The Perfect Kiss escrita por srt_Brightside


Capítulo 1
One;


Notas iniciais do capítulo

É uma short-fic que idealizei há algumas semanas, espero que gostem.
Boa leitura! (;



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The Perfect Kiss

“I stood there beside myself,

Thinking hard about the weather”

Os meus dias jamais estiveram tão entediantes, e àquilo estava conduzindo-me à beira de algum tipo de colapso nervoso, ao passo em que eu era estupidamente arrastado em razão ao declínio; E não havia nenhum acontecimento e nenhuma grandiosa revelação que me tirasse das audaciosas garras da rotina; Absolutamente nada que fizesse o mínimo de esforço para extrair-me daquele mártir cotidiano; Descobri-me, então, descomedidamente ansioso ao confiar que alguma coisa que eu sequer conhecia o significado, viesse a acontecer, como se houvesse algo de muito sinistro dentro de mim que estivesse a milésimos de segundo de explodir e finalmente manifestar-se; E por vezes impedi-me de gritar histericamente assim que me encontrava com essas consternações de ser alguém sozinho, vivendo a porra de uma vidinha miserável. “É, nós realmente temos de fazer algo em relação a isso, não é mesmo?”; Eu dizia isso a mim mesmo em alguma tentativa frustrada de consolar-me no tempo em que eu ainda estivesse com a minha cabeça aquém ao chuveiro, totalmente despido e adornado por algumas divisórias de vidro distorcido, com as gotículas d’água escorrendo feito cachoeira, e podia analisar o quão carente minha zona de prazer estava. O meu íntimo pedia-me carícias e eu sentia-me infinitamente aborrecido já que àquilo não me parecia de todo certo. Eu sempre fui um homem atípico e de boa aparência; Derme de pêssego, cabelos sedosos, lábios convidativos e tatuagens em toda a minha pouca constituição física; E é claro, além de ser muito bem entendido sexualmente falando. Eu deveria ser bom demais para ter-me em minhas próprias mãos, mas, de qualquer maneira, estranho ou não, àquilo também não poderia ser de todo errado, afinal de contas, eu estava sozinho, e sem alguma companheira para satisfazer-me. “Será que eu deveria ignorá-lo e aventurar-me esta noite?”; nariz retorcido, olhos atentos, e eu questionava a mim mesmo em tamanha indecisão; Eu realmente achava menos trabalhoso estimular-me, além de ser mais seguro, só que ainda sentia alguma vontade de sair e tentar fazer àquilo a dois; Imaginava sendo tão mais divertido! E então eu fiquei ali em pé ao lado de mim mesmo, pensando arduamente sobre o clima, a medida que àquelas gotas pequeninas d’água caíam e arrastavam junto à elas todas as minhas indecisões até o ralo. Entretanto, não durou muito, e algum tempo depois, subitamente alguém chamou-me ao telefone. Olhei-me uma última vez, e àquilo trouxe-me algum tipo de arrependimento e responsabilidade, afinal, tudo o que àquele pedacinho de mim tanto queria e necessitava com urgência era só de alguns estimules, e ainda assim recusei-o, negando alguns míseros instantes de divertimento a mim mesmo. O quão humilhante àquilo me foi? Imagino que a minha autoestima que já não era lá grande coisa deveria ter atingido o subsolo com tamanha rejeição, e se acaso ainda não havia chegado ao fundo do poço, estava bastante próximo de isso acontecer. O caso é que minha irritação só aumentava com a insistência do celular; A melodia escolhida para àquele contato em questão chamava-se Bullets, e já estava quase chegando ao seu final quando tomei alguma atitude e enrolei-me na toalha. Levei-me com certa relutância até o azucrinante telefone e atendi-o.

“Then came by a friend of mine

Suggested we go out together”

“- Quem é?” – interroguei àquele indivíduo livre de neurônios e quaisquer tipos de bom-senso, que além de decidir espontaneamente ligar-me às dez e quarenta e sete da noite, interrompendo, assim, àquele meu sagrado momento de brincadeira, fizera alguma questão de mostrar-se muito simpático por tê-lo feito.

“- Oi, Frankie, é Gerard quem está falando. Como vai?” – foi apenas isso o que ele respondeu, e revelou-se bastante feliz em dizê-lo.

“- Eu estava no banho...” – e foi assim que eu evitei dar continuidade àquela conversa traiçoeira e não devolvi-lhe à gentileza em questão numa tentativa de alguma forma demonstrar-lhe a sua inconveniência.

“- Oh, é mesmo? Então isso significa que está de saída?” – e ele fez-se de desentendido, ou então não havia mesmo atinado todo o meu descaso em relação à sua pessoa.

“- Sabe, Gerard, na realidade eu estava indo dormir.” – e àquela foi a minha segunda tentativa de mostrar-me desinteressado.

“- Mas é tão cedo ainda, e nós poderíamos fazer alguma coisa esta noite. O que você acha disso, hm?” – e, então, como se o destino estivesse zombando da minha face, eis que chega àquele meu amigo que há tempos eu não via ou falava, e convida-me para sairmos juntos;

“Then I knew it from the start:

This friend of mine would fall apart,

Pretending not to see his gun”

E eu sabia desde o começo: Este amigo meu iria fazer-se em pedaços e solicitar-me os ouvidos e ombros para que assim pudesse derramar-se sobre mim, alegando o quão insatisfeito está com a vida que vêm levando e estas coisas que as pessoas costumam fazer para conseguir um resquício quer que seja de atenção. Àquela ligação estava sendo em demasia tediosa, e a cada instante transcorrido sentia-me um pouco mais arrependimento de ter tido algum impulso apaixonado ao ter trocado números com aquele tal de Gerard Way, o qual, inclusive, também era irmão de algum ex-colega da faculdade. Mas eu tinha plenitude em certeza de que o sujeito que se dizia ser meu amigo mostrava-se bastante egoísta e displicente ao telefonar-me cheio de segundas e terceiras intenções, só que, e mesmo assim, a medida em que eu fazia alguma questão de dissimular não ver a sua arma, sujeitei-me àquele convite inesperado e disse:

“I said let's go out and have some fun”

“- Vamos sair e nos divertir um pouco.”

“I know you know,

We believe in a land of love”

E eu sei e você também sabe disso; Nós somos àqueles que ainda acreditam na terra do amor.

 “I know you know,

We believe in a land of love”




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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?