Glowing escrita por LarSoares13


Capítulo 1
Prólogo




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Aquele quarto parecia encolher a cada lágrima que ela derramava, o peito doía a cada vez que ela tentava respirar, sem muito êxito. A falta de ar era o menor problema naquele momento, ela sentia seu coração contrair todas as vezes que se esforçava para abafar o choro. Quando se deu conta estava contorcendo-se em cima dos lençóis da cama, o rímel preto borrava os tecidos brancos, mas ela nem ao menos se importou. Minutos antes, um jantar de “família” se tornou um caos, talvez se alguém ali tivesse respeitado alguma regra e não tivesse ligado a televisão na hora da refeição, aquilo tudo poderia ter sido evitado. Agora Giulia apenas sentia-se enganada, iludida, ridícula em achar que contos de fadas acontecem com pessoas normais.

— Idiota, idiota. – a única coisa que sussurrava.

Ainda recordava de quando era apenas uma garotinha com sonhos maiores que si mesma, acreditando nas histórias de princesas que sua mãe contava antes de dormir. Triste mundo aquele o qual se guiava por sonhos infantis, para mais tarde ser banhados por decepções e novas perspectivas. Como ela sentia falta daquilo, decepções realmente não deviam fazer parte do “vivendo e aprendendo”. Porém, já era tarde demais para evitar decepções, ela não se sentia preparada para outra, não queria viver outra e não iria viver.

Aquele pensamento martelava em sua cabeça. Sempre pensou que seus sentimentos tomavam melhores decisões que sua lógica, mas eles estavam tão machucados e incapacitados de decidir. 

Para piorar, aquele aparelhinho dos infernos começa a tocar no volume máximo, maldito celular, toque idiota. Pensou em não atender, mas depois do terceiro toque, sem olhar o visor, atendeu.

— Alô? – perguntou com a voz grogue.

Então, ela pôde ouvir. Entrou em desespero, estava ardendo em raiva e deixou transparecê-las quando mais lágrimas quentes escorreram por sua bochecha. Sentiu uma pontada no peito, quase gritou de dor. Num ato de raiva, desligou, tirou a bateria e atirou o aparelho contra a parede.

— Eu quero morrer. – disse, se arrastando até a parede e encolhendo-se no canto.

Doía. Qualquer pessoa que entrasse naquele quarto sentiria a dor quase na mesma intensidade que ela sentia. Seus olhos nunca estiveram tão vermelhos, nunca tremeu tanto daquele jeito, não conseguia se por de pé e enquanto à respiração... não saberíamos se naquela hora ela respirava. Mas, ninguém sentiu sua dor, ninguém entrou naquele quarto, ninguém tinha um consolo à altura para entrar ali.

Doía tanto, que talvez aquela fosse sua hora de partir. Mas o show bis é feito de lágrimas, Sweet Heart.


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