O Passado nunca Morre escrita por no-chan


Capítulo 8
Cap. 8 O pior cego é aquele que não quer ver


Notas iniciais do capítulo

Meninas!!! Meninas!!!!
Um anjinho me lembrou que hoje estamos fazendo aniversário! Olha só!!^^
Um ano de "O passado nunca morre".
- E você ainda não passou nem dos dez capítulos?! Meu deus!
Ok, consciência, ninguém precisa de você!!
hehehehehehhehe
Pois é. Sendo assim, resolvi fazer esse capítulo extra antes do tempo para dar de presente para vocês!!^^ Espero que gostem!
Boa Leitura!!



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Anteriormente...

– Está bom aí em cima, kaplan?

– Achei que vocês gostariam de saber. O depoimento da princesa Vasilissa terminou.

– Não confie nele ou pode ficar presa à algo muito perigoso.

– Pois pode começar a confiar, pois Ibrahim Mazur será meu acompanhante no jantar.

– Dois podem jogar esse jogo. Me aguarde, Ibrahim.



Janine Hathaway (Turquia - 19 anos antes)


Lá estava ele. Sentado no bar com suas roupas estranhas e um copo de whisky na mão. Um paletó impecável de listras, com detalhes que eu ainda tentava definir a cor, brincos e anéis de ouro a mostra e seu cachecol de caxemira. Tudo estava ali. Estranho e ameaçador. E ao mesmo tempo eu sentia meu corpo querendo guiar meus pés até ele como se a gravidade me puxasse.

Ele parecia pensativo ao olhar o fundo do copo e meu coração deu um salto quando pensei que ele talvez estivesse esperando por alguém. Mas ele está esperando alguém, sua tola. E esse alguém não é você!

Ignorando meus pensamentos, dei alguns passos a frente entrando no salão. Senti os olhares sobre mim quase da mesma forma como sentia a saia do vestido deslizar sobre as minhas coxas. Um vestido vermelho que mal se diferenciava com a cor dos meus cabelos soltos em ondas firmes e perfeitas que nem eu mesma estendia como poderiam ter ficado assim.

A sala pareceu calar-se por um segundo. Minha passagem até a mesa foi assistido por todos os presentes como se eu fosse uma noiva para o altar ou um criminoso a ser executado. Mas nada do que eles pensavam ali me importava. Não quando aqueles olhos negros finalmente fugiram do copo e paralisaram sobre mim. Não quando pude vê-los se arregalar enquanto sua boca abria em espanto. Não quando, naquele momento, só estávamos eu e Ibrahim no mundo.

Séculos poderiam ter passado. Strigois poderiam ter atacado. O mundo podia ter explodido e eu não teria percebido. A única coisa que eu pensava era em como ele estava belo ao caminhar até mim. Em como seu sorriso era sedutor quando me deu “boa noite”. E em como eu não podia lembrar onde tinha posto minha raiva.

– Não tenho palavras para expressar sua beleza essa noite, Jane. – murmurou ele oferecendo a mão em cortesia e logo sorriu divertido – Estaria seu temperamento longe o bastante para me conceder uma dança?

– Sua companhia é Vanessa, não eu. – disse, mas eu juro que não foi minha intenção quando as palavras saíram como um lamento.

– Não sei do que está falando. Minha noite é sua.

Não houve resposta de minha parte. Eu estava enfeitiçada. Seus olhos de buraco negro pareciam ter finalmente me sugado e meu corpo já não me pertencia. Vi minha própria mão segurar a sua em aceitação. Vi meus pés se mexerem junto aos dele até o centro do salão. Vi quando dançamos. E dançamos... e dançamos. O mundo passando vagamente. As conversas que eu não me lembro. E a noite terminando.

Não havia Vanessa. Não havia Pavel. Não havia o maldito Jonathan. Só havia Ele. Só havia suas mãos em minha cintura quando ele me puxou para mais perto. Só havia seus lábios em meu ouvido quando sussurrou pela milésima vez que eu estava linda. Só haviam os meus lábios que rumavam em direção aos dele sem hesitar.

– Tem certeza, kaplan? Não terá volta. – sua voz era rouca e desejosa e eu podia sentir seu hálito agridoce misturado com álcool a milímetros de minha boca. - Eu nunca vou deixá-la escapar se fizer isso.

Aquela ameaça não parecia falsa. Seus olhos brilhavam com um perigo iminente alertando para qualquer um se manter longe. A escolha era minha. Mas não se podia falar em escolha ali. Não quando eu deixei todo o meu bom senso de lado, quando joguei fora tudo que aprendi sobre responsabilidade, e rodeei seu pescoço beijando-o.

Naquele momento, eu senti tudo e ao mesmo tempo não senti nada! Foi como se eu nem conseguisse entender o que aquilo significava. Foi como se meu corpo estivesse suspenso no ar.

– Janine! – sua voz mais parecia um rugido.

Ele correspondeu o beijo com violência e seus braços me tiraram do chão com maestria, só para me deitar sobre uma cama que, por Deus, não me importava de onde tinha saído!

Seus dedos invadiram minha nuca enroscando-se nos meus cabelos com força me deixando quente e confusa. Geralmente eu guiava. O que eu estava fazendo agora? Podia sentir seu toque descer pela lateral do meu corpo fazendo me arquear contra seu peito. Queria tocá-lo. Livrá-lo daquelas roupas e tocar ele realmente. Eu podia sentir que ele escondia mais do que maus negócios. Eu queria saber mais do que ele queria mostrar.

Alheio a meus desejos, Ibrahim desceu os beijos para meu pescoço. Não havia medo, só expectativa, mas ele apenas o beijou. Nada de presas, nada de mordida. Apenas o mais delicioso dos beijos seguido por uma pressão dolorida que eu sabia que iria resultar num roxo com certeza!

– Ibrahim. Eu não uso cachecol como você. – disse e logo senti meu rosto queimar quando percebi que gemi.

Sua risada sombria ecoou contra meu pescoço e ele ergueu o olhar ainda mais negro de desejo. Ele segurou meu rosto com uma das mãos e aproximou os lábios do meu novamente.

– Que isso não seja um problema. Não vou deixar você fugir de mim tão cedo.

Antes que eu pudesse argumentar, sua boca tomou a minha novamente. Sua língua rapidamente dominando a minha enquanto seus dedos afastavam as alças do meu vestido com habilidade. Meu corpo ardia e suava com um desejo sem sentido! Minhas mãos se moviam sem eu ordenar e ao poucos eu jurava que meu corpo já não me pertencia. Era dele. Totalmente sobre o controle dele!

Esse corpo ansiava por mais. Eu ansiava por mais. E já estava cansada de agir tão passivamente. Eu sou Janine Hathaway! Acredite, passividade nunca fez parte do meu vocabulário! E não ia ser agora que eu aprenderia.

Como se lesse meus pensamentos, Ibrahim afastou o rosto erguendo a sobrancelha divertido bem a tempo de me ver segurando seu pulso e derrubando-o na cama com um golpe que derrotaria um strigoi. Eu o queria. Eu o queria agora e ele seria meu! Joguei meu corpo para cima mudando nossa posição e...

Caí no chão.

– Merda! – xinguei. Eu não sabia se estava xingando o chão, a vida ou... aquele maldito e miserável sonho! Um sonho? Um sonho?! Com o que diabos eu estava sonhando?!

Levantei com dificuldade me soltando do lençol que teimava em se amarrar nas minhas pernas. A blusa social que eu usara para dormir estava suada e grudada na pele e eu ainda ofegava abalada. Um sonho. Agora eu entendia porque nada fazia sentido. Nada! Nem aquele maldito sentimento.

“Janine!” Tapei os ouvidos quando sua voz ecoou em meus pensamentos. Inútil. “Não vou deixá-la fugir de mim tão cedo.”

Balancei a cabeça tentando afugentar qualquer lembrança, mas eu ainda estava pegando fogo. Eu precisava de um banho frio, e rápido! Olhei para o relógio incomodada e vi que ainda faltava tempo até o jantar. Dormir fora do horário definitivamente não havia sido uma boa ideia!

“Não tenho palavras para expressar sua beleza essa noite, Jane.”

– Arrrrg! Será possível!

Joguei os braços para o ar e peguei a toalha direto para o banheiro. Aquele vestido vermelho era tudo que eu não precisava! Nem aquele jantar. E muito menos, Ibrahim Mazur!





Continua...


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Notas finais do capítulo

Huhuhhuhuuh Ok sejam sinceras... Alguém achou que era real?
Hahahahahahhahaha
Eu pensei em colocar algo mais apimentado, mas... resolvi que esse momento chegará.^^
Brigadão por lerem meninas. Tá meio corrido por aqui, mas eu adoro escrever pra vocês!!!
Beijão e até a próxima!!



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