Ele caminhava às pressas em direção à sua sala, uma pasta de documentos na mão direita, os olhos fixos na cadeira vazia da recepção e os ouvidos atentos ao som do telefone que não parava de tocar.

- Tsc.

Sua assistente sofrera um acidente e ficaria afastada por um longo período. Vinha fazendo uma busca ativa dentro da empresa procurando alguém para assumir o cargo temporariamente, contudo as pessoas que lhe foram indicadas não estavam dentro de suas expectativas. Seu irmão não tomara partido nas entrevistas, o que ele decidisse estaria perfeito já que o mais jovem trabalhava praticamente sem auxiliar.

A sala estava na mais perfeita ordem, alguém tinha estado ali e ajeitado as coisas. Deixou a pasta sobre a mesa e atendeu o maldito telefone.

- Sea Commerce, Bom dia. – era uma situação detestável. Precisava de alguém qualificado urgente. Um vulto na porta chamou-lhe a atenção. – É ele, quem está falando. – fez sinal para que Naruto entrasse. – Vou ver minha agenda e retorno a ligação. – anotou em um bloco de recados e despediu-se.

- Ainda não encontrou um assistente? – Naruto se aproximou.

- Infelizmente não. Fique por aqui e atenda minhas ligações. – Itachi vasculhou alguns papéis dentro de sua pasta e retirou várias folhas.

- Nem pensar. – Naruto encostou o quadril na borda da mesa e cruzou os braços. – Se você não fosse tão exigente não estaria tão atolado.

- Preciso de uma pessoa bem qualificada e bilíngüe. – ajeitou o terno e os cabelos. – Não encontrei ninguém entre nossos funcionários com tantas habilidades.

- Talvez eu conheça alguém assim, mas ela não trabalha aqui.

- Sei...

Naruto ficou mudo esperando que Itachi manifestasse interesse. O silêncio se prolongou até que o moreno explodiu.

- Fale de uma vez.

- Sakura é minha amiga e trabalha em uma pequena empresa de amigos que temos em comum. Ela é secretária executiva, fala inglês e espanhol fluentemente, é especializada em organização e método e é extremamente inteligente.

Itachi arqueou uma sobrancelha.

- Mas ela trabalha.

- De fato, mas não desempenha funções para qual ela estudou. Ela está nesse emprego mais por amizade do que por qualquer outra coisa, inclusive Tsunade vive pedindo que ela procure um emprego melhor.

- Caso ela se interesse pela vaga, diga que venha amanhã pela manhã para uma entrevista.  – Naruto franziu o cenho. – Tenho pressa. Preciso ir. – colocou os papéis em um envelope, ignorou o telefone e se retirou.

Naruto saiu logo em seguida indo direto para sua sala contatar a amiga, certamente ela iria se recusar, mas ele era persistente e a convenceria. Sakura era sua amiga de longa data, mas a correria do dia a dia não permitia que se vissem com freqüência. Era uma ótima oportunidade para se reaproximarem.

...

Sakura estava furiosa com Naruto. Depois de rejeitar o convite para uma entrevista de emprego na Sea Commerce, ele fez uma cena com Tsunade obrigando-a a voltar atrás, mas ele ia ter o troco. – pensou enquanto penteava os cabelos com mais força do que o necessário. Passou um batom cor de boca e delineou os olhos. - Vestida com um tailleur verde composto de saia bem justa, blusa de manga ¾, cinto grosso demarcando a cintura e sapatos de salto, sua figura aparentava seriedade e sofisticação apesar do cabelo cor de rosa. Demônios!

- Por que eu não tenho um cabelo normal? – Sakura se encarou no espelho com seus grandes olhos cor de jade. Era bonita, mas de um jeito não convencional. Seu aspecto era bastante juvenil, inclusive por causa da cor extravagante dos cabelos.

Com uma bolsa executiva na mão, saiu de casa e permaneceu na calçada esperando o loiro idiota que se comprometeu em acompanhá-la. Se o Uzumaki não fosse seu amigo mais chegado, não iria comparecer a entrevista mesmo que a oportunidade fosse ótima. E era.

O loiro estacionou e sorriu satisfeito. Ela estava linda!

- Nossa! – saiu do carro e abriu a porta para ela. – Você está demais!

- Humpf! – Sakura virou a cara, mas seu ego inflou com um balão. – Nem adianta me agradar. Estou te odiando neste momento.

- Credo, Sakura-chan. – deu seta e voltou ao tráfego. – Eu só quero seu bem. Como você pode ser tão má comigo?

- Não gosto de ser pressionada e você fez isso. – Sakura ligou o rádio. – Vai me pagar.

- Quando você quiser. – ele sorriu enigmático e Sakura soube que havia duplo sentido em suas palavras.

Era melhor ficar quieta.

...

A Sea Commerce ocupava um andar inteiro de um edifício comercial de frente para o porto, impressionava pela sofisticação, praticidade ambiental e a vista era impressionante. Sakura estava tão fascinada que não reparara nos olhares curiosos e interessados das pessoas. Após saírem do elevador seguiram pelo corredor e pararam em frente a uma porta larga de madeira. Naruto bateu e aguardou.

- Esta ala é ocupada pelos diretores. – Naruto bateu à porta novamente. – Esta é a sala Itachi. – abriu a porta, mas não havia ninguém. – Que pelo jeito ainda não chegou.

- Não tem problema. – o telefone tocou. Os dois jovens encararam a recepção. – Poço atender?

Naruto sorriu.

- Vá em frente.

Sakura sentou-se e tirou o fone do gancho.

- Sea Commerce... Ele não está, quer deixar um recado? – fuçou a primeira gaveta à procura de lápis e papel e anotou rapidamente. – Eu transmitirei não se preocupe. Bom dia.

O telefone voltou a tocar assim que foi colocado no gancho. Naruto iniciou um protesto, contudo, Sakura pediu um minuto.

- Quer ficar na minha sala aguardando? – o loiro perguntou assim que ela ficou livre. – Será melhor.

- O Srº Uchiha ficará irritado se eu permanecer aqui atendendo as ligações?

- Tenho certeza que não.

- E você? - Sakura deixou a pasta no chão embaixo do balcão e riu ao ver a cara de desolação do amigo. – Eu prefiro permanecer ocupada.

- Tudo bem. Tenho algumas coisas para resolver, mas se precisar de mim é só chamar. – Naruto entrou na última sala do corredor deixando a porta aberta. – Me chame se precisar.

- Pode deixar.

Sakura passou duas horas anotando recados, confraternizando com Naruto e os outros funcionários que por ali passaram. Deixou os recados arrumados em ordem de importância e foi ao toalete se ajeitar.

Itachi esperava encontrar Naruto e a pessoa que ele indicara lhe aguardando. Talvez ela não tivesse aceitado o convite. Atravessou a sala deixando a porta aberta, tirou o paletó e dobrou as mangas da camisa. Estava com sede e calor, precisava beber água e foi à copa. Seus ouvidos captaram o barulho de sapatos tocando o assoalho. Virou-se e por um instante seus pensamentos tornaram-se híbridos. Trabalho e prazer se misturaram num passe de mágica. A mulher que vinha em sentido contrário era tão charmosa, diferente, que ele ficou alguns segundos sem reação. A moça sorriu e desejou um bom dia sussurrado levando-o a pensar em... gemidos e nudez?!

Inevitavelmente olhou para trás. Ela era sexy para não dizer gostosa. Bebeu água numa velocidade impressionante e voltou à recepção cheio de esperança. Ela estava lá. – sorriu discretamente. - Naruto também. Ótimo! – se aproximou sem tirar os olhos da moça de cabelo rosa e esperou que Naruto cumprisse as formalidades.

- Olá Itachi. – Naruto sentiu o clima logo de cara e sorriu. Sakura sempre despertava o interesse masculino. Resolveu prolongar a agonia. – Faz tempo que está aqui?

- Acabei de chegar. – Itachi enfiou as mãos nos bolsos da calça tentando não parecer tão ansioso. Não conseguia desviar os olhos dela. Meu deus! Estava sendo muito atrevido, mas ela era linda.

Naruto anuiu e sorriu pretensioso.

Itachi fuzilou o maldito com o olhar. Tirou as mãos do bolso e resolveu blefar fingindo ir para sua sala. Tragou um sorriso de vitória ao ouvir a voz do amigo.

- Itachi, esta Hanuro Sakura. – esperou que ele se aproximasse. – A pessoa de quem eu falei. Sakura, este é Uchiha Itachi.

- Muito prazer Senhor Uchiha. – Sakura estendeu a mão.

- O prazer é meu Sakura. – segurou a mão dela com delonga e a viu corar. – Vamos entrar e conversar um pouco.

Levemente constrangida, Sakura o seguiu e se sentou na cadeira que ele ofereceu.

- Tomei a liberdade de atender suas ligações. – estendeu as anotações entregando-o.

Itachi olhou rapidamente os recados constatando a classificação em ordem de importância. Ela era eficiente.

- Obrigado!

Passaram uma hora discutindo os termos do contrato e as atribuições do cargo. Itachi a apresentou a todos os funcionários e quase não pode conter a ira ao perceber os olhares luxuriosos sobre ela. Naruto a levou para almoçar e Itachi estranhamente experimentou um sentimento de perda. O pior era ficar fora o resto da tarde, só a veria no dia seguinte.

Sakura passou uma noite inquietante. Seu novo chefe era lindo, com uma voz quente, viciante e um olhar tão abrasador que a deixava em um estado deprimente. – virou-se de lado e encarou as luzes da rua. – Não era possível que um gato daquele prestasse atenção nela. Ah meu deus! – fechou os olhos e respirou profundamente. - Passara o dia com o sorriso dele na memória.

Itachi cancelou todos os compromissos só para ficar o dia todo na empresa com a desculpa de treinar Sakura. Ela estava de tailleur azul e os cabelos presos. Perfeita!

Com as mãos nos bolsos se aproximou há uma distância perigosa. Sakura sentiu um arrepio gostoso e tentou disfarçar. Seu olhar procurou o dele e suas bochechas tornaram-se rosadas ao ver aquele ar insinuante que seu novo chefe lhe dispensava.

- Terça-feira tenho um almoço executivo e gostaria que você me acompanhasse.

- E-eu?! – mais encabulada do que antes, Sakura não sabia se estava espantada ou excitada. A voz dele parecia uma carícia.

- É minha assistente. – Itachi piscou. – Precisarei de ajuda.

- M-mas...

- Não se preocupe. – Itachi se apoiou no armário de arquivo. – É um encontro informal, mas quero que preste bastante atenção e anote o máximo de informações que puder.

Sakura quase não ouvia o que ele falava. Ele era terrivelmente encantador e a proximidade a atraia como um imã. O moreno possuía cabelos longos sempre amarrados e usava ternos esportes. Era de dar água na boca.

Itachi percebeu seu devaneio e sorriu satisfeito. Voltou para sua cadeira e fez algumas anotações enquanto a observava trabalhar. Ela era muito agradável e de uma inocência fascinante. Talvez estivesse avançando muito rápido, porém desejava tocá-la e ver aqueles olhos mais de perto. Nunca antes sentira uma atração tão ardente e queria satisfazer-se o mais rápido possível.

No final da tarde, Itachi ajustou seu tempo para que os dois saíssem juntos. No elevador, ele a guiou permitindo que ela entrasse primeiro e sentiu a tensão que desprendia dela. Sakura apertou o botão do térreo e Itachi o da garagem.

- Eu levo você Sakura.

- Não precisa se incomodar Senhor Uchiha. – Sakura queria ter o poder de teletransportar.

- Por favor, me dê esse prazer.

Com a face em chamas pelas obscenidades que lhe povoaram a mente, Sakura concordou silenciosamente e Itachi soube que ela desejava o mesmo que ele. Pouco mais de um dia de convívio e os dois só pensavam em tirar a roupa um do outro.

Sakura estava assustada com a sucessão de pensamentos lascivos que vinha se avolumando desde o dia anterior. Sempre fora tranqüila em relação ao sexo, mas no momento que Itachi colocara aqueles olhos negros pervertidos sobre ela, seus pensamentos turvaram-se de erotismo.

Conversaram trivialidades durante o trajeto. Itachi queria-a relaxada e estava conseguindo. Ao chegar a casa dela, ele com todo galanteio abriu a porta do carro e toda tensão que havia ficado para trás voltou como um peso morto sobre ela. Ele a acompanhou até a porta.

- Boa noite Sr. Uchiha e muito obrigada pela carona. – queria correr para longe dele. Já imaginava e desejava o que iria acontecer e se sentia envergonhada por isso.

Itachi a encarou sem dizer uma palavra e como um predador que espreita sua presa esperando que ela se renda por vontade própria, sustentou o olhar até que a viu suspirar.

- Isso não é certo Sr. Uchiha. – com voz trêmula, Sakura tentou convencer a si mesma.

Itachi adentrou os cabelos róseos com as mãos e a puxou para mais perto.

- É muito certo Sakura. – beijou-lhe a testa e foi descendo pelas têmporas. – Me chame de Itachi. – sua voz ficava cada vez mais carregada de paixão. – O desejo entre um homem e uma mulher é tão natural quanto respirar. – torturava-a com beijos pelo rosto e entorno da boca. Sakura ofegava. Ele encarou aqueles olhos carregados de pânico e pensou em abraçá-la até que se sentisse segura, mas havia uma necessidade mais urgente. – Eu quero te beijar. – e sem esperar, mergulhou a língua no calor úmido e adocicado daquela boca irresistível.

Loucura!

A única coisa que Sakura conseguia pensar naquele momento era na loucura daquela situação. Eles tinham acabado de se conhecer. Itachi era seu empregador e ela queria arrancar a roupa dele.

Itachi a apertou contra seu corpo excitado, Sakura devolvia-lhe o beijo com mais intensidade do que ele esperava. O desejo que vinha experimentando nas últimas 24h se intensificou e o fez retroceder, mas sem se separar dela.

Sakura abriu os olhos.

- Não podemos fazer mais isso Itachi. – sua voz estava embargada pelo desespero e pela frustração. – É melhor que eu não vá trabalhar para o Senhor.

- Não se atreva a me deixar sozinho. – Itachi estanhou suas próprias palavras, mas não deixaria Sakura fugir dele. – Nós seremos mais sensatos.

Sakura concordou aliviada.

- Mas isso não quer dizer que não iremos repetir esse momento Sakura. – afagou-lhe rosto. – Pense em mim. – beijou-lhe rapidamente e partiu.

Sakura não sabia se sentia raiva ou alegria. Os sentimentos se confundiam em seu interior e o certo e errado já não estavam mais claros. – entrou em casa cabisbaixa e jogou a bolsa no sofá. – Talvez fosse melhor abandonar aquela empresa antes que as coisas tomassem proporções desastrosas.

Itachi experimentou o medo.

Medo de não encontrá-la, mas ela estava lá com seu cabelo solto e a tensão estampada no rosto. Tão concentrada estava em sua tarefa que não se dera conta de sua chegada.

- Quem é aquela?

Seu irmão o questionou assim que saíram do elevador.

- É nossa assistente. – ele abriu a porta e só então ela dedicara sua atenção a eles.

Quando Sakura viu aqueles dois homens entrando pela porta, seus batimentos cardíacos dispararam e uma grande agitação a invadiu. Eles eram tão bonitos e havia neles puro magnetismo sexual. – nervosa e envergonhada, Sakura levantou-se, ajeitou a saia para ocupar as mãos trêmulas. Seu olhar expressava incredulidade.

- Bom dia Sakura. – Itachi disfarçou o sorriso para não deixá-la mais assustada. – Esse é meu irmão Uchiha Sasuke.

- Bom dia Sr. Uchiha. – com um pouco mais que um sussurro, Sakura cumprimentou o mais moço. Sentia-se pressionada e desejava desviar o olhar.

- Oi. – Sasuke respondeu secamente e franziu o cenho. A mulher parecia a ponto de sair correndo. Virou-se para o irmão. – Vou para minha sala.

Itachi consentiu e pediu que Sakura o acompanhasse até a sala dele. Ao atravessarem o umbral, Itachi depositou a pasta que vinha trazendo na cadeira mais próxima.

- Tenho dois recados para o Senhor.

Ele a encarou por uns segundos. Dane-se a ética e os bons costumes. Precisava tocá-la.

- Isso pode esperar. – fechou a porta, pressionou a mulher contra a madeira e a beijou ignorando totalmente seu olhar de pânico.

Sakura já não tinha mais forças contra a atração que sentia por ele. Aceitou o beijo com um suspiro de rendição e suas mãos vagaram pelos cabelos longos, braços e costas.

Itachi abandonou os lábios que o enlouqueciam e desceu os beijos pela garganta e colo. Abriu dois botões da blusa e lambeu o vale dos seios. Ela estava tão perfumada, era muito sensível aos seus toques e tinha o gosto do desejo.

- Linda! – provocou um pouco mais e riu ao ouvir um murmúrio. – Você é linda Sakura e foi feita para mim. – ele ergueu os olhos e a encarou.

E para o Sasuke também...

Sakura se separou dele como se tivesse caído no fogo. Virou-se de costas, fechou a blusa e ajeitou os cabelos. De onde viera aquele pensamento? E por que a fantasia ganhava força a cada segundo? Será que estava se tornando promíscua? – pousou a mão fechada sobre o peito tentando controlar a confusão do corpo e da mente.

- Sakura...

- E vou embora Sr. Uchiha.

Itachi a segurou.

- Não faça isso.

- É loucura eu continuar aqui. Nós não devemos nos relacionar. – a afirmação dizia respeito do estranho desejo que estava sentindo pelos dois irmãos e não pela relação unilateral. – Tudo isso é muito complicado.

- Então fique mais uns dias. Amanhã vou precisar de você, lembra-se?

Sakura anuiu com doçura e manteve-se calada. Mais um dia ou dois e sua saúde mental estaria comprometida, por que mesmo assustada, as imagens que se avolumavam em sua imaginação elevava sua libido de maneira surpreendente. – Pedindo licença se retirou da sala e voltou aos seus afazeres ocupando-se o máximo possível. Itachi passaria o restante do dia fora e Sasuke já dera provas de sua autossuficiência, pois não a chamara nenhuma vez sequer.

No meio da tarde, Sakura fez uma pausa para um café. Dentro da copa sentada de costas para a porta, não percebera que havia outra pessoa no ambiente.

Ela era bem bonita afinal. – tinha de admitir. Com toda naturalidade foi até o bebedouro e pegou água.

Sakura olhou de esguelha para o homem e não pôde deixar de notar como ele tinha um ar poderoso. Estava de costas para ela e seus olhos vagaram pelo corpo dele. Era um homem muito atraente. – se ajeitou na cadeira constrangida. - Estava perdendo o juízo.

Ele se virou, apoiou as nádegas na borda da pia e descansou os olhos sobre ela com ar de curiosidade.

Sakura se ajeitou novamente.

Ele riu.

- Então Sakura, como veio parar aqui?

- Foi o Naruto que me indicou.

- Então você é a Sakura que ele tanto fala.

- Naruto é muito gentil. – sorriu suavemente.

A curiosidade de Sasuke aumentou mais. Sakura tinha uma expressão corporal muito forte, certamente tinha uma natureza apaixonada. Interessante!

- Eu não disse se fala bem ou mal.

- Ah! – as bochechas tingiram levemente e ela desviou olhar.

Sasuke sorriu, deixou o copo na pia, caminhou até ela e se curvou até altura de sua orelha.

- Ele só fala bem e eu estou começando a entender o porquê. – ele a provocou com aquela voz sedutora e a viu arrepiar. Esperou que ela se virasse, mas Sakura permaneceu imóvel e com a respiração arfante. – Até mais S-a-k-u-r-a. – roçou os lábios na orelha feminina e se afastou com um sorriso zombador.

O-que-foi-isso?

A pergunta que piscava como um letreiro luminoso na cabeça da jovem. – apoio os cotovelos na mesa e descansou o rosto nas mãos. Aquela situação era surreal. Ou os dois estavam brincando com ela ou ela estava vendo coisas onde não existia. – permaneceu mais uns minutos ali buscando uma explicação lógica para o que estava acontecendo com ela e dentro dela. Por que os Uchihas tinham que ser tão, tão...

Na manhã seguinte quando Itachi chegou à empresa a primeira coisa que notou foi o cansaço no rosto de Sakura. Ela estava muito elegante, mas seu olhar estava distante, parecia infeliz.

- Sakura venha à minha sala.

- Sim senhor.

Assim que entraram, ele fechou a porta e a segurou delicadamente pelo braço.

- O que você tem querida?

A garganta de Sakura deu um nó. Mal dormira à noite, estava cansada, confusa e com vontade de chorar. Seus olhos se encheram de lágrimas.

Itachi a abraçou e a embalou.

- O que foi? – ele a encarou sensibilizado e acariciou seu rosto. – Qual é o problema?

- E-eu não posso trabalhar para vocês. – Sakura repousou a cabeça no peito dele. – Eu preciso ir embora daqui.

- Isso de novo?! – ele ergueu o rosto dela. Sakura parecia arrasada. – O que está acontecendo? Alguém te aborreceu?

Ela se afastou dele.

- Você não entenderia, nem mesmo eu entendo. – olhou para ele com o semblante de autopiedade. – Eu ficarei até o final da semana e o Senhor não precisa me pagar. Com licença. – saiu sem perceber o olhar sombrio de Itachi.

Ele refletiu por um momento, não a deixaria sair de sua vida. – sorriu para si mesmo. – Estava se tornando dependente dela. Em tão pouco tempo e já experimentava a paixão. A voz de Sasuke cumprimentando Sakura o fez despertar e observar a cena, ela parecia ainda mais destruída ao responder a saudação.

Sasuke percebeu a melancolia de Sakura e se viu intrigado. Ela parecia tão fragilizada que suprimiu o desejo de provocá-la. Estava linda, na verdade ela era linda mesmo com toda aquela consternação estampada no rosto. – olhou para seu irmão e o cumprimentou com aceno de cabeça indo para sua sala logo em seguida. - Seu trabalho naquela manhã rendera pouco, pois Sakura se esgueirava em seus pensamentos de tempos em tempos.

Itachi também estava inquieto, mas só poderia conversar com a moça do cabelo cor de rosa mais tarde, não via a hora daquele maldito almoço terminar. Sakura estava ao seu lado, mas isso não impedia os olhares famintos sobre ela. Era enervante. – se curvou de modo que seu rosto ficasse bem próximo ao ouvido dela para perguntar se estava tudo bem deixando no ar certo grau de intimidade entre eles.

Sakura assentiu e sorriu de uma maneira que seu rosto se iluminou deixando Itachi com os olhos fixos nela. O interlúdio se desfez quando envergonhada, Sakura desviou o olhar e só então Itachi se deu conta que estavam sendo observados. Maldita hora para ter platéia.

Nos dias que se seguiram, Sakura fez malabarismos para evitar os dois irmãos mantendo as relações estritamente profissionais e usando Naruto como ponto de fuga. A semana já se findava e era seu último dia de trabalho. Seu coração estava pesado, pois apesar de lutar contra o desejo, ela queria os dois. Itachi e Sasuke eram partes que se completavam pelo menos para ela enquanto mulher, como um relacionamento desse tipo não era possível a melhor solução era se afastar de uma vez. Ela estava apaixonada pelos dois.

O telefone tocou despertando-a de seus devaneios. Sasuke a chamava.

- Feche a porta, por favor. – Sasuke pediu assim que ela apareceu em seu campo de visão. – Sente-se aqui. – indicou o lugar próximo a ele no sofá.

Sakura obedeceu, mas seu corpo parecia bombardeado por pequenas descargas elétricas. Era sempre uma intensa experiência fisiológica estar muito próxima a eles. Sentou-se e permaneceu quieta olhando para as mãos em seu colo.

Sasuke fixou os olhos nela. Que mulher teimosa! Ela não queria trabalhar mais na empresa e estava fugindo dele como o diabo foge da cruz. – segurou uma pequena mexa do cabelo rosa e enrolou no dedo, acariciou o rosto que vivia em seus pensamentos nos últimos dias, ergueu-lhe o rosto e a beijou delicadamente nos lábios várias vezes até que ela se rendeu e o beijou de volta com tanta intensidade que o surpreendeu. Quando deram por si estavam deitados no sofá.

Sakura se levantou e ajeitou as roupas.

- É melhor eu ir

Sasuke concordou embora quisesse conversar com ela. Deixou que ela saísse por que precisava se recompor.

Sakura se foi e Itachi queria ir atrás dela, porém sabia que ela precisava ficar sozinha. Nos dia que se seguiram, trabalhava com um autômato. Havia uma nova assistente, mas ele mal notara a presença da pessoa e passava muitas horas em atividade externa. A única coisa que lhe chamara a atenção era que seu irmão estava cada vez mais recluso e monossílabo. – ele fez uma careta. – Os dois deviam estar insuportáveis.

- Sasuke? – bateu à porta do quarto e ouviu o convite para entrar. – Posso trocar umas palavras com você. – o viu fechar o livro que estava lendo.

- Seja breve.

- O que há de errado?

- Nada.

- Você está intolerável.

- Você também não fica atrás.

- Tenho meus motivos.

- Hn.

- Sasuke...

- Vai embora. – abriu o livro novamente encerrando a conversa.

Itachi resolveu tomar um banho e sair para espairecer. Seus dias não estavam sendo bons e sempre pioravam à noite quando o desejo o assolava. Ela não atendia suas ligações e muito menos as retornava. Era hora de dar um basta. Arrumou-se rapidamente e encontrou seu irmão na sala.

- Vai sair? – Sasuke não resistiu em perguntar.

- Vou resolver minha vida.

- Sei.

Sakura assustou-se ao ouvir as batidas urgentes na porta. Não esperava ninguém e com muita cautela foi abri-la.

- Itachi, o que faz aqui?

Ele entrou sem esperar convite, trancou a porta e a agarrou como se tivesse passado uma eternidade longe dela.

- Me tire dessa agonia Sakura. – em total agonia começou a beijá-la freneticamente. – Depois conversamos.

Sakura experimentou a euforia e a excitação explodirem como fogos de artifício. Itachi estava ali e tão necessitado dela quanto ela dele. Será que Sasuke também queria o mesmo. – não conseguiu evitar o pensamento, mas não importava. – Ela estava feliz com aquele momento.

Itachi a pegou pelas nádegas e lhe ofereceu o colo.

- Onde é o quarto?

- Primeira porta à esquerda. – disse ela entre beijos e ofegos. O calor ascendia dentro dela influindo em todas as suas terminações nervosas.

Fizeram amor rápido e explosivo, depois lento e apaixonado e ela queria mais. Queria a outra parte que faltava.

- Itachi? – Sakura estava deitada no sofá com o dorso apoiado no peito de seu amante. – Eu preciso te dizer algo muito sério. – ela ergue-se e o encarou.

Itachi a fitou no rosto e assentiu encorajando-a a continuar.

- Eu tenho uma necessidade. – o viu erguer uma sobrancelha e suspirou. – Uma necessidade incomum que me trouxe sofrimento até eu compreender que não havia como evitá-la. – fez uma pausa tentando ler qualquer expressão no rosto dele.

- Prossiga.

Ela suspirou e suspirou, seu rosto se tingiu de vermelho e esquentou. Não era tão fácil externalizar o que estava sentido.

- Eu estou apaixonada. – ela o viu sorrir. - Eu sei que parece estranho o que vou dizer, mas é isso que estou sentindo. – ela se levantou. – Não quero enganar ninguém e acredito que a melhor coisa a fazer é deixar claro o que quero e preciso. – se sentou ao lado dele novamente e pegou sua mão.

- Eu gosto muito de você Itachi. Faz pouco tempo que nos conhecemos, entretanto foi tempo suficiente para eu te querer demais.

- Porém...

Sakura suspirou novamente.

- Eu gosto do seu irmão também. – Itachi retirou a mão no mesmo instante. Ela permaneceu quieta e cabisbaixa esperando que ele a ofendesse ou saísse pela porta, mas ele também permaneceu ali apesar do clima tenso que pesava sobre eles.

- O que isso quer dizer Sakura?

Ela o encarou.

- Quer dizer que eu não consigo separar vocês dois. Quer dizer que quando penso em você penso nele também ou o contrário. Quer dizer que quero os dois na minha vida ao mesmo tempo. Quer dizer que quero amar e receber amor dos dois.

- É um querer muito ambicioso não?! – Itachi se levantou. – Sasuke sabe disso, concorda com isso?

- Eu não o vi mais desde que saí da empresa. Na verdade nem sei se ele sente algo por mim, mas não importa.

- Pode apostar que ele sente. – Itachi recordou o momento em que seu irmão conheceu Sakura, o desespero dela toda vez que ele estava tão perto e a pressa em se afastar deles. Tudo fazia sentido, até o mau humor de seu irmão. – E como pode dizer que isso não importa? Você disse que o pacote precisa estar completo. Se uma das partes não estiver de acordo não há relação possível.

Sakura ponderou suas palavras. Itachi estava certo. Depois de vencer o medo dos próprios sentimentos, depois de superar o próprio preconceito, ela estava pronta (ou quase pronta) para viver uma relação compartilhada.

- Você tem razão.

Itachi parecia querer saltar encima dela, seus olhos ganharam um fulgor cegante. Ele estava furioso.

- Eu preciso ir. - caminhou até a saída.

- Itachi...

Sasuke estreitou os olhos quando seu irmão entrou em casa. Ele estava horrível.

- Não vai me perguntar onde estive? – perguntou Itachi de maneira caustica.

- Não. – o viu depositar as chaves em um aparador.

- Pois deveria. – sentou-se ao lado do irmão no sofá, apoiou a cabeça no encosto e fechou os olhos.

Sasuke o ignorou.

- Pergunte!

- O que há com você?!

- Ah, ainda bem que perguntou. – Itachi se empertigou. – Passei a noite com a Sakura.

Sasuke uniu a sobrancelhas, entretanto não disse nada.

- Ela quer uma relação compartilhada. – Itachi o olhou de lado. – Você ouviu o que eu disse?

- Você está louco.

- E como não estaria. – ele se levantou. – A mulher por qual me apaixonei em menos de duas semanas quer ser compartilhada por nós dois.

O rosto de Sasuke passou da incredulidade para a cara mais porca do mundo.

- Nem ouse falar o que você está pensando.

Sasuke sorriu maroto.

- Pense um pouco Itachi. – Sasuke o seguiu até o quarto. – Eu quero aquela mulher e você também. – deitou negligentemente na cama do irmão. – Agora entendo o pânico que vi em seus olhos no último dia em que nos falamos. Ela estava assustada. – esperou que seu irmão absorvesse a informação. – Enfim, não me importa o que irá acontecer desde que eu possa estar com ela.

- Você acha que uma relação assim tem futuro?

- Quem sabe? – Sasuke se levantou. – Nós nunca passamos por isso antes, penso que ela também não. – foi até a porta e voltou-se para o irmão. - Se as coisas não derem certo pelo menos o sexo vai inesquecível. – gargalhou ao desviar do objeto que Itachi lançou em sua direção e foi para o seu quarto.

Itachi sentou-se em sua cama e fixou os olhos no assoalho. Será que as coisas eram tão simples como Sasuke dissera? O sexo era um fator muito atrativo, mas e depois? – apoiou o rosto nas pontas dos dedos, fechou os olhos e respirou fundo. Sakura disse que era os dois ou nada. Ele a queria mais agora do que antes. Fazê-la feliz estava acima dos seus princípios morais. Ele também tinha uma necessidade.

- Eu vou vê-la. Onde ela mora? – Sasuke estava parado à porta.

- Não vou jogá-la nos seus braços. – Itachi riu a ver a cara de escárnio do irmão. Sasuke estava se divertindo com tudo aquilo.

- Parece que vamos competir. – pegou o celular e aguardou completar a chamada. – Eu tenho umas cartas na manga. Naruto pode me dizer onde a Sakura mora? Entendi. Não é da sua conta. – desligou o aparelho. – Vou ver minha mulher.

Itachi rangeu os dentes.

- Nossa.

Sasuke dissimulou o sorriso e partiu. Em pouco tempo chegou ao seu destino com um sorriso de satisfação no rosto. Quando Sakura abriu-lhe a porta, uma emoção o invadiu.

- Você me tem em suas mãos Sakura. Quero você de qualquer jeito.

Sakura abaixou os olhos e refletiu por um instante, não esperava que Sasuke aparecesse ali muito menos que aceitasse a situação tal como era. Depois que Itachi fora embora refletira e chegara à conclusão que estava pedindo muito. Sua proposta fora grosseira e desavergonhada.

Sasuke a surpreendera.

Ela não sabia o que dizer e estava morrendo de vergonha.

- Posso entrar?

- Cla-claro. – levantou o rosto e seu coração deu um salto. Sasuke ficava mais lindo sorrindo.

Sasuke se sentou no sofá e a observou em silêncio. Ela estava acanhada.

- Sakura venha aqui. – quando ela se aproximou e a fez sentar em seu colo. – Nosso relacionamento só vai dar certo se houver confiança e intimidade. Não precisa ter vergonha de nada, basta dizer.

- E-eu não sei como agir. – Sasuke massageou as falanges de suas mãos para relaxá-la.

- Seja apenas você. – acariciou o rosto corado, depois os cabelos. – Eu senti saudade. – passou o polegar pelo lábio inferior dela e a viu respirar fundo. – Me beija. – murmurou com voz sedosa. – Me mostra o quanto você me quer.

Sakura esqueceu a vergonha e mergulhou no vórtice de paixão. Beijaram-se até os lábios arderem. Sasuke abandonou os lábios para explorar outras partes, as roupas foram sumindo pouco a pouco. Não resistindo mais àquele jogo de sedução, Sakura se encaixou nele e atingiu o clímax. Sasuke a beijava e acariciava a todo o momento. Com seus dedos ágeis e suas palavras gentis, ensinou coisas novas esclarecendo sobre a relação que eles teriam dali para frente e que não haveria lugar para a vergonha.

Na semana que se seguiu, Itachi permaneceu à distância, mas sabia que seu irmão e Sakura se falavam diariamente. Ele queria vê-la. Na verdade, queria que ela o procurasse. – fez um careta. – Um desejo infantil de sua parte. Decidiu levá-la até sua casa no sábado que era o dia seguinte. Sasuke entrou em sua sala sem aviso prévio. Ele estava com um pouco de inveja do irmão.

- O que você quer? – era final da tarde de sexta.

- Sakura me ligou e disse que precisa falar com nós dois.

- Por que ela não ligou para mim?

- Talvez porque você é um idiota.

- Cale-se!

Sasuke mudou de assunto com a intenção de segurá-lo ali. Sakura queria vê-los no escritório o que deixou o irmão mais jovem intrigado. Para preservar a intimidade deles, Sasuke dispensou as pessoas sem muito alarde e desejou que Sakura tivesse um bom argumento para quebrar aquele clima que se assentara entre os três. Itachi estava sendo muito teimoso.

Sakura respirou fundo várias vezes enquanto subia. Ela tinha algo em mente, mas era muito ousado e não se julgava capaz de fazer. Ao chegar à porta reuniu coragem. Era tudo ou nada. – atravessou o corredor com suas sandálias de salto, o vestido justo cor verde musgo e os cabelos soltos. – suas mãos estavam suando. Fez um careta e ajeitou o vestido. – Exagerara no perfume. – bateu na porta de Itachi, queria vê-lo primeiro.

Sasuke a olhou de cima a baixo e um sorriso perverso se abriu em sua boca. Ela veio dar início às suas fantasias.

- Entre.

Sakura mordeu o lábio indecisa e encarou Itachi. Ele estava com os olhos fixos nela. Ela adentrou a sala.

- Como vai Sakura? – ela estava linda, apetitosa. Itachi quase sorriu.

- Não tão bem quanto eu gostaria.

Sasuke riu e se sentou no sofá.

- Sinto muito por isso. – mas na verdade não sentia. Viver aquela relação proposta por Sakura tomava novas perspectivas ao ver como ela combinava com os eles. Ver seu irmão tão encantado também era gratificante. Ele estava louco por ela.

Sakura se aproximou dele. Suas pernas estavam tremendo tanto que não sabia por quanto tempo conseguiria permanecer de pé. – sentou-se na mesa de frente para Itachi. – Seus olhos se encontraram.

- Você é um menino muito mau. – fez um esforço sobrenatural para sua voz ficar firme. – Vou ter que te castigar.

Itachi ergue uma sobrancelha e ouviu a risada de Sasuke.

- Acho melhor você trancar a porta Sasuke.

- Só morto eu saio daqui.

- Tsc. – Itachi fez menção de levantar, mas Sakura o impediu com o pé.

- Sasuke-kun. – vez uma voz tão manhosa que surpreendeu os dois. – Pode fechar a porta, por favor.

Itachi sorriu vitorioso.

- Mulher mandona. – Sasuke murmurou e atendeu seu pedido. – Vou querer uma compensação depois.

- Faço o que você quiser.

Que sorriu foi Sasuke.

- E você Itachi. – Sakura começou a abrir o vestido. – Vai ter o que merece por me deixar em agonia. – sua lingerie era romântica e delicada.

Itachi ficou de pé, seu corpo pulsava intensamente e suas mãos ansiavam por tocá-la.

Sakura se afastou antes que ele a alcançasse e foi até o meio da sala. Sasuke que já havia retornado lançou a camisa longe e se aproximou dela por trás. Os dois iniciaram uma troca de suaves carícias. Sasuke a beijava nos ombros e nuca enquanto suas mãos vagavam por dentro das peças íntimas levando Sakura a se apoiar totalmente nele. Itachi assistia paralisado a cena mais erótica da sua vida. – seus lábios se abriram para liberar a respiração deficiente. – Ela tinha razão. Era tudo ou nada.

Sasuke queria dançar de alegria. Desde que soubera dos sentimentos de Sakura, a única coisa em que conseguia pensar era no ménage. A descarga de adrenalina foi tão intensa que nada iria superar aquela experiência. - Feiticeira! – sussurrou o moreno e subiu os beijos pela lateral do pescoço feminino capturando os lábios da rosada assim que ela os ofereceu.

Ele não suportava mais. - caminhou até ficar de frente para ela. Sakura abriu os olhos, suspendeu os beijos, mas sem parar de afagar seu delicioso torturador, seu corpo ansiava também pelos toques de Itachi, contudo ele tinha que dar o primeiro. Seus olhos enlevaram-se.

Sasuke olhou para seu irmão com ar de picardia ao passo que suas mãos passeavam pela doçura deliciosa do corpo Sakura.

- Se eu te tocar agora não haverá mais volta. – ele a fitava com tamanha intensidade que Sakura sentiu medo.

- É isso que quero. – acarinhou Sasuke. – Os dois. Eu quero ser de vocês.

Sasuke mordeu o lóbulo da orelha dela depois chupou para aliviar a dor. Sakura desceu as pestanas e gemeu baixo.

- Já chega! – disse Itachi entre dente, passou a mão pela cintura dela indo até a base da coluna lombar e puxou Sakura para perto. Seu corpo estava em chamas.

O irmão mais novo deu uma risada e acompanhou o movimento prendendo-a entre eles. Sakura se agarrou aos dois como pôde. Era um momento glorioso. Os toques, a paixão, os beijos voluptuosos.

Livrou Itachi da camisa e o tocou nos ombros, desceu as mãos suavemente pelo peito até o abdômen sentindo a musculatura contrair. – Sasuke mordeu-lhe o ombro e ela deu uma risadinha.

- O que foi? – o mais moço perguntou ao pé do ouvido sem parar de lamber ou acariciar cada pedacinho de carne perfumada.

- Todas as mulheres deviam ter uma oportunidade como essa.

- Obscena! – disse Sasuke carinhosamente.

- Eu amo vocês.

Os dois a lançaram num calor ainda mais úmido depois daquela declaração. Itachi e Sasuke não disseram nada, mas devolveram cada gota de sua paixão com carícias e cuidados. Fizeram amor louco e apaixonadamente sem pensar em tempo ou lugar. Sakura fora transportada para um universo onde só havia os movimentos impetuosos de seus corpos conectados pelo amor e o prazer absoluto.

- Eu tenho um presente para você. – Sasuke anunciou assim que chegaram a casa.

Depois de meses discutindo o assunto, naquele dia Sakura se tornara oficialmente a Sra. Uchiha. Itachi assumira o papel de marido enquanto Sasuke desfrutava do papel de amante voraz.

Itachi saiu do ambiente para dar liberdade ao seu irmão de se expressar. Existia um pacto silencioso para respeitar a necessidade individual de estar com Sakura.

- O que é? – eles foram até o meio da sala e ela o viu retirar uma pequena caixa de jóia do bolso.

- Para se lembrar que também pertence a mim. – abriu a caixa e retirou uma aliança idêntica à que ela estava usando. Inseriu no dedo onde havia a outra aliança e beijou sua mão. – Eu amo você.

Os olhos verdes brilharam de um modo diferente. Nunca fora tão feliz antes. – ela o abraçou e o beijou com carinho.

- Eu te amo primeiro.

- Eu devia mandar matá-los. – disse Itachi em tom acusador e abraçou sua mulher pela cintura. – Traição embaixo do meu teto e no dia do meu casamento? – beijou e beijou a boca risonha até Sasuke protestar. – Amo você ESPOSA.

- Eu também te amo. – Sakura afagou seus rostos. – Amo os dois. Vocês me fazem muito feliz. – selou um beijo em cada um.

- O nosso objetivo é a satisfação da cliente. – Sasuke sorriu de canto.

Um sorriso devasso cruzou os lábios femininos.

- Então me satisfaçam.

~ FIM ~