Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 32
Capítulo 32 - Força?


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sumi. Por um longo tempo. Tempo demais!
Desculpem, não tenho uma desculpa boa. Além de que o Nyah não me andava atraindo muito, nem pra postar minhas fics. Coisa horrivel de ser dizer, porque tenho leitoras muito legais e fieis. Vou postar vários capítulos, ok?
Ah, escrevi vários capítulos. E pode ser que as coisas não façam muito sentido, não sei. Sempre tento deixar as coisas realistas, mas, sem querer, acabo estrapolando. Então, desculpem se vocês se decepcionarem e etc.



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Eu não queria entrar em casa. Queria simplesmente desabar no chão e sumir entre o asfalto. O sol começava a se por e eu sentia o calor do fim de tarde me sufocar. Eu sentia meus ombros rígidos e minha cabeça latejar. Eram coisas demais a absorver, coisas demais a lidar. Eu não me sentia forte o bastante.

Eu havia conversado com Pablo, tentando me manter firme e não demonstrar pânico. Eu sabia que ele estava assustado e perdido, então fiz de tudo para me manter tranquila, ou pelo menos, um pouco tranquila. Foi difícil. Ainda era difícil me manter tranquila e inteira. Seria mais um desafio no final das contas, entrar em casa e não desabar. Respirei fundo, entrando.

Cecília, Alexandre e minha mãe estavam na sala. Assistindo TV e rindo. Cecília e Alexandre estavam de mãos dadas, despreocupados e felizes. Um lindo casal feliz. Ver os dois juntos fez com que eu sentisse um baque no coração. Ainda era estranho. Fechei a porta, tentando não fazer barulho. Eles me olharam curiosos, vi nos olhos de minha mãe a bronca. Tentei passar por eles, mas minha mãe não deixou.

– Onde você estava, mocinha? – parei, encostada na parede.

– Aconteceu algo, Malu? – A voz de Alexandre era preocupada. Porque ele tinha que fazer essa pergunta? Eu estava tão bem, tão controlada. Agora sentia as lágrimas inundando os meus olhos.

– Eu estava no hospital. Estava com Pablo, ele e Igor sofreram um acidente. Me esqueci de ligar. – murmurei fracamente, virando o rosto na direção da minha mãe. Cecília me olhou alarmada e Alexandre veio até mim, segurando meu braço. Me soltei com desenvoltura.

– O que aconteceu com Igor? – Cecília disse, alto demais.

– Que diferença faz pra você? Você nunca se importou com ele, só com você. É a pessoa mais egoísta que conheço. Pra que quer saber? Não se importa. Está feliz agora, tendo alguém pra pisar em cima novamente. Então para de fingir que Igor faz alguma diferença na sua vida. Você sabe que nunca amou ele. Nunca. Só magoou a ele, magoou a mim.

Eu não deveria ter dito isso. Na verdade, nem filtrei as palavras. Elas simplesmente saíram, por impulso. Esperei Cecília gritar comigo, mas sua expressão ainda era preocupada. Transmitia pena. Me perguntei o quão mal eu estava. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. E a limpei rapidamente, como se ela machucasse.

– Malu, você sabe que eu me importo...

– Cala a boca, Cecília. Mas se quer mesmo saber, liga pro Pablo que ele explica. – Subi rapidamente para o meu quarto, sem me incomodar em trancar a porta. Me sentei na cama, sentindo minha cabeça rodar. Então... Comecei a chorar. Me sentindo estúpida, me sentindo burra, me sentindo abandonada. Me sentindo péssima. Terrivelmente péssima. Fiquei me afogando em minhas lágrimas e arrependimentos. Sem saber o que pensar ou sentir. Só estava em desespero.

Não ouvi a porta sendo aberta, só percebi que tinha alguém no quarto quando Alexandre me puxou para seu colo. Me fazendo deitar em seu peito. Ele afagou meus cabelos, sem dizer nada. Tentei me afastar, mas ele me prendeu firmemente.

– Por favor... me solta. – Eu disse, tentando me levantar.

– Não. Ainda sou seu melhor amigo, lembra?

– Não, você não é. –  resmunguei, procurando me soltar. – Quero ficar sozinha.

– Malu, você não quer ficar sozinha.

– Quero, eu quero.

– Sou seu melhor amigo, nunca vou te deixar sozinha. – sentei na cama, magoada, o olhando nos olhos.

– Claro que vai. Vai me deixar sozinha quando ela pedir. Igual todo mundo faz e sempre fez. Vai me deixar e satisfazer mais um capricho dela. É sempre assim sabia? Todos fazem isso e você também faz, sabe disso. Se você tivesse normal, você tinha falado comigo antes. Disse que eu sumi em suas mensagens, mas nunca vi, em nenhuma das vezes que eu estava aqui no meu quarto, você vir falar comigo. Você nem me procurou, só me deixou. Era mais conveniente para você aposto. Você não é o mesmo. E nem eu sou a mesma.

– Eu não sabia que você estava se sentindo assim, se eu soubesse... – Sua expressão estava abatida agora, isso não me comoveu.

– Teria feito diferente? Não quero sua pena. Acho melhor você voltar, pra Ceci. Antes que ela peça pra você me deixar de novo.

– Cecília não me pediu nada, ela não é má igual você a pinta...

– Cala a boca, Alexandre. Deixa de ser cego. Ela é nojenta. É minha irmã, mas é nojenta.

– Ela mudou.

– Ninguém muda tão rápido assim. É uma questão de caráter.

– Malu... – Ouvi uma voz na porta, Cecília estava parada e tinha os olhos vermelhos.

– Sai. Do. Meu. Quarto! – Ela me ignorou, sentando ao lado de Alexandre.

– Pablo me contou o que aconteceu, sinto muito...

– Não precisa fingir que sente muito. Você está feliz. Qual a minha importância no seu conto de fadas? Ou o que eu sinto ou passo? Cale a boca, Ceci. – arfei enquanto falava. Irritada em vê-la vivendo toda feliz, enquanto no final das contas eu sempre sorria. – Cansei de você. Não venha com esse olharzinho, tentando me convencer que está arrependida,que sente ou se importa. Ninguém, se importa. Saiam todos. Me deixem sozinha.

– Igor é importante pra mim. Afinal, eu namorei com ele.

– Namorou. Mas nunca o amou. O namoro foi só um status pra inflar seu ego e melhorar sua autoestima. As coisas só são boas quando você esta feliz. Sempre foi assim, até com o Igor. Não se preocupe com ele. Eu vou cuidar dele. Porque eu...eu o amo.

– O ama mesmo ele não se lembrando de você? Mesmo ele não amando mais você?

– Cecília! – Alexandre ralhou. Senti um nó se formar em minha garganta. Mas respondi, com a voz tremula e estranha:

– Ninguém ama de verdade esperando algo em troca. Eu amo, e eu o quero feliz. É a única coisa que importa. – olhei para os dois, sentindo ainda mais lágrimas nos olhos.– Saiam do meu quarto. Por favor.

Eles saíram, fechando a porta suavemente. Escorreguei pelo cão. Apertando o travesseiro. Um minuto de desespero, por favor. Disse a mim mesma que choraria um pouco e depois seria forte. Pra ajudar Igor. Porque ele precisa de mim.



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