A Deusa refletia sobre o assunto mais comentado no Santuário: a maternidade. Não só as mulheres que geravam os seus filhos como os homens que pareciam ser mais mãe do que pai. Como Kamus se tornou mais carinhoso, ou melhor, como ele passou de gélido para quente, por causa dos seus filhos. Shina também se transformara em outra pessoa, mas feminina, não que ela fosse mais homem que mulher, mas como ela cantarolava docemente cantigas italianas para os seus filhos.

Como Mu tentava não explodir toda vez que sua filha o chamava de mãe ou algo relacionado ao sexo feminino. Aioros se desdobrava em mil porque cuidava sozinho de seu pequeno arteiro e animado filho que uma vez se jogou do sofá para voar. Acabou o sagitariano com um braço quebrado por segurá-lo antes de rajar a cabeça do seu filho.

Ou Shaka que ensinava a sua filha a falar sua língua, mas a única coisa que falava era papai em grego. Shion nunca na sua vida se via tão atarefado, aprendeu a cozinha várias comidas que nem sabia que existia e ficava louco com o libriano toda vez que os via tomar sorvete antes do almoço.

E tinha os outros meninos e meninas que chegavam ou que nasciam com Jabu que nunca ficou tão feliz por enviar inúmeras fotos dos seus filhos até de ponta cabeça. A Deusa sorriu e sentiu uma dor na cabeça, talvez brincar com os pequenos não fosse uma boa ideia. Ou talvez ficar perto de Seiya quando ele brinca com os pequenos não era saudável.

As cenas mais cômicas aconteciam quando tentava ajudar. Como da vez que trocou a frauda de um dos filhos de Deba e pensou que o bebê tinha comida algo podre. Ou como da vez que a filha de June apertou os seus seios querendo leite. Ou o filho de Aioros se junto com outro menino e tentavam ver a calcinha da Deusa. Ou quando terminou de trocar a frauda de um dos filhos de Deba e percebeu que o pequeno lhe deixou um presentinho. Ou quando foi quase morta por Seiya no momento que levou um coice, pois o cavaleiro de Pegasus brincava de cavalinho e deu um coice em Saori.

- Eu sou uma vovó.  

Riu sozinha de tal pensamento e olhou os templos, alguns com as luzes ligadas e outros apagadas. Ficou ainda mais feliz por saber que nenhumas daquelas crianças não iam sofrer como os cavaleiros. Eles poderiam ter um futuro melhor com paz e uma família. Riu mais uma vez.

- Rindo sozinha?

- Sim Shun. – Ela o fitou e sorriu.

- Acho que Seiya bateu muito forte em você. – Ele viu a faixa na cabeça da Deusa.

- Foi divertido.

- Hum?

- Nunca na minha vida pensei que um dia seria mãe e avó.

-...

- Não me olhe com essa cara Shun. – O cavaleiro não entendeu nada. – Shun!

- Eu não sabia que você foi mãe ou é mãe...

- Não falo de filho vindo de mim. – Falou com um pouco de emoção. – Tenho vocês agora como filhos, entende. – Shun a fitou mais surpresa talvez precisasse fazer uma tomografia. – Eu fui mãe se precisar carregá-los e sou avó dos pequenos que chegam.

Foi a vez do cavaleiro de Andrômeda gargalhar e só parou quando não conseguiu mais respirar e ri ao mesmo tempo. Saori não entendeu tal reação do cavaleiro de bronze, pois ela tinha acabado de filosofar antes dele cair na gargalhada.

- Desculpa... Eu... – Respirou fundo o cavaleiro. – Nunca ia pensar que você seria avó tão jovem...

- Mas eu sinto isso. – Falou a Deusa.

- Saori tem certeza que Seiya não bateu muito forte.

- Shun. Shun. Shun.

-...

- No dia que você for pai você entenderá o que estou falando.

Shun foi deixado sozinho sem compreender o que a Deusa queria dizer com aquele maluco discurso sobre ser mãe e avó. Já Saori tinha aprendido e muito com os cavaleiros e com os filhos deles. O amor é incondicional. E é esse amor crescesse mais e mais gerando frutos belíssimos.

Ou então... Deixo as conclusões com os leitores.