Angels Cry escrita por SnakeBite


Capítulo 40
Capítulo 40: Mal voltamos e...


Notas iniciais do capítulo

Só eu consigo tirar 3,2 em matemática? Ç.Ç



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  Senti meu coração levar um soco.

-To ligando pra caralho nenhum, sabe? A única coisa que eu quero na porra do mundo é você, porra, é difícil? E você, quem mandou ser linda, fofa e ter esse par de pernas que deixa até mulher maluca? Você entrou na fila duas vezes na hora de pegar beleza, e não deixou nada pra Carol.

  Quando ele em fim parou de falar, meus olhos fixos aos dele, um sorriso brotando em meus lábios, ele falou, agora sério, pousando a mão na minha nuca me encarando fixamente:

-Você, sua coisa sexy ambulante, não sabe como é difícil para um cara como eu me segurar do seu lado. Sua malvada.

-Liss, sério agora: nem em um milhão de anos eu iria ter beijado Carol. Tem idéia do que eu passei para poder ficar com você? Se eu fosse te usar, eu não teria me dado o trabalho. É só você, nunca foi qualquer outra.

-Não comece com os seus discursos, se não eu vou chorar.

  Falei, coçando os olhos que ardiam com as lágrimas.

-Eu...

  Pigarreei, me interrompendo.

-Eu estava maluca de ciúmes, Syn. Mas eu estava maluca de ciúmes só pelo fato de que você é importante demais para mim, e que eu o amo, e de que eu não iria suportar vê-lo com outra. Ah, me desculpe por ter duvidado de você, meu deus, desculpe!

-Shhhh...

  Ele sibilou, rolando para cima de mim, se apoiando nos cotovelos, encarando minha face.

-Se isso aconteceu, foi por causa da minha má fama. É meio que minha culpa também.

-Me perdoa, Syn?

  Perguntei, fungando. Ele sorriu.

-Não. Quer dizer, só se você me der uma coisa.

  Ele sorriu, olhando descarada e maldosamente para minha boca. Ri da sua audácia, puxando-o pela gola da blusa.

  E, meu deus, me senti uma drogada. Como eu precisava daquilo. Sentira tanta falta desse beijo, gentil e ao mesmo tempo quente, que mal queria parar para respirar. Entrelacei meus dedos com seus cabelo, sentindo suas mãos em minhas costas.

-Syn?

-O que é?

  Ele perguntou-me, entre beijos.

-Estamos num pula-pula.

-Eu sei, irônico, não?

  Ele disse, voltando a me beijar. Ri, empurrando-o e me sentando. Syn se sentou a minha frente, e ficamos minuto em silencio.

  O silencio foi como algo intragável, e eu comecei a chorar ao lembrar do fato de que ainda havia tanta coisa para contar.

-Ahn, não chora, não sei lidar com mulher chorando, pára. Porra, pára logo.

  Ele falou, me puxado para um abraço. Agarrei-o, rezando para que o fato de que eu estava grávida não fosse algo que nos atrapalhasse.

  Até eu sabia que isso era improvável.

  Syn puxou-me novamente, dessa vez beijando-me com mais ansiedade.

-Promete pra mim que nunca vai me abandonar, promete que sempre vai me amar, não importa o que aconteça?

  Perguntei, sua boca manchada com o meu batom vermelho.

-É para isso que eu estou aqui.

-Nós voltamos?

  Ele perguntou.

  Bom, eu estava mais uma vez no apartamento do Syn, sentados no sofá, depois de meia hora de pegação e melosidade.

-Não sei, eu tenho que... resolver uma coisas.

-Que coisas?

  Ele perguntou, deu até para sentir seu hálito fresco em meu rosto quando falou, brincando com meus dedos, entrelaçando-os com os dele.

-Coisas que aconteceram. Não sei se vai dar para resolver tudo do jeito que eu quero.

-Dá para me contar o que é?

-Não te interessa.

-Interessa sim, já que eu estou perguntando e que isso está atrapalhando-nos.

  Ele falou, beijando minha bochecha.

-É o Chad?

-Não.

-Jake?

-Não.

-Dean?

-Por partes.

  Assumi, fechando os olhos. Os lábios de Brian pararam de beijar minha bochecha, e recebi isso como um mau sinal.

-O que ele fez?

  Perguntou enquanto seus olhos ardiam em raiva.

-Podemos deixar isso para outra hora?

-Não, eu quero saber.

-Syn, por favor.

  Pedi, exausta. Ele me encarou brevemente nos olhos, a expressão dura, e em seguida soltou o ar preso nos pulmões, murchando o peito, desviando o olhar. Ele pigarreou e falou:

-Não gosto desse sujeito. Foi ele que...

-Shhhh. Nossa, como você reclama.

-Apenas cuido do que é meu. Não quero aquele cara perto de você, me dói na alma só de pensar no que ele pode fazer com você.

-Dean nunca me machucaria.

-Você não pode ter tanta certeza.

  Ficamos mudos, encarando-nos.

-Nada me tira da cabeça que foi ele e a Carol que armaram.

-Carol eu tenho certeza, mas Dean?

-Você só não quer acreditar que o seu namoradinho inocente é o maior filho da puta.

-Não fale assim dele, não tem certeza.

-Pára de defender aquele marginal, Lisa!

-Não grite comigo!

  Ele franziu a testa.

-Como pode protegê-lo depois do que ele te fez? Nos fez?

-Nós não temos certeza.

-Diga isso por você. Ele sempre foi obcecado por você, palavras da Avril, e estava na cara! Mas não era que nem o Jake, que é discreto e não um completo maluco.

-Dá para você parar? Iria gostar se eu falasse assim de Zacky ou qualquer amigo seu?

  Mais silencio.

-Desculpe.

-Desculpe.

  Falamos na mesma hora, ainda com semblantes sérios.

-Eu... vou para casa, estou cansada.

-Sabe que pode dormir aqui.

-Eu não quero.

  Nós mal tínhamos voltado, e já tínhamos brigado.

  Eu não podia deixá-lo acusar Dean, não tinha me mostrado nenhuma prova contra ele. Dean é meu amigo desde que eu nasci, é um irmão para mim. Deixaria alguém falar mal do seu irmão, sem provar nada?

  Ele podia ser o cara que eu amo.

  Mas não era por causa disso que eu ia deixar ele falar mal do meu amigo.

  Cheguei em casa tão nervosa que quando fui colocar a xícara de chá na pia, deixei-a cair.

-Droga.

  Sibilei, as mãos tremendo. Fiquei encarando o leite no chão. Senti um aperto no coração, me sentando na cadeira e respirando fundo para não chorar. Escutei a porta do quarto de papai abrir, e em seguida ele apareceu na porta da cozinha.

-O que aconteceu?

-Nada demais.

  Respondi, secando os olhos. Ele ficou em silencio, aguardando.

-Querida, você está bem?

  Balancei a cabeça negativamente, não encontrando a voz.

-Ah, venha cá.

  Papai me abraçou, enquanto eu soluçava em seu peito.

  O que seria de mim, agora em diante?


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