria admitir.


Os Cullens eram as pessoas/vampiros mais gente boa que eu já conheci na minha vida. Apesar da Rosalie – a loira que me empurrou – ser mesmo mal humorada.


Os outros, descobrir em pouco tempo que eram realmente bons, engraçados e divertidos. Edward não desgrudava de mim, e queria ficar a sós comigo toda hora. Eu até entendi o porquê, nós dois juntos éramos insaciáveis. Isso era bom, muito bom de verdade.


Mesmo assim, há uns dois dias atrás, eu tinha decido voltar para casa, aceitar toda a bronca que eu sabia que levaria, e seguir minha vida conforme o planejado, ou pelo menos, com quase tudo que tinha sido planejado.


– Desculpe, mas eu estou muito bem, obrigada. – Falei com Dean que não me soltava de seus braços.


– Eu pensei que eles tivessem matado você! Eu tava ficando maluco já.


– Fica calmo. – Me soltei de seus braços. – Como está meu pai? Muito bravo?


– Ele está preocupado, procurando você por todos os cantos possíveis e imagináveis. Sua mãe também.


– Ai que merda. – Cocei minha cabeça. – Cadê o Sam?


– Sam disse que você estava bem, e que eu estava ficando preocupado por nada. Ele foi pra Vegas com uma garota lá da escola. Leah, lembra quem é?


– Lembro... Nossa, to boba. – Falei rindo, porque eu nunca que ia imaginar Sam com Leah, fazendo uma viagem típica de casais. – Acho que agora eu deveria ir pra casa...


– Boa sorte. – Dean riu da minha cara. – E na próxima vez que você sumir, quando você voltar, eu te mato.


– Sou eu quem anda armada, esqueceu? – Falei rindo.


Dei meia volta, e comecei a andar em direção a minha casa.


– Ei Bella. – Dean gritou e correu até mim. – Você está diferente.


– Claro, não sou mais virgem!


Ele arregalou os olhos e começou a rir. Ri junto dele e corri para casa.


Era hora de encarar a realidade. Eu estava ferrada!


xXxXx

Alguns dias depois...

As coisas foram piores do que eu imaginava.


Meu pai perguntou o que havia feito de errado para ter uma péssima filha como eu, desnaturada, sem consideração e muito mais. Para completar, ele disse que eu não precisava ficar fugida por varias semanas para estar com a minha namorada, que ele já desconfiava que eu fosse lesbica, e mesmo achando isso horrendo, não iria se interferir.


Quase morri de rir quando ele disse o final, e expliquei pausadamente para ele que eu gostava de homens, e era com um homem que eu estava e não com uma mulher.


Ele não pareceu aliviado com minhas informações. Pelo contrario, disse que esse homem era um irresponsável que pegava a filha dos outros e não tinha a menor consideração de lembrá-la que tinha uma família.


Coitado do Edward, ele tinha sim me lembrado, mas eu estava tão entorpecida com tudo, que qualquer coisa que envolvesse minha vida antes dele eu não queria lembrar.


Mesmo assim, não fui expulsa de casa, mas tive que me retirar mesmo assim. Eu tinha que resolver minha vida, meu futuro.


Meus pertences estavam todos dentro da minha picape antiga, que me esperava para a nossa partida.


Olhando para minha antiga casa, para a casa dos meus amigos, eu deixava à antiga Bella para trás, e junto de mim, do meu passado eu só levava lembranças e Edward.


Sorri ao pensar nele, e me deparar com sua presença na minha frente, que sorria largo para mim, e me oferecia uma mão.


Eu entrava definitivamente com muita sorte no meu futuro. E talvez, o meu antigo desejo de me tornar uma velhinha com seu garotão fosse verdade, já que o meu homem, meu vampiro, nunca envelheceria.


Não tenho problemas com isso, porque sei, que ele e só meu e até o dia em que eu respire, sempre será.


– Ei, caçadora de vampiros, vamos? – Ele perguntou beijando minha bochecha.


Ri e beijei seus lábios frios.


– Com você eu vou a qualquer lugar.

Ele riu e me encaminhou para que entrasse na picape, e juntos, partimos para nossa nova vida juntos.


Descobrir pela boca dele mesmo que era nosso destino ficar juntos, e que nós nunca iríamos nós separar. Alice havia visto, e muito mais do que uma simples visão esse era o desejo dele e o meu.


Eu sou Isabella Swan, ex caçadora de vampiros, futura mulher de um vampiro, perdidamente apaixonada por ele.


FIM!



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem dizendo o que acharam, por favor.
Tenho outra fic também, essa e longa, mas o tema e totalmente diferente da one. E um drama, mais serio.
Longos passos até a felicidade: http://www.fanfiction.com.br/historia/121268/Longos_Passos_Ate_A_Felicidade